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I. Transtornos de humor Definições Humor e Afeto: Emoções, sentimentos e afetividade Humor: Hipertímico (elado, exaltado), Eutípico (normal) ou Hipotímico (deprimido, triste) Tônus afetivo, estado emocional basal e difuso. Afeto: Hipermodulável, modulável, hipomodulável ou embotado. Sintônico ou Distônico. Tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental. Exemplos de quadros de humor Transtorno Depressivo Maior Distimia Transtorno Disfórico Pré-Menstrual Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor Transtorno Bipolar Ciclotimia Quadros relacionados a drogas Quadros relacionados a medicações Quadros relacionados a condições clínicas 1. Depressão É uma condição de difícil tratamento, que necessita de um acompanhamento médico e psicológico. O PHQ é um questionário que auxilia no diagnóstico e acompanhamento da resposta terapêutica da Depressão - Possui uma ótima especificidade (96%), mas baixa sensibilidade (54%). Quadro clínico Início insidioso e subagudo Tristeza (intensa ou duradoura) ou Anedonia Apatia Falta de ânimo, cansaço ou fadiga Alterações de Psicomotricidade Alterações do sono, apetite ou libido Sentimento de culpa ou inutilidade Baixa autoestima Desesperança Ideias de ruína Irritabilidade Pensamentos de morte e ideação suicida • Apresentação ao Exame Psíquico: Apresentação: Descuidada Consciência: Vigil Orientação: Orientado auto e alopsiquicamente Atenção: Globalmente diminuída ou Hipertenacidade Pensamento: Lentificado com forma e conteúdo normais Psicomotricidade: Diminuída Humor: Hipotímico Afeto: Sintônico Sensopercepção: Normal Volição: Diminuída Memória: Normal Crítica e noção de doença: Presente Critérios Diagnósticos Ter 5 dos 9 sintomas, sendo pelo menos um deles, tristeza ou anedonia Durar mais de 15 dias, a maior parte dos dias Causar prejuízo e sofrimento Excluídas outras causas Nunca houve episódio de Mania ou Hipomania. Diagnósticos Diferenciais Luto: até 6 meses após a perda -> humor oscila em “ondas” de acordo com ao se pensar na perda; sente um vazio ou uma perda; pensamento de culpa e de lembranças do falecido; tempo alivia os sintomas; ideações de morte são ligadas ao falecido (se juntar a ele). Quadro de Ajustamento: geralmente é um quadro leve e transitório e exclusivamente relacionados à perda em questão. Podem desencadear um quadro depressivo. Tratamento Não medicamentoso e Medicamentoso Não medicamentoso: Exercício físico, higiene do sono, diminuir estressores, melhorar alimentação, melhorar funcionamento e relações sociais, práticas integrativas e psicoterapia. Medicamentoso: ISRS, ISRNS, ADT, Inibidores seletivos de receptação de noradrenalina e dopamina, IMAO e Atípicos. Antidepressivos Em geral: Iniciar com dose mínima ou subdose; aumentos graduais; período de latência médio de 10-15 dias; esperar 2-4 semanas em cada dose para avaliar resposta; aumentar sempre que tiver resposta parcial; utilizar por tempo suficiente: 8-12 semanas ou 4-8 semanas após atingir dose máxima. Todos podem causar Síndrome de Descontinuação (quando há retirada brusca da medicação). 1ª Linha: I- Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) -> Mais usados; primeira escolha (devido a boa resposta e segurança); iniciar com dose mínima e aumentar gradualmente. Possuem poucos efeitos colaterais e poucas interações medicamentosas. Seguros em qualquer faixa etária. Dose mínima já tem efeito terapêutico. Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã após refeição. Fluoxetina (20-80mg), Sertralina (50-200mg), Paroxetina (20-60mg), Citalopram (20-60mg), Escitalopram (10-30mg), Fluvoxamina (50-300mg). • Fluoxetina → A fluoxentina é um inibidor potente da enzima citocromática CYP2D6 e moderado da 2C19, que fazem parte do citocromo P450, portanto, pode causar interações medicamentosas ao alterar os níveis sanguíneos de outros medicamentos que dependem dessas enzimas para eliminação ou ativação. O citalopram, o escitalopram e a sertralina são os que menos inibem as enzimas hepáticas. • Disfunção Sexual: A dopamina melhora a função sexual, a serotonina inibe o desejo, a ejaculação e o orgasmo. ISRS podem ser utilizados em pacientes com ejaculação precoce, parafilias e excesso de libido. • Citalopram é útil no controle da agitação e paranóia em pacientes com demência, este medicamento deve ser evitado em pacientes com risco aumentado de arritmias e descontinuado em pacientes com medições persistentes corrigidas de QT> 500 milissegundos. II- Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN ou duais) -> Potentes; poucas interações; menos efeitos colaterais que ADT; devem ser tomados SEMPRE no mesmo horário para evitar efeitos adversos; muitos sintomas de introdução e retirada; possuem efeito NORADRENÉRGICO -> modulação de dor; não são disponíveis pelo SUS; Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã. Venlafaxina (75-300mg); Desvenlafaxina (50-200mg); Duloxetina (30-120mg). • Venlafaxina → pertence à classe dos inibidores da recaptação da serotonina-noepinefrina (ISRSN). Com exceção da Duloxetina, os fármacos dessa classe podem aumentar a pressão arterial, especialmente em doses mais altas (> 300 mg/dia). Portanto, a pressão arterial deve ser avaliada antes de iniciar e monitorada durante o tratamento (a cada 2 ou 6 meses, por exemplo) em pacientes que recebem doses altas • Duloxetina → um paciente com sintomas sugestivos de um transtorno depressivo, porém também com quadro de neuropatia diabética, a duloxetina apresenta boa ação no controle de neuropatia diabética. III- Antidepressivos Tricíclicos -> são mais antigos; possuem efeito ANTICOLINÉRGICO (centrais e periféricos), p.ex.: boca seca, constipação, alteração de condução cardíaca, sintomas cognitivos; causam sono e aumentam apetite (ganho ponderal); em dose baixa modulam dor (efeito noradrenérgico); pouco utilizado em idosos (menos ruim: Nortripitlina); Dose Terapêutica geralmente muito diferente da Dose de Apresentação Amitriptilina 25mg (75-300mg); Clomipramina (75-300mg); Nortriptilina (25-200mg); Imipramina (100-300mg); Doxepina (75-300mg). • Tricíclicos → podem reduzir a variabilidade da frequência cardíaca, diminuir a condução atrioventricular e causar várias arritmias. A diminuição da condução cardíaca tem sido comparada aos efeitos dos antiarrítmicos como a quinidina e procainamida. Podem causar HIPERPROLACTINEMIA. • Amitriptilina → é um antidepressivo tricíclico, principalmente utilizado como tratamento de transtorno depressivo e enurese noturna. Apresenta, como efeitos adveros: sonolência, dificuldade de concentração, visão turva e pupilas dilatadas, xerostomia e alteração do paladar, náusea, prisão de ventre e ganho ponderal, fadiga, desorientação, redução da coordenação muscular, aumento da transpiração, tontura, cefaleia, palpitação, pulso rápido, alteração da libido, impotência, urticária, coceira, erupções cutâneas, inchaço no rosto e/ou língua, prolongamento do intervalo QT no ECG e leucopenia e eosinofilia, como alterações laboratoriais. O principal efeito adverso, entretanto, é a hipotensão postural, a qual pode até mesmo precipitar um IAM e AVC, e cuja gravidade é mais acentuada em pacientes com bloqueio de ramo e/ou com insuficiência cardíaca. Em geral, é contraindicado na presença de hipersensibilidade aos componentes da fórmula, em pacientes em uso de inibidores da monoaminooxidase (MAO) e cisaprida e período agudo (30 dias) de recuperação pós-infarto do miocárdio. É contraindicada para pacientes com infarto agudo do miocárdio e portadores de bloqueio de ramo. A atividade antimuscarínica, antialfa-1 adrenérgica e a capacidade de bloquear canais de sódio no miocárdio a tornam uma droga potencialmente prejudicial para vários pacientes• TOC: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença que se caracteriza por um caráter compulsivo em relação a comportamentos ou atos mentais repetitivos que devem ser realizados respondendo a uma obsessão ou regras criadas; e um obsessivo em relação a pensamentos ou impulsos recorrentes que causem sofrimento ou ansiedade ao paciente. Diversos fatores genéticos e ambientais contribuem para o TOC, um dos principais são alterações neuronais no circuito cortico-estriado-talâmico-cortical que resultaria no surgimento dos sintomas. O quadro clínico pode conter elementos de obsessão, compulsão ou ambos, com diferentes graus de intensidade. Os primeiros sintomas geralmente surgem em pacientes jovens, na infância ou adolescência, aparecendo de forma mais precoce em homens. As mulheres adultas tem maior taxa de incidência da doença em comparação com o sexo oposto. O diagnóstico da síndrome é clínico. O tratamento é feito por meio de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e/ou com uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), outra opção com boa eficácia é o uso de clomipramina (antidepressivo tricíclico. A manifestação obsessiva do TOC é caracterizada por pensamentos ou impulsos recorrentes que geralmente causam sofrimento no paciente. O uso de antidepressivos tricíclicos como a clomipramina resulta em melhora clínica. Nos pacientes refratários para o tratamento com TCC e farmacoterapia, a psicocirurgia é um tratamento eficaz. O uso de clomipramina costuma ter boa resposta clínica. É uma condição com etiologia neurobiológica bem consolidadas nos estudos, respondendo ao uso de antidepressivos para melhora dos sintomas. É uma doença que se inicia em sua maioria em pacientes jovens, sendo pouco comum o início após os 30 anos de idade. • Migrânea: . Características típicas da migrânea ou enxaqueca: pulsátil, unilateral, forte, náusea. A profilaxia medicamentosa de pacientes com enxaqueca é indicada habitualmente quando há mais de duas crises por mês ou na presença de crise única que prejudique qualidade de vida. A medicações de primeira escolha nesse contexto incluem anti-hipertensivos (propranolol), antidepressivos (amitriptilina) e anticonvulsivantes (topiramato e valproato). Os antidepressivos tricíclicos têm eficácia comprovada por vários estudos em profilaxia de migrânea. Admite-se que ajam por inibir a recaptação da serotonina e noradrenalina. Sua ação antimigranosa independe da ação antidepressiva. Essas drogas são particularmente úteis na migrânea associada a sintomas depressivos, insônia, abuso de analgésicos e ergóticos, alta freqüência de crises e cefaléia do tipo tensional. Até o momento, não há dados convincentes para a indicação de inibidores seletivos da recaptação da serotonina na profilaxia da migrânea. A escolha da droga é realizada de acordo com as comorbidades e o perfil de efeitos colaterais. Propranolol é boa escolha para hipertensos e quem tem tremor essencial, devendo ser evitado em asmáticos e pacientes com bloqueios atrioventriculares. Amitriptilina é opção razoável para aqueles com insônia e transtornos de humor como ansiedade e depressão, sendo sonolência excessiva e ganho ponderal efeitos indesejados. Topiramato pode ser útil em pacientes com epilepsia e tem como vantagem levar a perda ponderal, por outro lado pode piorar litíase renal e levar a dificuldade de memória. Valproato ou Ácido Valpróico também pode ser utilizado para tratar epilepsia ou transtorno bipolar, porém pode levar a mal-formações fetais. INTOXICAÇÃO por Tricíclicos Síndrome Anticolinérgica: Boca seca, turvação visual, pele e mucosa quentes e secas, retenção urinária, redução do peristaltismo, TAQUICARDIA, e midríase. IV- Antidepressivos Atípicos Mirtazapina, Bupropiona¹, Agomelatina, Trazodona², Maprotilina, Reboxetina³. ¹ Usado também para dependência de Nicotina -> é um inibidor seletivo da noradrenalina e dopamina ² Antidepressivo atípico com boa resposta ansiolítica e efeito sedativo (bom para insônia) ³ Indicado para Depressão grave • Bupropiona → é um antidepressivo atípico, que pode aumentar o efeito neuroexcitatório e/ou potencializador de convulsões pois pode reduzir o limiar de convulsão, principalmente quando utilizado em doses altos. Portanto, é importante monitorar a terapia • Trazodona → é um modulado da serotonina e pode causar priapismo como efeito adverso. Portanto, é importante instruir o paciente a procurar assistência médica para ereção com duração > 4 horas e utilizar com cuidado em pacientes com condições que podem predispor ao priapismo, como anemia falciforme, mieloma múltiplo, leucemia IV- Inibidores da Monoaminoxidase Promovem o acúmulo de dopamina, noradrenalina e serotonina. O uso de drogas que se relacionem com essas vias deve ser evitado devido ao risco de efeitos adversos importantes: Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos (Clomipramina) ou opiáceos (Tramadol) podem levar a quadros de síndrome serotoninérgica (hiperatividade neuromuscular, hiperatividade autonômica, e alterações do nível de consciência). Já a associação com o Modafinil (STAVIGILE®) pode levar a quadros hipertensivos importantes e também deve ser evitado. Não existe contraindicação à reposição de hormônios tireoidianos em pacientes usando inibidores da MAO. Estratégia terapêutica (normalmente): 1ª escolha: ISRS (dose e tempo suficientes) Resposta parcial -> Potencializa Sem resposta -> trocar por outro ISRS Resposta parcial -> Potencializa Sem resposta -> Trocar por outra categoria O Escitalopram é um ISRS de metabolização hepática, que possui poucos efeitos adversos para a população idosa, sendo muito utilizado na prática. A Mirtazapina tem eliminação renal, não estando indicada para esse paciente. Os tricíclicos, além de serem drogas proscritas em idosos devido a seus efeitos anticolinérgicos, não devem ser usados nesse paciente com HPB. A bupropiona tem potencial epileptogênico, também não sendo a medicação de escolha para esse paciente Casos graves ou refratários: Associações de AD com mecanismos diferentes Associação de potencializadores (Lítio, Antipsicótico Atípico, T3) Terapia orgânicas (Estimulação Magnética Transcraniana [TMS], Eletroconvulsoterapia [ECT]) Uso de Quetamina Por quanto tempo? 1ª crise depressiva: 6m-1 anos 2ª crise: 3-5 anos 3ª crise: manutenção crônica ou +/- 10 anos Dicas do tratamento farmacológico Causam sono (bom para insônia): ADT, Paroxetina, Mirtazapina, Trazodona e Agomelatina. Aumentam apetite (paciente com hiporexia): Paroxetina, ADT e Mirtazapina; Diminuem peso (paciente com hiperexia): Bupropiona e Fluoxetina. Afetam menos ou aumentam o libido: Bupropiona, Trazodona, Mirtazapina e Vortioxetina. Dores crônicas: Medicações noradrenérgicas (Duais e ADT). Adjuvantes para sono 1. BZDs. 2. Drogas Z: Zolpidem, Zopiclone e Escopiclone. 3. Antidepressivos sedativos: ADT (dose baixa), Mirtazapina, Trazodona, Agomelatina. 4. Antipsicóticos (baixas doses): Quetiapina, Cloprormazina, Levomepromazina. 5. Anticonvulsivantes: Pregabalina e Gabapentina. 2. Transtorno de Humor Bipolar Quadro clínico Quadro de humor Crônico e Recorrente que oscila entre dois polos - Depressão e Mania - intercalados por períodos Eutímicos. As vezes pode fazer uma “ciclagem rápida” -> passagem de um polo direto para o outro (menos comum) Etiologia multifatorial (genética é fator importante aqui) Apresentações: Mania e Hipomania: Alegria ou Raiva exagerada, Grandiosidade, Aceleração de Pensamento e Aumento de comportamento de Risco; Depressão: Tristeza, Anedonia, Culpa, Pensamentos de morte, Dificuldade de concentração; Misto: Um pouco de cada polo (“depressão agitada”). Oscilação do Humor normal Oscilação do Humor patológicaLabilidade Emocional • Apresentação ao Exame Psíquico do Estado de DEPRESSSÃO: Idem à do Transtorno de humor depressivo unipolar • Apresentação ao Exame Psíquico do Estado de MANIA: Apresentação: Extravagante, maquiagem exagerada Consciência: Vigil Orientação: Desorientado em tempo, orientado em espaço e alopsiquicamente Atenção: Hipervigil e Hipotenaz Pensamento: Aceleração, forma com fuga de ideias e conteúdo com delírios de grandeza (sintomas psicóticos) Fala: Acelerada Psicomotricidade: Aumentada (inquieto) Humor: Hipertímico Afeto: Sintônico Sensopercepção: Normal Volição: Aumetnada Memória: Normal Crítica e noção de doença: Ausente Diagnóstico Diagnóstico Clínico Alta herdabilidade e grande influência genética Distribuição igual entre sexos Maior risco de suicídio Início mais precoce que depressão unipolar (+/- aos 20 anos de idade) Excluir outras causas de alteração de comportamento (especialmente se presença de sintomas psicóticos) Tipos Clássicos Dois tipos Clássicos: TB Tipo 1: Depressões, Hipomania, Mania ou Mistos Prevalência de 0,9% TB Tipo 2: Depressões ou Hipomonia Mais leve -> menos diagnosticado, apesar de ser mais comum (1,1 – 2,4%) Critérios Diagnósticos !!!! MANIA !!!! Hipomania Depressão Bipolar Tratamento Não medicamentoso e Medicamentoso Não medicamentoso: Psicoterapia, Psicoeducação, Mindfulness e Melhora do sono e alimentação. Medicamentoso (muito importantes para o tratamento): Estabilizadores de Humor → Lítio, Anticonvulsivantes e Antipsicóticos Atípicos. Se elevado -> 4 critérios Se disfórico -> 3 critérios 7 dias Obrigatório um ou outro Mais 4, pelo menos 4 dias Nunca tem sintomas psicóticos Diferença nos critérios da DP Unipolar Estabilizadores de Humor I- Lítio -> Dose depende da litemia -> Média 600 - 1200mg; Íon não essencial para o desenvolvimento. Evidência apenas para o tratamento de bipolaridade. Não se liga a proteínas plasmáticas. Eliminação Renal e Dialisável → Importante acompanhar Função Renal e Tireoide. Apresentação: VO, 300 ou 450mg Dose inicial: 300mg, VO, 1-2x ao dia Dose terapêutica: Depende da litemia (faixa estreita – alto risco de intoxicação) Jovens: Entre 0,6 e 1,2 mEq/L (600 - 1500mg) Idoses: Entre 0,4 e 0,8 mEq/L Intoxicação: Sintomas: Astenia, sonolência, alteração na fala, intolerância ao frio, constipação intestinal, tremores, polidipsia, poliúria, incontinência urinária, diarreia e palpitações e déficit de memória Intoxicaçao é COMUM → ocorre em até 90% dos pacientes tratados Não há antídoto → Diminuir tempo de exposição Monitorização e Exame neurológico Exames: ECG ,Ureia, creatinina Sódio, potássio, Cálcio, magnésio, Hemograma completo, TSH e T4L (em caso de nível alterado de consciência), Litemia sérica, Glicemia capilar, Exame toxicológico para outras possíveis intoxicações, ß- HCG em mulheres com potencial gestação !!!Hidratação!!! + Descontaminação gastrointestinal (controverso) + carvão ativado (não há indicação formal, mas geralmente não há intoxicação apenas por lítio, então na prática se faz). Diálise se: 1) litemia ≥ 4; ou 2) litemia ≥ 2,5 com sintomas importantes. II- Anticonvulsivantes -> Potentes; poucas interações; menos efeitos colaterais que ADT; devem ser tomados SEMPRE no mesmo horário para evitar efeitos adversos; muitos sintomas de introdução e retirada; possuem efeito NORADRENÉRGICO -> modulação de dor; não são disponíveis pelo SUS; Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã. 1ª Escolha: Ácido Valpróico (750-2.000mg) indicado principalmente nos estados misto; Lamotrigina (100-400mg). 2ª ou 3º escolhas: Carbamazepina e Oxicarbazepina. III- Antipsicóticos (Atípicos – principalmente) -> são mais antigos; possuem efeito ANTICOLINÉRGICO (centrais e periféricos), p.ex.: boca seca Atípicos: Quetiapina, Olanzapina, Risperidona, Lurasidona Típicos - 3ª ou 4ª escolha: Haldol Antidepressivos NUNCA DEVEM SER USADOS EM MONOTERAPIA Podem induzir “virada maníaca” e não trata a fisiopatologia (apesar dos sintomas depressivos) Tricíclicos fazem mais virada do que ISRS Como usar Antidepressivos no Transtorno de Humor Bipolar? Iniciar EH → Chegar em dose terapêutica → Iniciar AD Qual esquema usar? Preferência para aqueles com menor risco de virada I) Bupropiona + Lítio ou Ácido Valpróico II) ISRS + Olanzapina Guidelines CANMAT 2018 – Mania CANMAT 2018 – Depressão CANMAT 2018 – Manutenção Obs: Lítio e Quetiapina são tratamentos para as 3 fases (Mania, Depressão e Manutenção) 3. Hipotireoidismo induzido por Drogas Hipotireoidismo induzido por drogas, muitas vezes, podem manter o uso da medicação se associado levotiroxina ao tratamento. Drogas como lítio e amiodarona alteram a função tireoidiana por conterem iodo na sua composição. O Interferon-alfa está associado ao hipotireoidismo por interferir no desenvolvimento de anticorpos antitireoidianos. Não há evidências para o rastreamento da função tireoidiana na população geral Eletroconvulsoterapia (ECT) A eletroconvulsoterapia (ECT) é o tratamento somático mais antigo e provavelmente o mais controverso utilizado na prática psiquiátrica atual. A visão estigmatizada de associação a tortura se justificou durante um período em que o método era aplicado de forma indiscriminada, sem consentimento do paciente ou dos familiares e na ausência de dispositivos hoje considerados essenciais, como anestesia e relaxantes musculares. Durante as últimas duas décadas diversos estudos têm demonstrado a eficácia da ECT, método extremamente seguro e que atualmente tem o conforto assegurado pela anestesia. A eletroconvulsoterapia é um procedimento considerado seguro. Sabe-se atualmente que o risco associado à ECT não é superior ao de uma anestesia geral. Não há contraindicações absolutas à ECT, mas algumas condições como arritmias, hipertensão arterial severa, ICC, tumores cerebrais, TCE, AVC, epilepsia, malformações cerebrovasculares e glaucoma agudo de ângulo fechado exigem atenção de um médico especialista para minimizar os riscos do procedimento. A ECT é uma prática encorajada pelas principais sociedades de psiquiatria no mundo e apresenta uma série de indicações na medicina moderna. Não há evidências de melhora clínica de transtornos de personalidade com uso de ECT. As indicações da ECT são: necessidade de melhora rápida em quadros depressivos, preferência do paciente, períodos como gravidez e lactação, tratamento agudo inicial para depressão severa com sintomas psicóticos e alto risco de suicídio, depressão resistente aos antidepressivos e controle rápido de sintomas da catatonia e da desordem maníaca severa prolongada. É também empregada em casos de síndrome neuroléptica maligna, doença de Parkinson como comorbidade na depressão, psicose e como doença principal. Por ter ação anticonvulsivante, pode ser indicada em casos de epilepsia e desordens do humor comórbidas. Intoxicações: Anticolinérgicos: As características clássicas da síndrome anticolinérgica incluem: Vermelhidão: Hiperemia cutânea significativa com aumento da temperatura local, perda da produção de suor pelas glândulas sudoríparas inervadas por receptores muscarínicos, xerostomia, hipertermia, cegueira temporária, ansiedade, agitação, disartria, confusão mental, desorientação, alucinações visuais, delirium, psicose, coma e convulsões, retenção urinária, etc Lítio: Diarreia, vômitos, sonolência, fraqueza muscular e falta de coordenação podem ser os primeiros sinais de intoxicação de lítio, e podem ocorrer em concentrações de lítio abaixo de 2,0 mEq/L. Em concentrações mais elevadas podem ocorrer vertigem, ataxia, visão turva, zumbido aumento do débito urinário, ao exame neurológicoHIPERREFLEXIA, ATAXIA e TREMORES. Organofosforados: A intoxicação por organofosforados tem o quadro clínico característico de hiperestimulação colinérgica, podendo ocorrer intoxicação aguda, sub-crônica ou crônica (neurotoxicidade tardia). Quando ocorre intoxicação aguda há um conjunto de sintomas denominados síndrome parassimpaticomimética, muscarínica ou colinérgica. A exposição do indivíduo a baixos níveis do composto está associada a lacrimejamento, salivação e micção/defecação involuntárias. Níveis mais elevados são associados a confusão, ataxia, diminuição dos reflexos, convulsões, coma e paralisia no centro respiratório. A evolução dos sintomas até a morte decorre da insuficiência respiratória, produzida pelo conjunto de ações muscarínicas nos brônquios, nicotínicas nas placas motora e centrais. Tricíclicos: A toxicidade moderada do antidepressivo tricíclico se apresenta como sonolência, confusão, fala arrastada, ataxia, mucosas secas e axilas, taquicardia ventricular, retenção urinária, mioclonia e hiperreflexia.
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