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1 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES ADESÕES PERITONEAIS PÓS-OPERATÓRIAS EM ADULTOS E SUA PREVENÇÃO As aderências peritoneais pós-operatórias têm importantes consequências para pacientes, cirurgiões e sistema de saúde. As aderências que se formam no abdome após a cirurgia abdominal ou pélvica são uma resposta normal à lesão das superfícies peritoneais durante a cirurgia e, embora as adesões tenham alguns efeitos benéficos, elas também causam morbidade significativa, incluindo: - obstrução adesiva do intestino delgado. - infertilidade feminina. - dor abdominal crônica. - dor e aumento da dificuldade com cirurgia subsequente. INCIDÊNCIA E CARGA As aderências pós-operatórias causam morbidade significativa. Obstrução intestinal As aderências são a causa mais comum de obstrução intestinal nos países ocidentais. A incidência varia amplamente com a natureza da cirurgia do índice e a duração do acompanhamento. Procedimentos ginecológicos abertos, anastomose ileal bolsa-anal e colectomia aberta estão associados ao maior risco de obstrução adesiva do intestino delgado. A incidência de obstrução do intestino delgado resultante de aderências pós-operatórias aumenta a cada procedimento subsequente realizado no tratamento da obstrução intestinal. Infertilidade Pode resultar de aderências pélvicas, que podem alterar a anatomia pélvica e interferir na captura e transporte do óvulo, ou de aderências tubulares ou intra-uterinas que impedem o transporte de espermatozóides ou a implantação de embriões. Enquanto as adesões peritoneais pélvicas e as anormalidades tubárias são responsáveis por aproximadamente 10% dos casos de infertilidade feminina, as adesões intra-uterinas são uma causa relativamente rara de infertilidade. Dor abdominal crônica A relação entre aderências e dor abdominal ou pélvica crônica é pouco definida. No entanto, existem evidências indicando que adesões densas podem limitar a mobilidade de órgãos, o que pode causar dor visceral. As aderências, encontradas em até 95% dos pacientes que são submetidos a cirurgias subsequentes, podem impor dificuldades técnicas e aumentar o risco de complicações que podem incluir: Acesso abdominal difícil relacionado à perda de planos de tecido ou anatomia distorcida. Incapacidade de realizar cirurgia laparoscópica, diálise ambulatorial contínua ou outro medicamento intra-abdominal. Lesões inadvertidas no intestino delgado, bexiga ou ureteres. 2 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES Maior duração da cirurgia e anestesia prolongada. Perda de sangue aumentada. Quase 1% de todas as admissões cirúrgicas gerais e 3% de todas as laparotomias estão diretamente relacionadas às aderências. As complicações relacionadas ou resultantes de aderências pós-operatórias aumentam a carga de trabalho cirúrgica e a utilização hospitalar e tributam outros recursos de saúde. PATOGÊNESE No nível molecular, a formação de adesão envolve uma complexa interação de citocinas, fatores de crescimento, moléculas de adesão celular, neuropeptídeos e vários outros fatores secretados pelas células na área ou próximo à área do trauma. O equilíbrio precoce entre deposição e degradação da fibrina (isto é, fibrinólise) parece ser um fator crítico na patogênese das aderências. A cura peritoneal difere da cicatrização de feridas, pois cura como superfície, e não de borda a borda (como a pele). A cura envolve uma reepitelização uniforme e relativamente rápida, independentemente do tamanho da lesão. A lesão nas superfícies peritoneais induz uma resposta de reparo, que consiste em uma reação inflamatória envolvendo elementos celulares, além de fatores teciduais e de coagulação. A resposta inflamatória resulta em deposição de fibrina no local da lesão dentro de três horas após o trauma tecidual e atinge o pico no dia 4 a 5 do pós-operatório. O reparo peritoneal pós-cirúrgico começa com a coagulação, que desencadeia a liberação de uma variedade de mensageiros químicos que mediam uma cascata de eventos. Alguns dos principais elementos celulares envolvidos incluem leucócitos (neutrófilos polimorfonucleares e macrófagos) e células mesoteliais. Os macrófagos, que exibem atividades fagocíticas, respiratórias e secretoras aumentadas, compreendem a maioria da população local de leucócitos cinco dias após a lesão. Os macrófagos também recrutam novas células mesoteliais na superfície da lesão. O progenitor das aderências é a matriz de gel de fibrina, que se desenvolve em várias etapas, incluindo a formação e degradação do polímero de fibrina e sua interação com a fibronectina e uma série de aminoácidos. Sistemas protetores de enzimas fibrinolíticas no mesotélio peritoneal, como o sistema ativador do plasminogênio tecidual (tPA), podem remover a matriz de gel de fibrina. Os eventos centrais que determinam o caminho da cura são a oposição de duas superfícies danificadas e a extensão da fibrinólise. Se ocorrer fibrinólise completa e reabsorção de produtos de degradação, a reepitelização resultará em uma superfície lisa do tecido, mas se esse processo for perturbado e a fibrinólise não ocorrer, a cicatriz do tecido conjuntivo e aderências se desenvolvem a partir do crescimento de fibroblastos, capilares e nervos. 3 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES A fibrinólise também pode ser prejudicada por lesão térmica, dessecação, isquemia, corpos estranhos, sangue, bactérias e alguns medicamentos; polimorfismos genéticos também podem desempenhar um papel na resposta inflamatória e cicatrizante do hospedeiro. APRESENTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO A maioria das adesões é clinicamente silenciosa. Mais de 75% dos pacientes com aderências sintomáticas têm história de cirurgia prévia e os demais têm história de processo inflamatório intra-abdominal ou pélvico. Quando os sintomas ocorrem, as aderências podem se manifestar como obstrução intestinal, dor crônica e, nas mulheres, como infertilidade. As aderências devem ser suspeitas em qualquer paciente com histórico de cirurgia abdominal ou pélvica prévia que se manifeste com sinais e sintomas de obstrução. A apresentação pode ser aguda ou subaguda. Dor abdominal crônica, dor pélvica crônica e / ou dispareunia. A infertilidade. O diagnóstico de aderências geralmente é baseado na suspeita clínica inicial em um contexto relevante, que pode ser confirmado pelo exame direto do abdômen ou pelve por laparoscopia ou laparotomia, ou por métodos indiretos, como imagens, que são menos precisos e podem incluir ultrassom (demonstrando redução do deslizamento visceral) ou ressonância magnética do abdome. A tomografia computadorizada (TC) do abdome (com contraste oral) e os estudos de acompanhamento gastrointestinal são menos úteis no diagnóstico de aderências, mas podem desempenhar um papel no tratamento de pacientes com suspeita de obstrução do intestino delgado relacionada a aderências. INDICAÇÕES PARA ADESESÓLISE As indicações para lise cirúrgica de aderências dependem da apresentação clínica. Para pacientes com sinais e sintomas de obstrução intestinal, pode ser necessária a exploração abdominal e a lise de aderências (adesiólise) para gerenciar as complicações relacionadas à obstrução (perfuração, isquemia). A adesiólise também pode ser indicada para aqueles com obstrução parcial que não respondem ao tratamento conservador. No tratamento da infertilidade e perda recorrente da gravidez, a lise das aderências pélvicas ou das aderências intra-uterinas pode melhorar a fecundidade e diminuir o risco de perda da gravidez. A realização de adesiólise para alívio da dor pode ser eficaz em certos subconjuntos de pacientes. Infelizmente, mesmo após a lise, as aderências geralmente se formam novamente. MEDIDAS PARA EVITAR ADESÕES PERITONEAIS Medidas preventivas podem: 4 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES Minimizar lesões. Introduzir uma barreira entre superfícies feridas. Evitar a coagulação do exsudato seroso. Remova ou dissolva a fibrina depositada. Inibir a resposta fibroblástica à lesão tecidual. Envolver ativador de plasminogênio tecidual recombinante e novos fibrinolíticos. Os métodos para prevenir aderências podem ser classificados amplamente como medidas técnicas; barreiras físicas, que podem ser sólidas ou líquidas; e terapias farmacológicas. Dado que nenhuma terapia farmacológica específica foi aprovada para uso clínico nos Estados Unidos, a discussão abaixo foca em medidas técnicas e barreiras físicas. - Medidas técnicas limitam ou impedem a lesão peritoneal inicial. - Os agentes de barreira agem principalmente como uma separação física entre as superfícies peritoneais revestidas com fibrina, predispostas à aderência. Os agentes de barreira podem ser materiais sólidos ou líquidos. - A motilidade intestinal normal pode ajudar a manter a separação física das superfícies de cicatrização e a manter um movimento relativo entre as superfícies de cicatrização, o que, por sua vez, impede ou limita a formação de aderências. - As terapias farmacológicas podem ser administradas local ou sistemicamente e interferir ou modificar a resposta peritoneal à lesão. TÉCNICAS CIRÚRGICAS Manuseio suave do tecido - Uma boa técnica cirúrgica é a primeira defesa contra a formação de aderências. Hemostasia meticulosa e manuseio mínimo e delicado dos tecidos são importantes para limitar a extensão da lesão peritoneal inicial. Os danos à serosa podem ser evitados minimizando trauma, sangramento e isquemia e mantendo o campo cirúrgico úmido com irrigação frequente para impedir a secagem dos tecidos. As esponjas de laparotomia tradicionais podem ser abrasivas e devem ser evitadas. Muitos cirurgiões pélvicos colocam essas esponjas em sacos plásticos estéreis, impedindo que o tecido trançado toque o peritônio quando a embalagem é necessária. Remover o talco ou o amido das luvas antes de entrar na cavidade peritoneal é uma medida simples, mas muitas vezes negligenciada, que elimina uma fonte de irritação que predispõe à formação de aderências. A introdução de corpos estranhos potencialmente reativos (por exemplo, excesso de material de sutura, fiapos, talco) deve ser minimizada para reduzir o número de nídeos para a deposição de fibrina. O material de sutura fino e não reativo deve ser usado sempre que possível; suturas de seda, fibrogênicas, devem ser evitadas no abdômen. A incidência de aderências é semelhante, independentemente de o peritônio ser reaproximado após laparotomia. Embora o fechamento do peritônio parietal seja geralmente desnecessário, quando as circunstâncias o exigirem, deve-se usar sutura absorvível fina. Materiais de sutura 5 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES como poliglactina estimulam pouca reatividade tecidual e, portanto, são preferidos a materiais mais reativos, como suturas cromáticas de catgut ou seda. CIRURGIA LAPAROSCÓPICA A laparoscopia oferece certas vantagens sobre a cirurgia abdominal aberta no que diz respeito à formação de aderências. As incisões abdominais são pequenas e há menos manuseio do tecido e exposição a corpos estranhos, o que pode ajudar a diminuir o trauma tecidual, em comparação com a laparotomia, e assim reduzir o risco de formação de aderência, principalmente na parede abdominal. A cirurgia laparoscópica certamente não garante a prevenção de aderências; durações mais longas de cirurgia e altas pressões de insuflação podem até aumentar o risco de formação de aderência. BARREIRAS FÍSICAS As barreiras físicas incluem materiais sólidos (folhas absorvíveis, materiais protéticos não absorvíveis) e fluidos viscosos introduzidos no abdômen. Todos têm como objetivo manter as superfícies peritoneais danificadas separadas durante os primeiros cinco a sete dias após a cirurgia, até que ocorra a reepitelização. Embora as barreiras pareçam limitar a extensão da formação de aderências, é menos claro se eles melhoram os resultados clinicamente importantes, reduzindo os riscos de obstrução intestinal, infertilidade e dor abdominal ou pélvica crônica. A adição de barreiras físicas não é isenta de riscos ou custos. No entanto, quando essas barreiras cumprem o que foram projetadas, o benefício de evitar futuras cirurgias supera esses problemas. As preocupações de que alguns agentes de barreira possam predispor a um aumento na incidência de complicações sépticas não foram comprovadas, mas as barreiras não devem ser usadas para envolver as anastomoses intestinais, porque a prática pode aumentar o risco de vazamento. Em um estudo multicêntrico, 1791 pacientes submetidos a cirurgia abdominopélvica (a maioria para doença inflamatória intestinal) foram aleatoriamente designados para receber uma folha de ácido hialurônico como barreira de adesão ou nenhum tratamento. Não houve diferença significativa entre os grupos na incidência de abscesso (4 versus 3 por cento, respectivamente) ou embolia pulmonar (<1 por cento nos dois grupos). No entanto, uma subpopulação de pacientes nos quais a barreira de adesão foi envolvida em torno de uma anastomose intestinal fresca desenvolveu mais freqüentemente vazamentos anastomóticos e eventos relacionados a vazamentos, como formação de fístula, peritonite, formação de abscesso e sepse. SÓLIDAS Duas folhas de membrana absorvível estão disponíveis comercialmente. Uma é uma folha de carboximetilcelulose à base de hialuronato de sódio (Seprafilm) e a segunda é uma folha de celulose regenerada oxidada (Interceed). https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/carboxymethylcellulose-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/oxidized-regnerated-cellulose-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link 6 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES Ambos parecem seguros e eficazes para impedir aderências entre superfícies nas quais são aplicadas, mas são um pouco difíceis de manusear e não impedem a formação de aderências em outros locais dentro do abdômen. Além disso, há uma barreira sólida não absorvível (politetrafluoretileno expandido) que foi encontrada para impedir aderências em estudos clínicos. Folhas de ácido hialurônico : as folhas de ácido hialurônico (hialuronato carboximetilcelulose ) são membranas transparentes e absorvíveis que duram sete dias, período em que impedem a justaposição de tecidos traumatizados. A barreira é um filme quebradiço que tende a fraturar quando dobrado em ângulos agudos, tornando-o inadequado para aplicação laparoscópica. Uma metanálise de oito estudos randomizados de pacientes submetidos à cirurgia intestinal demonstrou que o tratamento com folhas de ácido hialurônico reduziu significativamente as adesões intra-abdominais, mas não reduziu a incidência de obstrução intestinal no pós- operatório. O uso de folhas de ácido hialurônico também aumentou as complicações sépticas, como abscesso abdominal e vazamento anastomótico. Um dos ensaios incluídos na metanálise, no entanto, demonstrou uma redução de 47% na obstrução adesiva do intestino delgado, que requer reoperação com o uso de folhas de ácido hialurônico após um seguimento médio de 3,5 anos. Um estudo randomizado de 127 mulheres submetidas a cirurgia ginecológica mostrou que o tratamento de pacientes após miomectomia uterina com folhas de ácido hialurônico reduziu significativamente a incidência, gravidade, extensão e área de aderências uterinas pós- operatórias na laparoscopia de segunda olhada, sem causar eventos adversos. No entanto, a taxa de obstrução intestinal pós-operatória não foi relatada. A hialuronato carboximetilcelulose (Seprafilm, Sanofi) é fornecida em folhas de 5 x 6 polegadas. A forma desejada é cortada e o material é cuidadosamente aplicado com instrumentos limpos sobre o local da cirurgia. Deve-se tomar cuidado para evitar o contato com as vísceras e outros tecidos antes da colocação final, e a barreira é melhor aplicada com os instrumentos, porque a membrana pode grudar facilmente nas luvas e se deslocar. O suporte de papel no filme é então removido cuidadosamente, mantendo a membrana no local operatório; a sutura é desnecessária. Celulose regenerada oxidada: A celulose regenerada oxidada (ORC) é um adjuvante absorvível comumente empregado para hemostasia. O ORC cria uma barreira temporária que evita aderências quando aplicada ao tecido lesionado. O material é eficaz na redução de aderências pós-cirúrgicas porque é absorvido por um intervalo, o que presumivelmente permite tempo suficiente para a dissolução do coágulo de fibrina e a reepitelização do peritônio traumatizado. É fornecido em folhas de 1,5 x 2 polegadas ou 3 x 4 polegadas. O tamanho menor é apropriado para a colocação laparoscópica. A barreira é degradada e absorvida dentro de duas semanas após a aplicação. O aplicativo requer várias etapas: - O local da cirurgia deve apresentar hemostasia normal e estar livre de sangue, o que reduz a eficácia da ORC. https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/carboxymethylcellulose-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/carboxymethylcellulose-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/oxidized-regnerated-cellulose-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link 7 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES - O excesso de líquido deve ser removido da cavidade peritoneal por aspiração suave após colocar o paciente em uma posição reversa de Trendelenburg. - A barreira deve cobrir completamente a área afetada do local da operação e pode ser umedecida suavemente com irrigante estéril para ajudar a manter sua posição. A sutura é desnecessária. Politetrafluoretileno expandido : O politetrafluoretileno expandido (ePTFE) é um material protético flexível e não absorvível, utilizado para diversas reconstruções cirúrgicas. O ePTFE é aparado para sobrepor a área desnudada em 1 cm e suturado no lugar com suturas não absorvíveis, geralmente um nylon ou polipropileno 7-0 ou 8-0. BARREIRAS LÍQUIDAS (INSTILADAS) Polietilenoglicol : A barreira de adesão ao polietilenoglicol (Spraygel, Sprayshield) é um hidrogel sintético que se forma em segundos após a pulverização simultânea de duas soluções de líquidos à base de polietilenoglicol (PEG) no tecido alvo. A reticulação entre as soluções forma uma barreira de gel absorvível, flexível e aderente que permanece intacta por cinco a sete dias antes de degradar seus componentes, que são reabsorvidos e excretados pelos rins. Solução icodextrina: Uma solução isosmolar 4% de icodextrina (Adept) é um polímero de glicose de alfa-1,4 com residência prolongada peritoneal. É usado como irrigante durante a cirurgia (mínimo de 100 mL / 30 minutos) e é o instilado intraoperatório mais promissor para prevenção de aderências. Pode ser utilizado após a adesiólise laparoscópica e é o único agente aprovado nos Estados Unidos para prevenir aderências peritoneais na laparoscopia ginecológica. Após a conclusão do procedimento, todo o irrigante é removido e 1000 mL de icodextrina fresca a 4% são instilados na cavidade peritoneal e deixados como um reservatório de fluido. A solução é absorvida lentamente pelo sistema linfático, decomposta por amilase e metabolizada em glicose (40 g por litro de instilado) por um período de até quatro dias, agindo assim para separar as superfícies de tecido traumatizadas durante o período de cicatrização, quando as aderências formaria normalmente. O adepto é contra-indicado em pacientes com alergia conhecida ou suspeita a polímeros à base de amido de milho (por exemplo, icodextrina, ou com intolerância à maltose ou isomaltose ou com doença de armazenamento de glicogênio). A icodextrina a 4% também é contra-indicada na presença de infecção abdominal-pélvica grave. Solução de ácido hialurônico, gel e pó: O ácido hialurônico é um glicosaminoglicano aniônico não sulfatado distribuído no tecido conjuntivo. PROMOÇÃO DA MOTILIDADE INTESTINAL Como um complemento à separação física das superfícies de cicatrização, foi proposta a manutenção do movimento relativo entre as superfícies de cicatrização, imitando o peristaltismo e a mobilidade normais, para prevenir ou limitar a formação de aderências. Em humanos, a motilidade intestinal pós-operatória prejudicada pode causar íleo pós-operatório, exacerbado ainda mais pelo tratamento da dor pós-operatória com opiáceos. O intestino delgado diminuiu a motilidade por um a dois dias no pós-operatório, enquanto o cólon diminuiu a motilidade por dois a três dias em média. https://www.uptodate.com/contents/icodextrin-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/icodextrin-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/hyaluronate-derivatives-drug-information?search=ader%C3%AAncia+peritoneal&topicRef=2891&source=see_link 8 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES
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