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Expl ica o básico da t ipograf ia com exercíc ios divert idos Variação Linguística: Diatópicas (regionais) : diferenças de fala entre pessoas da mesma língua, porém de regiões diferentes. Diastráticas (socioeconômicas) : diferenças de fala entre pessoas da mesma língua, porém de estratos socioeconômicos e culturais diferentes. Fenômeno das diferenças de falas dentro de uma língua, caracterizadas por questões geográficas, socioeconômicas e culturais. *Importante pontuar que não existem formas certas e erradas de falar, apenas formas diferentes no uso da língua, pois é preciso levar em consideração seus contextos socioeconômicos e culturais. Ex: a língua indígena foi construída para atender as demandas desse povo, além disso eles podem ter outras concepções de mundo e sobre a educação. *O ser humano nasce com a habilidade da fala, mas não com a habilidade da escrita, ou seja, a escrita é aprendida. Variantes: cada forma diferente de falar dentro de uma língua, classificadas em: Ex: macaxeira no Nordeste, aipim no Sudeste ou Sul; Em algumas regiões a palavra trem significa "coisa". Ex: populações desprivilegiadas e menos escolarizadas costumam falar "nóis vai" ou "pobrema" enquanto pessoas com mais escolarização e poder social utilizam a norma padrão (nós vamos, problema). * Resumo baseado no texto "Variação Linguística (DELLAGNO & RIZZATI, 2011)" e explicações feitas em aula. Diageracionais (idade) : diferenças de fala entre pessoas da mesma língua, porém com idades distintas. Essas diferenças são mais recorrentes no vocabulário do que em construções frasais. Contínuo da urbanização: falares rurais (não utilizam muito a escrita); falares urbanos (influenciados pela escrita). Contínuo da oralidade-letramento: eventos de oralidade - não possuem influência direta da escrita e são comumente usados por pessoas não alfabetizadas, mas que sabem o português falado; eventos de letramento - ações baseadas em textos escritos, usadas por pessoas que já tem um nível maior de alfabetização para elaborar articulações mais completas. Contínuo de monitoração estilística: fala menos monitorada (espontânea) e fala mais monitorada (planejada). Ex: datilografar x digitar. Contínuos de Variação: Ex: pequenas comunidades rurais de países subdesenvolvidos x grandes metrópoles de países desenvolvidos. Registro: são os diferentes vocabulários usados dependendo do contexto da situação. Esse fenômeno não faz parte de variantes da língua, mas sim de variantes contextuais. Exs: falas formais ou coloquiais; gírias ou termos técnicos. *Há também os jargões, que são termos usados por diversos profissionais. Ex: médicos usam o termo cefaleia no lugar de dor de cabeça É uma variante vista como um modelo a ser seguido que atua principalmente na escrita. Esse privilégio dado à norma padrão ocorreu em razão de elites socioeconômicas terem tido influência no uso da linguagem desde que começamos a falar o português, por isso, ela é vista como a forma correta ou mais bonita de falar. É necessário deixar claro que ela continua sendo importante para criar um sentido de organização em determinadas situações, mas é apenas uma variante usada em alguns contextos, e não melhor ou pior do que as outras variantes. Norma Padrão Expl ica o básico da t ipograf ia com exercíc ios divert idos * A escrita é uma tentativa de representar a fala, mas nem sempre a fala vai soar como a escrita. Ex1: escreve-se "eu vou ler este livro", mas geralmente ao falar não se pronuncia o /r/ e /u/, então a fala torna-se "eu vô lê este livro". Ex2: alguns falantes de outras regiões acrescentam sons e letras ao invés de suprimi-las. O carioca não fala "três", mas sim "treix" Letramento: Quando a pessoa já é alfabetizada e sabe usa-la para articulação mais completas com a língua. Ex: escrever uma carta. Preconceito Linguístico: "Língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente" : é um mito porque os falares mudam de acordo com os contextos e fatores socioeconômicos e regionais. "Brasileiro não sabe falar português; só em Portugal se fala bem português" : não há muito sentido pois a língua serve as demandas de seus falantes, e além disso, há diferenças entre a cultura dos dois países, assim como nos dois portugueses. "Português é muito difícil" : no português não há diferenças extremas entre a fala e a escrita, além disso, não é comum usar formas verbais mais difíceis da variante padrão, como "vós". "As pessoas sem instrução falam tudo errado" : esse mito se baseia em preconceitos linguísticos, as variantes usadas por grupos privilegiados não são piores ou melhores, são apenas diferentes. Trata-se do estereótipo discriminatório de que as variantes linguísticas de grupos socialmente privilegiados são superior à de grupos menos escolarizados. Isso ocorre porque os comportamentos da elite tem grande influência em todas as áreas, inclusive na língua. Trata-se de preconceito em relação ao falante, e à sua fala. *Importante pontuar que a variante diastrática (estrato social) é a única que está necessariamente ligada a condição socioeconômica e escolar, o que leva à uma mudança no modo de falar uma vez que grupos menos privilegiados são escolarizados ou conquistam condições melhores de vida. Mitos do preconceito linguístico (segundo Marcos Bagno) "O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão" : mito criado porque a presença lusitana se deu de forma significativa no Maranhão e o português desse Estado tem proximidades com o português de Portugal. "O certo é falar assim porque se escreve assim" : os seres humanos aprendem primeiro a falar e despois a escrever, portanto a escrita tem caráter secundário. "É preciso saber gramática [normativa/ tradicional] para falar e escrever bem" : muitos escritores já confessaram não dominar completamente a gramática normativa, como Luís Fernando Veríssimo ou José Saramago. "O domínio da norma padrão é instrumento de ascensão social" : não procede, pois nem todos que sabem a norma padrão são ricos ou tem boa condição socioeconômica.
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