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Transtornos de humor

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I. Transtornos de humor 
Definições 
 Humor e Afeto: Emoções, sentimentos e afetividade 
 Humor: Hipertímico (elado, exaltado), Eutípico (normal) ou Hipotímico (deprimido, triste) 
 Tônus afetivo, estado emocional basal e difuso. 
 Afeto: Hipermodulável, modulável, hipomodulável ou embotado. Sintônico ou Distônico. 
 Tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental. 
Exemplos de quadros de humor 
 Transtorno Depressivo Maior 
 Distimia 
 Transtorno Disfórico Pré-Menstrual 
 Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor 
 Transtorno Bipolar 
 Ciclotimia 
 Quadros relacionados a drogas 
 Quadros relacionados a medicações 
 Quadros relacionados a condições clínicas 
1. Depressão 
É uma condição de difícil tratamento, que necessita de um acompanhamento médico e psicológico. 
O PHQ é um questionário que auxilia no diagnóstico e acompanhamento da resposta terapêutica da Depressão - Possui 
uma ótima especificidade (96%), mas baixa sensibilidade (54%). 
Quadro clínico 
 Início insidioso e subagudo 
 Tristeza (intensa ou duradoura) ou Anedonia 
 Apatia 
 Falta de ânimo, cansaço ou fadiga 
 Alterações de Psicomotricidade 
 Alterações do sono, apetite ou libido 
 Sentimento de culpa ou inutilidade 
 Baixa autoestima 
 Desesperança 
 Ideias de ruína 
 Irritabilidade 
 Pensamentos de morte e ideação suicida 
• Apresentação ao Exame Psíquico: 
 Apresentação: Descuidada 
 Consciência: Vigil 
 Orientação: Orientado auto e alopsiquicamente 
 Atenção: Globalmente diminuída ou Hipertenacidade 
 Pensamento: Lentificado com forma e conteúdo normais 
 Psicomotricidade: Diminuída 
 Humor: Hipotímico 
 Afeto: Sintônico 
 Sensopercepção: Normal 
 Volição: Diminuída 
 Memória: Normal 
 Crítica e noção de doença: Presente 
Critérios Diagnósticos 
Ter 5 dos 9 sintomas, sendo pelo menos um deles, tristeza ou anedonia 
Durar mais de 15 dias, a maior parte dos dias 
Causar prejuízo e sofrimento 
Excluídas outras causas 
Nunca houve episódio de Mania ou Hipomania. 
 
Diagnósticos Diferenciais 
 Luto: até 6 meses após a perda -> humor oscila em “ondas” de acordo com ao se pensar na perda; sente um 
vazio ou uma perda; pensamento de culpa e de lembranças do falecido; tempo alivia os sintomas; ideações de morte 
são ligadas ao falecido (se juntar a ele). 
 Quadro de Ajustamento: geralmente é um quadro leve e transitório e exclusivamente relacionados à perda 
em questão. Podem desencadear um quadro depressivo. 
Tratamento 
Não medicamentoso e Medicamentoso 
 Não medicamentoso: Exercício físico, higiene do sono, diminuir estressores, melhorar alimentação, 
melhorar funcionamento e relações sociais, práticas integrativas e psicoterapia. 
 Medicamentoso: ISRS, ISRNS, ADT, Inibidores seletivos de receptação de noradrenalina e dopamina, IMAO e 
Atípicos. 
Antidepressivos 
 Em geral: 
 Iniciar com dose mínima ou subdose; aumentos graduais; período de latência médio de 10-15 dias; 
esperar 2-4 semanas em cada dose para avaliar resposta; aumentar sempre que tiver resposta parcial; utilizar por 
tempo suficiente: 8-12 semanas ou 4-8 semanas após atingir dose máxima. Todos podem causar Síndrome de 
Descontinuação (quando há retirada brusca da medicação). 
 1ª Linha: 
 I- Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) -> Mais usados; primeira escolha (devido 
a boa resposta e segurança); iniciar com dose mínima e aumentar gradualmente. Possuem poucos efeitos 
colaterais e poucas interações medicamentosas. Seguros em qualquer faixa etária. Dose mínima já tem efeito 
terapêutico. 
 Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã após refeição. 
 Fluoxetina (20-80mg), Sertralina (50-200mg), Paroxetina (20-60mg), Citalopram (20-60mg), 
Escitalopram (10-30mg), Fluvoxamina (50-300mg). 
• Fluoxetina → A fluoxentina é um inibidor potente da enzima citocromática CYP2D6 e moderado da 2C19, 
que fazem parte do citocromo P450, portanto, pode causar interações medicamentosas ao alterar os níveis 
sanguíneos de outros medicamentos que dependem dessas enzimas para eliminação ou ativação. O 
citalopram, o escitalopram e a sertralina são os que menos inibem as enzimas hepáticas. 
• Disfunção Sexual: A dopamina melhora a função sexual, a serotonina inibe o desejo, a ejaculação e o 
orgasmo. ISRS podem ser utilizados em pacientes com ejaculação precoce, parafilias e excesso de libido. 
• Citalopram é útil no controle da agitação e paranóia em pacientes com demência, este medicamento deve 
ser evitado em pacientes com risco aumentado de arritmias e descontinuado em pacientes com medições 
persistentes corrigidas de QT> 500 milissegundos. 
 
 II- Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN ou duais) -> Potentes; poucas 
interações; menos efeitos colaterais que ADT; devem ser tomados SEMPRE no mesmo horário para evitar efeitos 
adversos; muitos sintomas de introdução e retirada; possuem efeito NORADRENÉRGICO -> modulação de dor; não 
são disponíveis pelo SUS; 
 Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã. 
 Venlafaxina (75-300mg); Desvenlafaxina (50-200mg); Duloxetina (30-120mg). 
• Venlafaxina → pertence à classe dos inibidores da recaptação da serotonina-noepinefrina (ISRSN). Com 
exceção da Duloxetina, os fármacos dessa classe podem aumentar a pressão arterial, especialmente em 
doses mais altas (> 300 mg/dia). Portanto, a pressão arterial deve ser avaliada antes de iniciar e monitorada 
durante o tratamento (a cada 2 ou 6 meses, por exemplo) em pacientes que recebem doses altas 
• Duloxetina → um paciente com sintomas sugestivos de um transtorno depressivo, porém também com 
quadro de neuropatia diabética, a duloxetina apresenta boa ação no controle de neuropatia diabética. 
 
 III- Antidepressivos Tricíclicos -> são mais antigos; possuem efeito ANTICOLINÉRGICO (centrais e 
periféricos), p.ex.: boca seca, constipação, alteração de condução cardíaca, sintomas cognitivos; causam sono e 
aumentam apetite (ganho ponderal); em dose baixa modulam dor (efeito noradrenérgico); pouco utilizado em 
idosos (menos ruim: Nortripitlina); Dose Terapêutica geralmente muito diferente da Dose de Apresentação 
 Amitriptilina 25mg (75-300mg); Clomipramina (75-300mg); Nortriptilina (25-200mg); 
Imipramina (100-300mg); Doxepina (75-300mg). 
• Tricíclicos → podem reduzir a variabilidade da frequência cardíaca, diminuir a condução atrioventricular e 
causar várias arritmias. A diminuição da condução cardíaca tem sido comparada aos efeitos dos antiarrítmicos 
como a quinidina e procainamida. Podem causar HIPERPROLACTINEMIA. 
• Amitriptilina → é um antidepressivo tricíclico, principalmente utilizado como tratamento de transtorno 
depressivo e enurese noturna. Apresenta, como efeitos adveros: sonolência, dificuldade de concentração, 
visão turva e pupilas dilatadas, xerostomia e alteração do paladar, náusea, prisão de ventre e ganho ponderal, 
fadiga, desorientação, redução da coordenação muscular, aumento da transpiração, tontura, cefaleia, 
palpitação, pulso rápido, alteração da libido, impotência, urticária, coceira, erupções cutâneas, inchaço no 
rosto e/ou língua, prolongamento do intervalo QT no ECG e leucopenia e eosinofilia, como alterações 
laboratoriais. O principal efeito adverso, entretanto, é a hipotensão postural, a qual pode até mesmo 
precipitar um IAM e AVC, e cuja gravidade é mais acentuada em pacientes com bloqueio de ramo e/ou com 
insuficiência cardíaca. Em geral, é contraindicado na presença de hipersensibilidade aos componentes da 
fórmula, em pacientes em uso de inibidores da monoaminooxidase (MAO) e cisaprida e período agudo (30 
dias) de recuperação pós-infarto do miocárdio. É contraindicada para pacientes com infarto agudo do 
miocárdio e portadores de bloqueio de ramo. A atividade antimuscarínica, antialfa-1 adrenérgica e a 
capacidade de bloquear canais de sódio no miocárdio a tornam uma droga potencialmente prejudicial para 
vários pacientes• TOC: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença que se caracteriza por um caráter compulsivo 
em relação a comportamentos ou atos mentais repetitivos que devem ser realizados respondendo a uma 
obsessão ou regras criadas; e um obsessivo em relação a pensamentos ou impulsos recorrentes que causem 
sofrimento ou ansiedade ao paciente. Diversos fatores genéticos e ambientais contribuem para o TOC, um dos 
principais são alterações neuronais no circuito cortico-estriado-talâmico-cortical que resultaria no surgimento 
dos sintomas. O quadro clínico pode conter elementos de obsessão, compulsão ou ambos, com diferentes 
graus de intensidade. Os primeiros sintomas geralmente surgem em pacientes jovens, na infância ou 
adolescência, aparecendo de forma mais precoce em homens. As mulheres adultas tem maior taxa de 
incidência da doença em comparação com o sexo oposto. O diagnóstico da síndrome é clínico. O tratamento 
é feito por meio de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e/ou com uso de inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina (ISRS), outra opção com boa eficácia é o uso de clomipramina (antidepressivo 
tricíclico. A manifestação obsessiva do TOC é caracterizada por pensamentos ou impulsos recorrentes que 
geralmente causam sofrimento no paciente. O uso de antidepressivos tricíclicos como a clomipramina resulta 
em melhora clínica. Nos pacientes refratários para o tratamento com TCC e farmacoterapia, a psicocirurgia é 
um tratamento eficaz. O uso de clomipramina costuma ter boa resposta clínica. É uma condição com etiologia 
neurobiológica bem consolidadas nos estudos, respondendo ao uso de antidepressivos para melhora dos 
sintomas. É uma doença que se inicia em sua maioria em pacientes jovens, sendo pouco comum o início após 
os 30 anos de idade. 
• Migrânea: . Características típicas da migrânea ou enxaqueca: pulsátil, unilateral, forte, náusea. A profilaxia 
medicamentosa de pacientes com enxaqueca é indicada habitualmente quando há mais de duas crises por 
mês ou na presença de crise única que prejudique qualidade de vida. A medicações de primeira escolha nesse 
contexto incluem anti-hipertensivos (propranolol), antidepressivos (amitriptilina) e anticonvulsivantes 
(topiramato e valproato). Os antidepressivos tricíclicos têm eficácia comprovada por vários estudos em 
profilaxia de migrânea. Admite-se que ajam por inibir a recaptação da serotonina e noradrenalina. Sua ação 
antimigranosa independe da ação antidepressiva. Essas drogas são particularmente úteis na migrânea 
associada a sintomas depressivos, insônia, abuso de analgésicos e ergóticos, alta freqüência de crises e cefaléia 
do tipo tensional. Até o momento, não há dados convincentes para a indicação de inibidores seletivos da 
recaptação da serotonina na profilaxia da migrânea. A escolha da droga é realizada de acordo com as 
comorbidades e o perfil de efeitos colaterais. Propranolol é boa escolha para hipertensos e quem tem tremor 
essencial, devendo ser evitado em asmáticos e pacientes com bloqueios atrioventriculares. Amitriptilina é 
opção razoável para aqueles com insônia e transtornos de humor como ansiedade e depressão, sendo 
sonolência excessiva e ganho ponderal efeitos indesejados. Topiramato pode ser útil em pacientes com 
epilepsia e tem como vantagem levar a perda ponderal, por outro lado pode piorar litíase renal e levar a 
dificuldade de memória. Valproato ou Ácido Valpróico também pode ser utilizado para tratar epilepsia ou 
transtorno bipolar, porém pode levar a mal-formações fetais. 
INTOXICAÇÃO por Tricíclicos 
Síndrome Anticolinérgica: Boca seca, turvação visual, pele e mucosa quentes e secas, 
retenção urinária, redução do peristaltismo, TAQUICARDIA, e midríase. 
 IV- Antidepressivos Atípicos 
 Mirtazapina, Bupropiona¹, Agomelatina, Trazodona², Maprotilina, Reboxetina³. 
¹ Usado também para dependência de Nicotina -> é um inibidor seletivo da noradrenalina e dopamina 
² Antidepressivo atípico com boa resposta ansiolítica e efeito sedativo (bom para insônia) 
³ Indicado para Depressão grave 
• Bupropiona → é um antidepressivo atípico, que pode aumentar o efeito neuroexcitatório e/ou 
potencializador de convulsões pois pode reduzir o limiar de convulsão, principalmente quando utilizado em 
doses altos. Portanto, é importante monitorar a terapia 
• Trazodona → é um modulado da serotonina e pode causar priapismo como efeito adverso. Portanto, é 
importante instruir o paciente a procurar assistência médica para ereção com duração > 4 horas e utilizar 
com cuidado em pacientes com condições que podem predispor ao priapismo, como anemia falciforme, 
mieloma múltiplo, leucemia 
 IV- Inibidores da Monoaminoxidase 
 Promovem o acúmulo de dopamina, noradrenalina e serotonina. 
 O uso de drogas que se relacionem com essas vias deve ser evitado devido ao risco de efeitos 
adversos importantes: 
 Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos 
(Clomipramina) ou opiáceos (Tramadol) podem levar a quadros de síndrome serotoninérgica 
(hiperatividade neuromuscular, hiperatividade autonômica, e alterações do nível de consciência). 
 Já a associação com o Modafinil (STAVIGILE®) pode levar a quadros hipertensivos 
importantes e também deve ser evitado. 
 Não existe contraindicação à reposição de hormônios tireoidianos em pacientes 
usando inibidores da MAO. 
Estratégia terapêutica (normalmente): 
 1ª escolha: ISRS (dose e tempo suficientes) 
 Resposta parcial -> Potencializa 
 Sem resposta -> trocar por outro ISRS 
 Resposta parcial -> Potencializa 
 Sem resposta -> Trocar por outra categoria 
 O Escitalopram é um ISRS de metabolização hepática, que possui poucos efeitos adversos para a população 
idosa, sendo muito utilizado na prática. 
 A Mirtazapina tem eliminação renal, não estando indicada para esse paciente. 
 Os tricíclicos, além de serem drogas proscritas em idosos devido a seus efeitos anticolinérgicos, não devem 
ser usados nesse paciente com HPB. 
 A bupropiona tem potencial epileptogênico, também não sendo a medicação de escolha para esse paciente 
 Casos graves ou refratários: 
 Associações de AD com mecanismos diferentes 
 Associação de potencializadores (Lítio, Antipsicótico Atípico, T3) 
 Terapia orgânicas (Estimulação Magnética Transcraniana [TMS], Eletroconvulsoterapia [ECT]) 
 Uso de Quetamina 
 Por quanto tempo? 
 1ª crise depressiva: 6m-1 anos 
 2ª crise: 3-5 anos 
 3ª crise: manutenção crônica ou +/- 10 anos 
 Dicas do tratamento farmacológico 
 Causam sono (bom para insônia): ADT, Paroxetina, Mirtazapina, Trazodona e Agomelatina. 
 Aumentam apetite (paciente com hiporexia): Paroxetina, ADT e Mirtazapina; 
 Diminuem peso (paciente com hiperexia): Bupropiona e Fluoxetina. 
 Afetam menos ou aumentam o libido: Bupropiona, Trazodona, Mirtazapina e Vortioxetina. 
 Dores crônicas: Medicações noradrenérgicas (Duais e ADT). 
Adjuvantes para sono 
 1. BZDs. 
 2. Drogas Z: Zolpidem, Zopiclone e Escopiclone. 
 3. Antidepressivos sedativos: ADT (dose baixa), Mirtazapina, Trazodona, Agomelatina. 
 4. Antipsicóticos (baixas doses): Quetiapina, Cloprormazina, Levomepromazina. 
 5. Anticonvulsivantes: Pregabalina e Gabapentina. 
2. Transtorno de Humor Bipolar 
Quadro clínico 
 Quadro de humor Crônico e Recorrente que oscila entre dois polos - Depressão e Mania - intercalados por 
períodos Eutímicos. 
 As vezes pode fazer uma “ciclagem rápida” -> passagem de um polo direto para o outro (menos comum) 
 Etiologia multifatorial (genética é fator importante aqui) 
 Apresentações: 
 Mania e Hipomania: 
 Alegria ou Raiva exagerada, Grandiosidade, Aceleração de Pensamento e Aumento de 
comportamento de Risco; 
 Depressão: Tristeza, Anedonia, Culpa, Pensamentos de morte, Dificuldade de concentração; 
 Misto: Um pouco de cada polo (“depressão agitada”). 
 
 Oscilação do Humor normal Oscilação do Humor patológicaLabilidade Emocional 
• Apresentação ao Exame Psíquico do Estado de DEPRESSSÃO: 
 Idem à do Transtorno de humor depressivo unipolar 
• Apresentação ao Exame Psíquico do Estado de MANIA: 
 Apresentação: Extravagante, maquiagem exagerada 
 Consciência: Vigil 
 Orientação: Desorientado em tempo, orientado em espaço e alopsiquicamente 
 Atenção: Hipervigil e Hipotenaz 
 Pensamento: Aceleração, forma com fuga de ideias e conteúdo com delírios de grandeza (sintomas psicóticos) 
 Fala: Acelerada 
 Psicomotricidade: Aumentada (inquieto) 
 Humor: Hipertímico 
 Afeto: Sintônico 
 Sensopercepção: Normal 
 Volição: Aumetnada 
 Memória: Normal 
 Crítica e noção de doença: Ausente 
Diagnóstico 
 Diagnóstico Clínico 
 Alta herdabilidade e grande influência genética 
 Distribuição igual entre sexos 
 Maior risco de suicídio 
 Início mais precoce que depressão unipolar (+/- aos 20 anos de idade) 
 Excluir outras causas de alteração de comportamento (especialmente se presença de sintomas psicóticos) 
Tipos Clássicos 
 Dois tipos Clássicos: 
 TB Tipo 1: 
 Depressões, Hipomania, Mania ou Mistos 
 Prevalência de 0,9% 
 TB Tipo 2: 
 Depressões ou Hipomonia 
 Mais leve -> menos diagnosticado, apesar de ser mais comum (1,1 – 2,4%) 
 
Critérios Diagnósticos 
!!!! MANIA !!!! 
 
Hipomania 
 
Depressão Bipolar 
 
 
 
Tratamento 
Não medicamentoso e Medicamentoso 
 Não medicamentoso: Psicoterapia, Psicoeducação, Mindfulness e Melhora do sono e alimentação. 
 Medicamentoso (muito importantes para o tratamento): Estabilizadores de Humor → Lítio, 
Anticonvulsivantes e Antipsicóticos Atípicos. 
 
 
Se elevado -> 4 critérios 
Se disfórico -> 3 critérios 
7 dias 
Obrigatório um ou outro 
 Mais 4, pelo menos 
4 dias 
Nunca tem sintomas psicóticos 
Diferença nos critérios 
da DP Unipolar 
 
Estabilizadores de Humor 
 
 I- Lítio -> Dose depende da litemia -> Média 600 - 1200mg; Íon não essencial para o 
desenvolvimento. Evidência apenas para o tratamento de bipolaridade. Não se liga a proteínas plasmáticas. 
Eliminação Renal e Dialisável → Importante acompanhar Função Renal e Tireoide. 
 Apresentação: VO, 300 ou 450mg 
 Dose inicial: 300mg, VO, 1-2x ao dia 
 Dose terapêutica: Depende da litemia (faixa estreita – alto risco de intoxicação) 
 Jovens: Entre 0,6 e 1,2 mEq/L (600 - 1500mg) 
 Idoses: Entre 0,4 e 0,8 mEq/L 
 Intoxicação: 
 
Sintomas: Astenia, sonolência, alteração na fala, intolerância ao frio, constipação intestinal, tremores, polidipsia, 
poliúria, incontinência urinária, diarreia e palpitações e déficit de memória 
Intoxicaçao é COMUM → ocorre em até 90% dos pacientes tratados 
Não há antídoto → Diminuir tempo de exposição 
Monitorização e Exame neurológico 
Exames: ECG ,Ureia, creatinina Sódio, potássio, Cálcio, magnésio, Hemograma completo, TSH e T4L (em caso de nível 
alterado de consciência), Litemia sérica, Glicemia capilar, Exame toxicológico para outras possíveis intoxicações, ß-
HCG em mulheres com potencial gestação 
!!!Hidratação!!! + Descontaminação gastrointestinal (controverso) + carvão ativado (não há indicação formal, mas 
geralmente não há intoxicação apenas por lítio, então na prática se faz). 
Diálise se: 1) litemia ≥ 4; ou 2) litemia ≥ 2,5 com sintomas importantes. 
 II- Anticonvulsivantes -> Potentes; poucas interações; menos efeitos colaterais que ADT; devem ser 
tomados SEMPRE no mesmo horário para evitar efeitos adversos; muitos sintomas de introdução e retirada; 
possuem efeito NORADRENÉRGICO -> modulação de dor; não são disponíveis pelo SUS; 
 Posologia: VO, dose única diária, normalmente pela manhã. 
 1ª Escolha: Ácido Valpróico (750-2.000mg) indicado principalmente nos estados misto; 
Lamotrigina (100-400mg). 
 2ª ou 3º escolhas: Carbamazepina e Oxicarbazepina. 
 
 III- Antipsicóticos (Atípicos – principalmente) -> são mais antigos; possuem efeito 
ANTICOLINÉRGICO (centrais e periféricos), p.ex.: boca seca 
 Atípicos: Quetiapina, Olanzapina, Risperidona, Lurasidona 
 Típicos - 3ª ou 4ª escolha: Haldol 
Antidepressivos 
NUNCA DEVEM SER USADOS EM MONOTERAPIA 
Podem induzir “virada maníaca” e não trata a fisiopatologia (apesar dos sintomas depressivos) 
Tricíclicos fazem mais virada do que ISRS 
 Como usar Antidepressivos no Transtorno de Humor Bipolar? 
 Iniciar EH → Chegar em dose terapêutica → Iniciar AD 
 Qual esquema usar? Preferência para aqueles com menor risco de virada 
 I) Bupropiona + Lítio ou Ácido Valpróico 
 II) ISRS + Olanzapina 
Guidelines 
CANMAT 2018 – Mania CANMAT 2018 – Depressão CANMAT 2018 – Manutenção 
 
Obs: Lítio e Quetiapina são tratamentos para as 3 fases (Mania, Depressão e Manutenção) 
3. Hipotireoidismo induzido por Drogas 
 Hipotireoidismo induzido por drogas, muitas vezes, podem manter o uso da medicação se associado 
levotiroxina ao tratamento. 
 Drogas como lítio e amiodarona alteram a função tireoidiana por conterem iodo na sua composição. 
 O Interferon-alfa está associado ao hipotireoidismo por interferir no desenvolvimento de anticorpos 
antitireoidianos. 
Não há evidências para o rastreamento da função tireoidiana na população geral 
Eletroconvulsoterapia (ECT) 
A eletroconvulsoterapia (ECT) é o tratamento somático mais antigo e provavelmente o mais controverso utilizado na 
prática psiquiátrica atual. A visão estigmatizada de associação a tortura se justificou durante um período em que o 
método era aplicado de forma indiscriminada, sem consentimento do paciente ou dos familiares e na ausência de 
dispositivos hoje considerados essenciais, como anestesia e relaxantes musculares. Durante as últimas duas décadas 
diversos estudos têm demonstrado a eficácia da ECT, método extremamente seguro e que atualmente tem o 
conforto assegurado pela anestesia. 
A eletroconvulsoterapia é um procedimento considerado seguro. Sabe-se atualmente que o risco associado à ECT 
não é superior ao de uma anestesia geral. 
Não há contraindicações absolutas à ECT, mas algumas condições como arritmias, hipertensão arterial severa, ICC, 
tumores cerebrais, TCE, AVC, epilepsia, malformações cerebrovasculares e glaucoma agudo de ângulo fechado 
exigem atenção de um médico especialista para minimizar os riscos do procedimento. 
A ECT é uma prática encorajada pelas principais sociedades de psiquiatria no mundo e apresenta uma série de 
indicações na medicina moderna. 
Não há evidências de melhora clínica de transtornos de personalidade com uso de ECT. 
As indicações da ECT são: necessidade de melhora rápida em quadros depressivos, preferência do paciente, períodos 
como gravidez e lactação, tratamento agudo inicial para depressão severa com sintomas psicóticos e alto risco de 
suicídio, depressão resistente aos antidepressivos e controle rápido de sintomas da catatonia e da desordem 
maníaca severa prolongada. É também empregada em casos de síndrome neuroléptica maligna, doença de 
Parkinson como comorbidade na depressão, psicose e como doença principal. Por ter ação anticonvulsivante, pode 
ser indicada em casos de epilepsia e desordens do humor comórbidas. 
Intoxicações: 
Anticolinérgicos: As características clássicas da síndrome anticolinérgica incluem: Vermelhidão: Hiperemia cutânea 
significativa com aumento da temperatura local, perda da produção de suor pelas glândulas sudoríparas inervadas 
por receptores muscarínicos, xerostomia, hipertermia, cegueira temporária, ansiedade, agitação, disartria, confusão 
mental, desorientação, alucinações visuais, delirium, psicose, coma e convulsões, retenção urinária, etc 
Lítio: Diarreia, vômitos, sonolência, fraqueza muscular e falta de coordenação podem ser os primeiros sinais de 
intoxicação de lítio, e podem ocorrer em concentrações de lítio abaixo de 2,0 mEq/L. Em concentrações mais 
elevadas podem ocorrer vertigem, ataxia, visão turva, zumbido aumento do débito urinário, ao exame neurológicoHIPERREFLEXIA, ATAXIA e TREMORES. 
Organofosforados: A intoxicação por organofosforados tem o quadro clínico característico de hiperestimulação 
colinérgica, podendo ocorrer intoxicação aguda, sub-crônica ou crônica (neurotoxicidade tardia). Quando ocorre 
intoxicação aguda há um conjunto de sintomas denominados síndrome parassimpaticomimética, muscarínica ou 
colinérgica. A exposição do indivíduo a baixos níveis do composto está associada a lacrimejamento, salivação e 
micção/defecação involuntárias. Níveis mais elevados são associados a confusão, ataxia, diminuição dos reflexos, 
convulsões, coma e paralisia no centro respiratório. A evolução dos sintomas até a morte decorre da insuficiência 
respiratória, produzida pelo conjunto de ações muscarínicas nos brônquios, nicotínicas nas placas motora e centrais. 
Tricíclicos: A toxicidade moderada do antidepressivo tricíclico se apresenta como sonolência, confusão, fala 
arrastada, ataxia, mucosas secas e axilas, taquicardia ventricular, retenção urinária, mioclonia e hiperreflexia.

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