Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
I. Transtornos psicóticos 1. Psicose Psicopatologia Psicose: caracterizada por uma DESCONEXÃO COM A REALIDADE, cujos sintomas típicos são: 1- Desorganização Comportamento desorganizado ou francamente bizarro Alteração da forma do pensamento 2- Delírios – “CERTEZA PATOLÓGICA”, ideia fixa, irremovível, não passível de argumentação lógica. Alteração do conteúdo do pensamento – da interpretação da realidade. Tipos: Persecutório (mais comum 75-80%), grandioso, místico-religioso, ruína, infestação, doença, erotomaníaco. 3- Alucinações – Vê, ouve ou sente coisas que NÃO EXISTEM Alteração da Sensopercepção (audição, visão, tato...) Classificação Psicoses são diagnósticos SEMPRE de exclusão e pode ser classificadas em: Primárias: 1) Equizofrenia; 2) Outros (T. delirante persistente, T. psicótico breve, T. esquizofreniforme, T. esquizoafetivo); Secundários: 1) Psiquiátrias (depressão ou mania com sintomas psicóticos); 2) Clínicas (delirium, tireoide, fígado, rim, doenças neurológicas); 3) Droga e medicações (maconha, estimulantes, abstinência alcóolica, corticoides, antibióticos, psicotrópicos). 1. Equizofrenia Definição É um quadro Psicótico Primário Grave, crônico, de curso progressivo e prognóstico ruim, marcado por rupturas com a realidade com crises de Delírios e Alucinações, associadas com deterioração progressiva das funções cognitivas e dos afetos ao longo dos anos. Classicamente, pode ser entendida como uma Doença Neurodegenerativa. Atualmente, é entendida como uma Doença do Neurodesenvolvimento. A etiologia indica influência por fatores genéticos e ambientais. Até 85% dos pacientes NÃO possuem familiares próximos com a doença. Epidemiologia Classicamente é uma doença de Adulto Jovens (16-24 anos → 1º PICO) Segundo pico (menor) aos 40 anos Após os 40 anos é raro e considerado tardio Muito rara antes dos 12 anos e após os 60 anos Homens > Mulheres → 1,4 : 1 Mulher é mais tardio Alta mortalidade → mortalidade indireta (medicações, tabagismo, descuidado, negligênciados) Fisiopatologia Sintoma psicótico → EXCESSO DE DOPAMINA especialmente na VIA MESOLÍMBICA (não é a causa, mas é a via final mais comum) → gera saliência aberrante Fatores predisponentes + fatore desencadeantes → Aumento de Dopamina a nível pré-sináptico dos receptores D2 → Percepção/Interpretação errônea da realidade (saliência aberrante) → PSICOSE Quadro Clínico Sintomas POSITIVOS: Delírios, alucinações... Sintomas NEGATIVOS: Apatia, anedonia, embotamento cognitivo... Diagnóstico DSM V Mais de 6 meses de sintomas com pelo menos 1 mês de uma crise marcada, tendo pelo menos 2 (obrigatório ao menos 1 dos 3 primeiros) dos 5 sintomas característicos, apresentando prejuízo funcional e que não é explicado por outras causas: Solicitar Exames para excluir outras causas de alterações de comportamento em pacientes em que haja suspeita diagnóstica de origem clínica. É mandatório solicitar EXAMES GERAIS E DE IMAGEM DA CABEÇA no PRIMEIRO EPISÓDIO PSICÓTICO. Paciente com quadro típico, epidemiologia favorável e já com diagnosticado de esquizofrenia não há necessidade. Tratamento Não medicamentoso e Medicamentoso !!!IMPORTANTE!!! ------- Antipsicóticos tratam a PSICOSE, não tratam a ESQUIZOFRENIA ------- Não medicamentoso (Principal): Psicoterapia, intervenção psicossocial, terapia ocupacional, intervenção familiar, emprego protegido... Medicamentoso: ANTIPSICÓTICOS (Típicos e Atípicos) Antipsicóticos Típicos Ex.: Haloperidol, Clorpromazina, Levomepromazina, Periciazina, Pimozida, Clopixol. Antigos, 1ª geração → Forte Ação Dopaminérgica em diversas vias da dopamina Causam Sintomas Extrapiramidais (sintomas motores) → Inibição da dopamina na Via Nigroestriatal Agudos: Parkinsonismo secundário (rigidez, bradicinesia, tremor); Acatisia; Distonia Aguda. Crônicos: Discinesia tardia; Discinesia crônica. Tratamento da SEP → Biperideno ou troca do antipsicótico Causam mais hiperprolactinemia Podem causar Síndrome Neuroléptica Maligna* Não há evidências de que antipsicóticos como Haloperidol sejam benéficos no tratamento de agitação psicomotora em pacientes com demência, além disso, foi associado ao prolongamento clinicamente significativo do intervalo QT e alterações do potássio sérico. Não aumenta risco de acidente cérebro vascular. Atípicos → são os de 1ª escolha Novos, 2ª geração → Ação Dopaminérgica + Ação Serotoninérgica (equilibra a ação dopaminérgica) Ex.: Risperidona, Quetiapina, Olanzapina, Aripiprazol, Ziprazidona, Lurasidona, Amilsulprida, Clozapina. Causam menos SEP e hiperprolactinemia. Podem agir em sintomas negativos (?), cognitivos e depressivos Efeito adverso: Síndrome metabólica Os antipsicóticos de segunda geração, dentre os quais temos a Clozapina, Olanzapina, Quetiapina e Risperidona, estão menos relacionados ao surgimento de sintomas extrapiramidais que os de primeira geração (Clorpromazina e Haloperidol) Dentre os medicamentos mais comumente relacionados à SIADH (Síndrome de Secreção Inapropriada do Hormônio Antidiurético) temos a clorpropamida, carbamazepina, oxcarbazepina, ciclofosfamida e inibidores seletivos da recaptação da serotonina !!!! SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA !!!! Pode ser causada por QUALQUER BLOQUEADOR DOPAMINÉRGICO, mas especialmente antipsicóticos típicos via parenteral. É uma reação idiossincrática. O quadro clínico é caracterizado por Alteração de consciência, Febre, Tigidez muscular severa Sialorreia Trismo Distonia, tremor e bradirreflexia Instabilidade autonômica O tratamento específico: bromocriptina 2,5 mg VO 8/8h +/- dantrolene 0,25 a 2 mg/kg IV 6/6 a 12/12h. Diante de um quadro de provável intoxicação aguda, deve-se sempre (I) Reconhecer, de fato, a intoxicação; (II) Identificar o provável tóxico com base no quadro clínico; (III) Avaliar gravidade e iniciar estabilização, se possível e disponível com uso de antídotos; (IV) Reduzir a absorção e (V) aumentar a excreção do tóxico; (VI) Prevenir reexposição – avaliação psiquiátrica. As distonias agudas são contrações involuntárias dos principais grupos musculares e são caracterizadas por sintomas como torcicolo, retrocolo, crise oculogênica e opistótonos. Estes geralmente são rápidos no início e altamente perturbadores para os pacientes. A intoxicação por lítio afeta principalmente rins (IRA) e SNC. Na intoxicação aguda, as manifestações neurológicas surgem tardiamente (fraqueza, convulsão, ataxia, tremor, mioclonia, etc). Quanto ao tratamento, pode ser realizada a lavagem na primeira hora. Carvão ativado está contraindicado por não adsorver lítio. Pode-se lançar mão, também, de cristaloides e alcalinização da urina de modo a aumentar a excreção renal, mas a maior eficácia fica por conta da hemodiálise, que rapidamente baixa as concentrações e deve ser indicada em casos graves como o da nossa paciente. Um estado de excesso serotonérgico define a SÍNDROME SEROTONINÉRGICA, e muitas vezes é precipitado pela adição de um novo agente serotoninérgico ou uma substância que interfere com o metabolismo de um agente previamente tolerado. É tipicamente descrita com os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e inibidores da monoamina oxidase (IMAOs), ela vem sendo relatada com antidepressivos tricíclicos e antipsicóticos atípicos. Semelhante à síndrome serotoninérgica, a Síndrome Neuroléptica Maligna também apresenta rebaixamento do nível de consciência, hipertermia e agitação; no entanto, diferentemente da síndrome serotoninérgica, os efeitos musculares periféricos tendem a ser rigidez e hiporreflexia, ao invés de clônus e hiperreflexia. Isto ocorre devido a depleção dopaminérgica pelo uso de antagonistas da dopamina, como antipsicóticos. Anticonvulsivantes (ác. valproico; carbamazepina)estão associados à Delírios e Alucinações O uso de anticonvulsivantes em portadores de Transtorno Esquizofrênico pode piorar o quadro delirante alucinatório - não ocorre com ISRSs.
Compartilhar