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DEFINIÇÃO - Perda da continuidade óssea; -Geralmente surgem através de traumas de alta energia; *Fraturas relacionadas a traumas de baixa energia devem acender um alerta sobre a possibilidade de fraturas patológicas, associadas a doenças ósseas (ex: Osteoporose); TIPOS ➔ FRATURA EM GALHO VERDE - Parcial; um lado do osso se quebra e o outro se dobra; - Somente em crianças, pois os ossos ainda não estão completamente ossificados e contém mais material orgânico do que inorgânico; - É uma fratura incompleta; ➔ FRATURA COMINUTIVA - O osso é estilhaçado, fragmentado ou esmagado; - Fragmentos ósseos menores se alojam entre os dois fragmentos principais; - A mais difícil de tratar; ➔ FRATURA DE POTT - Fratura da extremidade distal do osso lateral da perna (fíbula) com lesão grave da articulação distal da tíbia; ➔ FRATURA DE COLLES - Fratura da extremidade distal do osso lateral do antebraço (rádio), na qual o fragmento distal é deslocado posteriormente; #QUANTO À ETIOLOGIA ➔ TRAUMÁTICAS: agente vulnerante violento (alta energia); ➔ PATOLÓGICAS: agente vulnerante fraco (baixa energia); favorecido por lesões ósseas preexistentes; ➔ POR ESTRESSE OU ESFORÇO: série de fissuras microscópicas no osso, que se forma sem qualquer indício de lesão a outros tecidos. Resulta por exemplo, de atividades vigorosas repetidas, como correr, saltar, ou de processos patológicos que interrompem a calcificação óssea normal, como a osteoporose; são muito dolorosas; #QUANTO AO ESTADO DAS PARTES MOLES ➔ EXPOSTA/ABERTA: o tecido fraturado tem contato com o meio externo; a pele é lesada; #TIPOS DE FRATURA EXPOSTA - Tipo I: ferida pequena (< 1cm), limpa, com mínima lesão de partes moles e lesão óssea simples. - Tipo II: ferida média (entre 1 a 10 cm), com baixo grau de contaminação, moderada lesão de partes moles e lesão óssea moderada. - Tipo III: A: ferida grande (> 10cm), contaminada, com lesão de partes moles grave, mas cobertura cutânea ainda possível e lesão óssea multifragmentar; Em caso de PAF (Projéteis de Arma de Fogo), o paciente é classificado automaticamente em IIIA. B: ferida grande (> 10cm), contaminada, com lesão de partes moles grave com perda de continuidade cutânea (reconstrução de partes moles, enxerto/retalho) e lesão óssea multifragmentar. C: ferida grande (> 10cm), contaminada, com lesão de partes moles grave associada a lesão vascular (requer reparo vascular) e lesão óssea multifragmentar. ➔ FECHADA: a pele permanece intacta; #QUANTO AO AFASTAMENTO DOS FRAGMENTOS ➔ SUPERIOSTAL: o periósteo fica ligeiramente levantado; ➔ IMPACTADA: um dos fragmentos penetra dentro do outro; ➔ INCOMPLETA: o osso não se rompe totalmente, sendo fratura parcial, sem desvio dos fragmentos (ex: galho verde); ➔ COMPLETA: há separação total na linha de fratura, podendo ocorrer desvios em rotação, angular, lateralidade, cavalgamento e diástase; #QUANTO AO NÚMERO DE FRAGMENTOS ➔ SIMPLES: 1 linha de fratura, dando como resultado 2 fragmentos; ➔ DUPLA/SEGMENTAR: 2 linhas de fratura dando como resultado 3 fragmentos; ➔ COMINUTIVA: mais de 2 traços de fratura; *Fratura em cunha: apresentam, pelo menos, um terceiro fragmento ósseo, porém com o contato entre os dois principais; *Fraturas complexas: não há contato com os dois fragmentos principais; #QUANTO À DIREÇÃO DO TRAÇO DA FRATURA ➔ TRANVERSA: a linha de fratura ocorre perpendicular ao comprimento do osso; ➔ OBLÍQUA: a linha de fratura ocorre em diagonal ao comprimento do osso; ➔ ESPIRAL: a linha de fratura ocorre em circular ao comprimento do osso; ➔ MÚLTIPLA: representam associações desses diferentes tipos de fratura; #QUANTO AO ACOMETIMENTO ARTICULAR ➔ INTRA-ARTICULAR: o traço da fratura atinge o território articular; nesse caso é necessário redução (correção do desvio da fratura) perfeita, pois a consolidação da fratura com degrau articular levará ao desgaste articular - > artrose; ➔ EXTRA-ARTICULAR: traço da fratura não acomete a articulação. #QUANTO À LOCALIZAÇÃO DA FRATURA - DIAFISÁRIA; EPIFISÁRIA; #QUANTO AO MECANISMO DE TRAUMA - DIRETA; INDIRETA. CONCEITO INICIAL - A fratura gera um processo de cicatrização chamado de consolidação, que é um processo único e natural, ocorrendo de forma espontânea em conjunto com as ferramentas pertencentes ao organismo para tal. - Sendo assim, a consolidação é a capacidade de regeneração dependente da reindução das cascatas osteogênicas do período embrionário; - Durante a consolidação há necessidade que ocorra uma nova osteogênese, como se tivéssemos retornado para o período de formação óssea; - A estabilização dos fragmentos ósseos fraturados ocorrede forma gradativa, através da reindução das cascatas osteogênicas, gerando uma dureza progressiva ao osso. *Resumo do processo: reparação da lesão; remodelamento ósseo; estabilidade para retornar a função anterior. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO ➔ Fator mecânico: para que o osso se consolide, há necessidade de estabilização do foco fraturário por imobilização ( o osso não consolidará caso haja uma movimentação excessiva); *A principal célula responsável pelo processo de consolidação é o Osteoblasto, que necessita de um espaço entre os fragmentos ósseos reduzido para que possa realizar a deposição óssea, o que explica a necessidade de estabilização. *Para a imobilização: tala gessada, aparelho gessado e imobilizadores internos e externos; há casos especiais, como fraturas instáveis, há necessidade de lançar mão da cirurgia para promoção da estabilização adequada. ➔ Fator biológico: relacionado com o aporte sanguíneo e a chegada de substâncias essenciais na consolidação óssea, incluindo o aporte de oxigênio e nutrientes; necessita-se de manutenção da irrigação no foco da fratura. ➔ Causa, tipo e local da fratura ➔ Condições gerais de saúde do paciente ➔ Idade do paciente INFLAMAÇÃO - O hematoma fraturário recruta plaquetas para reduzir o processo de sangramento. - As plaquetas liberam fatores de crescimento, gerando o recrutamento de células inflamatórias, como neutrófilos, linfócitos e monócitos, que participam da cascata imunológica da consolidação óssea. - Os macrófagos teciduais participam de uma maneira expressiva da consolidação, liberando citocinas inflamatórias e fatores de crescimento. - Esse processo culmina na diferenciação celular de células mesenquimais presentes no periósteo, gerando a diferenciação do Pré- osteoblasto a Osteoblasto, responsáveis pela deposição óssea. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA PRIMÁRIA - Ocorre com o contato direto e íntimo entre os segmentos fraturados e é importante que não há nenhum grau de mobilidade. - Deve-se manter as partes do osso em posição fixa, por meio da estabilização e compressão do foco de fratura (fixação interna → pinos, parafusos, placas) - Os fragmentos fraturados não se movimentam em relação uns aos outros, usualmente pela utilização de imobilizações interfragmentárias cirúrgicas; não há formação de calo ósseo. - Ocorre o contato direto nas corticais dos fragmentos fraturados; esse contato direto possibilita a proliferação dos canais de Havers (Ósteons), formam-se túneis ósseos, contendo capilares, células mesenquimais e osteoblastos que se proliferam conjuntamente, entre ambos os fragmentos, através dos canais de Havers, possibilitando a consolidação óssea. - O osso novo cresce diretamente através das extremidades ósseas comprimidas, a fim de unir a fratura. - O processo de consolidação ocorre através do processo de remodelagem óssea → reabsorção osteoclástica do osso, seguida pela formação osteoblástica de osso novo. CONSOLIDAÇÃOÓSSEA SECUNDÁRIA - Há movimentação controlada no foco da fratura, utilizando-se processos de estabilização que permitam esse grau de mobilidade. - Há formação de calo ósseo. - Ocorre mineralização e substituição de uma matriz cartilaginosa por osso. - O calo que é formado une externamente os fragmentos, pois as partes internas são alinhadas por manipulação, sendo o calo imprescindível pra “colar” esses fragmentos “pelos lados”; esse calo aumenta a espessura do osso, dando maior estabilidade ao osso no local da fratura. #FASES *Não obrigatoriamente quando começa uma terminou outra, pois essas fases se sobrepõem, e os eventos que ocorrem principalmente em uma fase podem ter começado na fase anterior. 1- HEMATOMA DE FRATURA + INFLAMAÇÃO -Ocorre no momento imediato após ao trauma que levou à fratura. Devemos lembrar que tanto o tecido ósseo quanto os tecidos moles que o envolvem são bastante vascularizados, o que implica na formação de sangramento local e acúmulo de células inflamatórias no foco da fratura. Sendo assim, essa fase cursa clinicamente com dor e edema no local da fratura. - Ocorre a proliferação de células inflamatórias, como ocorre em lesões de qualquer tecido do organismo humano. Nesse momento, há o início da angiogênese, de forma a promover uma melhor irrigação no foco da fratura. Além disso, células e substâncias que participam da reparação óssea iniciam seu papel no local, como fibroblastos, condroblastos, fatores de crescimento, interleucinas, prostaglandinas e células mesenquimais. 2- FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO 2.1- CALO FIBROCARTILAGÍNEO - Fibroblastos provenientes do periósteo invadem o local da fratura e produzem fibras colágenas. - Calo provisório, chamado de calo mole; uma massa de tecido de reparação consistindo em fibras colágenas e - Células provenientes do periósteo se desenvolvem em condroblastos e ajudam a produzir fibrocartilagem nessa região. - Ocorre usualmente 2/3 semanas após a fratura. 2.2- CALO ÓSSEO/DURO - Ocorre uma substituição gradual do calo mole pelo calo duro, o osso em si; na radiografia, nesse momento, pode- se observar uma matriz óssea calcificada, com estruturação óssea já expressiva. - Em áreas mais próximas do tecido ósseo saudável e bem vascularizado, as células osteogênicas se desenvolvem em osteoblastos, que começam a produzir trabéculas de tecido ósseo esponjoso, que se unem às partes mortas e vivas dos fragmentos do osso original - Com o tempo, a fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e o calo é, em seguida, referido como calo ósseo, que dura em torno de 3 a 4 meses. - Osteoblastos de dentro do calo sintetizam colágeno e matriz, portanto, nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que se formam, como também por ossificação intramembranosa. 3- REMODELAGEM ÓSSEA DO CALO - Essa fase é mais prolongada, durante até 2 anos após a fratura; o excesso de tecido ósseo será absorvido, remodelando-o. - As partes mortas dos fragmentos originais do osso rompido são gradualmente reabsorvidas pelos osteoclastos. - O osso compacto substitui o osso esponjoso em torno da periferia da fratura. - Algumas vezes, o reparo é tão completo que a linha de fratura pode se tornar imperceptível em uma radiografia. Contudo, uma área espessa na superfície do osso permanece como evidencia de uma fratura cicatrizada. - A cicatrização óssea pode durar meses. O cálcio e o fósforo necessários para fortalecer e endurecer o novo osso são depositados gradualmente, e os osteócitos em geral crescem e se reproduzem lentamente. - A interrupção temporária na irrigação sanguínea também ajuda a explicar demora da cicatrização de ossos gravemente fraturados. - Além das excelentes propriedades mecânicas, o osso revela um potencial único para reparação. O tecido ósseo é capaz de reparar fraturas ou defeitos locais por meio do processo de regeneração, com a formação de novo tecido com a mesma organização estrutural do tecido anterior, sem a formação de cicatriz. - Após uma lesão óssea, uma sequência de eventos dinâmicos ocorre com o objetivo de restaurar a forma e a função do osso. O processo é ATIVADO pela liberação de fatores de crescimento e citocinas no local. - A VELOCIDADE desse processo depende de alguns fatores locais e sistêmicos, entre eles tipo de tecido ósseo a ser reparado (cortical ou esponjoso), presença de infecção, hemorragias, imobilização local, idade e alterações nutricionais. - Em LOCAIS COM EXCESSIVA MOBILIDADE, pode ocorrer o desenvolvimento de cartilagem, tecido que possui menos exigências metabólicas do que o osso. - Quando o tecido é imobilizado, o reparo ocorre por meio de formação óssea primária. -Durante esse processo dinâmico, as células ósseas não atuam isoladamente. Elas são reguladas por interações sistêmicas, realizadas pelo sistema endócrino, por meio da liberação de diversos hormônios: PTH, calcitonina, insulina, GH, hormônios esteroides e da tireoide. - Localmente, certos fatores de crescimento foram identificados, como PDGF, IL-1, FGF, TGF-α e β, fator de crescimento epidérmico (EGF). *PDGF induzem fibroblastos e fibras musculares a se proliferarem. Também são quimiotáticos para leucócitos e fibroblastos. *IL-1 estimula os fibroblastos a se proliferarem e a produzirem colágeno e controla o crescimento das células endoteliais. *FGF estimulam o endotélio vascular, os fibroblastos e as fibras musculares lisas e induzem a formação de novos vasos. TGF-α influencia o TGF-β quanto ao índice de proliferação de muitas células. *EGF é mitogênico para células mesenquimais (osteoblastos) e epiteliais. DOR ÓSSEA - A dor óssea é no periósteo. - Quando temos uma lesão óssea, temos uma inflamação. Macrófagos e neutrófilos vão liberar histamina que vai estimular os nociceptores, estes liberam prostaglandina e leucotrieno, os mediadores hiperalgésicos. -Estes mediadores não deixam a inflamação cessar, então estimulam ainda mais o processo inflamatório. - Os macrófagos vão deixar os canais de sódio dependente de voltagem com menor potencial de ação, ou seja, vai ficar mais fácil de atingir o limiar para a despolarização. - A passagem da via da dor vai ficar constante, a via trato corticoespinhal. REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA Depois de uma cirurgia de fraturas graves, ela vai atuar no controle do edema e das dores, com manobras de drenagem linfática e equipamentos de analgesia. - Por conta da cirurgia e da fixação dos ossos, alguns movimentos poderão ser realizados pelo fisioterapeuta, como maneira de melhorar a circulação do sangue na região operada, facilitando a cicatrização, preservando os movimentos e dando maior conforto ao paciente. - Já nos casos mais simples, onde é liberado o uso do gesso ou da órtese, a fisioterapia tem como objetivo recuperar todas as funções da região afetada. - Muitas pessoas não fazem a fisioterapia e nem por isso sentem falta dela. Isto acontece pois em muitos casos a pessoa vai fazendo os movimentos do cotidiano aos poucos, até recuperar todo o controle normalmente. São casos onde a fisioterapia apenas iria acelerar a recuperação. - Mas isto não quer dizer que todo caso será assim. Na maioria, sobram algumas aderências que ficam limitando um pouco alguns movimentos, ou a pessoa não consegue recuperar toda a força ou fica com um pouco de dor em determinados movimentos. - Estes pequenos bloqueios muitas vezes são ignorados, mas com o tempo geram compensações no corpo que podem trazer problemas somente após vários anos depois da fratura-> Ex: dor na coluna depois de váriosanos, por mais que a perna esteja 100%. OSTEOCLASTOGÊNESE - Recrutamento de células precurssoras de osteoclasto para o osso; - O Paratôrmonio incide osteoblastos sobre receptores e fazem sinalização para liberar M- CSF (fator estimulante de colônia), além de TNF alfa e IL-1. - Os osteoblastos que estão na medula óssea vão secretar citocinas para diferenciar osteoclastos, como o M-CSF (fator estimulante de colônia), TNF etc. - As células precursoras de osteoclasto expressam dois fatores de transcrição importantes: c-fos e o NFkB. - Essa célula precursora vai expressar em sua superfície o receptor ativador do fator nuclear Kb (RANK) em sua superfície. - Esse receptor RANK interage com a molécula ligante do RANK (RANKL) produzida e expressa na superfície do osteoblasto (célula do estroma). - O mecanismo RANK-RANKL serve para diferenciação e maturação dos osteoclastos. *Essa via pode ser bloqueada pela osteoprotegerina (OPG), a qual serve co- receptor para RANKL, agindo como potente inibidor de formação de osteoclastos. - OPG é produzida pelas osteoblastos e regulada por muitos reguladores metabólicos ósseos como IL-1, TNF, TGF-β, vitamina D, prostraglandina E2. #REGIÕES DO OSTEOCLASTOS - Borda franzida: É a parte da célula que entra em contato direto com o osso. Pregas da membrana plasmática formam estruturas semelhantes a microvilosidades e são responsáveis por aumentar a área de superfície para a exocitose de enzimas hidrolíticas, secreção de prótons pela bomba de ATP e endocitose dos produtos de degradação e resíduos ósseos. Tem muitos lisossomos, mitocôndrias, RER, múltiplas pilhas de aparelho de Golgi e muitas vesículas. - Zona Clara (zona de vedação):. É onde ocorrem a reabsorção e degradação da matriz. Contém filamentos de actina abundantes, porém é essencialmente desprovida de outras organelas. Filamentos de actina estão dispostos de forma anelar circundada em ambos os lados pelas proteínas de ligação de actina, como a vinculina e a talina. A membrana plasmática no local da zona clara contém as moléculas de adesão entre a célula e a matriz extracelular que proporcionam uma adesão firme entre a MP e a matriz mineralizada do osso. Receptores extracelulares de integrina ajudam a manter a vedação. - Região Basolateral: Onde ocorre a exocitose do material digerido.As Vesículas de transporte contendo material ósseo degradado fundem-se com a membrana celular para liberar seu conteúdo. Onde ocorre a exocitose do material digerido. - Os osteoclastos reabsorvem o tecido ósseo pela liberação de prótons e de hidrolases lisossômicas nas fendas entre os prolongamentos citoplasmáticos da borda franzida. - Essas enzimas liberadas, como a catepsina K e as metaloproteinases da matriz, degradam o colágeno (matriz orgânica) e outras proteínas da matriz óssea. - Antes da digestão, ocorre a descalcificação óssea através da acidificação da superfície óssea, o que inicia a dissolução da matriz mineral. - O osteoclasto contém no seu citoplasma Anidrase carbônica II, ela produz o ácido carbônico (H2CO3) a partir do CO2 e água. - O ácido carbônico (H2CO3) se dissocia em bicarbonato (HCO3) e um próton (H+). - As bombas de próton que depende de ATP, os prótons são transportados através da borda franzida, produzindo um pH baixo no espaço extracelular entre o osso e o osteoclasto. - Os canais de cloreto acoplados as bombas de prótons facilitam a eletroneutralidade da membrana da borda franzida. - O bicarbonato em excesso é removido por troca passiva com íons de cloreto através das proteínas permutadoras de cloreto-carbonato na membrana basolateral. - O ambiente ácido inicia a degradação de hidroxiapatita em íons cálcio, fosfato inorgânicos solúveis em água. - Após a reabsorção do tecido ósseo, os osteoclastos sofrem apoptose. * Obs: Durante a inflamação, linfócitos T ativados podem produzir moléculas RANKL limitadas por membrana ou solúveis. Consequentemente, processos inflamatórios podem estimular a reabsorção óssea estimulada por osteoclasto. ESTABILIDADE NO TRATAMENTO DAS FRATURAS #ESTABILIDADE RELATIVA: Gera uma movimentação controlada no foco da fratura, o que promove uma consolidação do tipo secundário, como já foi explicitado; existe uma movimentação interfragmentária adequada e controlada para a formação do calo ósseo. Podem ser utilizadas sínteses flexíveis (como placa e parafuso). *Geralmente, utiliza-se a estabilidade relativa em fraturas diafisárias, onde há necessidade de formação do calo ósseo. Porém, isso não é uma regra! #ESTABILIDADE ABSOLUTA: Alguns métodos que podem ser utilizados de forma cirúrgica para promover a estabilidade absoluta são: certos tipos de placa e parafusos, parafusos interfragmentários; nesse caso, não existe no foco fraturário a formação de hematoma ou calo ósseo, ocorrendo uma restauração óssea anatômica com a junção dos fragmentos fraturários, após redução dos mesmos. A estabilidade absoluta implica que não há movimentação no foco de fratura. Ou seja, o paciente será submetido nessa caso a uma consolidação primária! As superfícies do foco de fratura não se deslocam mesmo sob aplicação de carga. Inclusive, deve-se estimular a mobilização precoce nesses casos, com a utilização de carga de forma mais rápida que na estabilidade relativa. Via de regra, utiliza-se a estabilidade absoluta em fraturas intra-articulares, para evitar a movimentação e favorecer a consolidação. TIPOS DE IMOBILIZAÇÃO #Contenção Externa: Utilização do aparelho gessado, em torno de todo o membro onde houve a fratura ou com uma tala gessada, apenas em uma face do local onde houve a fratura. #Fixação Cirúrgica Interna: Categoria usualmente mais conhecida no âmbito das cirurgias ortopédicas, pautada pelo uso de placas e para- fusos que realizam a fixação óssea. OSTEOMIELITE Existe um risco associado às fraturas de ocorrência de infecções, principalmente as fraturas expostas, as quais possuem um contato do foco fraturário com o meio externo, possibilitando o contato com bactérias que, inoculadas no osso, podem gerar uma Osteomielite. É uma complicação muito séria e de difícil tratamento, já que na grande maioria das vezes há uma cronificação e necessidade de antibioticoterapia estendida. - Infecção do osso, que pode ser classificada de acordo com o mecanismo de infecção (hematogênico ou não hematogênico) ou de acordo com a duração da patologia (aguda ou crônica). CONCEITOS INICIAIS - DEAMBULAÇÃO: método de locomoção que envolve o uso dos membros inferiores, de forma alternada, em apoio e propulsão, com pelo menos um pé em contato com o solo durante o tempo todo. - MARCHA: padrão de locomoção que diferencia dois indivíduos. - A consideração da normalidade do processo de locomoção deve ser feita com certa tolerância, uma vez que varia em função de sexo, idade, peso corporal, altura. -Também deve ser observado que podem ocorrer variações ou adaptações do indivíduo a determinadas condições. - A marcha é afetada por mecanismos corporais, como o balanço do tronco, o balanço dos braços e o movimento da cabeça, além de ser dependente de vários reflexos – postural, labiríntico e de endireitamento. • PASSO: distância entre os pontos em que os pés tocam o solo. • PASSADA: distância entre os pontos em que um mesmo pé tocou o solo em dois apoios sucessivos. • CADÊNCIA: é o número de passos por minuto. • TEMPO DO CICLO: tempo em segundos decorrido entre dois apoios sucessivos do mesmo membro. • CADÊNCIA : número de passos ocorridos em determinado período de tempo. CICLO DA MARCHA - Intervalo de tempo entre duas ocorrências sucessivas do mesmo evento. Em geral considera-se como início do ciclo o momentoem que o pé toca o solo, denominado contato inicial. - Possui duas fases: → FASE DE APOIO ou de estação: durante a qual o pé está em contato com o solo, e o tronco faz a ultrapassagem do membro apoiado. →FASE DE BALANÇO ou de oscilação: quando ocorre o avanço do membro. PERÍODOS DA MARCHA - Tanto a fase de apoio como a de balanço podem ser subdivididas em períodos, demarcados por sucessivos eventos. Durante o ciclo da marcha, 3 atividades devem ocorrer: 1. Aceitação do peso Ocorre no inicio da fase de apoio, quando o pé toca o solo e o peso do corpo começa a ser transferido para esse membro inferior; 2. Apoio em um membro inferior Quando o peso do corpo é totalmente transferido para o membro inferior de apoio, permitindo que o outro membro posso se deslocar para frente; 3. Avanço do membro inferior Ocorre durante a fase de balanço, quando o membro inferior se desloca para frente. FASE DE APOIO 60% • PERÍODO DE DUPLO APOIO INICIAL (10%) - Começa com os dois pés no solo e o pé analisado (direito) está na frente realizando o contato inicial; - Ocorre a transferência do peso do corpo de um membro (perna esquerda) para outro (direita); - Termina com o desprendimento do pé oposto (esquerdo); - Podende ser denominado, também, como período de primeiro duplo apoio ou transferência de carga. • PERÍODO DE MÉDIO BALANÇO - Sucede o balanço inicial e termina no momento em que o eixo da perna ocupa a posição vertical em relação ao solo. • PERÍODO DE BALANÇO TERMINAL - Observado nos últimos 20% do ciclo, quando ocorre a desaceleração do membro inferior, que se prepara para tocar o solo, iniciando um novo ciclo. - Também pode ser denominado período de desaceleração. MODIFICADORES DA MARCHA GRAVIDADE Na posição anatômica, o centro de gravidade de um adulto normal está na intersecção do plano frontal e do plano sagital, a 55% de sua altura, a partir do solo. Esse ponto está 5cm adiante da 2ª vértebra sacral, dentro da pelve verdadeira. - Na marcha normal, o caminho seguido pelo centro de gravidade do corpo é uma curva uniforme e regular que se move para cima e para baixo no plano vertical, oscilando cerca de 4,5cm entre a altura máxima e a mínima. O ponto mais baixo ocorre no momento do choque do calcanhar, e o mais alto, na fase de acomodação intermediaria. - O crescimento do tronco em relação ao dos membros inferiores se dá de maneira desproporcional, devido a isso, quanto mais jovem a criança, mais alto está situado seu centro de gravidade e menor sua estabilidade. CONTRA-AÇÃO DO SOLO - A fricção entre o solo e o pé afeta a marcha modificando a aceleração e a desaceleração; - Se a superfície for escorregadia e a marcha, insegura, o número de passos por minuto (cadencia) diminui para preservação do equilíbrio e maior conservação de energia. CONSERVAÇÃO DE ENERGIA - Individuo tende a funcionar de maneira que lhe seja permitida a máxima conservação de energia. - A marcha mantém o centro de gravidade em uma trajetória suave e de baixa amplitude para que o corpo conserve mais energia. - A largura da base não deve exceder de 5 a 10 cm de um calcanhar a outro. Se o paciente deambular ampliando a base, deve-se suspeitar de cerebelopatias ou diminuição da sensibilidade plantar. - Em média, adultos deambulam em um ritmo de 90-120 passos por minuto, sendo o gasto de energia de cerca de 100 calorias por 1,5 quilometro. - Qualquer alteração da uniformidade de coordenação da marcha aumenta o consumo de energia. - O comprimento do passo é cerca de 40 cm e também pode diminuir na presença de dor, fadiga ou velhice. Também para maior conservação de energia.
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