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llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll O sistema mastigatório é a unidade funcional do corpo principalmente responsável pela mastigação, fala e deglutição. Seus componentes também desempenham um papel importante no paladar e na respiração. O sistema é composto por ossos, articulações, ligamentos, dentes e músculos. Além disso, um complexo sistema de controle neurológico regula e coordena todos esses componentes estruturais. CONSTITUIÇÃO ✔ Lábios; ✔ Dentes; ✔ Maxila e Mandíbula; ✔ Glândulas Salivares; ✔ Língua; ✔ Bochechas; ✔ Sistema Nervoso e Vascular; ✔ Músculos; ✔ ATM. FUNÇÕES ✔ Mastigação; ✔ Deglutição; ✔ Fonação; ✔ Respiração; ✔ Estética; ✔ Equilíbrio Psicossocial; ✔ Registro de Sensações; ✔ Comunicação de Sentimentos. SISTEMA MASTIGATÓRIO O sistema mastigatório tem três principais funções: (1) mastigação, (2) deglutição e (3) fala. Existem também funções secundárias que ajudam na respiração e na expressão de emoções. Todos os movimentos funcionais são eventos neuromusculares complexos altamente coordenados. Estímulos sensoriais das estruturas do sistema mastigatório (i. e., dentes, ligamentos periodontais, lábios, língua, bochechas, palato) são recebidos e integrados no GPC com ações reflexas existentes e engramas musculares aprendidos para alcançar uma função desejada. Uma vez que a oclusão dos dentes desempenha um papel principal na função do sistema mastigatório, uma compreensão da dinâmica desta atividade funcional principal é essencial. MASTIGAÇÃO Definida como o ato de mastigar alimentos, a mastigação representa o estágio inicial da digestão, quando o alimento é quebrado em partículas menores para facilitar a deglutição. Na maioria das vezes, trata-se de uma atividade agradável que se utiliza dos sentidos do paladar, olfato e tato. Quando uma pessoa está com fome, a mastigação é um ato prazeroso e que traz satisfação. Com o estômago está repleto, uma resposta inibe essas sensações. É uma função complexa, que lança mão não apenas de músculos, dentes e estruturas de suporte periodontal, mas também de lábios, bochechas, língua, palato e glândulas salivares. A mastigação é uma atividade funcional, geralmente automática e praticamente involuntária; ainda assim, quando desejado, pode-se facilmente ter controle voluntário. O ciclo de mastigação completo tem um padrão de movimento descrito como em forma de lágrima, que pode ser dividido em fase de abertura e fase de fechamento. O movimento de fechamento também pode ser subdividido em fase de esmagamento e fase de trituração. Durante a mastigação, movimentos mastigatórios semelhantes são repetidos diversas vezes para o alimento ser reduzido. Quando a mandíbula é analisada em um plano frontal durante um único movimento mastigatório, a seguinte sequência ocorre: na fase de abertura, a mandíbula desce da posição de intercuspidação até um ponto onde as bordas incisais dos dentes estão separadas de 16 a 18 mm. Ela, então, move-se lateralmente de 5 a 6 mm a partir da linha média, quando começa o movimento de fechamento. A primeira fase de fechamento, que prende o alimento entre os dentes, é chamada de fase de esmagamento. À medida que os dentes se aproximam um do outro, o deslocamento lateral é menor, de modo que, quando os dentes estão separados por apenas 3 mm, a mandíbula ocupa uma posição de apenas 3 a 4 mm lateralmente à posição inicial do movimento de mastigação. Nesse ponto, os dentes estão posicionados de tal maneira que as cúspides vestibulares dos dentes inferiores estão quase diretamente sob as cúspides vestibulares dos dentes superiores, do lado para o qual a mandíbula foi deslocada. Como a mandíbula continua a fechar, o bolo alimentar é preso entre os dentes, o que inicia a fase de trituração do movimento de fechamento. Durante essa fase, a mandíbula é guiada pelas superfícies de oclusão dos dentes, de volta para a posição de intercuspidação, o que faz com que os planos inclinados das cúspides dos dentes se cruzem, permitindo o corte e a trituração do bolo alimentar. Se o movimento de um incisivo inferior for acompanhado no plano sagital durante um movimento de mastigação típico, será visto que, durante a fase de abertura, a mandíbula se move ligeiramente para a frente. Durante a fase de fechamento, ela segue um caminho levemente posterior, terminando em um movimento anterior, de volta à posição de máxima intercuspidação (máximo contato dentário). Logo depois a deglutição. FORÇA DE MASTIGAÇÃO Homens mordem mais forte que as mulheres: - Mulheres: 35,8 - 44,9 kg - Homens: 53,6 - 64,4 kg Dentes posteriores apresentam mais força do que dentes anteriores: - Incisivo: 13,2 - 23,1 kg - Molar: 41,3 - 89,8 kg Quando o paciente perde um elemento dentário, refletirá significativamente na força de mastigação, principalmente na fase de trituração. Em média de 30 a 40% de perda da força de mastigação em desdentados total. Em pacientes masculinos devido à grande força exercida, é comum entrar atrições dentárias, dentes mais desgastados, ou de hábitos parafuncionais. Na prótese dentária, os dentes masculinos devem ser mais robustos, para suportar a carga mastigatórias e para as mulheres dentes mais delicados e menores. PAPEL DOS TECIDOS MOLES NA MASTIGAÇÃO A mastigação não poderia ser realizada sem a ajuda de estruturas de tecidos moles adjacentes. Quando o alimento é introduzido na boca, os lábios guiam e controlam a ingestão ao mesmo tempo, selando a cavidade oral. Os lábios são especialmente necessários quando se está introduzindo um líquido. A língua desempenha um papel importante não apenas no paladar, mas também no movimento do alimento dentro da cavidade oral para uma mastigação suficiente. Quando o alimento é introduzido, a língua geralmente inicia o processo de rompimento, pressionando-o contra o palato duro. Em seguida, empurra o alimento para as superfícies oclusais dos dentes, onde podem ser esmagados durante o movimento de mastigação. No decorrer da fase de abertura do próximo movimento de mastigação, a língua reposiciona os alimentos parcialmente esmagados contra os dentes para outras quebras. Enquanto a língua reposiciona o alimento no lado lingual, o músculo bucinador (na bochecha) realiza a mesma tarefa no lado vestibular. O alimento é, assim, continuamente substituído nas superfícies oclusais dos dentes, até que as partículas estejam suficientemente pequenas para serem engolidas de forma eficiente. A língua é também eficaz na divisão dos alimentos em porções que necessitam de mais mastigação e porções que estão prontas para serem engolidas. Ao fim, a língua ainda varre os dentes para remover qualquer resíduo de alimento aprisionado na cavidade oral. DEGLUTIÇÃO A deglutição constitui uma série de contrações musculares coordenadas que movimentam um bolo alimentar da cavidade oral, através do esôfago, para o estômago. Ela é composta de atividade muscular reflexa, voluntária e involuntária. A decisão de engolir depende de diversos fatores: o grau de consistência do alimento, a intensidade do sabor e o grau de lubrificação do bolo. Durante a deglutição os lábios estão fechados, vedando a cavidade oral. Os dentes são levados para a sua posição de máxima intercuspidação, estabilizando, assim, a mandíbula. A estabilização da mandíbula é parte importante da deglutição, devendo estar fixa para que a contração do supra-hioide e infra-hioide possa controlar adequadamente o movimento do osso hioide, necessário à deglutição. No adulto, a deglutição normal que utiliza os dentes para estabilizar amandíbula é chamada de deglutição somática. O côndilo se posiciona na região mais anterior e superior da fossa articular (a mandíbula é levada para uma posição um tanto posterior, ou de retração) - posição de maior conforto muscular (POSIÇÃO DE RELAÇÃO CÊNTRICA) FALA A tonalidade do som é produzida através da articulação precisa dos músculos, mandíbula e língua. Pacientes que não possuem dentição terão dificuldade de falar determinadas palavra, devido ao envolvimento de grupos de dentes. Sons de “M”, “B” e “P”: selamento dos lábios. Se a prótese não tiver na dimensão correta, o paciente irá ter dificuldade falar de palavras “M”, “P” e “B”. Caso a dimensão vertical (região inferior da face: base do nariz a base do mento) seja maior, não haverá selamento dos lábios. Som de “S”: toque incisal entre os incisivos inferiores. Som de “D”: toque da língua na região anterior do palato. Som de “F”: toque dos incisivos superiores no lábio inferior. Muitos sons também podem ser formados por meio de uma combinação dessas estruturas anatômicas. Som de “T”: língua toca os incisivos superiores. Sons de “F” e “V”: lábio inferior toca as bordas incisais dos dentes superiores. Sons de “K” e “G”: a porção posterior da língua se eleva para tocar o palato mole. MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO ✔ Músculo Masseter; ✔ Músculo Temporal; ✔ Músculo Pterigoideo medial e lateral; ✔ Músculo Digástrico. MÚSCULO MASSETER O masseter é um músculo retangular que se origina do arco zigomático e se estende para baixo até o aspecto lateral da borda inferior do ramo da mandíbula. Sua inserção na mandíbula se estende da região do segundo molar, na borda inferior, posteriormente, até incluir o ângulo. É composto de duas porções ou cabeças: ✔ Porção superficial: consiste em fibras que correm para baixo e ligeiramente para trás, que auxilia na protrusão da mandíbula; ✔ Porção profunda: consiste em fibras que correm em uma direção predominantemente vertical, que estabilizam o côndilo contra a eminência articular. Quando as fibras do masseter se contraem, a mandíbula é elevada e os dentes entram em contato. O masseter é um músculo poderoso que proporciona a força necessária para uma mastigação eficiente. Quando a mandíbula é protraída e a força da mastigação é aplicada, as fibras da porção profunda estabilizam o côndilo contra a eminência articular. MÚSCULO TEMPORAL O temporal é um músculo grande, em forma de leque, que se origina da fossa temporal e da superfície lateral do crânio. Suas fibras caminham juntas na medida em que se estendem para baixo, entre o arco zigomático e a superfície lateral do crânio, para formar um tendão que se insere no processo coronoide e na borda anterior do ramo ascendente. Pode ser dividido em três áreas distintas, de acordo com a direção das fibras e função: ✔ Porção anterior: consiste em fibras direcionadas quase verticalmente. Quando a porção anterior se contrai, a mandíbula é elevada verticalmente; ✔ Porção média: contém fibras que correm obliquamente através do aspecto lateral do crânio (um pouco para a frente, quando se dirigem para baixo). A contração da porção média elevará e retrairá a mandíbula; ✔ Porção posterior: composta de fibras alinhadas quase horizontalmente, vindo para a frente, sobre a orelha, para se juntarem a outras fibras temporais quando passam sob o arco zigomático. a contração causará elevação e apenas uma ligeira retração. Ao se contrair, o músculo temporal eleva a mandíbula e os dentes entram em contato. Se somente uma porção se contrai, a mandíbula se move de acordo com a direção das fibras que são ativadas. Como a angulação de suas fibras musculares varia, o temporal é capaz de coordenar os movimentos de fechamento. Desse modo, é um importante músculo posicionador da mandíbula. MÚSCULO PTERIGÓIDEO MEDIAL O músculo pterigóideo medial (interno) se origina da fossa pterigóidea e se estende para baixo, para trás e para fora, para se inserir ao longo da superfície medial do ângulo mandibular. Junto com o músculo masseter, forma um suspensório muscular que suporta a mandíbula na altura do ângulo mandibular. Quando suas fibras se contraem, a mandíbula é elevada e os dentes se tocam. Esse músculo também é ativo na protrusão mandibular. A contração unilateral produzirá um movimento mediotrusivo (lateralidade) da mandíbula. MÚSCULO PTERIGÓIDEO LATERAL SUPERIOR É consideravelmente menor que o inferior e se origina na superfície infratemporal da asa maior do esfenoide, estendendo-se quase horizontalmente, para trás e para fora, para se inserir na cápsula articular, no disco e no colo do côndilo. ✔ Músculo que auxilia na elevação mandibular e estabilização do disco; ✔ Responsável por potencializar a força de mordida (mais forte no sexo masculino); ✔ Tem ação antagônica ao M. Pterigoideo lateral inferior; ✔ Tem relação direta com a articulação. MÚSCULO PTERIGÓIDEO LATERAL INFERIOR Origina-se na superfície externa da lâmina pterigóidea lateral e se estende para trás, para cima e para fora, até sua inserção primariamente no colo do côndilo. Quando os pterigóideos laterais inferiores direito e esquerdo se contraem simultaneamente, os côndilos são puxados para a frente e para baixo nas eminências articulares e a mandíbula é protraída. A contração unilateral cria um movimento mediotrusivo dos côndilos e causa um movimento lateral da mandíbula para o lado oposto. No momento em que o pterigóideo lateral inferior atua junto com os músculos abaixadores da mandíbula, a mandíbula é abaixada e os côndilos deslizam para a frente e para baixo nas eminências articulares. ✔ Prende-se ao colo do côndilo; ✔ Auxilia no abaixamento da mandíbula; ✔ Auxilia o côndilo a baixar e percorrer a eminência; ✔ Articular no movimento de abertura bucal; ✔ Músculos que auxiliam na abertura e protusão. MÚSCULO DIGÁSTRICO Embora geralmente não seja considerado um músculo da mastigação, o digástrico exerce importante influência na função da mandíbula. É dividido em duas porções ou ventres: ✔ Ventre posterior: se origina na incisura mastóidea, justamente medial ao processo mastoide; suas fibras correm para a frente, para baixo e para dentro, até o tendão intermediário inserido no osso hioide. ✔ Ventre anterior: se origina em uma fossa na superfície lingual da mandíbula, bem acima da borda inferior e próximo à linha média; suas fibras se estendem para baixo e para trás para se inserirem no mesmo tendão intermediário, como faz o ventre posterior. se contraem e o osso hioide é fixado pelos músculos supra e infra-hioides, a mandíbula é abaixada e puxada para trás e os dentes são desocluídos. Quando a mandíbula é estabilizada, os músculos digástricos, junto com os músculos supra e infra- hioides, elevam o osso hioide; um procedimento necessário para a deglutição. ✔ Músculo depressor da mandíbula; ✔ Auxilia na retrusão da mandíbula; ✔ Músculo elevador do osso hióide -- Auxilia na deglutição. ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR A área onde a mandíbula se articula com o osso temporal do crânio é chamada de articulação temporomandibular (ATM) – certamente uma das articulações mais complexas do corpo. Articulação Ginglimo artroidal: ✔ Ginglimoidal: Por proporcionar um movimento de dobradiça (rotação) em um plano. ✔Artrodial: No entanto, ao mesmo tempo, pode também proporcionar movimentos de deslizamento (translação. A ATM é formada pelo côndilo mandibular e pela fossa mandibular do osso temporal, na qual está posicionado. O disco articular separa esses dois ossos da articulação direta. A ATM é classificada como uma articulação composta. Por definição, uma articulação composta requer a presençade, pelo menos, três ossos, ainda que a ATM seja constituída por apenas dois. Funcionalmente, o disco articular age como um osso não calcificado, o que permite os movimentos complexos da articulação. Uma vez que o disco articular funciona como um terceiro osso, a ATM é considerada uma articulação composta. A função do disco articular como um osso não calcificado está descrita em detalhes neste capítulo na seção sobre a biomecânica da ATM. DISCO ARTICULAR O disco articular é composto por tecido conjuntivo fibroso denso, na maior parte desprovido de vasos sanguíneos e fibras nervosas. A periferia extrema do disco, entretanto, é ligeiramente inervada. A área central, a mais fina, é denominada zona intermediária. O disco torna-se consideravelmente mais espesso a partir da zona intermediária para anterior e posterior. A borda posterior geralmente é um pouco mais espessa que a borda anterior. Na articulação normal, a superfície articular do côndilo está localizada na zona intermediária do disco, circundada pelas regiões anteriores e posteriores mais espessas. O disco articular está posteriormente inserido a uma região de tecido conjuntivo frouxo, altamente vascularizada e inervada. Esse tecido é conhecido como tecido retrodiscal ou ligamento posterior. ANATOMIA DA CAVIDADE ARTICULAR O disco articular se insere no ligamento capsular não somente anterior e posteriormente, mas também medial e lateralmente, o que divide a articulação em duas cavidades distintas: ✔ A cavidade de cima ou superior é delimitada pela fossa mandibular e pela superfície superior do disco. ✔ A cavidade de baixo ou inferior é delimitada pelo côndilo mandibular e pela superfície inferior do disco. As superfícies internas das cavidades estão rodeadas por células endoteliais especiais, que formam um revestimento sinovial. Essa membrana, em conjunto com outra membrana sinovial especializada, localizada na borda anterior dos tecidos retrodiscais, produz o líquido sinovial, que preenche as duas cavidades. Desse modo, a ATM também é referida como uma articulação sinovial. O líquido sinovial tem, então, duas finalidades: ✔ Uma vez que as superfícies articulares não apresentam vascularização, ele age como um meio para prover as necessidades metabólicas para esses tecidos. Há um intercâmbio livre e rápido entre os vasos da cápsula, o líquido sinovial e os tecidos articulares. ✔ O líquido sinovial também atua como um lubrificante entre as superfícies articulares durante a função. As superfícies articulares do disco, do côndilo e da fossa são muito lisas, de modo que o atrito durante o movimento seja minimizado. O líquido sinovial ajuda a minimizar ainda mais o atrito. INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Como todas as articulações, a ATM é inervada pelo mesmo nervo que fornece inervação motora e sensitiva aos músculos que a controlam (o nervo trigêmeo). Ramos do nervo mandibular (V3) fornecem a inervação aferente. A maior parte da inervação é provida pelo nervo auriculotemporal, assim que este deixa o nervo mandibular atrás da articulação e ascende lateral e superiormente, contornando a região posterior da articulação. Uma inervação adicional é propiciada pelos nervos temporal profundo e massetérico. VASCULARIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR A ATM é ricamente suprida por uma variedade de vasos que a circundam. Os vasos predominantes são a artéria temporal superficial para a porção posterior, a artéria meníngea média para a porção anterior e a artéria maxilar interna para a porção inferior. Outras artérias importantes são a auricular profunda, a timpânica anterior e a faríngea ascendente. O côndilo recebe seu suprimento vascular através de seus espaços medulares, por meio da artéria alveolar inferior e também por “vasos alimentadores”, que entram diretamente na cabeça do côndilo, tanto anterior quanto posteriormente, a partir de vasos mais largos. LIGAMENTOS Como em qualquer sistema articular, os ligamentos desempenham um importante papel na proteção das estruturas. São constituídos por fibras colágenas do tecido conjuntivo, que têm comprimentos específicos. Não se esticam; no entanto, se forças exacerbadas forem aplicadas a eles, inesperadamente ou por um tempo prolongado, os ligamentos podem ser estirados. Quando isso ocorre, a função do ligamento fica comprometida, alterando, desse modo, a função articular. Tal alteração será discutida em capítulos posteriores, que abordarão patologias articulares. Os ligamentos não atuam ativamente na função da articulação, mas, em vez disso, agem passivamente como agentes de restrição para limitar e restringir movimentos limítrofes. Três ligamentos funcionais sustentam a ATM: (1) os ligamentos colaterais; (2) o ligamento capsular; (3) o ligamento temporomandibular. Além de dois ligamentos acessórios: (4) o esfenomandibular; (5) o estilomandibular. LIGAMENTO COLATERAL OU LIGAMENTO DISCAL ✔ Liga o disco ao côndilo mandibular; Restringem o movimento do disco durante o movimento de abertura bucal. Sua atuação consiste em restringir o movimento do disco para fora do côndilo; em outras palavras, esses ligamentos permitem que o disco se movimente passivamente com o côndilo quando este desliza anterior ou posteriormente. LIGAMENTO CAPSULAR ✔ Liga a cápsula articular ao redor da articulação; ✔ Restringem os movimentos laterais da articulação. O ligamento capsular age para resistir a qualquer força medial, lateral ou inferior que tenda a separar ou deslocar as superfícies articulares. Uma função significativa do ligamento capsular é envolver a articulação, retendo, assim, o líquido sinovial. LIGAMENTO TEMPOROMANDIBULAR ✔Liga a eminência articular à região do colo do côndilo mandibular ✔ A porção oblíqua do ligamento TM impede a queda excessiva do côndilo, limitando, portanto, a extensão de abertura da boca. - Interrompe o movimento de rotação do côndilo – induz o movimento de translação da mandíbula para baixo e para frente 1- Cápsula Articular; 2- Ligamento Temporomandibular; 3- Ligamento Estilomandibular. LIGAMENTO ESFENOMANDIBULAR ✔ Ação de estabilização do movimento de abertura bucal. LIGAMENTO ESTILOMANDIBULAR ✔ Limita o movimento de protusão mandibular excessiva. A DTM pode ser de origem muscular ou articular. BIOMECÂNICA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO MOVIMENTOS CONDILARES Rotação: ✔ No momento de abertura da boca, há a rotação do côndilo mandibular dentro da cavidade articular, para isso necessita-se de uma anatomia bicôncava do disco para auxiliar a rotação do côndilo; ✔ Há o estiramento total do ligamento temporomandibular. Translação: ✔ Ocorre o deslocamento da mandíbula para frente; ✔ Ocorre o deslizamento da face superior do côndilo na superfície posterior da eminência articular. Deslocamento anterior do disco: ✔ Redução do espaço da cavidade articular → Aumento da pressão na cavidade articular → Escape do disco para região anterior. POSIÇÕES E MOVIMENTOS MANDIBULARES BÁSICOS FATORES E FORÇAS QUE DETERMINAM A POSIÇÃO DO DENTE O alinhamento da dentição nas arcadas dentais ocorre como resultado de forças multidirecionais complexas atuando nos dentes durante e após a erupção. Quando erupcionam, os dentes são direcionados a uma posição em que forças opostas estão em equilíbrio. As principais forças opostas que influenciam a posição dentária originam-se da musculatura circundante. Vestibularmente aos dentes, estão os lábios e as bochechas, que proporcionam forças linguais relativamente leves, mas constantes. Do lado oposto das arcadas dentais, está a língua, responsável por forças vestibulares sobre a superfície lingual dos dentes. Ambas as forças, aplicadasna face vestibular pelos lábios e bochechas e na face lingual pela língua, são leves, porém constantes. Esses são os tipos de força que, com o tempo, podem mover os dentes dentro das arcadas dentais. Há uma posição dentária na cavidade oral na qual as forças vestibulolinguais se igualam. É a chamada posição ou zona neutra (posição do dente quando as forças linguais estão em equilíbrio com as forças vestibulares (lábios e bochechas). Existe para os dentes anteriores e posteriores), onde a estabilidade dentária é alcançada. Se, durante a erupção, um dente estiver posicionado exageradamente para a posição lingual ou vestibular, a força dominante (língua, se em linguoversão; lábios e bochechas, se em vestibuloversão) forçará aquele dente para a zona neutra. Isso normalmente ocorre quando há espaço suficiente para o dente dentro da arcada. AUSÊNCIA DE ESPAÇO NO ARCO DENTÁRIO Se não houver bastante espaço, as forças musculares circundantes geralmente não serão suficientes para posicionar o dente em seu alinhamento correto na arcada. Nesse caso, o dente permanecerá fora da posição normal na arcada e será observado o apinhamento. Tal apinhamento permanecerá até que forças externas adicionais venham a corrigir a discrepância entre o tamanho do dente e o comprimento da arcada (i. e., a ortodontia). CONTATO PROXIMAL ENTRE DENTES ADJACENTES As superfícies proximais dos dentes também estão sujeitas a uma variedade de forças. O contato proximal entre os dentes adjacentes ajuda a mantê- los no alinhamento normal. Uma resposta funcional do osso alveolar e das fibras gengivais que envolvem os dentes parece resultar em um deslocamento mesial dos dentes em direção à linha média. Durante a mastigação, um ligeiro movimento vestibulolingual dos dentes, bem como vertical, também resultará ao longo do tempo no desgaste das superfícies de contato proximais. À medida que essas áreas se desgastam, o deslocamento mesial ajuda a manter o contato entre os dentes adjacentes e, dessa forma, estabiliza a arcada. O deslocamento mesial torna-se mais evidente quando a superfície de um dente posterior é destruída por cáries ou quando um dente é extraído. Com a perda do contato proximal, o dente distal ao local da extração desloca-se mesialmente para o espaço, o que (especialmente na área de molar), em geral, leva o dente a se inclinar em direção ao espaço. CONTATO OCLUSAL Outro fator importante que ajuda a estabilizar o alinhamento dental é o contato oclusal, que impede a extrusão ou a sobre-erupção dos dentes e, assim, mantém a estabilidade da arcada. Cada vez que a mandíbula se fecha, o padrão único de contato oclusal reforça e mantém a posição dentária. Se uma porção da superfície oclusal do dente for perdida ou alterada, a dinâmica das estruturas de suporte periodontais permitirá um movimento do dente. Dentes antagonistas provavelmente erupcionarão além do normal até que o contato oclusal seja restabelecido. Dessa forma, quando um dente for perdido, não somente o dente distal poderá se mover mesialmente, como o dente antagonista poderá erupcionar à procura de contato oclusal. Fica evidente, portanto, que os contatos proximais e oclusais são importantes para manter o alinhamento dental e a integridade das arcadas. O efeito de um dente perdido pode ser de grandes proporções no que diz respeito à perda da estabilidade das arcadas dentais. Contato oclusal constante → Reforça a posicionamento dentário através das fibras nociceptivas do ligamento periodontal. PLANO OCLUSAL Delimitação: ✔ Posterior: Ponta de cúspide vestibular de molares de um lado até o lado oposto; ✔ Anterior: Faces incisais de incisivos e caninos. O plano oclusal é aquele que seria estabelecido se uma linha fosse traçada em todas as pontas das cúspides bucais e bordas incisais dos dentes inferiores; em seguida, seria ampliado para incluir as pontas das cúspides linguais e prosseguiria por toda a arcada para incluir também as pontas das cúspides vestibular e lingual do lado oposto. As duas articulações temporomandibulares, que raramente funcionam com movimentos simultâneos e idênticos, determinam a maior parte do movimento detectável. Como a maioria dos movimentos mandibulares é complexa, com os centros de rotação deslocando-se constantemente, um plano oclusal reto não permitiria contato funcional simultâneo em mais de uma área da arcada dental. Assim, os planos oclusais das arcadas dentais são curvados de maneira a permitir a máxima utilização dos contatos dentais durante a função. A curvatura do plano oclusal é basicamente o resultado do fato de os dentes estarem posicionados nas arcadas com variados graus de inclinação. Não se apresenta como uma superfície plana As curvaturas oclusais permitem um maior embricamento oclusal durante a mastigação → Aumentando a eficiência mastigatória. Se houver um desajuste interfere na mastigação e digestão dos pacientes. CURVA DE SPEE ✔ Curvatura vista por uma visão lateral; ✔ Linha que passa pelas pontas de cúspides de molares e pré-molares; ✔ Sentido Mésio-distal; ✔ Arco Superior: Curva convexa; ✔ Arco Inferior: Curva côncava. CURVA DE WILSON ✔ Curvatura vista por uma visão frontal; ✔ Linha que passa pelas pontas de cúspides vestibulares linguais até a hemi-arcada oposta; ✔ Sentido vestíbulo-lingual; ✔ Arcada superior: Inclinação dos dentes posteriores para vestibular; ✔ Arcada inferior: Inclinação dos dentes posteriores para lingual. É necessário conhecer essas curvas, pois os pacientes perdem a noção da mastigação, assim ele vai ter que se adaptar, mesmo de forma errada. Quando há a reabilitação desses pacientes, colocando os dentes nas posições corretas, esses irão ter dificuldade de se alimenta. O conhecimento dessas curvas compreende-se as queixas do paciente. ANATOMIA OCLUSAL MESA OCLUSAL: Delimitação: Bordas de cúspides vestibulares e linguais e cristas marginais. Área do dente entre as pontas das cúspides vestibular e lingual dos dentes posteriores. É nessa área que a maioria das forças de mastigação é aplicada. A mesa oclusal está posicionada sobre o longo eixo da estrutura radicular. É considerado o aspecto interno do dente, uma vez que se situa entre as pontas das cúspides. Essas facilitam a contenção dos alimentos. 1. MESA OCLUSAL 2. VERTENTES INTERNAS 3. FOSSA CENTRAL 4. VERTENTES EXTERNAS Os aspectos interno e externo do dente são compostos de vertentes que se estendem desde a ponta da cúspide até a fossa central ou até a altura do contorno das superfícies vestibular e lingual dos dentes. Assim, essas vertentes são denominadas vertentes internas e externas. Ajudam a manter o alimento na mesa oclusal, para eficiência da mastigação. ALINHAMENTO DENTÁRIO NORMAL ENTRE AS ARCADAS A largura da arcada inferior é ligeiramente menor que a da arcada superior; assim, quando as arcadas ocluem, cada dente superior está posicionado mais vestibularmente que os dentes inferiores correspondentes. Uma vez que os dentes superiores estão posicionados mais para a vestibular (ou, pelo menos, apresentam maior inclinação vestibular), a relação oclusal normal dos dentes posteriores permite que as cúspides vestibulares inferiores ocluam nas áreas da fossa central dos dentes superiores. Do mesmo modo, as cúspides palatinas superiores ocluem nas áreas da fossa central dos dentes inferiores. Essa relação oclusal protege os tecidos moles circundantes. As cúspides vestibulares dos dentes superiores evitam que a mucosa vestibular da bochecha e os lábios se interponham entre a superfície oclusal dos dentes durante a função. De igual maneira, as cúspides linguais dos dentes inferiores ajudam a evitar que a língua se coloque entre os dentes superiorese inferiores. Cúspides cêntricas: As cúspides vestibulares dos dentes posteriores inferiores e as cúspides linguais dos dentes posteriores superiores (VIPS) ocluem com a fossa central oposta. Essas cúspides são chamadas de cúspides de suporte ou funcionais e são responsáveis, principalmente, por manterem a distância entre a maxila e a mandíbula. Tal distância sustenta a altura vertical da face e é conhecida como dimensão vertical de oclusão. As cúspides referidas também desempenham um importante papel na mastigação, uma vez que o contato ocorre tanto em seu aspecto interno quanto externo. Cúspides não cêntricas (Guias): As cúspides vestibulares dos dentes posteriores superiores e as cúspides linguais dos dentes posteriores inferiores são denominadas cúspides- guia ou cúspides de balanceio. A função principal das cúspides de balanceio é minimizar a entrada dos tecidos moles na região de mastigação, como já mencionado, e manter o bolo alimentar na mesa oclusal para mastigação e também dão estabilidade mandibular, de maneira que, quando os dentes estão totalmente ocluídos, ocorre uma relação oclusal estreita e definida. Essa relação dos dentes em sua máxima intercuspidação é chamada de posição de máxima intercuspidação ou apenas de posição de intercuspidação (PIC). Se a mandíbula se mover lateralmente em relação a esta posição, o contato de balanceio ocorrerá e guiará a mandíbula. Do mesmo modo, se a boca for aberta e depois fechada, as cúspides de balanceio ajudarão a guiar a mandíbula de volta à PIC. Além disso, durante a mastigação essas cúspides terminam os contatos de guia que fornecem informações ao sistema neuromuscular, o qual controla o movimento da mastigação. DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO (DVO) ✔ Altura estabelecida entre a base do nariz e região inferior do mento; ✔ Os dentes devem estar em Máxima Intercuspidação Habitual (MIH); ✔ Não relacionado aos côndilos, porém, os côndilos mandibulares em região central de cavidade articular. DIMENSÃO VERTICAL DE REPOUSO (DVR) ✔ Altura estabelecida entre a base do nariz e região inferior do mento; ✔ Mandíbula em posição habitual de repouso, relacionado a posição do côndilo; ✔ Espaço livre funcional (EFL) inter-arcadas: 2 a 4mm; ✔ Espaço fonético. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DVR Método de Lytle modificado por Tamaki: ✔ Associação da deglutição com fonema “M”. ✔ Essa medida consegue deixar o côndilo mais confortável na cavidade; ✔ Mede a distância da base do nariz à base do mento. Método de Pleasure: ✔ Paciente em repouso; ✔ Ausência de contato dentário; ✔ Mensuração do vértice nasal à base do mento. Método de Willis: Base do nariz à base do mento deve ser igual a base da comissura do olho à comissura bucal. Para se obter a DVO, deve-se diminuir de 2 a 4 mm (EFL) da DVR para se obter melhor adequação bucal desse paciente. ✔ Mais utilizado. Método Estético - método de verificação: ✔ Medir base do nariz à base do mento sem prótese e com prótese, para analisar o tamanho. Método fonético - método de verificação: ✔ Possibilita a verificação do espaço funcional de pronúncia. Caso o paciente não consigo pronuncia- las o EFL não está correto; ✔ Realizado através da pronúncia dos fonemas: (S, F, V e P). DIMINUIÇÃO DA DVO Consequências: ✔ Mudança na aparência facial; ✔ Diminuindo função mastigatória; ✔ Queilite angular; ✔ Alteração fonética; ✔ Adaptações dentro das articulações temporomandibulares. Aspectos faciais: ✔ Intrusão dos lábios; ✔ Queda do nariz. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DVO DVO= DVR - EFL POSICIONAMENTO INTER-OCLUSAL NORMAL Relação um-dente-para-dois-dentes: ✔ Cada dente oclui com dois dentes da arcada oposta. Exceção: Incisivos centrais inferiores e terceiros molares superiores ✔ Permite melhor distribuição de forças oclusais; ✔ Mantém a integridade da arcada quando há perda dentária. RELAÇÃO OCLUSAL POSTERIOR Classe I. A relação molar de Classe I de Angle é a mais comumente encontrada na dentição natural. Ela se caracteriza por: 1. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior oclui na área da ameia entre o segundo pré- molar superior e o primeiro molar 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior alinha-se diretamente sobre o sulco vestibular do primeiro molar inferior 3. A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior está situada na área da fossa central do primeiro molar inferior. Nessa relação, cada dente inferior oclui com seu antagonista e com o dente mesial adjacente. (Por exemplo, o segundo pré-molar inferior entra em contato tanto com o segundo pré-molar superior quanto com o primeiro pré-molar superior.) O contato entre molares ocorre nas pontas das cúspides e nas fossas, bem como nas cristas marginais. Classe II. Em alguns pacientes, a arcada superior é maior ou se projeta anteriormente ou, então, a arcada inferior é pequena ou posicionada posteriormente. Essas condições resultarão em um posicionamento do primeiro molar inferior distal à relação molar de Classe I, descrita como relação molar de Classe II. Geralmente, apresenta as seguintes características: 1. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior oclui na área da fossa central do primeiro molar superior. 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar inferior alinha-se com o sulco vestibular do primeiro molar superior 3.A cúspide distolingual do primeiro molar superior oclui na área da fossa central do primeiro molar inferior. Quando comparada com a relação de Classe I, cada par de contato oclusal situa-se na posição distal, a uma distância que corresponde, aproximadamente, à largura mesiodistal de um pré-molar. Classe III. Um terceiro tipo de relação molar, geralmente correspondente a um crescimento predominante da mandíbula, é denominado Classe III. Nela, o crescimento posiciona os molares inferiores mesialmente em relação aos molares superiores comparados à Classe I. As características da Classe III são as seguintes: 1. A cúspide distovestibular do primeiro molar inferior está situada na ameia, entre o segundo pré- molar e o primeiro molar superior 2. A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior está situada sobre a ameia, entre o primeiro e o segundo molar inferior 3. A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior está situada na fossa mesial do segundo molar inferior. Novamente, cada par de contato oclusal está situado em uma posição bastante mesial em relação ao par de contato na relação de Classe I, a uma distância próxima da largura de um pré-molar. RELAÇÃO OCLUSAL ANTERIOR Função: ✔ Guia os movimentos laterais mandibulares – Guia Anterior; ✔ Não interferem na Dimensão Vertical de Oclusão (DVO); ✔ Os incisivos superiores ultrapassam anteriormente os incisivos inferiores; ✔ Os incisivos superiores cobrem de 3 a 5 mm dos incisivos inferiores; ✔ Ausência de contato ou contatos leves em posição de Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Overjet ou Sobressaliência: Distância horizontal pela qual os dentes anteriores maxilares sobrepõem os dentes anteriores mandibulares, conhecida como trespasse horizontal, é a distância entre a borda incisal vestibular dos incisivos superiores e a superfície vestibular dos incisivos inferiores na posição de intercuspidação. Overjet excessivo: Protusão maxilar (Classe II de Angle) OVERBITE O V ER JET Overjet negativo: Mordida cruzada anterior / Protusão mandibular (Classe III de Angle) Overjet positivo normal Overbite ou Sobremordida: Guia de desoclusão anterior também pode ser examinada no plano vertical, conhecido como trespasse vertical. Overbite negativo: Mordida aberta anterior Overbite excessivo: Sobremordida MOVIMENTOS EXCÊNTRICOSDA MANDÍBULA Protrusivo: Ocorre quando a mandíbula se move para a frente a partir da posição de intercuspidação. Qualquer área de um dente que entre em contato com um dente oposto durante o movimento protrusivo representa um contato protrusivo. Em uma relação normal de oclusão, os contatos protrusivos predominantes ocorrem nos dentes anteriores, entre as bordas incisais e vestibular dos incisivos inferiores contra as áreas da fossa palatina e bordas incisais dos incisivos superiores. Estes últimos são considerados as vertentes-guia dos dentes anteriores. Nos dentes posteriores, o movimento protrusivo leva as cúspides funcionais inferiores (vestibulares) a cruzar anteriormente as superfícies oclusais dos dentes superiores. Os contatos protrusivos posteriores ocorrem entre as vertentes distais das cúspides palatinas superiores e as vertentes mesiais das fossas e cristas marginais opostas. O contato protrusivo posterior também pode ocorrer entre as vertentes mesiais das cúspides vestibulares inferiores e as vertentes distais das fossas e cristas marginais opostas. Contatos: ✔ Presença de contatos anteriores; ✔ Ausência de contatos posteriores. Laterotrusivo (lateralidade): Durante um movimento mandibular de lateralidade, os dentes posteriores inferiores direitos e esquerdos cruzam seus antagonistas em direções diferentes. Se, por exemplo, a mandíbula se move lateralmente para a esquerda, os dentes posteriores inferiores esquerdos se movimentarão lateralmente através de seus dentes antagonistas. No entanto, os dentes posteriores inferiores direitos se movimentarão medialmente em relação aos seus antagonistas. As áreas potenciais de contato desses dentes estão em diferentes regiões e, dessa forma, são designados por nomes diferentes. Em um olhar mais atento aos dentes posteriores do lado esquerdo, durante um movimento lateral esquerdo, observa-se que os contatos podem ocorrer em duas áreas de vertente. Os contatos podem se dar entre as vertentes internas das cúspides vestibulares superiores e as vertentes externas das cúspides vestibulares inferiores ou, ainda, entre as vertentes externas das cúspides palatinas e as vertentes internas das cúspides linguais inferiores. Ambos os contatos são chamados de laterotrusivos. Para diferenciar os contatos entre cúspides linguais antagonistas daqueles que ocorrem entre cúspides vestibulares antagonistas, o termo contato laterotrusivo lingual para lingual é usado para descrever os primeiros. A expressão contato de trabalho, ou do lado de trabalho, também é comumente usada para ambos os contatos laterotrusivos. Uma vez que a maioria das funções ocorre no lado para o qual a mandíbula se desloca, o termo contato de trabalho é muito apropriado. Retrusivo: Ocorre quando a mandíbula se desloca posteriormente a partir da posição de intercuspidação. Comparado a outros movimentos, o retrusivo é bem pequeno (1 a 2 mm). Durante um movimento retrusivo, as cúspides vestibulares inferiores se movem para distal sob a superfície oclusal dos dentes superiores antagonistas. As áreas de possível contato ocorrem entre as vertentes distais das cúspides vestibulares inferiores (funcionais) e as vertentes mesiais das fossas e cristas marginais antagonistas. Na arcada superior, os contatos retrusivos ocorrem entre as vertentes mesiais da fossa central e as cristas marginais antagonistas. Os contatos retrusivos ocorrem nas vertentes opostas dos contatos protrusivos, uma vez que o movimento é exatamente o oposto. ARTICULADORES O articulador odontológico é um instrumento que reproduz certos movimentos importantes de diagnóstico e bordejantes da mandíbula. Existem vários tipos diferentes de articuladores e cada um é projetado para satisfazer às necessidades que o inventor acreditava serem as mais relevantes para um uso particular. O instrumento é, com certeza, uma ajuda valiosa na terapia oclusal; entretanto, deve ser considerado meramente um auxiliar e não, de maneira alguma, uma forma de tratamento. USO PARA DIAGNÓSTICO O estabelecimento de um diagnóstico preciso pode ser difícil por causa das complexas inter-relações entre as várias estruturas do sistema mastigatório. Para se chegar ao diagnóstico preciso, é essencial que toda informação necessária seja coletada e analisada. Há momentos, durante um exame oclusal, em que pode ser necessário avaliar a condição oclusal de forma mais criteriosa. Isto é especialmente apropriado quando existe uma forte suspeita de que a oclusão possa estar contribuindo significativamente para o distúrbio ou quando a condição da dentição sugerir fortemente a necessidade de terapia oclusal. Quando essas condições estiverem presentes, modelos diagnósticos ou de estudo devem ser cuidadosamente montados em articulador para auxiliar na avaliação da condição oclusal. Os modelos são montados na posição musculoesqueleticamente estável (relação cêntrica [RC]), de modo que toda a amplitude de movimentos bordejantes possa ser avaliada. Se eles forem montados na posição de máxima intercuspidação e o paciente tiver um deslize de RC à posição de intercuspidação (PIC), a posição mais superoposterior dos côndilos não poderá ser localizada no articulador e as condições oclusais nessa posição não poderão ser apropriadamente avaliadas. Relação Cêntrica: ✔ Uma posição condilar; ✔ Não há relação com posicionamento dentário; ✔ Posição músculo-esqueletal mais estável. Posição: ✔ Côndilo em posição mais ântero superior na cavidade articular; ✔ Contato entre a região anterior do côndilo com vertente posterior da eminência articular; ✔ Disco articular devidamente interposto. Modelos montados em articulador oferecem duas vantagens principais para o diagnóstico: ✔ Melhoram a visualização das inter-relações estáticas e funcionais dos dentes. Isso é especialmente útil na região dos segundos molares, em que os tecidos moles da bochecha e da língua geralmente impedem uma boa visibilidade. Eles também permitem o exame lingual da oclusão do paciente, o que não pode ser visto clinicamente. Geralmente, isto é essencial para o exame das relações dentárias funcionais dinâmicas e estáticas. ✔ Fácil movimentação mandibular. No articulador, os movimentos mandibulares do paciente e os contatos oclusais resultantes podem ser observados sem influência do sistema neuromuscular. Em geral, quando um paciente é examinado clinicamente, os reflexos protetores do sistema neuromuscular evitam contatos deletérios. Como resultado, as interferências podem permanecer despercebidas e, consequentemente, não diagnosticadas. Quando os modelos diagnósticos montados em articulador são ocluídos, esses contatos se tornam evidentes. Assim, os modelos podem auxiliar em um exame oclusal mais preciso. USO NO PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO ✔ Planejamento dos passos operatórios antes de executá-los; ✔ Traçar as etapas lógicas do tratamento (ex.: reabilitação maior); ✔ Obter uma previsibilidade do resultado final do tratamento; ✔ Reajuste oclusal (ex.: ortodontia); ✔ Enceramento diagnóstico (evita faltas expectativas); ✔ Planejamento de prótese. TIPOS DE ARTICULADORES ✔ Não-ajustável; ✔ Semi-ajustável; ✔ Totalmente ajustável. ARTICULADOR NÃO-AJUSTÁVEL O articulador não ajustável é o tipo mais simples disponível. Não é possível qualquer ajuste para adaptá-lo mais próximo dos movimentos condilares específicos do paciente. Muitos desses articuladores permitem movimentos excêntricos (abertura e fechamento), mas apenas dentro dos valores médios. A única posição precisa e reproduzível que pode ser alcançada em um articulador não ajustável é uma posição específica de contato oclusal (MIH). Não permite análises diagnósticas (abertura, protrusão, lateralidade).Indicação: Confecção de aparelhos protéticos. Vantagens: ✔ Baixo custo; ✔ Menor tempo de montagem. Desvantagem: ✔ Não possibilita a reprodução de movimentos Excêntricos; ✔ Maior tempo de ajuste oclusal em boca. ARTICULADOR SEMI-AJUSTÁVEL O articulador semiajustável permite maior variabilidade na reprodução dos movimentos condilares que o articulador não ajustável. Geralmente, esse tipo de articulador possui três tipos de ajustes que permitem a reprodução dos movimentos condilares de qualquer paciente. Portanto, não apenas uma posição de contato oclusal pode ser reproduzida com precisão, mas, quando os dentes são movimentados excentricamente (lateralidade e protusão) a partir desta posição, o padrão de contato resultante irá quase reproduzir o padrão de contato encontrado na boca do paciente. Como resultado, mais informação a respeito dos movimentos específicos do paciente pode ser armazenada no articulador, quando restaurações subsequentes estiverem sendo confeccionadas. Vantagens: ✔ Possibilita a execução de alguns movimentos condilares; ✔ Possibilita o diagnóstico de alterações na oclusão habitual; ✔ Possibilita a montagem de modelos em RC; ✔ Reduz o tempo clínico de ajustes oclusais. Desvantagens: ✔ Tempo de transferência das informações do paciente para o articulador; ✔ Alto custo. Os ajustes mais comuns encontrados nos articuladores semiajustáveis são: (1) inclinação da guia condilar; (2) movimento de translação lateral (ou balanceio ou ângulo de Bennett); (3) distância intercondilar. Inclinação da guia condilar: ✔ O ângulo entre o côndilo e a eminência articular no movimento de translação; ✔ Interfere na altura das cúspides dos dentes posteriores; ✔ Interfere na profundidade das fossas oclusais; ✔ Padronizada para pacientes brasileiros como 30º. Ângulo de Bennett: ✔ O ângulo formado quando o côndilo faz um movimento para dentro da cavidade articular; ✔ Ângulo formado no movimento de lateralidade; ✔ Interfere na largura da fossa central dos dentes posteriores; ✔ Padronizado para brasileiros como 15º. Em um movimento de lateralidade, o ângulo no qual o côndilo de balanceio se move para dentro (observado no plano horizontal) pode ter um efeito significativo na largura da fossa central dos dentes posteriores. O ângulo descrito pelo movimento do côndilo para dentro é conhecido como ângulo de Bennett. Seus ajustes apropriados podem ajudar a confeccionar restaurações mais adequadas à condição oclusal do paciente. Distância intercondilar: A distância entre os centros de rotação dos côndilos pode ter efeito nas trajetórias laterotrusivas e mediotrusivas das cúspides cêntricas posteriores sobre suas superfícies oclusais opostas (no plano horizontal). O articulador semiajustável possibilita ajustes que permitem a reprodução da distância intercondilar muito próxima àquela do paciente. O ajuste apropriado irá ajudar na confecção de restaurações com anatomia oclusal que estejam em estreita harmonia com as trajetórias excêntricas das cúspides cêntricas na boca do paciente. ARCO FACIAL ✔ Montagem adequada do modelo superior no articulador; ✔ Transferir as medidas craniofaciais do paciente para o componente maxilar do articulador. Tem como referência: ✔ 2 eixos posteriores: relacionado aos eixos rotacionais condilares; ✔ 1 ponto anterior: glabela. GARFO DE MORDIDA ✔ Responsável pelo registo do plano oclusal maxilar; ✔ Responsável por transferir o plano oclusal maxilar para o componente maxilar do articulador; ✔ Necessário para montagem de modelo superior em articulador. ✔ Utiliza-se a godiva para registrar 3 pontos. Critérios: ✔ Cabo deve ser centralizado com a linha média facial; ✔ Registo oclusal de um ponto incisal e dois pontos posteriores (direito e esquerdo); ✔ Evitar que o dente perfure o material de registro. Registro interoclusal: ✔ Necessário para a montagem de modelo inferior no articulador; ✔ Registra a relação entre o arco inferior e superior. Tomada da posição mandibular: ✔ Relação cêntrica (diagnóstico de desvios mandibulares); ✔ MIH (registro da posição mandibular habitual) EX.: paciente tem todos os dentes, ele tem ajuste oclusal, sem desvio, nesse caso coloca em MIH; ✔ Utiliza-se uma lâmina de cera 7 ou silicona. Critérios para obtenção do registro: ✔ Copiar nitidamente a edentação oclusal; ✔ Ser o mais fino possível, evitando interferências oclusais; ✔ Ausência de básculas (estabilidade); ✔ Registrar o máximo de contatos oclusais possíveis; ✔ Ser perfurado em região de pontas de cúspides e fundo de fossas (melhor estabilidade do modelo). ARTICULADOR TOTALMENTE AJUSTÁVEL ✔ Articulador mais moderno da odontologia; ✔ Reproduz precisamente todos os movimentos condilares na articulação. Ajustes: ✔ Inclinação condilar; ✔ Ângulo de Bennet; ✔ Movimento de rotação condilar; ✔ Distância intercondilar. Vantagens: ✔ Possibilita total capacidade de reprodução de movimentos mandibulares; ✔ Mínima necessidade de ajuste oclusais de peças protéticas; ✔ Possibilita um relacionamento oclusal estável e confortável para pacientes reabilitados. Desvantagens: ✔ Alto custo > ASA; ✔ Maior tempo gasto para transferência de informações; ✔ Indicado para caso de reabilitações extensas. Inclinação da guia condilar: Enquanto o articulador semiajustável só pode geralmente fornecer um movimento condilar apenas em uma trajetória reta, o articulador totalmente ajustável é capaz de ajustar a trajetória condilar para reproduzir o ângulo e a curvatura específica do movimento condilar do paciente. Ângulo de Bennett (movimento de translação lateral): O articulador totalmente ajustável tem ajustes que permitem a reprodução tanto do ângulo de Bennett do paciente quanto do movimento de translação lateral imediato do côndilo de balanceio. Movimento de rotação condilar: Durante um movimento laterotrusivo, o côndilo que rotaciona (de trabalho) não gira puramente ao redor de um ponto fixo, mas pode se mover levemente para lateral. O movimento condilar de rotação afeta tanto o lado de trabalho quanto o de balanceio, mas tem seus maiores efeitos no lado de trabalho. Os articuladores totalmente ajustáveis podem ser configurados de tal forma que a trajetória do côndilo de rotação no articulador reproduza a do paciente. Distância intercondilar: Com o articulador totalmente ajustável, um intervalo grande de distâncias intercondilares pode ser selecionado. Consequentemente, o ajuste intercondilar é feito dentro da distância em milímetros determinada com base no paciente. Isso, então, permite uma reprodução mais precisa dessa distância e minimiza erros nas trajetórias excêntricas das cúspides cêntricas. COMO SELECIONAR UM ARTICULADOR? Critérios de seleção: ✔ Identificar as características oclusais do paciente; ✔ Avaliar a extensão do tratamento reabilitador; ✔ Conhecer o articulador; ✔ Habilidade clínica. ✔ Restabelecimento de guias posteriores (pequena interferência condilar): Articuladores mais simples ✔ Restabelecimento de guias anteriores (grande interferência condilar): Articuladores mais sofisticados
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