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Hipoglicemiantes

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Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 1 
 
Hipoglicemiantes 
Diabetes 
DIABETES TIPO 1 
Trata-se da deficiência absoluta de insulina, 
decorrente da destruição das células beta 
pancreáticas. De acordo com a origem dessa 
destruição, pode-se, ainda, ter uma subclas-
sificação: 
a) DM tipo IA – destruição celular por com-
ponente autoimune. É o tipo mais co-
mum. 
b) DM tipo IB – destruição celular por ori-
gem idiopática. 
Em geral, o diagnóstico de DM1 costuma 
ser em crianças e adolescentes e o indivíduo 
passa a ser dependente do uso de insulina. 
No Brasil, existem mais de 88 mil indivíduos 
com DM1, ocupando o terceiro lugar em 
prevalência de DM1 mundial, segundo a Fe-
deração Internacional de Diabetes. 
DIABETES TIPO 2 
É caracterizado pela resistência dos tecidos 
à ação da insulina, juntamente com a queda 
de sua produção. A sua etiologia é multifato-
rial, relacionando-se com fatores genéticos 
e ambientais. 
A DM2 abrange 90-95% dos casos de diabe-
tes e acomete, mais frequentemente, pes-
soas acima dos 40 anos de idade. Entre os 
fatores de risco, destacam-se a história fami-
liar da doença, sedentarismo, idade, obesi-
dade e presença de componentes relaciona-
dos à síndrome metabólica, como a hiper-
tensão e a dislipidemia. 
Insulina 
Síntese 
É um hormônio proteico constituído por 
duas cadeias, alfa e beta, unidas por duas 
pontes dissulfeto – uma terceira ponte está 
dentro da cadeia alfa. É sintetizada como 
pré-pro-insulina, na célula beta pancreática, 
e logo perde o seu peptídeo sinal N-termi-
nal, por ação de proteases. Desse modo, é 
formada a pro-insulina, constituída por enzi-
mas insulínicas e pelo peptídeo C. Este pep-
tídeo é responsável pela formação das pon-
tes dissulfeto e consequente dobramento da 
cadeia. A pro-insulina é armazenada em grâ-
nulos, associada a cristais de zinco. Quando 
ocorre o estímulo para sua liberação, a pro-
insulina sofre ação de proteases, principal-
mente da pro-proteína-convertase, que se-
param a insulina do peptídeo C. Assim, os 
dois componentes são liberados simultane-
amente, separados e em quantidades iguais. 
Secreção 
Estimuladores: glicose, atividade simpática 
beta-adrenérgica, leucina, AGL, GLP-1, GIP, 
CCK, sulfonilureias, acetilcolina... 
Inibitórios: insulina, leptina, atividade simpá-
tica alfa-adrenérgica, lipogênese, beta-blo-
queadores, diazóxido... 
Quando a glicose chega na célula beta, atra-
vés do transportador GLUT2, ela sofre ação 
da Glicoquinase e se transforma em G6P (gli-
cose-6-fosfato). Essa molécula entra no Ciclo 
de Krebs, que, ao final, libera ATP. Dentro da 
célula, existem canais de potássio sensíveis 
ao ATP (estes mesmos canais são regulados 
pela sulfonilureia). Dessa forma, com a pro-
dução de ATP pelo Ciclo de Krebs, tais canais 
de potássio se fecham, despolarizando a 
membrana celular. Em resposta, os canais 
de cálcio se abrem, permitindo a entrada de 
cálcio intracelular para reestabelecer a pola-
ridade da membrana. Com o aumento de 
cálcio intracelular, as vesículas que armaze-
nam a insulina promovem a sua exocitose. 
 
 
 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 2 
 
Receptor da Insulina 
Consiste em dois heterodímeros, ligados por 
duas pontes dissulfeto. São duas cadeias 
alfa, extracelulares, e duas cadeias beta, 
transmembranas e com atividade de tirosi-
nacinase. 
Quando a insulina se liga ao seu receptor, na 
subunidade alfa, ocorre uma mudança con-
formacional na estrutura do receptor. Desse 
modo, é ativada a tirosinacinase e ocorre 
uma autofosforilação do receptor. Além 
disso, são iniciadas diferentes sinalizações 
intracelulares para fosforilar outras proteí-
nas, como os IRS (substratos do receptor de 
insulina). É por meio dessas sinalizações que 
ocorrem múltiplos efeitos, a exemplo da 
translocação de transportadores da glicose 
(GLUT4) e do aumento da atividade da glico-
gênio-sintase. 
Efeitos provocados pela insulina 
Por ser um hormônio anabólico, está envol-
vido com a síntese de diversas moléculas. 
a) Estimula a glicólise, a lipogênese e a gli-
cogênese; 
b) Inibe a lipólise, glicogenólise e a glicone-
ogênese hepática; 
A inibição da lipólise se dá pela inibição da 
enzima Lipase Sensível ao Hormônio. Dessa 
forma, na ausência de insulina, a gordura ar-
mazenada será quebrada, liberando ácidos 
graxos para a corrente sanguínea e promo-
vendo, assim, quadros de cetoacidose. 
c) Estimula a conversão de glicose em 
ácido graxo, por meio da esterificação. 
A insulina pega o excesso de glicose hepá-
tica, que já não consegue ser convertida em 
glicogênio pelos hepatócitos, e transforma 
em ácido graxo. Tais ácidos graxos serão em-
pacotados como triglicerídeos nos VLDL e, 
assim, serão transportados pelo sangue até 
o tecido adiposo. 
d) Ativação da Lipoproteína Lipase; 
É por meio dessa enzima que o triglicerídeo 
que chega até os capilares do tecido adiposo 
será quebrado, de modo a retornar a forma 
de ácido graxo e conseguir ser absorvido pe-
los adipócitos. Dentro das células, são con-
vertidos, novamente, em triglicerídeos e são 
armazenados. 
e) Estímulo à síntese proteica; 
Esse efeito se dá pelo estímulo ao transporte 
de aminoácidos para a célula, aumentando a 
tradução do RNAm pelos ribossomos. 
f) Inibição da degradação proteica. 
 
Hipoglicemiantes injetáveis 
Existem 4 principais tipos: 
1. De ação rápida, com início muito rápido 
e curta duração; 
2. De ação curta, com rápido início de 
ação. 
3. De ação intermediária; 
4. De ação longa, com início lento. 
Além de possuírem diferentes colorações, os 
diferentes tipos de insulina têm associação 
com diferentes produtos, para melhorar a 
sua estabilidade. Assim, tem-se: 
a) Insulinas de ação rápida e de ação curta: 
soluções transparentes, em pH neutro e 
contendo pequenas quantidades de 
zinco. 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 3 
 
b) Insulinas de ação intermediária: suspen-
são turva, pH neutro e associadas à pro-
tamina. 
c) Insulinas de ação longa: solúveis e trans-
parentes. 
Insulina de Ação Rápida 
Existem 3 tipos: Lispro, Asparte e Glulisina. 
Quando comparadas à insulina regular, si-
mulam melhor a insulina endógena liberada 
no período pós-prandial, pois possuem início 
de ação rápido e ação máxima precoce. 
Como sua ação dura de 2-4 horas, o risco de 
glicemia pós-prandial é bem reduzido. Em 
geral, elas possuem os seguintes aspectos: 
 Injeção subcutânea. 
 Coloração transparente 
 Dissociam-se, quase instantaneamente, 
em monômeros. 
 Início de ação em 3-15 minutos. 
 Atividade máxima em 45-75 minutos. 
 Administradas 15 minutos antes das refei-
ções ou logo após. 
Insulina de Ação Curta 
Também denominada de insulina regular, 
trata-se uma insulina em complexo com 
zinco, possuindo a mesma sequência de ami-
noácidos que a insulina humana endógena e 
coloração transparente. Após a injeção sub-
cutânea, os hexâmetros se dissociam em dí-
meros e monômeros. Isso causa um atraso, 
levando ao efeito após 30 minutos da admi-
nistração, pico entre 2-4 horas e duração de 
5-8 horas. Devido à absorção tardia, a insu-
lina regular deve ser administrada de 30-45 
minutos antes das refeições. 
Alguns pacientes aplicam a insulina re-
gular na hora das refeições, o que con-
tribui para a hiperglicemia pós-prandial e hi-
poglicemia entre as refeições. Isso é decor-
rente do pico insulínico, que, nesse caso, 
ocorre no horário em que a alimentação já 
foi metabolizada. 
A duração de ação, o tempo de início e o pico 
da insulina regular são fatores que aumen-
tam conforme o tamanho da dose. Nessesentido, a farmacodinâmica e farmacociné-
tica variam muito conforme a dose aplicada. 
A insulina regular endovenosa é muito utili-
zada no tratamento de cetoacidose diabé-
tica. Quando diluída, seus hexâmetros são 
imediatamente dissociados em monômeros, 
o que facilita a sua absorção. 
Insulina de Ação Intermediária 
De coloração turva a esbranquiçada, a insu-
lina NPH (insulina neutra Hagerdorn) é uma 
suspensão cristalizada de insulina humana, 
protamina e zinco em um tampão que atrasa 
a liberação da insulina na corrente sanguí-
nea. 
Em geral, é utilizada para controle da insu-
lina basal, em, pelo menos, duas administra-
ções por dia. Após injeção subcutânea, as en-
zimas teciduais proteolíticas degradam a 
protamina para que ocorra a absorção. A 
NPH tem início de ação cerca de 2 horas e du-
ração de, em média, 12 horas. A ação da NPH 
é imprevisível, existindo uma variabilidade 
de absorção. Seu uso clínico está em declí-
nio, frente à adversa farmacocinética. 
Insulina de Ação Longa 
A insulina glargina é quase idêntica à insulina 
humana, exceto pela sua substituição de gli-
cina por asparagina e pela adição de duas 
moléculas de arginina ao terminal amino da 
cadeia beta. Essa substância é solúvel em 
meio ácido, mas precipita no pH mais neutro 
do corpo. 
Após administração subcutânea, a glargina 
precipita e forma hexâmetros, atrasando a 
sua absorção e prolongando sua ação. Ela 
não tem pico de ação, de modo que exibe um 
platô de concentração plasmática. 
 Início de ação: 2 horas. 
 Duração de 20 a 24 horas. 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 4 
 
 Não deve ser misturada com outra insu-
lina. 
A insulina determir é o análago mais recente. 
Sua disponibilidade é prolongada, de forma 
a aumentar a autoagregração no tecido sub-
cutâneo e a ligação reversível à albumina. 
 Início de ação: 2 horas. 
 Pico de ação entre 3 a 9 horas. 
 Duração de 6 a 24 horas, dependendo 
da quantidade da dose usada. Maiores 
doses estão associadas a maiores dura-
ções. 
 Não pode ser administrada com insuli-
nas de ação rápida. 
Mistura de insulinas 
Na maior parte dos pacientes, é feita uma 
associação entre as insulinas de ação mais rá-
pida, para que possa ser usada antes das 
principais refeições, e as insulinas responsá-
veis por manter um estado basal de insulina 
circulante. O paciente pode fazer a própria 
mistura, medindo as quantidades adequa-
das na seringa, ou comprar preparações já 
misturadas. Exemplos: 
a) NPH e insulina regular; 
b) NPH e insulinas de ação rápida; 
 
Hipoglicemiantes orais 
Sulfonilureias 
São fármacos secretagogos de insulina e se 
dividem em duas gerações. Os de primeira 
geração (tolbutamida, tolazamida, clorpro-
pamida e acetoexamidal) não são muito uti-
lizados atualmente. Os de segunda geração 
(gilbenclamida, glipizina, glimeperida, glica-
zida) são fármacos mais potentes. 
MECANISMO DE AÇÃO 
As sulfonilureias fecham os canais de potás-
sio dependentes de ATP presentes na célula 
beta pancreática. Isso acarreta na despolari-
zação da membrana, a qual estimula a en-
trada de cálcio. O aumento de cálcio intrace-
lular estimula a liberação de insulina pré-for-
mada. 
PRIMEIRA GERAÇÃO 
a) Tolbutamida – é bem absorvida e meta-
bolizada rapidamente no fígado, onde é 
inativada. Com isso, sua duração é curta 
(6-10 horas), com meia-vida de 4-5 ho-
ras. É melhor administrada em doses 
fracionadas, sendo que a dose máxima é 
de 300mg ao dia. É segura para uso em 
idoso e em pacientes com comprometi-
mento renal. 
b) Clorpropamida – possui longa meia-vida 
(32 horas), pois é lentamente metaboli-
zada. A dose média é de 250mg ao dia, 
administrada em dose única pela ma-
nhã. É contraindicada em idosos, devido 
ao risco de hipoglicemia. Outros efeitos 
colaterais são o rubor hiperêmico após o 
consumo de álcool e hiponatremia, de-
vido ao efeito sobre a secreção e ação 
da vasopressina. 
c) Tolazamida – possui potência seme-
lhante à clorpropramida, mas sua ação é 
mais curta. A absorção é lenta e sua 
meia-vida é de 7 horas. Caso haja neces-
sidade de mais de 500mg/dia, a dose 
deve ser fracionada e administrada duas 
vezes ao dia. 
d) Acetoexamida – meia-vida de apenas 1 
hora, mas seu metabólito mais ativo, a 
hidroxi-hexamida, tem meia-vida de 4-6 
horas. Com isso, sua duração é de 8-24 
horas. A dosagem é de 0,25 a 1,5 grama 
por dia, em até duas doses fracionadas. 
SEGUNDA GERAÇÃO 
São fármacos 100-200x mais potentes que a 
tolbutamida e, por isso, devem ser usados 
com cautela. Em geral, o efeito adverso mais 
comum é o ganho de peso e a hipoglicemia. 
a) Gilbenclamida – metabolizada no fígado, 
ela produz metabólitos com baixa ativi-
dade hipoglicêmica. A dose inicial é de 
2,5 mg/dia ou menos, administrada pela 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 5 
 
manhã. Não se recomenda o uso de do-
ses acima de 20mg/dia. Contraindicada 
em casos de insuficiência hepática ou 
renal. 
b) Glipizida – meia-vida curta (2-4 horas. 
Deve ser inerida 30 minutos antes do 
desjejum, visto que alimentos retardam 
a sua absorção. A dose inicial recomen-
dada é de 5mg/dia, não devendo extra-
polar 15mg/dia em dose única. Quando 
houver a necessidade de uma dose 
maior, ela deve ser fracionada, mas não 
ultrapassando o limite de 40mg/dia. 
c) Glimepirida – é usada em dose única di-
ária como monoterapia ou em associa-
ção à insulina. Ela consegue reduzir a gli-
cemia com a menor dose de todas as 
sulfonilureias. Uma dose diária de 1mg é 
eficaz! A dose máxima diária é de 8mg. 
Sua meia-vida é de 5-9 horas. Ela é total-
mente metabolizada pelo fígado. 
d) Glicazida – meia-vida de 10 horas. A 
dose inicial é de 40-80mg/dia, com dose 
máxima de 320mg/dia. Doses superiores 
podem ser fracionadas. 
Falha Secundária é o nome que se dá 
quando um paciente, após um período 
de sucesso, deixa de responder às sulfoniu-
reias e apresentam níveis muito altos de gli-
cemia. Essa situação é decorrente de uma al-
teração no metabolismo do fármaco ou de 
uma progressão da insuficiência das células 
beta pancreáticas. 
Meglitinidas/Glinidas 
Possuem o mesmo mecanismo de ação das 
sulfonilureias, por isso não devem ser utiliza-
das em associação. As glinidas têm rápido 
início de ação e duram menos, devendo ser 
utilizadas 3 vezes ao dia. São eficazes na li-
beração precoce de insulina, que ocorre de-
pois da refeição e, assim, são denominadas 
de reguladores glicêmicos pós-prandiais. 
Dentre os efeitos colaterais mais comuns, 
estão a hipoglicemia e o ganho de peso. 
Repaglinida tem rápido início de ação, com 
concentração e efeito máximos em 1 hora 
após a sua ingestão. Sua duração de ação é 
entre 4-7 horas. Como o seu início de ação é 
rápido, ela é indicada para o controle da gli-
cose pós-prandial. Sendo assim, deve ser ad-
ministrada imediatamente antes de cada re-
feição, em doses de 0,5-4mg. A dose máxima 
diária é de 16mg/dia. Pode ser usada em pa-
cientes com comprometimento renal e em 
idosos. 
A nateglinida é absorvida em 20 minutos 
após ser administrada, alcançando sua con-
centração máxima em menos de 1 hora. No 
fígado, é metabolizada pela CYP2C9 e pela 
CYP3A4, com meia-vida de 1 hora. A sua du-
ração de ação é de 4 horas. É recomendado 
que seja ingerida antes das refeições para 
reduzir a elevação glicêmica pós-prandial. É 
disponível em comprimidos de 60-120mg, 
podendo ter dose máxima de 360mg/dia em 
3 tomadas. Pode ser ingerida de forma iso-
lada ou associada a fármacos orais não se-
cretagogos, como a metformina. Também 
tem a hipoglicemia como principal efeito ad-
verso e pode ser usada em pacientes com 
comprometimento renal e idosos. 
Biguanidas 
Principal representanteda classe, a Metfor-
mina é classificada como sensibilizadora da 
insulina. 
MECANISMO DE AÇÃO 
O seu principal efeito é ativar a AMPK, res-
ponsável por bloquear a produção hepática 
de glicose – gliconeogênese. Outros meca-
nismos propostos são a redução da absorção 
intestinal de glicose e melhora de sua capta-
ção pelos tecidos periféricos. Diferente-
mente das sulfonilureias, a Metformina não 
aumenta a secreção de insulina, logo, a hipe-
rinsulinemia não é um efeito adverso. Ainda, 
esse fármaco faz uma discreta redução da 
hiperlipidemia. 
 
METABOLISMO E EXCREÇÃO 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 6 
 
Com meia-vida de 1,5-3 horas, a Metformina 
não se liga a proteínas plasmáticas, transi-
tando livremente. Ainda, não sofre metabo-
lização e é excretada pelos rins como com-
posto ativo. 
Decorrente do bloqueio à gliconeogênese 
hepática, a Metformina pode comprometer 
o metabolismo hepático do ácido lático. Em 
pacientes com insuficiência renal, pode 
ocorrer acúmulo das biguanidas, aumen-
tando o risco de acidose lática. 
USO CLÍNICO 
É a primeira opção de tratamento para DM2, 
quando o paciente não tem contraindica-
ções. O tratamento é iniciado com 500mg, 
uma ou duas vezes ao dia. A dose máxima é 
de 850mg, três vezes ao dia. Ela pode ser 
usada em pacientes com pré-diabetes e obe-
sidade associada, objetivando reduzir o peso 
e controlar a glicemia para prevenir a DM2. 
Ainda, pode ser utilizada por pacientes com 
Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), para 
melhorar a sensibilidade dos tecidos perifé-
ricos à insulina. 
TOXICIDADE 
Os efeitos tóxicos mais comuns são os gas-
trintestinais, como náuseas, vômitos, des-
conforto abdominal e diarreia. São efeitos 
relacionados com a dose e tendem a ocorrer 
no início da terapia e, frequentemente, tran-
sitórios. A longo prazo, pode estar associada 
à deficiência de vitamina B12, pois interfere 
na absorção dependente de cálcio do com-
plexo vitamina B12-fator intrínseco no íleo 
terminal. 
As contraindicações de uso são insuficiên-
cias renal, hepática, cardíaca, pulmonar, aci-
dose grave e gravidez. 
Tiazolidinedionas/glitazonas 
As glitazonas são sensibilizadoras de insulina 
que atuam na resistência insulínica perifé-
rica nos músculos, adipócitos e hepatócitos. 
Essas regiões são onde se encontra o recep-
tor gama ativado por proliferador peroxissô-
mico. Tal receptor modula a expressão dos 
genes envolvidos no metabolismo de lipí-
deos e de glicose, na transdução de sinais de 
insulina e na diferenciação dos adipócitos e 
de outros tecidos. 
As tiazolidinedionas aumentam a expressão 
de GLUT 1 e GLUT4, diminuem os níveis de 
ácidos graxos livres, diminuem o débito he-
pático da glicose, aumentam a adiponectina, 
diminuem a liberação de resistina e aumen-
tam a diferenciação de pré-adipócitos em 
adipócitos. Hoje, existem duas principais ti-
azolidinedionas: pioglitazona e a rosiglita-
zona. Entre os possíveis efeitos colaterais, 
temos: retenção hídrica e ganho de peso 
(quando associado a sulfonilureias ou insu-
lina), risco aumentado de insuficiência cardí-
aca e de fraturas (por perda mineral óssea), 
anemia (efeito dilucional do aumento do vo-
lume plasmático). De modo geral, são con-
traindicados em pacientes com insuficiência 
cardíaca, insuficiência hepática e gravidez. 
a) Pioglitazona – absorvida 2 horas após a 
sua ingestão. Ainda que o alimento 
possa retardar a sua absorção, a biodis-
ponibilidade total não é afetada. Ocorre 
diminuição da absorção em uso conco-
mitante de sequestradores de ácidos bi-
liares. Sua dose é única e, inicialmente, 
de 15-30mg/dia, com dose máxima de 
45mg/dia. Ela reduz os níveis de triglice-
rídeos e aumenta o HDL, sem afetar os 
demais colesteróis. 
b) Rosiglitazona – é absorvida rapidamente 
e se liga a proteínas. Sua administração 
é em uma ou duas doses diárias, totali-
zando 2-8mg. Ela aumenta o risco de an-
gina e de doenças cardiovasculares. Em 
consequência, foi retirada do Brasil e da 
Europa. 
Inibidores da DPP-4 / Gliptinas 
A dipeptidil peptidase IV (DPP-4) é uma en-
zima responsável por degradar a GLP-1 (in-
cretina intestinal estimulatória da produção 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 7 
 
de insulina). Os inibidores da DPP-4, conhe-
cidos como gliptinas, deixam o GLP-1 livre 
para participar da redução de glicose sérica. 
As gliptinas são representadas pela sitaglip-
tina, vildagliptina, saxagliptina, linagliptina e 
alogliptina. Características gerais: 
 Podem ser utilizadas em associação com a 
metformina, glitazonas, sulfonilureias, ini-
bidores do SGLT2 e insulina. 
 São neutras em relação ao peso e, rara-
mente, provocam hipoglicemia. 
 Podem causar dor articular severa e inca-
pacitante. 
 Outros efeitos colaterais são nasofaringite, 
infecções respiratórias superiores e cefa-
leia. 
 Podem ser usadas em pacientes com insu-
ficiência renal grave, ajustando a dose (ex-
ceto a linagliptina, que não precisa de rea-
juste de dose). 
 A única contraindicação é a presença de hi-
persensibilidade aos componentes do fár-
maco. 
 
a) Sitagliptina – administrada em dose única 
de 100mg. Sua biodisponibilidade oral é 
de mais de 85%, alcançando a concentra-
ção máxima em 1-4 horas e com meia-
vida de 12 horas. Em pacientes com com-
prometimento renal, a dose deve ser re-
duzida. Se associada a secretagogos de 
insulina ou com a própria insulina, pode 
provocar hipoglicemia. 
b) Sexagliptina – administrada em dose diá-
ria de 2,5-5mg. Alcança a concentração 
máxima em 2 horas. Sua meia-vida é de 
2,5 horas. 
c) Linagliptina – administrada em 5mg ao 
dia. Como sua excreção é, sobretudo, na 
bile, não há necessidade de reajuste para 
pacientes com comprometimento renal. 
d) Vildagliptina – administrada em 50mg, 
uma ou duas vezes ao dia. Em raros ca-
sos, pode causar hepatite e, por isso, fa-
zem-se necessárias provas de função he-
pática periodicamente. 
 
Inibidores da alfa-glicosidase 
Essa classe inibe as enzimas alfa-glicosidade 
presentes na borda em escova das células in-
testinais, responsáveis pela hidrólise do 
amido e dos dissacarídeos em glicose. Sendo 
assim, tais fármacos retardam a digestão dos 
carboidratos, levando a baixos níveis glicêmi-
cos pós-prandiais. Entre os efeitos colaterais 
mais comuns, tem-se flatulências, diarreia e 
dor abdominal – resultam do aparecimento 
de carboidratos não digeridos no cólon, os 
quais são fermentados em ácidos graxos, li-
berando gases. O uso contínuo ajuda a redu-
zir tais efeitos adversos. 
a) Arcabose – é pouco absorvida. Primeira-
mente, é biotransformada por bactérias 
intestinais. É administrada, inicialmente, 
uma dose de 50mg duas vezes ao dia, 
com aumento gradual até 100mg, três 
vezes ao dia – dose máxima de 300mg. 
Os comprimidos devem ser tomados an-
tes das refeições. É contraindicado du-
rante a gravidez. 
b) Miglitol – é bem absorvido, mas não pos-
sui efeitos sistêmicos. Sua terapia é inici-
ada em dose de 25mg, três vezes ao dia. 
Ele não é metabolizado e é depurado pe-
los rins. Sendo assim, não é usado na pre-
sença de insuficiência renal. 
Inibidores do SGLT2 
Quando filtrada pelos glomérulos renais, a 
glicose é reabsorvida nos túbulos proximais 
pela ação dos transportadores de sódio-gli-
cose 2 (SGLT2). Os inibidores do SGLT2 (ca-
nagliflozina, dapagliflozina e a empagliflo-
zina) foram aprovados para uso clínico. 
As vantagens desses fármacos é a rara hipo-
glicemia, redução do peso, redução da pres-
são arterial, redução de eventos cardiovas-
culares e mortalidade em pacientes com do-
enças cardiovasculares. Entre os efeitos co-
laterais, estão as infecções geniturinárias 
(decorrentesda glicosúria, provocando mu-
dança de pH), poliúria, depleção de volume, 
hipotensão, e confusão mental, aumento do 
 
 
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 8 
 
LDL, aumento transitória de creatinina e ce-
toacidose diabética. São contraindicados em 
pacientes com comprometimento renal 
(moderado a grave). 
a) Canagliflizona – dose habitual de 
100mg/dia, com máxima de 300mg/dia. 
Resulta em modesta perda de peso, de 
2-5lg. 
b) Dapagliflizona – também leva à modesta 
perda de peso, de 2-4kg. Sua dose habi-
tual é de 10mg ao dia, mas, inicialmente, 
recomenda-se dose de 5mg ao dia em 
pacientes com insuficiência hepática. 
c) Empagliflizona – sua dose habitual é de 
10mg ao dia, podendo aumentar até 
25mg/dia. Também provoca modesta 
perda de peso de 2-3 kg.

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