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FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES FACULDADE DE ENGENHARIA SOUZA MARQUES CORROSÃO CÓDIGO: QUI 50062 PROFESSOR PAULO ASSIS BONAN ESPECIALISTA EM METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR RIO DE JANEIRO/2018 SUMÁRIO CORROSÃO – Generalidades/conceito. 2 TAXA DE CORROSÃO. 11 MEIOS CORROSIVOS. 14 PROCESSOS DE CORROSÀO. 16 FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DE CORROSÀO. 17 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - MÉTODOS PARA COMBATE A CORROSÃO. 19 REFERÊNCIAS 20 ANEXOS – FIGURAS 21 2 1. CORROSÃO 1.1 GENERALIDADES Conceito: Podemos definir corrosão como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos. Deterioração é indesejável: desgaste variações químicas ou modificações estruturais. Deterioração de materiais não metálicos, ex: ● concreto. ● borracha. ●polímeros. ●madeiras. Concreto: deterioração do cimento portland – ação do sulfato. Perda de elasticidade da borracha (provocada pela oxidação por ozônio). Madeira exposta a solução de ácidos e sais ácidos, perde a sua resistência devido a hidrólise da celulose. Com exceção de alguns metais nobres, que podem ocorrer no estado elementar, os metais são geralmente encontrados na natureza sob a forma de compostos, sendo comuns as ocorrências de óxidos e sulfatos metálicos. Os metais tendem a reagir espontaneamente com os líquidos ou gases do meio ambiente em que são colocados o ferro se “enferruja” ao ar e na água, e objetos de Prata escurecem quando exposto ao ar. O produto da corrosão de um metal é bem semelhante ao minério do qual é originalmente extraído. O óxido de ferro mais comumente encontrado na natureza é a hematita, e a ferrugem é o hidratado. 1.2 IMPORTÂNCIA Os problemas de corrosão são freqüentes e ocorrem nas mais variadas atividades, como por exemplo, nas indústriais químicas, petrolíferas, petroquímica, naval, de construção civil, na odontologia (restaurações metálicas, aparelhos de prótese) e na medicina (ortopedia). As perdas econômicas que atingem essas especialidades podem ser classificadas em: ● Perdas diretas. ●Perdas indiretas. 3 São perdas diretas: ● Custos para substituição das peças que sofreram corrosão (energia e mão de obra). ● Custos e a manutenção dos processos de proteção (catódicas recobrimentos e pinturas). São perdas indiretas: ● Paralisação acidental ou para limpeza ou para substituição de um tubo corroído. ● Perda do produto, como perdas de óleo, solução, gás ou água através de tubulações corroídas. ● Perda de eficiência. ● Nos motores de automóvel, por exemplo, os anéis de segmentos, os pistões e as paredes dos cilindros são continuamente corroídas pelos gases de combustão e condensadas. ● A contaminação do produto. Em alguns setores, embora a corrosão não seja muito representativa em teremos de custo direto, deve-se levar em consideração o que ela pode representar em: ● Questões de segurança: corrosão localizada em partes critica de aviões, trens, pontes, causando desastres que podem envolver perdas humanas. ●Interrupção de telefones: corrosão em cabos telefônicos. ● Preservação de monumentos histórica-Poluição Atmosférica: os poluentes, tais como: H2SO3 e H2SO4, atacam os materiais não metálicos, como a mármore ou cimento. ● Na ODONTOLOGIA: Materiais metálicos usados em restaurações ou obturações. Devem resistir à ação corrosiva da saliva e de alimentos. Ensaios acelerados: ● Imersão do material metálico em solução a 30% H2O2 período de 30 horas. ● Material metálico (tiras) em Becker contendo (NH4)2S em dessecador metálico e após 96 horas de exposição aos vapores lavar as tiras com CS, depois com acetona e comparar com as tiras de ligas não expostas aos vapores. ● Materiais de aço aprovados pela ASTM. Aço Inoxidável tipo AISI316:F-55-71 ●cromo: 20% ● níquel: 14% ●molibdênio: 4,00% - manganês: máximo - ferro: restante 4 1.3 CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS Uma importante consideração que não pode deixar de ser feita refere-se aos aspectos energéticos. A obtenção de um metal se faz à custa de certa quantidade de energia, a qual é cedida por intermédio dos processos metalúrgicos. Metalurgia Composto + Energia Metal Corrosão Como exemplo característico deste consumo energético pode ser citado: . redução térmica de minério de ferro, que exige consumo de C, sob a forma de carvão, e de combustível para se alcançar a temperatura de redução: Fe2O3 + 3C 2Fe + 3 CO Fe2O3 +3CO 2 Fe + 3 CO2 . redução eletrolítica de alumina Al203, para obtenção de alumínio usando-se a criolita Na3 Al F6, como eletrolítico e fundente. eletrólise Al203 2 Al + 3/2 O2 Para manter os metais protegidos contra a corrosão há necessidade de uma parcela adicional de energia. Essa energia pode ser representada por revestimentos protetores, inibidores de corrosão, proteção catódica ou proteção anódica. A Proteção catódica é o método que permite à medição precisa da quantidade de energia necessária a proteção integral de uma peça metálica sujeita a corrosão num eletrólito. 1.4 REAÇÃO REDOX Basicamente são dois os processos de corrosão: a oxidação e a corrosão propriamente dita. Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-metal, com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente lento à temperatura ambiente e não provoca deterioração substancial das superfícies metálicas, salvo se existirem gases extremamente agressivos na atmosfera. Por corrosão propriamente dita entende-se o ataque de natureza preponderantemente eletroquímica, que ocorre em meio aquoso. 1.4.1 OXIDAÇÃO É o processo em que ocorre o aumento do número de cargas positivas de um íon, ou processo de combinação de uma substância com o oxigênio, ou seja, uma perda de elétrons. 5 1.4.2 REDUÇÃO É o processo em que ocorre a diminuição do número de cargas positivas de um íon, ou seja, um ganho de elétrons. 1.4.3 REAÇÕES METATÉTICAS É o processo onde não ocorre qualquer variação no número de oxidação. H+ + S-2 H2S NOTA: Todos os metais estão sujeitos a corrosão (ataque corrosivo), se o meio for suficientemente agressivo. • Au e Pt – não são resistentes a mistura HCl + HNO3. • Aço Inoxidável – sofre corrosão em presença de íon cloreto. • Al – resiste a ácidos oxidantes (HNO3) não resiste ao HCl, NaOH. Rapidamente corroído em presença de Hg ou sais de mercúrio. • Cu ou suas ligas – sofre corrosão acentuada em presença de soluções amoniacais. Desse modo, para se afirmar o uso de um material, deve-se fazer um estudo do conjunto: � Material metálico. � Meio corrosivo. � Condições operacionais. 6 1.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE: 1.5.1 EQUAÇÃO DE WALTER NERNST Uma das considerações termodinâmica mais importante na eletroquímica, que relaciona potencial da pilha de corrosão com a temperatura e a concentração dos eletrólitos. Está relação é uma das mais importantes no campo da corrosão eletroquímica. Em sua forma geral, a equação de Nernst é: Ɛ = Ɛ0pilha – nF RT x ℓn.(base e) Q Ɛ – potencial da pilha eletroquímica(volts). Ɛ0 – potencial padrão da pilha eletroquímica(volts). Volts = coulomb joule = c j T – temperatura absoluta 273 + 250 C = 298 K. R – constante molar dos gases: 8,315 J.K-1. moℓ-1. F – constante de Faraday: 9,65 x 104 c. moℓ-1. n – número de moℓs de elétrons exigidos pela equação balanceada. Q – quociente de atividades dos íons. Q = [ânodo] ÷ [cátodo] Q → atividadedo estado reduzido do eletrodo [aa]. → atividade do estado oxidado do eletrodo [ac ]. 7 Obs.: ► Para converter ℓn (base e) em log (base 10) aplica-se o valor 2,303. Ɛ = Ɛ0pilha – nF RT x ℓn.(base e) Q Ɛ = Ɛ0pilha – l l mocxnx KxmoKJ /1065,9 298./315,8 4 x 2,303 x ℓog.Q Ɛ= Ɛ0pilha – × n 0591,0 ℓog. Q Ɛ= Ɛ0pilha – × n 0591,0 ℓog. [ ] [ ]cátodo ânodo ou [ ] [ ]oxidadoest reduzidoest . . ► Para um metal puro no estado sólido, a atividade (concentração) é unitária: [Fe(s)] = 1. 1.6 LEI DE FARADAY ● Estequiometria Eletroquímica - A quantidade de transformação química associada a uma corrente elétrica é proporcional ao número de elétrons transferidos. - As massas das substâncias diferentes transformadas por um processo eletroquímico envolvendo uma transferência eletrônica fixada são proporcionais aos pesos equivalentes das substâncias. (BROWN, 2005). Exemplo: )(1 sAgeAg →+ −+ , para cada mol de prata formado é necessário 1 mol de elétrons. −+ +→ eCuCu s 2 2 )( , para cada mol de cobre consumido, são liberados 2 mols de elétrons ou 2 faradays de eletricidade. 8 1.6.1 VELOCIDADE DE CORROSÃO A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, em certa área, durante certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A taxa de corrosão pode ser representada pela massa desgastada por unidade de área na unidade de tempo (seg.). A unidade mais comum para medir a velocidade do elétron é o ampère (A), definido como o número de Coulomb de carga que passa por um ponto de referência por unidade de tempo. tempo coulomb A = → s c A = → segAc .= A massa deteriorada pode ser calculada pela equação de Faraday. m = k.i.t, onde: m = massa desgastada, em g; k = equivalente eletroquímico do metal , em g. moℓ-1; i = corrente de corrosão, em A, em c . seg-1; t = tempo em que se observou o processo, em s(segundos). F= (Faraday) 9,65x104 c.moℓ-1. KxAxsm = eg F c Kxm = ou 14 .1065,9 º −= lmocx faradaysn Kxm 14 .)(.)3/( .1065,9 )/( − × = lmocx ti xmolgKm seggsec Esta relação quantitativa é a Lei de Faraday. Obs.: ► (K) é o equivalente eletroquímico do metal que é igual a sua Massa molar dividida pelo número de elétrons transferidos definitivamente. A corrente (i) de corrosão é, portanto, um fator fundamental na maior ou menor intensidade do processo corrosivo e o seu valor pode ser variável ao longo do processo corrosivo. 9 A corrente de corrosão depende fundamentalmente de dois fatores: ● Diferença de potencial das pilhas (diferença de potencial entre áreas anódicas e catódicas) – DV; ● Resistência de contato dos eletrodos das pilhas (resistência de contato das áreas anódicas e catódicas) – R. A diferença de potencial (DV) – pode ser influenciada pela resistividade do eletrólito, pela superfície de contato das áreas anódicas e catódicas e também pelos fenômenos de polarização ou na passivação. A velocidade de corrosão pode ser ainda, alterada por outros fatores que serão tratados mais adiante e que influenciam de modo direto ou indireto na polarização ou na passivação. 1.7 PASSIVAÇÃO É a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade (mais catódico ou mais nobre) devido a formação de uma película de produto de corrosão. Esta película é denominada película passivante. Os metais e ligas metálicas que se passivam são formadores de películas protetoras. (GAMELLI, 2001). Como exemplos podem ser citados: ● Cromo, níquel, titânio, aço inoxidável, que se passivam na grande maioria dos meios corrosivos, especialmente na atmosfera; ● Chumbo que se passiva na presença de ácido sulfúrico; ● Ferro que se passiva na presença de ácido nítrico concentrado e não se passiva na presença de ácido nítrico diluído; ● A maioria dos metais e ligas passivam-se na presença de meios básicos, com exceção dos metais anfótero (Aℓ, Zn, Pb, Sn e Sb). O controle da velocidade de corrosão pode se processar na área anódica ou na área catódica, no primeiro caso diz-se que a reação de corrosão é controlada anódicamente e no segundo caso catodicamente. Quando o controle se dá anódica e catodicamente diz-se que o controle é misto. 10 1.8 POLARIZAÇÃO Modificações no potencial de eletrodo resultante da polarização provocada pela mudança no valor deste potencial alterando o ponto de equilíbrio, fazendo com que o potencial anódico se desloque no sentido catódico e vice-versa. 1.9 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES NA VELOCIDADE DA CORROSÃO Alguns outros fatores influem na velocidade de corrosão, principalmente porque atuam nos fenômenos de polarização e passivação. Tais fatores que também influenciam a velocidade de corrosão são: ● Geração do meio corrosivo: como foi dito anteriormente o oxigênio funciona como controlador dos processos corrosivos. Portanto, na pressão atmosférica a velocidade de corrosão aumenta com o acréscimo da taxa de oxigênio dissolvido. Isto ocorre por ser o oxigênio um elemento despolarizante e que desloca a curva de polarização catódica no sentido de maior corrente de corrosão. ● pH de eletrólito: a maioria dos metais passiva-se em meios básicos (exceção para os metais ferrosos). ● Temperatura: o aumento de temperatura acelera, de modo geral, as reações químicas. Da mesma forma também em corrosão as taxas de desgaste aumentam com o aumento da temperatura. Com a elevação da temperatura diminui-se a resistividade do eletrólito e consequentemente aumenta-se a velocidade de corrosão. ● Efeito da velocidade: a velocidade relativa, superfície metálica-eletrólito, atua na taxa de desgaste de três formas: para a velocidade baixas há uma ação despolarizante intensa que se reduz à medida que a velocidade se aproxima de 8m. s-1 (para o aço em contato com água do mar). A partir destas altas velocidades quando diante de um movimento turbulento tem-se inclusive uma ação erosiva. 11 2. TAXA DE CORROSÃO As taxas de corrosão expressam a velocidade do desgaste verificado na superfície metálica. A avaliação correta das taxas de corrosão é, de modo geral, de grande importância para a determinação da vida útil provável de equipamentos e instalações industriais. Os valores das taxas de corrosão podem ser expressos por meio da redução de espessura do material por unidades de tempo, em mm/ano ou em perda de massa por unidade de área, por unidade de tempo, por exemplo, mg/dm2/dia (mdd). Pode ser expressa ainda em milésimos de polegada por ano (mpy). O cálculo das taxas de corrosão em mm/ano e mpy, quando se conhece a perda de massa pode ser dada pelas seguintes expressões: ρ⋅⋅ ∆⋅= tS m anomm 65,3 / Onde: mm/ano = é a perda de espessura, em mm por ano; ∆m = perda de massa, em mg; S = área exposta, em cm2; t = tempo de exposição, em dias; ρ = massa específica do material, em g/cm3. ρ⋅⋅ ∆⋅= tS m mpy 534 ou 32 /. ..)(.3,22 cmgdiaspol tSmgmmpy ρ÷∆= Onde: mpy = é a perda de espessura, em milésimos de polegada por ano; ∆m = perda de massa, em mg; S = área exposta, em pol.2; t = tempo de exposição, em horas; ρ = massa específica do material, em g/cm3. 12 Para conversão das taxas dadas em mm/ano e mpy para mdd usa-se as seguintes expressões: 0365,0 / ρ⋅= anommmdd 44,1 ρ⋅= mpymdd Sendo: mdd = mg/dm2/dia. Multiplicar Por Para Obter Miligramas por decímetro quadrado por dia (mdd) ipy mdd mdd mdd Gramas por metro quadrado por dia (g/m 2 /dia) 0,00144/d 25,4 0,03652/d 36,52/d 36,5 0,36525/d Polegadas de penetração por ano (ipy) Milímetros por ano (mm/ano) mm/anoMicrômetros/ano (µm/ano) Gramas por metro quadrado por ano (g/m 2 /ano) mm/ano TABELA 1 – FATORES DE CONVERSÃO DE TAXAS DE CORROSÃO (Gentil, 2003). A taxa de corrosão é expressa usualmente em mdd (miligrama por decímetro quadrado de área exposta ao dia) ou em mpy (milésimo de polegada de penetração por ano), sendo esta última, a forma de avaliação recomendada pela NACE (National Association of Corrosion Engineers). Os valores acima descritos são válidos apenas para corrosão do tipo uniforme. Para processos corrosivos dos tipos puntiformes ou intergranular, outros critérios avaliativos devem ser considerados. 13 Para efeito de corrosão uniforme, temos de um modo geral: TAXA DE CORROSÃO MATERIAL METÁLICO < 5 mpy Adequado 5 mpy< t< 50 mpy Tolerável > 50 mpy Não recomendável TABELA 2 – APLICAÇÃO DO MATERIAL (Gentil, 2003). EXERCÍCIOS: (Consultar a tabela periódica e a tabela de conversão de unidades se for necessário). 1. Determinar o número de oxidação médio do Fe no composto Fe2O3. 2. Classifique cada uma das seguintes equações como metatética ou de oxidação- redução. Para cada uma destas últimas, determine o agente oxidante e o agente redutor. a) H2S + Br2 + H2O →H2SO4 +HBr b) H2SO4 + KCl + MnO2 →K2SO4 + MnSO4 + Cl2 + H2O c) ZnS + O2 → ZnO + SO2 d) KMnO4 + H2SO4 + H2S →K2SO4 + MnSO4 + S + H2O e) K2Cr2O7 + HCl → KCl + CrCl3 + Cl2 + H2O f) As2S5 + HNO3 + H2O → H3AsO4 + H2SO4 + NO 3. Calcular a massa de Ferro consumido anodicamente pela passagem de um ampère durante 1 ano. 4. Calcular a massa de cobre consumido anodicamente pela passagem de 0,5 ampère durante 15 horas. 5. Uma solução aquosa de CuSO4 é eletrolisada usando-se eletrodos inertes. Quantas gramas de cobre metálico são produzidos se uma corrente de 5,0 A (c.s-1) atravessa a célula durante 1,5 horas. 6. Um cupom de prova de aço SAE – 1020 ( ρ = 7,85 g/cm3) sofreu uma perda de peso de 200 mg , no intervalo de tempo de 15 dias. A área exposta de cupom é de 2,5 in2. Determinar a taxa de corrosão em mpy. 14 3. MEIOS CORROSIVOS Dependem da qualidade, quantidade e concentração dos agentes agressivos. Os meios corrosivos mais frequentemente encontrados são: ● Atmosfera. ● Águas naturais ( gases dissolvidos: O2,N2, CO2, bactérias, algas). ● Solo (umidade, pH). ● Produtos químicos. ● Alimentos: sais metálicos tóxicos. Empregam-se ácidos orgânicos como agente conservador. ● Substâncias fundidas: sódio fundido como refrigerante em reatores nucleares. ● Solventes orgânicos. ● Madeiras: menos frequente - sofrem decomposição originando produtos corrosivos; preservativos a base de sais de cobre, causam corrosão galvânica em materiais metálicos como A ℓ, Zn e aço. ● Plásticos: PVC à 70˚ C – HCℓ (g) + H20 → HCℓ (líquido). Alguns autores consideram a corrosão atmosférica como: ● Corrosão atmosférica seca: isenta de umidade; ● Corrosão atmosférica: Úmida: < 100%; ● Corrosão atmosférica: Molhada: próximo de 100%. Ex: Chuva e névoa salina. 3.1 SUBSTÂNCIAS POLUENTES Deposição de poluentes sólidos, sob a forma de poeiras: Ex.: Sílica (Si02). 15 Não ataca diretamente o material metálico, ela cria condições de aeração diferencial. Deposição de substâncias higroscópicas: Ex: CaCℓ2, MgCℓ2, Ca0. Substâncias deliqüescentes: substâncias químicas que absorve umidade do ar e nela se dissolve. Atmosfera marinha: névoa salina (NaCℓ, MgCℓ2) Gases ● CO, CO2, SO2, H2S e NH3 ● H2S + CuS → CuS (preto) ● H2S + CdS→ CdS (amarelo) ●Decomposição de revestimentos de tintas a base de Pb (zarcão) Pb304 ●H2S + Pb304 → PbS (preto). OBSERVAÇÃO: ► Para proteger os contatos telefônicos ou de equipamentos de telecomunicação de prata, usa-se revestimentos com sódio ou contatos de ouro. 16 4. PROCESSOS DE CORROSÃO Diferentes mecanismos podem ser apresentados para os processos de corrosão. Mecanismo Eletroquímico Envolvem transferência de elétrons entre as interfaces: ● corrosão em águas ou soluções aquosas. ● corrosão atmosférica. ● corrosão no solo. ● corrosão em sais fundidos. Mecanismo Químico Reações químicas diretas entre o material metálico ou não metálico, com o meio corrosivo, não havendo geração de corrente elétrica. ● ataque de metais por CO: Ni + 3CO → Ni (CO)3. ● corrosão de metais em solventes orgânicos isentos de água. Me + Rx (halogeneto de alquila) → RMeX Mg + C2H5Br → C2H5MgBr (reagente de Gringnard) ● deterioração de concreto por sulfato. ● ataque da borracha por ozônio, havendo oxidação da borracha com perda de elasticidade. ● madeira: tem sua resistência prejudicada, pois os sulfitos formados dissolvem a substância que une as fibras da celulose (a lignina). 17 5. FATORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DE CORROSÃO ● Atmosfera ( sólidos, líquidos e gases dissolvidos ). ●Temperatura. ●Umidade relativa. ●Tempo. ●Natureza do Metal. ●pH. ●Junção de metais. ●Pressão diferencial de oxigênio (aeração diferencial). ●Vazão de água circulante. Além desses fatores, devem ser considerados os fatores climáticos: intensidade e direção dos ventos. Temperatura Geralmente, o aumento de temperatura provoca um aumento na taxa de corrosão. A corrosão por oxigênio tem sua velocidade aumentada até 77˚ C, diminuindo a partir de temperatura acima desta; para sistemas abertos de recirculação. Entretanto, em sistemas fechados, a taxa de corrosão por oxigênio sempre aumenta com a elevação de temperatura, em face de impossibilidade de escape do oxigênio. Para uma superfície metálica submetida a diferentes temperaturas, a região mais quente funciona como área anódica em relação à região mais fria. 18 Tempo Quanto menor o tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica menor a ação corrosiva da atmosfera. Umidade Relativa A umidade influencia na ação corrosiva da atmosfera. Sabe-se que o Fe em presença de baixa umidade relativa praticamente não sofre corrosão: ● 60% umidade relativa o processo é lento; ● 70% o processo de corrosão é acelerado. 19 6. MÉTODOS PARA COMBATE A CORROSÃO A corrosão pode ter conseqüências diretas e indiretas, sendo algumas delas de natureza econômica, tais como: ● substituição de equipamentos corroídos. ● paralisação do equipamento por falhas ocasionadas pela corrosão. ● contaminação ou perda do produto. ● perda da eficiência do equipamento (caldeiras, trocadores de calor, bombas, etc...). ● superdimensionamento de projetos. Métodos práticos, adotados para diminuir a taxa de corrosão dos materiais metálicos, segundo Vernon onde as condições em que os diferentes métodos são comumente utilizados foram representadas pelas letras: ● A (atmosfera) ● W (submerso em água) ● G (subterrânea) Métodos Baseados na Modificação do Processo ●Projeto da estrutura (A, W, G). ●Condições da superfície (A, W, G). ●Pela aplicação de proteção catódica (W, G). Métodos Baseados na Modificação do Meio Corrosivo ●De aeração da água ou solução neutra (W). ●Purificação ou diminuição da umidade do ar (A). ● Adição de inibidores de corrosão (W, A) e G em casos especiais. 20 Métodos Baseados na Modificação do Metal ● Aumento da pureza (A, W, G). ● Adição de elementos – liga (A, W, G). Métodos Baseados nos revestimentos Protetores ●Revestimentos com produtos da reação – tratamento químico ou eletroquímico da superfície metálica (A e G). ● Revestimentos orgânicos – tintas, resinas ou polímeros, etc. (A, W, G). ● Revestimentos inorgânicos – esmaltes; cimentos (A, W, G). ● Revestimentos metálicos (A, W, G). ● Protetores temporários (A). As medidas práticas mais comumente,usadas para combater a corrosão são: ● Emprego de inibidores de corrosão. ● Modificações de processo, de propriedades de metais e de projetos. ● Emprego de revestimentos protetores metálicos e não metálicos. ● Proteção catódica. ● Proteção anódica. 21 REFERÊNCIAS BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Hall, 2010. CHANG, Raymond. Química Geral: conceitos fundamentais. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2010. DUTRA, A. C. Proteção catódica - Técnica de combate à corrosão. 5. ed. Rio de Janeiro: Interciência. 2011. GENTIL, Vicente. Corrosão. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. GEMELLI, Enori. Corrosão de materiais metálicos e sua caracterização. Rio de Janeiro: LTC, 2001. USBERCO e SALVADOR. Química Essencial. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. NUNES, L. P. Fundamentos de resistência á corrosão. Interciência: Rio de Janeiro, 2007. 22 ANEXOS - FIGURAS ANEXO 1 – MÉTODOS PARA COMBATE A CORROSÃO 23 ANEXO 1.1 24 ANEXO 1.2 25 ANEXO 1.3 26 ANEXO 2 – FORMAS DE CORROSÃO 27 ANEXO 2.1 28 ANEXO – 2.2
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