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Inseminação artificial em bovinos DEFINIÇÃO : a deposição mecânica do sêmen no aparelho genital da fêmea >> atualmente é a espécie em que a técnica de conservação de sêmen e IA estão mais desenvolvidas. São três as principais classes de vantagens oferecidas pelo processe de IA em bovinos, ou seja, de ordem zootécnica, econômica e científica. Acelera o melhoramento genético: Possibilita o uso de animais de alto padrão zootécnico em propriedade que não possuem condições financeiras para manter tais animais. Possibilita o uso de touros provados: É possível o uso de touros comprovadamente superiores (através de teste de progênie) para características de produção ou tipo. Ajuda a evitar consangüinidade: Pode-se adquirir sêmen de animais diferentes, evitando-se assim o cruzamento entre parentes. Facilita o cruzamento entre raças: Pode-se adquirir sêmen de animais de raças diferentes, e desta forma inseminar cada fêmea com a raça de melhor conveniência. Facilita a estação de monta: Característica mais empregada em gado de corte onde, no caso de monta natural, seriam necessários vários reprodutores para cobrir um grande número de fêmeas em um curto período de tempo. Permite a estocagem e transporte de material genético: Com o congelamento do sêmen é possível transportar o material genético de um macho ou estoca-lo por tempo indeterminado. Facilita o teste de progênie: avaliação das características zootécnicas de um macho de acordo com o desempenho de suas filhas comparado com as mães. Auxilia no controle de doenças sexualmente transmissíveis: A IA quebra o ciclo de transmissão de várias doenças que posem ser transmitidas via cópula. CONDIÇÕES MINÍMAS PARA UM BOM RESULTADO Mão de obra treinada: dela depende em mais de 50% o sucesso da técnica, pois está envolvida em todas etapas do processo. Acompanhamento técnico: imprescindível, principalmente na implantação, e também na manutenção e avaliação dos índices obtidos. Controle sanitário: Não se deve tentar implantar IA em locais onde a mortalidade de crias é elevada, onde existam doenças infecto-contagiosas que possam provocar abortos ou redução de fertilidade das fêmeas. Inicialmente controlar estas situações e depois implantar a inseminação. Boa nutrição: É um dos aspectos mais importantes, invariavelmente a IA (reprodução) apresenta melhores resultados onde a nutrição é boa. Bom Manejo: Associado á nutrição, pode interferir muito nos resultados. Como exemplo podemos citar os problemas de instalações inadequadas etc. Escrituração zootécnica: Importante para animais de produção como bovinos. Devem ser anotados pelo menos, partos, coberturas, inseminações, cios e um controle leiteiro mensal no caso de gado de leite, para que se possa acompanhar os resultados da técnica e mensurar a melhoria da eficiência da atividade. APARELHO REPRODUTOR FEMININO CIO DA VACA O cio é o período em que a fêmea aceita a monta, ou seja, deixa-se montar. Normalmente dura de 10 a 18 horas e repete com intervalo médio de 21 dias, podendo variar de 17 a 24 dias. Existem alterações na vaca que podem ser percebidas no momento do pré-cio (período que antecede o cio) até o pós-cio (período posterior ao cio) Sinais pré-cio : Vulva inchada e brilhante Corrimento vaginal cristalino (semelhante à clara de ovo) Urina frequentemente Apresenta cauda erguida Inquietação Perda de apetite Monta em outras vacas e não aceita ser montada Berra constantemente IDENTIFICAÇÃO DO CIO A observação para identificação do cio da vaca deve ser diária OBSERVAÇÃO VISUAL: Devido as característica do ciclo estral de bovinos, esta observação deve ser feita pela pessoa responsável, pelo menos duas vezes ao dia, com o maior intervalo possível entre as observações (ideal 12 horas). Cada período de observação deve variar entre 20 a 40 minutos dependendo do tamanho do lote ser vacas a ser observado. o ideal é observar o gado em movimento lento, ou seja, procurar movimentar os animais, se possível, durante a observação RUFIÕES: Existem dois tipos de rufiões, os machos tratados cirurgicamente ou as fêmeas androgenizadas. Está provado que os rufiões estimulam as fêmeas a permanecerem mais tempo em estro e também fazem com que os sinais de cio sejam mais evidentes, facilitando a detecção Quando uma fêmea ‘ detectada em estro na presença do rufião, esta deve ser retirada do lote para que o mesmo possa procurar outras possíveis vacas em estro, evitando assim o problema de preferência por uma determinada fêmea. HEAT-WATCH: Trata-se de um mecanismo eletrônico de detecção de estro que já esta sendo usado na prática em alguns rebanhos leiteiros principalmente dos USA. Um dispositivo eletrônico é colado na região sacral do animal e quando este é montado por outra fêmea ou rufião, a pressão faz com que seja emitido um sinal em freqüência modulada, que é captado por uma antena conectada a um computador que cadastra eletronicamente o início da aceitação, o número de montas e fornece um relatório com o período mais indicado para inseminação INSEMINAÇÃO A escolha do momento ideal para IA deve levar em consideração as seguintes características: tempo de sobrevivência dos gametas (ovócito: 20 a 24 horas e espermatozóide: 25 a 30 horas) e momento mais provável de ovulação (24 a 30 horas após o início do estro). A vaca é um dos únicos animais que ovulam após do período de estro (Metaestro), levando em consideração estas características o momento ideal para IA em bovinos é de 18 a 24 horas após o início do estro INICIO DO CIO INSEMINAÇÃO Vacas em estro pela manhã IA na tarde do mesmo dia Vacas em estro á tarde IA na manhã do outro dia Momento da inseminação (após o inicio do estro) Taxa de gestação O a 17 55,1 % 18 a 24 65,8 % 25 a 35 52,3 % + de 35 21,1 % LOCAL IDEAL PARA A INSEMINAÇÃO : o local de deposição ideal para o sêmen é o limite entre a cérvix e útero. POR QUE? Pois caso fosse colocado mais a frente, a ovulação poderia ocorrer do outro lado, o que dificultaria a concepção, além de prejudicar a capacitação espermática, pois os espermatozóides poderiam passar muito rapidamente pelo genital da fêmea. DESCONGELAMENTO DE SÊMEN Descongelamento é em água morna à aproximadamente 35oC. Para o completo descongelamento são necessários 10 segundos para palheta fina e 30 segundos para palheta média. Porém sendo nesta temperatura a palheta pode ficar por mais tempo na água morna sem que altere a qualidade da dose de sêmen. MATERIAIS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL BOTIJÃO COM NITROGÊNIO : armazenamento de sêmen . A temperatura de conservação do sêmen é de 196ºC negativos. Essa temperatura é atingida com o uso de nitrogênio em estado líquido, que evapora e diminui com o tempo. O nível de nitrogênio deve ser sempre maior que 15 cm. Régua para aferição do nível de nitrogênio SÊMEN TERMÔMETRO PINÇA RECIPIENTE ISOTÉRMICO PARA DESCONGELAMENTO DE SÊMEN OU DESCONGELADOR ELETRÔNICO DE SÊMEN PALHETAS CORTADOR DE PALHETAS APLICADOR RELÓGIO PAPEL TOALHA BAINHA DESCARTÁVEL LUVA DESCARTÁVEL PASSOS PARA INSEMINAÇÃO 1. Reunir o material 2. Conter o animal 3. Calce a luva 4. Limpeza do reto da vaca ( verificar condições do muco) 5. Limpe a vulva da vaca 6. Retire a luva 7. Prepare a bainha 8. Prepare a água para o descongelamento do sêmen (35 à 37ºC) 9. Identificar o sêmen do touro a ser utilizado 10. Retire a palheta do botijão 11. Coloque a palheta na água (por 30 segundos) 12. Retire a palheta da água 13. Enxugue a palheta com papel toalha 14. Corte a palheta (região oposta à bucha) 15. Encaixe a palheta na bainha 16. Introduza a cânula do aplicador na bainha (A cânula do aplicador envolverá a palheta e será envolvido pela bainha). 17. Trave a bainha na cânula do aplicador18. Introduza o êmbolo na cânula do aplicador 19. Calce a luva de palpação 20. Leve o aplicador para o local onde se encontra a vaca 21. Abra a vulva da vaca 22. Introduza a mão no reto da vaca 23. Direcione o aplicador até a entrada da cérvix (colo uterino) 24. Passe o aplicador pela cervix Esse procedimento deve ser realizado cuidadosamente movimentando a mão que segura a cérvix, mantendo a outra mão apenas para segurar o aplicador 25. Localize o local de deposição do sêmen 26. Pressione o embolo e deposite o sêmen lentamente 27. Retire o aplicador e o braço 28. Massageie o clitóris INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO ( IATF ) A IATF, ou inseminação artificial em tempo fixo, nada mais é do que uma técnica onde é determinado o dia e horário que um lote de fêmeas serão inseminadas. Esse manejo irá sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas por meio da administração de medicamentos em dias predeterminados. A IATF é aplicada no rebanho através do uso de fármacos capazes de controlar e sincronizar o ciclo estral e a ovulação das vacas, de modo que, se possa inseminar essas fêmeas em horários pré-determinados e com boas taxas de concepção. Sendo também capaz de trazer fêmeas em anestro à ciclicidade (com a inclusão do hormônio eCG nos protocolos de IATF. OBS : Vale a pena lembrar que, os fármacos e hormônios utilizados não prejudicam as fêmeas, pois são substâncias iguais ou similares às que participam do processo fisiológico do aparelho reprodutivo, e terminado seu efeito, não interferem em ciclos estrais posteriores. QUANDO UTILIZAR? Fêmeas em boa condição corporal e acima de 45 dias de pós-parto. Em caso de novilhas, somente as que já tiveram um ou dois ciclos estrais e já atingiram o peso adequado, podem participar de protocolos de IATF. PROTOCOLOS DE IATF Utilizam dispositivos de progesterona e eCG, pois aliam maior taxa de prenhez com o fato de atingir fêmeas em anestro. Mais usado : Dia 0 às 8 horas: Inserção de dispositivo intravaginal de progesterona e aplicação de 2mg de Benzoato de Estradiol via IM. Dia 8 às 8 horas: Aplicação de 400 UI de eCG IM + aplicação de prostaglandina IM+ retirada do dispositivo de progesterona. Dia 9 às 8 horas: Aplicação de 1 mg de Benzoato de Estradiol IM. Dia 10 às 16 horas: Inseminar todas as vacas sincronizadas. VANTAGENS PROPORCIONADAS: Elimina-se a necessidade de observação de cios, e consequentemente as falhas de detecção. Conseguimos trazer à ciclicidade animais em anestro Insemina-los com bons índices de concepção. Com o uso da IATF conseguimos que as vacas do rebanho emprenhem mais rapidamente no período pós-parto, conseguindo reduzir a média de Intervalo entre Partos (IEP).
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