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Raças Cardiopatas: Gatos Universidade Estadual do Maranhão- UEMA Curso de Medicina Veterinária Grupo de Estudos em Cardiologia Veterinária Pedro Henrique Santos Aguiar São Luís- MA 2021 Introdução Cardiomiopatias primárias ou idiopáticas: Cardiomiopatia Hipertrófica Cardiomiopatia Dilatada Cardiomiopatia Restritiva Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito Cardiomiopatias secundárias: Nutricional (deficiência de taurina) Metabólica (hipertireoidismo) Infiltrativo (neoplasia ) Inflamatória (toxinas, reações imunológicas, agentes infecciosos) Genética Tóxica Termo "Cardiomiopatia" Raças Maine Coon Ragdoll Persa Siamês Fo nt e: p et z. co m .b r Cardiomiopatia Hipertrófica Felina Hipertrofia do ventrículo esquerdo Primária ou Secundária Edema Pulmonar e ICC esquerda Sintomática e Assintomática Hipertireoidismo, hipertensão sistêmica e estenose subaórtica Normal Hipertrófico Fon te : h tt ps :/ /w w w .y ou tu be .c om /w at ch ?v = 5J rt tS cZ 2l Y Estresse Incidência1. Maine Coon, Persa, Ragdoll, Siamês, Sagrado da Birmânia, pêlo longo americano, pêlo curto britânico e pêlo curto americano Maior predisposição em machos Oito meses e dezesseis anos Cinco e sete anos Fonte: petz.com.br 2. Etiologia Caráter hereditário Maine Coon e pêlo curto americano Hipertireoidismo, estenose sub-aórtica e hipertensão sistêmica 3. Fisiopatologia Espessamento da parede ventricular esquerda. Diminuição da cavidade do ventrículo esquerdo ICC Aumento da pressão venosa pulmonar e edema pulmonar Trombos e doença tromboembólica 4. Sinais Clínicos Assintomáticos Sopro sistólico, ritmo de galope ou arritmias Letargia e anorexia Taquipnéia, dispneia, tosse Desconforto respiratório Paresia dos membros pélvicos Palidez ou cianose da língua e mucosas Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nYn1mfSBx7E 5. Diagnóstico Ecocardiografia Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine 5. Diagnóstico Radiografia Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine 5. Diagnóstico Eletrocardiografia Fonte: Royal Canin 6. Tratamento Diltiazem ou um beta-bloqueador Oxigenioterapia Toracocentese Furosemida Acepromazina e butorfanol Fonte: hospitalveterinario.cr Enalapril e Benazepril 7. Prognóstico Assintomáticos: 5 anos ICC e Tromboembolismo: 2 a 6 meses Cardiomiopatia Dilatada Felina Doença degenerativa do miocárdio, caracterizada por dilatação e hipocinesia ventricular esquerda Em 1987 foi associada à deficiência de taurina na dieta dos gatos Causas podem ser metabólicas, virais, tóxicas ou até mesmo idiopática 1. Fisiopatologia Diminuição na contratilidade, resultando em um aumento do volume e diâmetro sistólico final Câmaras cardíacas dilatadas Aumento do volume e diâmetro diastólico final Débito cardíaco diminui ICC Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine Vista caudal do AE e VE 2. Sinais Clínicos Dispnéia. Anorexia, depressão e letargia. Desidratação, pulso femoral fraco, hipotermia, taquicardia e ritmo de galope. Sopro leve Tromboembolismo e edema pulmonar 3. Diagnóstico Ecodopplercardiográfico Radiografia Dosagem da concentração de taurina no plasma Fonte: Tilley, L. P. (Ed.). (2008). Manual of canine and feline cardiology. Elsevier Health Sciences. 3. Diagnóstico Ecodopplercardiográfico Radiografia Dosagem da concentração de taurina no plasma Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine 4. Tratamento Fases emergenciais: Oxigenioterapia e diuréticos Furosemida Fase Crônica: diuréticos (furosemida) e vasodilatadores Digoxina e o pimobendan Taurina Dobutamina 5. Prognóstico Reservado a desfavorável: quando não há suplementação de Taurina. Presença de Tromboembolismo: desfavorável. 6. Relato de Caso Fêmea, SRD, 5 anos, 3,1 kg. Histórico de apatia, hiporexia e dificuldade respiratória. Dieta mista composta por comida caseira e ração comercial No exame físico, foi observado que o animal apresentava hipotermia e sensibilidade dolorosa à palpação abdominal. Durante a colheita de sangue para a realização de exames, o felino apresentou uma parada cardiorespiratória. Optou-se por realizar um exame ecodopplercardiográfico, no qual foi observado dilatação das quatro câmaras cardíacas e presença de insuficiência da válvula mitral. 6. Relato de Caso 6. Relato de Caso 6. Relato de Caso Nos exames bioquímicos, as alterações observadas foram azotemia e elevação da enzima alanina aminotransferase. A concentração sérica de taurina não pode ser determinada. Durante e após a ressuscitação cardiorespiratória foi realizado o exame eletrocardiográfico, no qual observou-se aumento na duração da onda P, aumento na duração e amplitude do complexo QRS e taquicardia sinusal. Foi prescrito tratamento via oral com pimobendan na dose de 0,26 mg/kg a cada 12 horas, maleato de enalapril na dose de 0,5 mg/kg a cada 24 horas e suplementação de taurina na dose de 250 mg a cada 12 horas. O animal veio a óbito dois dias após atendimento. Cardiomiopatia Restritiva Felina Representa a segunda forma mais frequente de cardiomiopatia em gatos Alguns casos de CMR são considerados uma fase final de outras cardiomiopatias. Forma Miocárdica e Endocárdica. Etiologia não definida. Hipereosinofilia, doenças virais ou doenças imunomediadas 1. Fisiopatologia Rigidez miocárdica devido à intensa fibrose do endocárdio e/ou miocárdio Disfunção diastólica grave com aumento do átrio esquerdo Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Vwxco4YvxoQ 2. Sinais Clínicos ICC esquerda e direita. Sons cardíacos anormais Esforço respiratório (dispneia/taquipneia) Edema pulmonar/ efusão pleural. Ascite Paresia ou paralisia de membros pélvicos devido TEA. Arritmias 3. Diagnóstico Ecocardiografia Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine 3. Diagnóstico Radiografia Fonte: Wendy A. Ware,Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine 4. Prognóstico Sobrevida de mais de um ano. Reservado, com poucos gatos assintomáticos. Maioria dos animais morre por complicações. 5. Relato de Caso SRD, macho, castrado, cinco anos de idade, 5,8 kg Atendimento emergencial queixando-se de dificuldade de locomoção nos membros pélvicos. Não apresentava perda de peso ou dificuldade respiratória, alimentação e comportamento normal nos últimos dias. Apresentava convulsões desde filhote com intervalos de aproximadamente quatro meses entre os episódios, porém a última havia sido cerca de quatro dias antes da consulta. O paciente encontrava-se apático, em decúbito esternal, escore corporal seis, com ambos membros pélvicos cianóticos e frios ao toque, hipotermia grave (TR 32,7ºC),mucosas normocoradas, levemente desidratado. 5. Relato de Caso Avaliação clínica do paciente 2. A: Membros pélvicos com coxins cianóticos, e cianose mais evidente em membro pélvico esquerdo. B: Membros torácicos com coxins rosados utilizados para comparação visual com os membros pélvicos. 5. Relato de Caso Na ausculta cardiopulmonar bilateral foi possível identificar crepitações compatíveis com edema pulmonar. Durante o exame físico, o paciente teve uma piora clínica aguda e iniciou dispneia restritiva em posição ortopneica com a boca aberta. O paciente foi alocado na incubadora pediátrica para aquecimento e oxigenioterapia, e foi realizado acesso venoso em veia cefálica acoplado a um cateter de espera de onde foi coletado sangue para exames. Foi aplicada furosemida na dose de 2mg/kg IV, metadona na dose de 0,3 mg/kg SC e heparina na dose de 250 UI/kg IV. Após 40 minutos internado, o paciente seguiu apresentando dispneia restritiva grave e iniciou cianose em mucosa oral/língua, quando então optou-se pela sedação do paciente com propofol para intubação orotraqueal e ventilação assitidapor meio de ambu. 5. Relato de Caso O paciente melhorou nos primeiros 20 minutos de ventilação manual, retornando a coloração rosada à mucosa oral, com crepitações leves na ausculta cardiopulmonar. Após cerca de 40 minutos intubado, o paciente descompensou novamente, apresentando mucosas cianóticas mesmo com a ventilação assitida, e as crepitações retornaram de forma mais evidente na auscultação. O paciente foi a óbito após alguns ciclos de tentativa de reanimação cardiopulmonar. Exames sanguíneos: neutrofilia e resultado negativo para FIV e FeLV Exames bioquímicos: aumento da concentração sérica de ureia Durante o exame macroscópico, foi observada palidez de mucosas orais e oculares, assim como coxins e pele dos membros pélvicos acentuadamente arroxeados. No exame interno, notou-se trombose extensa em artéria aorta abdominal na região intermediária entre os rins e a bifurcação da mesma 5. Relato de Caso Tromboembolismo aórtico. Observa-se deposição de material friável e avermelhado (trombose extensa) em artéria aorta abdominal em porção média e bifurcação aórtica durante exame macroscópico de necropsia. 5. Relato de Caso No coração observou-se discreta quantidade de líquido serossanguinolento no saco pericárdico, palidez da superfície externa, dilatação acentuada no átrio esquerdo e adelgaçamento de parede do ventrículo esquerdo. O endocárdio do ventrículo esquerdo apresentou-se acentuadamente esbranquiçado e irregular com evidenciação de cordas tendíneas 5. Relato de Caso Macroscopia de Cardiomiopatia Restritiva. A: Coração evidenciando palidez de superfície externa. B: Corte longitudinal, demonstrando acentuada dilatação de átrio esquerdo, adelgaçamento de parede ventricular esquerda com moderada hipertrofia de miocárdio, além de endocárdio acentuadamente esbranquiçado, irregular, com evidenciação de cordas tendíneas. 5. Relato de Caso No exame microscópico, o coração apresentou, em ventrículo esquerdo e septo interventricular, acentuada proliferação de tecido conjuntivo fibroso multifocal Notou-se múltiplas áreas de hemorragia no endocárdio, assim como proliferação de tecido conjuntivo fibroso e metaplasia cartilaginosa na valva átrio-ventricular esquerda, com infiltrado de macrófagos e hemorragia multifocal. Diagnóstico concluído: CMR associada à TEA em artéria aorta abdominal. Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito Herdada geneticamente Morte dos cardiomiócitos e substituição por tecido fibroadiposo. Arritmias ventriculares Primeiro caso no Brasil em 2016. 1. Etiopatogenia Incerta. Apoptose das células, processos inflamatórios, atrofia associada a fatores genéticos e fatores imunomediados Cães da raça boxer Característica autossômica dominante. 2. Sinais Clínicos Complexos prematuros ventriculares (VPC) originados no ventrículo direito. Taquicardia ventricular e supraventricular , fibrilação atrial. ICC do lado direito. Taquipnéia. Hepatomegalia e ascite. Síncope. Cardiomegalia. Sopros cardíacos. 3. Diagnóstico Ecocardiograma Aumento das câmaras cardíacas direitas, Diminuição da espessura da parede do ventrículo direito resultante da dilatação, Insuficiência de válvula tricúspide. Aneurismas. 3. Diagnóstico Radiografia Aumento da silhueta cardíaca em decorrência da dilatação do átrio e ventrículo direito. Efusão pleural 3. Diagnóstico Eletrocardiograma Arritmias. Taquicardia ventricular. Fibrilação atrial. Taquicardia supraventricular. Complexos ventriculares prematuros. Bloqueio do ramo direito e esquerdo. Bloqueio atrioventricular de primeiro grau. 3. Diagnóstico Investigação histopatológica Histologia do miocárdio do ventrículo direito, parede livre ântero lateral. Há ondulação e alongamento dos miócitos, o que sugere necrose focal demonstrada pelas pontas de seta. Algumas células inflamatórias redondas também são visíveis a partir das setas Histologia do miocárdio do ventrículo direito, parede livre ântero lateral. É possível visualizar a substituição do miocárdio por tecido fibroso (cor azul) e a presença de alguns adipócitos. 4. Tratamento Diuréticos, inotropicos positivos e inibidores da ECA. Furosemida 5. Prognóstico Mortes súbitas De reservado a desfavorável. ICC Referências Tilley, L. P. (Ed.). (2008). Manual of canine and feline cardiology. Elsevier Health Sciences. MATTEUCCI, GUILHERME. Cardiomiopatia hipertrófica felina: revisão bibliografica. Botucatu, (2011). Silveira, João Alison de Moraes, et al. "Cardiomiopatia hipertrófica felina: aspectos relevantes." (2015). Silva, Carolina Castillos da. "Cardiomiopatia restritiva felina: relatos de dois casos." (2019). Bilhalva, Maurício Andrade, et al. "Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito em felinos: revisão." PUBVET 14 (2020): 119. Assumpção, Thais Cristine, et al. "CARDIOMIOPATIA DILATADA FELINA-RELATO DE CASO." ENCICLOPÉDIA BIOSFERA 10.19 (2014). Estrada, AH (2008). Cardiovascular Disease in Small Animal Medicine Wendy AWare (1ª ed.). Londres: Manson Publishing, 2007.
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