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Semana 01 Caracterizar macro e microscopicamente as seguintes lesões cutâneas: erisipela, celulite e impetigo. Piodermites primárias ERISIPELA1 A erisipela é infecção aguda, localizada, causada principalmente por S. pyogenes (grupo A), caracterizada por placas edematosas vermelho-escuras bem delimitadas, discretamente elevadas, sensíveis ou dolorosas, quentes, às vezes com vesículas e bolhas, de preferência nas pernas, na face e nas mãos. Associam-se febre e tremores. Linfangite e linfadenite são comuns. A lesão pode progredir para pústula, ulceração e necrose; se envolve a fáscia subjacente e músculo, pode resultar emfasciite necrosante. CELULITE1 Similar à erisipela, mas tende a envolver os tecidos profundos. É mais frequente nas pernas, como complicação de tinea pedis ou linfedema crônico; outros fatores de risco incluem diabetes melito, leucemia, pós-safenectomia e doença vascular periférica. Indivíduos com pele seca são mais suscetíveis. A lesão caracteriza-se por eritema em expansão, envolvimento de vasos linfáticos e, como na erisipela, resulta em edema, às vezes associado a vesículas. Infecção dos vasos linfáticos parece explicar os episódios recorrentes. Traumatismo mínimo pode ser fator desencadeante. S. pyogenes é a bactéria mais implicada. Histologicamente, tanto a erisipela como a celulite mostram edema e vasos linfáticos dilatados na derme. Há infiltração neutrofílica difusa, geralmente perivascular. Na fase tardia, surgem linfócitos, macrófagos e tecido de granulação na derme profunda e edema na região subepidérmica. Vesículas e bolhas são subepidérmicas. Placa eritematosa dolorosa com limites bem definidos, geralmente na face ou nas pernas3. IMPETIGO1 Impetigo contagioso manifesta-se por bolhopústulas que logo se rompem, formando crostas. Em recém- nascidos, as lesões são persistentes e representadas por eritema ou bolhas subcórneas contendo fibrina, neutrófilos e alguns linfócitos. Impetigo estreptocócico pode preceder glomerulonefrite aguda, eritema nodoso ou eritema multiforme. No impetigo bolhoso, causado pelo Staphylococcus aureus fago II, formam-se vesículas de até 2,0 cm, com conteúdo claro, que depois são cobertas por crosta seropurulenta. MORFOLOGIA2 O impetigo é caracterizado por acúmulo de neutrófilos abaixo da camada córnea que, com frequência, produz uma pústula subcórnea. As alterações epidérmicas reativas inespecíficas (alternância) e a inflamação dérmica superficial acompanham esses achados. Os cocos bacterianos na epiderme superficial podem ser evidenciados pela coloração de Gram. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS2 O impetigo é uma das infecções bacterianas de pele mais comuns, sendo observado principalmente em crianças. O microrganismo causador é geralmente o Staphylococcus aureus e, menos comumente, o Streptococcus pyogenes. Com frequência, é adquirido através do contato direto com a fonte. O impetigo muitas vezes começa como pequena mácula única, geralmente nas extremidades ou na face, próximo do nariz ou da boca, que rapidamente evolui para uma lesão maior com uma crosta de soro seco cor de mel. Os indivíduos colonizados por S. aureus ou S. pyogenes (geralmente por via nasal ou anal) são mais propensos a ser afetados. A cultura microbiológica com a avaliação da sensibilidade a vários antibióticos pode ser clinicamente útil. Uma forma bolhosa incomum de impetigo na infância pode mimetizar uma doença autoimune bolhosa. Semana 02 Definir os seguintes termos macroscópicos: liquenificação, mácula, pápula, placa, pústula e vesícula. LIQUENIFICAÇÃO1 Aumento da espessura da epiderme, com acentuação dos sulcos cutâneos, dando aspecto quadriculado. Pode associar-se a hiperpigmentação e descamação. 2 Pele espessa e áspera caracterizada por marcas cutâneas proeminentes; geralmente, resultado de um atrito repetido. MÁCULA1 Alteração da coloração normal da pele. 2 Área plana circunscrita, menor ou igual a 5 mm de diâmetro, que se distingue da pele circunjacente pela coloração. Se for maior do que 5 mm, refere-se como mancha. PÁPULA1 Lesão sólida elevada com até 1,0 cm de diâmetro. 2 Lesão elevada em forma de cúpula ou com a parte superior achatada, menor ou igual a 5 mm de diâmetro. Se for maior que 5 mm de diâmetro, refere-se como nódulo. PLACA1 Lesão sólida, elevada, plana e com mais de 1,0 cm de diâmetro. 2 Lesão elevada com a parte superior achatada, geralmente com largura maior que 5 mm de diâmetro. PÚSTULA1 Coleção localizada de pus (neutrófilos e detritos celulares), com até 1,0 cm. 2 Lesão elevada, distinta e purulenta. VESÍCULA1 Elevação circunscrita com até 1,0 cm de diâmetro e com líquido no interior. 2 Lesão elevada preenchida por fluido com largura inferior ou igual a 5 mm. Se for maior que 5 mm de diâmetro, refere-se como bolha. Empola é um termo comum para ambas Pústula Pápula Crosta Semana 03 Definir os seguintes termos microscópicos: acantólise; acantose, espongiose, exocitose, hipergranulose, papilomatose, paraqueratose, ulceração e urticária. ACANTÓLISE1 É a perda de coesão entre as células espinhosas, com formação de clivagens, vesículas e bolhas intraepidérmicas. Ao se individualizarem, as células tornam-se arredondadas, o núcleo cora-se uniformemente e o citoplasma mostra condensação eosinofílica na periferia: célula acantolítica. 2 Perda da aderência intercelular entre os queratinócitos. ACANTOSE1 Refere-se ao aumento de espessura da camada espinhosa. 2 Hiperplasia difusa da epiderme. ESPONGIOSE (EDEMA INTERCELULAR)1 É o edema entre as células espinhosas, podendo resultar na formação de vesículas intraepidérmicas. 2 Edema intercelular da epiderme. Microscopicamente, existe acúmulo de fluido (espongiose) entre as células epidérmicas que pode progredir para vesículas pequenas se as ligações intercelulares são estendidas até o seu rompimento. EXOCITOSE Nas camadas basal e suprabasal da epiderme nota-se infiltrado inflamatório crônico inespecífico permeando-a. Este infiltrado é denominado exocitose, independente se agudo ou crônico. HIPERGRANULOSE1 É o aumento do número de células na camada granulosa (p. ex., líquen plano). PAPILOMATOSE1 É a projeção de papilas dérmicas acima do nível da superfície cutânea (p. ex., verruga vulgar). 2 Elevação da superfície causada por hiperplasia e aumento das papilas dérmicas. PARAQUERATOSE2 Queratinização caracterizada pela retenção dos núcleos na camada córnea. Nas membranas mucosas escamosas, como a mucosa da boca, a paraqueratose é normal. ÚLCERA1 Perda completa da epiderme e parte da derme, resultando em cicatriz ao se curar. CAMADAS DO FUNDO DE UMA ÚLCERA PÉPTICA4 A superfície da úlcera é revestida por exsudato fibrino-purulento originado do tecido de granulação logo abaixo. Deste derivam fibroblastos que produzem colágeno, resultando na fibrose do fundo da úlcera. A quantidade de células inflamatórias no tecido fibroso diminui da superfície para a profundidade, enquanto que a quantidade de fibras colágenas aumenta. 1ª Camada: Exsudato fibrino-purulento. 2ª Camada: Tecido de granulação. 3ª Camada: Tecido fibroso frouxo com infiltrado inflamatório crônico. 4ª Camada: Tecido fibroso denso com pouco infiltrado inflamatório. URTICÁRIA1 Placa ou pápula rósea, evanescente, que se torna branca com a diascopia e pode ter pseudópodes na periferia. 2 As características histopatológicas da urticária são frequente mente sutis. Em geral, exibe um escasso infiltrado perivenular superficial de mononucleares, raros neutrófilos e alguns eosinófilos. O edema dérmico superficial cria feixes de colágenos mais espaçados. A degranulação dos mastócitosque normalmente residem ao redor das vênulas dérmicas superficiais é de difícil identificação com coloração de hematoxilina-eosina (HE) de rotina, mas pode ser evidenciada utilizando uma coloração com solução de Giemsa. REFERÊNCIAS 1 Patologia Geral – Bogliolo – Geraldo Brasileiro Filho 2 Patologia Básica – Robbins 3 Dermatologia Clínica – LANGE 4 AnatPAT
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