Buscar

Ética e Eutanásia na Saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ÉTICA NA SAÚDE
Aula 6- ÉTICA E EUTANÁSIA
Conteúdo Programático desta aula
Assunto 1 – Conceitos e definição de eutanásia.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Conteúdo Programático desta aula
Assunto 2 – As causas do confronto ético com a distanásia.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Conteúdo Programático desta aula
Assunto 3 – Os diferentes motivos, intenções e efeitos da eutanásia. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Conteúdo Programático desta aula
Assunto 4 – A posição do CFM e da Associação Médica Mundial. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assunto 1 – Conceitos e definição de eutanásia 
MORTE
	A consciência de que a morte é um evento natural e indubitável para os seres vivos, não diminui seu impacto sobre nós e sempre representa uma situação de extrema dificuldade para os profissionais de saúde que lidam com pacientes em condição de terminalidade.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Uma série de questões éticas e morais afloram no contexto da terminalidade da vida, associadas a aspectos tão distintos quanto os direitos do paciente em relação à verdade sobre suas reais condições, os objetivos da atuação médica ou aos paradoxos entre a consciência e a legalidade.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Dentre estas questões, talvez a mais angustiante seja a de que se pode, ou deve o médico ajudar um paciente que sofre de modo irreversível, a morrer? Ou, em outras palavras, a eutanásia pode ser considerada uma ação médica ética?
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
 	A palavra “eutanásia” tem origem grega e representa, literalmente, “boa morte”. É comumente entendida como a prática pela qual o médico abrevia a vida de um paciente incurável. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	Esta tem sido uma das questões da bioética e do biodireito mais complexas e discutidas, na medida em que, se a proteção da vida é um princípio básico do Estado, também são direitos básicos da pessoa o respeito à autonomia e à vontade próprias. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assim, o fato de alguém desejar encerrar com sua dor, antecipando sua morte iminente, ou o desejo de um ente querido em por fim ao sofrimento de alguém sem chances de recuperação também não pode ser simplesmente ignorado.
*
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assunto 2 - As causas do confronto ético 
com a distanásia
Para entendermos melhor todas as implicações, éticas, políticas, sociais, morais e religiosas envolvidas, precisamos considerar alguns aspectos básicos. A atuação médica está fundamentada em dois pilares:
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
A preservação da vida
O alívio do sofrimento
De modo geral, em condições normais, esses princípios se completam, no entanto, em determinadas situações específicas podem se tornar antagônicos, um deles precisará prevalecer sobre o outro.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Se, nesses casos, considerarmos que a preservação da vida é o valor maior podemos incorrer na chamada “distanásia”. A manutenção artificial da vida possui implicações que vão desde os aspectos psicológicos conflitivos de familiares até a discussão política da utilização de recursos de saúde em pacientes incuráveis.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
A questão ética a ser considerada é: A distanásia é mais ética do que a eutanásia? É válido estender a vida mesmo que a cura não seja possível e o sofrimento excessivamente penoso?
Naturalmente que, enquanto houver a mais remota possibilidade de reversão do quadro de morte inevitável deve-se sustentar a manutenção da vida, mas, em caso contrário, o que a ética determina é a priorização do segundo pilar: o alívio do sofrimento.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Poderíamos, então, considerar que aliviar o sofrimento, nesses casos compreendido como permitir ou antecipar a morte, no entanto, recai em uma outra grave questão: Quando desistir da vida? 
O americano Terry Wallis, após um acidente de carro, ficou 20 anos em estado de coma e retornou à consciência, voltando a falar e a recuperar movimentos do corpo. Certamente não é o tempo o padrão capaz de determinar esta resposta.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Princípios da Bioética, como a beneficência, a não maleficência, a autonomia e a justiça, seguem uma sequência determinada por condições de saúde e tratamento. Ou seja, em uma condição de tratamento normal e possibilidade de recuperação plena, evidentemente, o princípio prioritário é o beneficência e o tratamento, mesmo que implique em algum sofrimento, objetiva a preservação da vida.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Em condições, no entanto, em que a cura não é mais uma possibilidade, os objetivos precisam estar direcionados para a não maleficência, isto é, não causar dano ou dor desnecessários e sem justificativa.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	Assim, a autonomia em recusar tratamentos, por exemplo, também precisa ser avaliada dentro desta perspectiva hierarquizada das condições de recuperação. Da mesma forma, o princípio da Justiça, na medida em que a utilização de recursos de saúde, como sabemos muitas vezes escassos e caros, em pacientes sem chances de recuperação por um longo período, implica aspectos sociais e econômicos que, apesar de delicados, também precisam ser considerados.
 *
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assunto 3 - Os diferentes motivos, intenções e efeitos da eutanásia
Tipos de eutanásia:
A eutanásia pode ocorrer de algumas formas distintas e, para cada uma destas formas, considera-se uma tipologia com características específicas.
“Eutanásia ativa”, onde é produzida uma ação que objetiva provocar deliberadamente a morte sem sofrimento. Com uma injeção letal, por exemplo.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Apenas três países no mundo (Uruguai, Holanda e Bélgica), atualmente admitem a prática legal da eutanásia ativa. Naturalmente que sem a anuência da Igreja.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
“Eutanásia passiva” ou “ortotanásia”, se caracteriza pela interrupção de uma terapêutica que atuava na sustentação artificial da vida. A principal distinção entre com a eutanásia ativa é que nessa é cometida uma ação (injeção letal, por exemplo), enquanto que na eutanásia passiva há uma omissão como a não instalação de um procedimento terapêutico ou seu encerramento.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	A eutanásia passiva e a de duplo efeito, têm recebido maior condescendência tanto pela maioria das sociedades médicas quanto por correntes religiosas em função do princípio de “morte com dignidade”.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	“Eutanásia de duplo efeito” é quando a morte é promovida indiretamente pelas ações médicas executadas com o objetivo de aliviar o sofrimento de um paciente terminal, como, por exemplo, a morfina que administrada para a dor pode provocar depressão respiratória e morte. 
	Nestes casos, o objetivo da ação médica não é promover o óbito, mas assume-se seu risco em prol da amenização do sofrimento.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	Outro tipo de classificação da eutanásia, diz respeito ao consentimento ou não do paciente ou de seus responsáveis legais para o ato. Este tipo de classificação está diretamente associado à questão do estabelecimento de responsabilidades sobre o ato. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Chama-se eutanásia voluntária, quando a morte provocada ocorre em atendimento a uma vontade explícita do paciente. A eutanásia voluntária é muito assemelhada ao conceito chamado de “suicídio assistido”. A distinção está no fato de que na eutanásia a ação é sempre realizada por outra pessoa, enquanto que no suicídio assistido a própria pessoa (mesmo que com auxílio de terceiros) executa a ação que a leva ao óbito.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Chama-se eutanásia involuntária, quando é provocada sem o consentimento do paciente quando este se encontra consciente e em condições de escolhere eutanásia não voluntária, quando é provocada sem que o paciente tenha manifestado seu desejo pelo fato de se encontrar sem condições de se expressar, normalmente em condições de coma ou no caso de recém-nascidos.
*
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assunto 4 – A posição do CFM e da Associação 
Médica Mundial. 
Legislação 
Do ponto de vista legal, é importante frisar que no Brasil, o Conselho Federal de Medicina através do Código de Ética Médica (2009) em seu Artigo 41 explicita de modo claro a proibição de:
“Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.”
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.
OBS: Entende-se por ações terapêuticas obstinadas a prática da distanásia.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
O CFM já havia, em 2006, aprovado a Resolução 1.805 que regulamentava e autorizava aos médicos a prática da ortotanásia (interrupção de terapêuticas que já não surtem mais efeitos em pacientes terminais) como forma de desestimular a distanásia (sustentação artificial da vida por tratamentos desproporcionais à condição de recuperação). 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
A Justiça Federal, no entanto, entendeu que o Conselho de Medicina não teria autoridade para legislar em relação a esta questão e apenas em 2009 o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 6.715 que exclui a ilicitude da ortotanásia do Código Penal desde que o médico possua o consentimento explícito do paciente ou de seu representante legal. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	No final de 2010, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou um substitutivo ao Projeto de Lei original incluindo a necessidade de avaliação do caso por junta médica.
Resolução 1.995/2012, do CFM, dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes
“dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes” (ortotanásia). 
 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
De acordo com a Resolução do CFM, o paciente poderá definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Essas diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. A diferença entre esse procedimento e a “eutanásia” é que na ortotanásia não há uma “ajuda” para a morte do paciente, apenas não é oferecido um possível recurso ou tratamento expressamente recusado pelo paciente.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Esta postura em relação à eutanásia e à ortotanásia também é a posição assumida pela Associação Médica Mundial. Em uma declaração publicada na 39ª Assembleia Médica Mundial em 1987 na Espanha (Declaração de Madri) e posteriormente reafirmada em 2005, na 107ª Seção do Conselho da Associação Médica Mundial na França, esta afirma que:
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
“Eutanásia, que é o ato de deliberadamente terminar com a vida de um paciente, mesmo com a solicitação do próprio paciente ou de seus familiares próximos, é eticamente inadequada. Isto não impede o médico de respeitar o desejo do paciente em permitir o curso natural do processo de morte na fase terminal de uma doença”.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Assim, sustenta-se a posição de que a eutanásia ativa é um ato que contraria os princípios éticos e deturpa a principal função médica de preservar a vida. 
A aceitação desta como uma postura médica implicaria autorização legal para matar o que dificilmente será aceito pela comunidade médica mundial, dentre outras razões, pelo fato de alterar os objetivos dos profissionais de saúde e comprometer, severamente, as relações de confiança entre os médicos e seus pacientes. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
	No entanto, garante a legitimidade da suspensão de terapêuticas quando estas se mostrarem inúteis e estiverem apenas prolongando o sofrimento (ortotanásia).
*
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
A Revista Veja de 10/09/12 traz uma matéria sobre a Resolução do 1.995/2012 do CRM, intitulada:
	“Eu decido o meu fim”
Veremos agora trechos da matéria.
	 A matéria começa da seguinte forma:
	"Eu, Ana Claudia Arantes, diante de uma situação de doença grave em progressão e fora de possibilidade de reversão, apresento minhas diretrizes antecipadas de cuidados à vida. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Se chegar a padecer de alguma enfermidade manifestamente incurável, que me cause sofrimento ou me torne incapaz para uma vida racional e autônoma, faço constar; com base no princípio da dignidade da pessoa humana e da autonomia da vontade, que aceito a termina/idade da vida e repudio qualquer intervenção extraordinária, inútil ou fútil.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Ou seja, qualquer ação médica pela qual os benefícios sejam nulos ou demasiadamente pequenos e não superem os seus potenciais malefícios. As diretrizes incluem os seguintes cuidados: admito ir para a UTI somente se tiver alguma chance de sair em menos de uma semana; não aceito que me alimentem à força. Se não puder demonstrar vontade de comer, recuso qualquer procedimento de suporte à alimentação; não quero ser reanimada no caso de parada respiratória ou cardíaca".
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Essas palavras, incômodas em sua crueza, constituem um trecho do testamento vital de uma mulher de 44 anos, cheia de entusiasmo e plenamente saudável. Ana Claudia. porém, tem uma convivência íntima e diária com a morte. Médica geriatra. ela se dedica a uma das áreas da medicina que mais se aproximam da hora do último suspiro, a dos cuidados paliativos, prática que pretende aplacar o sofrimento causado pelos sintomas e pelas sequelas de uma doença na iminência do momento final. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
O testamento vital é um documento, evidentemente pessoal e intransferível, cujo objetivo é fazer valer as escolhas individuais relativas aos tratamentos médicos em um quadro terminal. No Brasil, nos últimos anos. alguns raros acordos semelhantes já vinham sendo firmados entre médicos e pacientes - ou então por meio de posturas corajosas e fora da curva como a da geriatra Ana Claudia. O panorama, no entanto, deverá mudar. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Em uma decisão histórica, o Conselho Federal de Medicina (CFM) acaba de promulgar uma determinação destinada a consagrar a autonomia do paciente sobre seu destino. "A resolução muda drasticamente a conduta do médico brasileiro", diz Roberto Luiz D"Avila, presidente do CFM.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Ao dar ao paciente o poder de escolha sobre como deseja ser tratado no limite da morte, o CFM alterou a determinação publicada na edição mais recente do Código de Ética Médica brasileiro, de 2009 - a de recorrer à opinião da família ou do representante legal ante a impossibilidade de levar em conta a vontade expressa do paciente. Como a resolução tem força de lei entre os médicos, o profissional que não a respeitar pode ser punido até mesmo com a perda do registro.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Idealizado no fim dos anos 60 pelo advogado americano Luis Kutner (1908-1993). influente ativista dos direitos humanos e um dos fundadores da Anistia Internacional, o testamento vital (ou living will, em inglês) virou lei em 1990, motivada pelo caso da americana Nancy Cruzan. Em 1983, aos 25 anos, vítima de um acidente de carro.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Nancy entrou em estado de comavegetativo. Apenas sete anos depois da tragédia, graças à luta dos pais da jovem para dar à filha uma morte digna, a Suprema Corte autorizou a retirada da sonda de alimentação que mantinha Nancy viva. A ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy recorreu ao testamento vital.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Jacqueline preparou um documento três meses antes do falecimento, em maio de 1994. decidida a morrer em casa. Pouquíssimo tempo depois, a equipe médica avisou que o tumor havia atingido o cérebro e o fígado. Seu desejo foi atendido. Ao anunciar a morte de Jacqueline, seu filho John Kennedy Jr. disse: "Minha mãe morreu rodeada por amigos, familiares, livros e todas as coisas e pessoas que ela amava. Ela fez isso da sua própria maneira, seguindo as próprias vontades, e nós nos sentimos com sorte por isso".
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
O testamento vital só pode ser usado em quadros terminais. O conceito de terminalidade é claro e irrefutável na medicina. É a condição em que a pessoa sofre de um problema grave e incurável e que não responde mais a tratamentos capazes de modificar o curso da doença. É o caso do portador de uma demência e de um câncer em fases avançadas, por exemplo. Não é o caso do jovem de 20 anos que sofre um acidente grave e pede para não ser reanimado.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
O testamento vital nos impele a pensar sobre a finitude, algo que evitamos com avidez. Mas ninguém está preparado para morrer. Para muitos, a noção do fim definitivo é aterradora e um documento como o testamento vital causa natural desconforto. Nos EUA, somente 40% dos americanos optaram por deixar registrado como pretendem ser tratados no fim da vida.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Nos últimos dois anos, a médica Ana Claudia Arantes propôs o testamento a 100 pacientes. Apenas dez concordaram em fazê-lo. A maioria justificou a recusa em elaborar o documento da seguinte forma: "Ainda é cedo para pensar nisso". A idade média dos consultados pela geriatra era de 65 anos.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Fruto das conquistas da medicina ocorridas nas últimas décadas, o testamento vital serve de proteção para as situações, comuns e quase inescapáveis, nas quais os avanços científicos embaralham os limites da vida tomada insuportável pela doença (e mantida por meio de tubos, fios e sondas) com a possibilidade de uma morte digna.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
"Morrer bem significa escapar vivo do risco de morrer doente", escreveu o filósofo Sêneca (4 a.C. - 65), intelectual do Império Romano, cujas ideias ecoaram ao longo dos séculos, e ultrapassaram todas as fronteiras das novas tecnologias em hospitais.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
A possibilidade de adiamento do fim produziu ricos confrontos com posturas que tinham brotado há milênios, embebidas de ética cristã. Na década de 50, o papa Pio XII deixou claro: ninguém é obrigado a receber tratamentos extraordinários para manter a vida em caso de terminalidade.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
De lá para cá, o embate entre morrer e segurar o desfecho numa UTI, pela real capacidade da medicina de manter a vida ganhou novos e delicados contornos. Nada tem a ver, ressalte-se, com a eutanásia, a prática de apressar o fim de quem quer morrer. O testamento vital é o direito de decidir como viver quando chegar a morte.
Leia a matéria na íntegra em: www.veja.com/acervodigital/
*
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
RESUMINDO
Assunto 1 – Conceitos e definição de eutanásia.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
RESUMINDO
Assunto 2 – As causas do confronto ético com a distanásia.
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
RESUMINDO
Assunto 3 – Os diferentes motivos, intenções e efeitos da eutanásia. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
RESUMINDO
Assunto 4 – A posição do CFM e da Associação Médica Mundial. 
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE
Explorando o tema
Para saber mais sobre o assunto, acesso o link:
http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/noticias/0,,OI5700268-EI8399,00-Em+algum+pais+a+eutanasia+e+permitida+por+lei+Veja+casos.html
E saiba mais sobre a eutanásia
Até a aula 7! Bons estudos!!!
ÉTICA E EUTANÁSIA– AULA 6
ÉTICA NA SAÚDE

Outros materiais