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RESUMO SINTETIZADO DE FILOSOFIA

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RESUMO SINTETIZADO DE FILOSOFIA 
Socráticos 
Este conjunto de autores leva este nome em razão do alinhamento de sua filosofia com 
a de Sócrates, responsável por uma completa mudança nos temas debatidos até então. 
Antes de Sócrates a principal questão era cosmológica e metafísica – como surgiu o 
mundo, as leis da natureza etc., após, passa a se debater o homem e suas relações sociais 
(justiça, política, ética, etc). 
SÓCRATES: A filosofia de Sócrates encontra-se em forte oposição com os 
ensinamentos dos Sofistas, para quem não havia conhecimento objetivo e não se era 
possível chegar até a verdade ou a essência das coisas – uma verdadeira relativização do 
conhecimento, sob o argumento de que a boa retórica poderia sustentar e convencer 
qualquer pessoa sobre qualquer ponto. Nesse sentido, Sócrates posiciona-se contra tal 
afirmativa, defendendo a possibilidade de se conhecer a essência das coisas. Para tanto, 
cria o chamado método socrático, por meio do qual o filósofo deve conversar com as 
pessoas e, por meio da contradição das ideias e constatação dos preconceitos imbuídos 
pela vida social (maiêutica) e da ironia, a pessoa passa a pensar por si mesma e não mais 
abraçar os conceitos equivocados aos quais antes aderia. 
PLATÃO: Platão, em sua obra A República, trabalha a ideia de justiça e política na 
Pólis grega. O faz traçando uma comparação entre a alma (cujas partes precisam estar 
“funcionando” conforme as virtudes) e uma cidade ideal, na qual cada indivíduo exerce 
suas atividades conforme sua aptidão. Para tanto, propõe o método de educação 
chamado Paideia (7-30 anos) no qual verifica-se as aptidões das pessoas. Algumas serão 
1) produtores; 2) guerreiros 3) filósofos. Por estes últimos desenvolverem mais as suas 
habilidades racionais, deveriam, portanto, governar a Pólis, cunhando a expressão 
Filósofo-Rei. 
JUSTIÇA NA ALMA = HARMONIA ENTRA AS 3 PARTES DA ALMA: 
RACIONAL, APETITIVA E IMPETUOSA 
A justiça na alma humana deve se originar do mesmo modo que se origina na cidade – 
ou seja, por meio do pleno funcionamento de todas as suas partes ordenada pela 
racionalidade. 
ARISTÓTELES: Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles complementa sua teoria 
política (na qual política é a arte de bem governar a Pólis) com sua teoria ética, a qual 
apresenta um caminho para o pleno desenvolvimento e a boa vida em sociedade. Para 
Aristóteles, todas as ações humanas possuem uma finalidade, isto é, a eudaimonia, 
traduzida como a felicidade ou o sumo bem. Para se chegar até essa, é preciso seguir o 
caminho das Virtudes, entendidas como o meio termo ou a mediana entre dois vícios 
(de excesso e de insuficiência). Fala o autor ainda do hábito virtuoso e exercício da 
razão, ou seja, as virtudes são aprendidas por meio do hábito, da repetição. ser 
moderado com minhas paixões = ser virtuoso E ser moderado nas minhas ações com o 
outro = justiça. 
PERSEGUIR A VIRTUDE = PERSEGUIR O MEIO TERMO / MEDIANIA 
ENTRE 
DOIS VICIOS (DEMAIS E DE MENOS). -> AGIR BUSCANDO O MEIO 
TERMO. 
É uma escolha racional pelo ponto mediano entre dois vícios. 
Dentre as virtudes, A JUSTIÇA é a mais elevada, POIS SE ESTENDE AO 
– excelência moral. PRÓXIMO 
Exemplos: ser corajoso para se defender = virtude para si; ser corajoso para defender 
outro = a ação é além de virtuosa, JUSTA.
Justiça: 
Justiça LATO SENSU: princípio geral que possibilita a convivência social. É a ideia de 
seguir a lei. 
Justiça STRICTO SENSU: refere-se apenas a determinadas ações que estão previstas 
pela lei. Esta divide-se em duas: 
Justiça distributiva: ESFERA PÚBLICA (DISTRIBUIÇÃO DE HONRARIAS ETC 
BENS COMUNS). As pessoas consideradas iguais recebem quantidades iguais das 
coisas a serem repartidas. As pessoas consideradas desiguais recebem porções desiguais 
das mesmas coisas. Assim, constitui ato justo tratar igualmente as pessoas iguais e, 
também, justo tratar desigualmente pessoas desiguais. (ex: é justo um filho receber mais 
mesada que outro caso tenha feito tarefas). 
IGUALDADE DE RAZÕES – RAZÕES PROPORCIONAIS AO MÉRITO. 
Justiça comutativa: esfera privada. 
As pessoas são tratadas conforme o princípio da igualdade no sentido absoluto da 
palavra. 
Na busca da correção da perda em relação ao ganho, a justiça comutativa não se 
preocupa com a qualidade das pessoas em questão, mas sim com o dano causado. 
Ideia de um para um. Ex: se furtou alguém, devolver na igual medida. Lógica de 
IGUALDADE ABOSLUTA: 1 POR 1. 
Justiça política = melhor forma de organizar uma cidade / fazer ela funcionar bem -> 
todos serem felizes. 
EQUIDADE: virtude de perceber a necessidade de se buscar uma solução adequada ao 
caso concreto que não esta na lei -> preencher lacunas. 
___________________________________________________________________ 
IDADE MÉDIA 
SANTO AGOSTINHO: Obra: Cidade de Deus 
Ótica cristã da visão de Platão, quer dizer, na existência de um mundo ideal e um 
mundo sensível. Para Agostinho, fala-se do Mundo de Deus, o qual é perfeito; e mundo 
dos homens, sendo este imperfeito. 
Cidade do homem é marcada pelos pecados, imperfeições etc. A Lei do Homem é 
FALHA. 
Toda a Filosofia de Agostinho é marcada por uma dicotomia O QUE É x O QUE 
DEVE SER. 
 Lei do homem deve tentar se aproximar da lei divina. 
SÃO TOMAS DE AQUINO: 
Ótica cristã das ideias de Aristóteles: há uma justiça universal estabelecida por Deus 
(em Aristóteles era a justiça natural). 
Lei Eterna – lei de Deus, perfeita. 
Lei Natural – origina-se no direito natural (não é positivada); nasce da essência do 
homem; cuida-se de fazer o bem (só se sabe parte dessa lei). 
Lei Divina Lei Humana – lei natural positivada; seguir o justo. 
Justiça é considerada a virtude suprema, já o Direito procura realizar a justiça. O 
Direito não se limita em ser apenas lei, ele é mais do que isso. 
Tomás de Aquino utiliza as mesmas concepções de justiça Aristotélicas. Pode-se 
reduzir a ideia do “dar a cada um o que é seu”. 
___________________________________________________________________ 
MAQUIAVEL 
Importante conhecer o contexto da península itálica à época do autor: – cidades estado 
ricas, porém a Itália era fraca politicamente frente outras nações unificadas. 
Maquiavel escreve O Príncipe para “ensinar” ao monarca como governar e como 
permanecer no poder. 
É um livro que “rompe” com o modelo teocrático até então vigente, pois separa a 
política da moral. Trata-se, portanto, do primeiro ensaio sobre REALISMO 
POLÍTICO, isto é, é um livro baseado em dados empíricos coletados pelo autor, não 
em questões metafísicas (como a República de Platão). 
“Guia” sobre como um governante deve agir para se manter no poder. “Os fins 
justificam os meios”. 
O governante precisa ter duas características: 
Virtú (inteligência, sagacidade) e Fortuna (oportunismo; saber como se portar mesmo 
na adversidade). 
___________________________________________________________________ 
CONTRATUALISTAS 
Os autores a seguir analisados (Hobbes, Locke e Rousseau) buscam explicar o 
surgimento da entidade estatal ou, mais precisamente, o motivo dos homens abrirem 
mão de parte de sua liberdade, conferindo poderes a um grupo seleto de indivíduos – 
quer dizer, analisam o surgimento dos Estados e as relações de poder. 
HOBBES 
Estado de Natureza → todos os homens são maus → guerra de todos contra todos → 
insegurança e medo; 
CONTRATO SOCIAL → Estado → cria mecanismos para proteger o direito à vida = 
TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS. 
ESTADO ABSOLUTISTA → poder centralizado; Estado FORTE para não voltar ao 
Estado de Natureza; 
LOCKE 
Estado de natureza também é o ponto de partida, mas diferente do modelo hobbesiano, 
para Locke o homem tende a ser bom e viver bem. 
Existem alguns direitos no Estado de natureza, a saber: - vida, propriedade e a punir → 
há leis da natureza e de deus. 
O trabalho era o critério para a propriedade de terras. Eventualmente poderia haver 
disputas,configurando um Estado de Guerra temporário. Seria, portanto, interessante 
haver uma instituição para julgar as disputas, prevenir abusos, punir os que descumprem 
as leis naturais, etc. 
Contrato Social → CONSENTIMENTO DAS PARTES → Cessão de direitos ao 
Estado → motivo: criar leis, juízes imparciais etc. IDEIA DE GARANTIR A BOA 
VIDA. Ou seja, se está melhorando algo que já era bom. 
Modelo de governo: DEMOCRACIA REPRESENTATIVA → Estado deve garantir 
liberdades individuais. 
DIREITO DE DEFESA = se o governo não garante representa a população e garante 
os direitos de liberdade, o povo pode contra ele se insurgir. 
ROUSSEOU 
Estado Natural → homem é BOM → homem era solitário (grupo familiar, no máximo) 
e a vida no Estado de Natureza era boa. 
O eventual crescimento populacional acaba por instituir o chamado Estado de 
Sociedade, no qual alguns homens tomam para si propriedade, dando inicio à uma 
sociedade desigual e corrompida. As leis protegem os ricos etc. Corrupção do homem 
pela sociedade. Não há liberdade, pois só alguns fazem as leis. 
CONTRATO SOCIAL → para se sair do Estado de Sociedade para um novo modelo 
→ 1) romper alienação 2) democracia direta, LIBERDADE COMO PARTICIPAÇÃO 
3) vontade geral – substrato das vontades coletivas – interesse comum “norteando” a 
sociedade. 
___________________________________________________________________ 
MONTESQUIEU 
Aponta em seus estudos os tipos de governo e em qual princípio se baseiam: 
Despotismo (MEDO) / República (VIRTUDE) / Monarquia (HONRA). Quanto a 
este último, trata-se, contudo de uma monarquia regida por LEIS. Neste modelo, 
introduz a ideia de tripartição de poderes. Este modelo que ele defende, inspirado no 
modelo inglês. As leis decorrem da realidade social e histórica de um povo: não há justo 
ou injusto, mas sim uma situação de adequado naquele contexto. 
Em O Espírito das Leis, Montesquieu não parte do pressuposto da existência de um 
Direito natural, inato ao ser humano, captado pela razão. Rejeita esse argumento porque 
as leis de fato não se fundamentam na razão humana, pelo contrário, elas derivam de 
circunstâncias naturais sob a influência de determinados fatores físicos e morais. 
Dentro do contexto da monarquia inglesa: liberdade é fazer tudo o que as leis permitem. 
___________________________________________________________________ 
KANT 
Kant era Iluminista, ou seja, buscava romper com a moralidade anterior que tolhe a 
liberdade dos indivíduos. Para tanto, Kant vai tentar elaborar uma teoria da moralidade 
fundada na razão – caráter universal (vale para todo o mundo). 
LEI = CONDUTA EXTERNA / PRECEITOS MORAIS = INTERNO 
Obras do autor: Crítica da razão pura – como adquirimos conhecimento (a priori, ou 
seja, antes da experiência; nós já sabemos se tal ação é certa ou errada pelo mero uso de 
nossa razão. Ex: eu sei que agredir os outros é errado mesmo sem precisar agredir 
ninguém antes. E a posteriori, que significa conhecimento baseado na experiência 
prévia. Ex: você realiza uma ação para então verificar o resultado e então passa a 
conhecer). 
Critica razão prática – como orientar nossa ação. 
Homens seguem princípios em suas ações: a razão prática que determina quais 
princípios existem; o homem os escolhe conforme sua vontade – homem ser volitivo 
(inclinações). A vontade pode ser má ou boa. 
Imperativos (que são os princípios) podem ser hipotéticos (inclinações) como 
categóricos (razão). Nesses últimos, A AÇÃO PASSA A SER UM FIM EM SI 
MESMA – É O CERTO A SER FEITO; É O PURO DEVER → BOA VONTADE 
– A AÇÃO É BOA INDEPENDENTE DOS FINS QUE SE ALCANÇA COM ELA. 
Dar um exemplo: por que não roubar? Segundo o Imperativo hipotético, seria para ser 
feliz, evitar dor etc. Pelo Imperativo Categórico eu não vou roubar pois não é o correto, 
é inviável para uma ordem social. Logo, o caráter universal / JÁ SE TEM UMA 
NOÇÃO A PRIORI QUE É ERRADO, NÃO É PRECISO A EXPERIÊNCIA. 
 “Age de modo que a tua ação possa se tornar uma lei universal” 
Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de 
qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca como meio. – AS 
COISAS TÊM PREÇO, MAS AS PESSOAS TÊM DIGNIDADE. 
___________________________________________________________________ 
UTILITARISTAS 
JEREMY BENTHAM 
Um dos pais do Utilitarismo – corrente filosófica consequencialista. Ações são boas 
quando promovem a felicidade (ação moralmente correta) e más quando geram 
infelicidade (moralmente incorreta); 
“agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem estar”. Exemplo dos 
trilhos de trem, no qual 5 pessoas estão amarradas em um trilho e 1 pessoa em outro: 
um individuo, puxando uma alavanca pode escolher: ou mata 1 ou mata 5. Principio da 
utilidade – toda ação deve ser aprovada/rejeitada conforme tendência de aumentar ou 
reduzir o bem estar (seu e geral). 
Bentham trabalha a ideia, portanto, de QUANTIDADE DE PRAZER/BEM 
ESTAR/FELICIDADE. 
STUART MILL 
TRABALHA A QUALIDADE DO PRAZER, não só a quantidade; busca do 
conhecimento / capacidade intelectual. Em outras palavras, entende que alguns prazeres 
têm mais valor que os outros, como os prazeres do pensamento, sentimento e 
imaginação, que resultam da experiência de apreciar a beleza, a verdade, o amor, a 
liberdade, o conhecimento, a criação artística. 
Mill defende, em seu utilitarismo, a ideia de QUANTIDADE E QUALIDADE DO 
PRAZER. 
Defende também a liberdade do indivíduo: pode fazer o que quiser, desde que não 
prejudique o outro. 
___________________________________________________________________ 
POSITIVISMO 
Positivismo exegético: tentativa de prever todas as condutas humanas nos códigos; 
simples aplicação da subsunção; juiz boca da lei, pois apenas identificava o fato e 
aplicava a lei sem qualquer interpretação. 
___________________________________________________________________ 
RUDOLF VON IHERING 
Para Rudolf von Ihering, Direito e força se confundiam, porquanto o Direito se 
tornaria vazio, na medida em que desprovido de força. 
Luta pelo direito / força viva (sofre modificações) → paz é o fim, a luta é o meio. Luta 
dos povos, Estado, classes, indivíduos. Assim, os direitos não surgem espontaneamente 
na cabeça dos legisladores, mas precisam sempre ser reivindicados pela população. 
KELSEN 
Direito como ciência – se existem leis que explicam a natureza, direito também deveria 
ter validade objetiva; ideia de base universal. Não trabalha o conteúdo pois este é 
relativo (cada país tem leis diferentes) → universal é a ESTRUTURA do direito; sua 
manifestação normativa; relação de imputação. 
Estuda o direito como ele É (ser), e não como deveria ser (dever ser). 
Ser (mundo dos fatos) e dever ser (mundo das normas). 
Norma fundamental: 
O que dá “validade” a um sistema jurídico? Sua Constituição. O que dá validade e 
objetividade a uma Constituição? A constituição anterior. Mas como proceder, ante esse 
retorno infinito? Por meio da norma fundamental. Fictícia; pressuposta (pelo intelecto, 
não pela vontade) – sem ela, o retorno infinito só seria explicado por questões alheias ao 
direito. A Constituição, por sua vez, dá objetividade e validade às normas gerais, que 
por sua vez darão objetividade e validade normas individuais. 
Moldura 
Solucionar casos de indeterminação da lei 1) intencional (lei das alternativas a serem 
escolhidas) 2) não intencional (plurissignificância das palavras) Norma superior = 
moldura (esfera de ação da norma inferior). Há dois momentos 1) determinação objetiva 
da moldura colocada pela norma superior, por meio de um ato cognoscitivo, e 2) 
escolha subjetiva, por meio de um ato de vontade, de uma das possíveis opções 
apresentadas pela norma superior para transformação em Direito positivo. Contudo, é 
possível haver uma interpretação fora da moldura – juiz interprete autêntico. 
HART 
Positivista – modelo só de regras, não de normas; 
Normas primárias →regras de obrigação que impõem condutas ou abstenções; 
Normas secundárias → surgem para corrigir defeitos das normas primárias. 
1) de modificação (disciplinam mecanismos para modificação, revogação ou introdução 
de uma norma primária) 
2) julgamento (que outorgam a determinadas pessoas poder de julgar violações das 
normas primárias) 
3) reconhecimento → legitima o sistema as normas primárias → aceitação social da 
norma, logo, questão fática, não normativa! 
Textura aberta do direito ocorre por dois motivos: 
1) imprecisão linguística na descrição de uma norma prejudicando o método da 
subsunção e silogismo; 
2) impossibilidade de prever todas as condutas possíveis; Para o primeiro caso, Hart 
utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso de veículos automotores em 
determinado local, mas, conforme novas tecnologias se desenvolvem, exsurge a 
questão acerca de se novos inventos de locomoção se enquadram na categoria de 
veículos automotores. 
Muito embora exista tal indeterminação, ainda há grande margem de segurança na 
maioria dos casos → normas apresentam noção de sentido. 
Essa noção de sentido é um núcleo de sentido fixo, o que segundo Hart, afasta a ideia de 
que os juízes dizem. 
Assim, a discricionariedade estaria em um plano intermediário entre arbitrariedade e 
aplicação literal da lei. 
NORBERTO BOBBIO 
Norberto Bobbio, em sua obra Teoria do Ordenamento Jurídico destaca que um 
ordenamento precisa, para sua devida manutenção, de três elementos: 1) unidade (uma 
norma fundamental que funda e sustenta o sistema normativo), 2) coerência 
(ordenamento sistemático – ideia de relação entre as normas) e 3) completude 
(possibilidade de que todo caso seja resolvido pelo ordenamento). 
Lacunas podem ser: 
1) Lacuna própria = espaço vazio no sistema; 
2) Lacunas impróprias = originam-se da comparação do sistema real x ideal (ideia de 
justiça). 
1.a) Podem ser resolvidas por: Heterointegração - busca-se alternativa em 
ordenamento diverso - direito natural, internacionais, costume, doutrina, etc.). 
1.b) Podem ser resolvidas por: Autointegração – busca-se alternativa dentro do 
ordenamento (analogia, princípios gerais do direito, interpretação extensiva) 
2) Só completáveis pelo legislador. 
Antinomias = duas normas válidas e vigentes incompatíveis entre si. 
1) Aparentes / solúveis – critérios de solução: 
a) critério cronológico – havendo duas normas incompatíveis, prevalece a norma 
posterior. 
b) critério hierárquico – havendo duas normas incompatíveis, prevalece a 
hierarquicamente superior. 
c) critério da especialidade - havendo duas normas incompatíveis, uma geral e outra 
especial (ou excepcional), prevalece a segunda. 
2) reais / insolúveis = incompatibilidade “impossível” de resolver. 
REALE 
Teoria tridimensional do direito. Reale “une” os principais aspectos de três correntes 
jurídicas: 
Normativistas - leis deveriam ser compreendidas pelo seu valor intrínseco, afastando 
aspectos alheios na hora da interpretação. 
Sociologismo - leis como um produto de seu tempo e espaço (eficácia e necessidade de 
uma lei, por exemplo). 
Moralistas se – verificar se a lei é justa ou não e se é socialmente aceita. 
Para Reale, todas estão corretas. 
Cria, assim, a teoria tridimensional do direito, na qual os elementos (norma, valor e 
fato) se implicam e se exigem de forma recíproca, resultando na interação dinâmica e 
dialética dos três elementos. 
Dialética de complementaridade – norma, fato e o valor se correlacionam de tal modo 
que cada um deles se mantém irredutível ao outro e distinto, mas se exigindo 
mutuamente, o que resulta na origem da estrutura normativa como momento de 
realização do direito. 
DIALÉTICA DE COMPLEMETARIEDADE (UM INTERAGE SOBRE OUTRO); 
CONTEXTO PÓS II GUERRA MUNDIAL 
Após o grande conflito instaurou-se um período de “ressaca”, ante as descobertas das 
atrocidades praticadas pelos regimes autoritários. Esse sentimento também se aplica ao 
universo jurídico, vez que alguns pensadores perceberam como o direito positivo era 
conivente com tais barbáries, vez que sua aplicação não estava preocupada com a 
questão moral, mas tão somente com o formato da criação da lei. Assim, surgem muitos 
críticos do positivismo, trazendo novamente à moral para a análise jurídica, sobretudo 
através dos princípios. 
GUSTAV RADBRUCH 
O autor tece críticas à obediência cega das leis positivas – direito passava a ser 
equivalente a força – quer dizer, algo que não se questiona, se obedece sem questionar 
e não deixa espaço para o seu não cumprimento. Assim, o jurista propõe uma espécie de 
“retorno” aos modelos anteriores ao positivismo, a saber, o jusnaturalismo, ressaltando 
a existência de princípios maiores que a lei (supralegais) e que, portanto, transcenderiam 
o direito positivo. 
HANNAH ARENDT 
A filósofa traz em sua obra profundas reflexões filosóficas sobre as questões que 
surgiam após a Segunda Guerra. Tendo em visto que sua obra é vasta, vale aqui 
ressaltar dois aspectos: 
1) A questão dos apátridas em contextos de totalitarismo: tanto a Primeira como a 
Segunda Guerra resultaram, entre outros aspectos, em fluxos muito grandes de pessoas 
de uma região para outra. Essas pessoas, fugindo dos conflitos ou de perseguição de 
cunho ideológica encontravam-se em países estranhos, na qualidade de apátridas, não 
sendo titulares, portanto, de direitos (direitos humanos em especial). A autora destaca, 
portanto, a importância do direito a se ter direitos, o que muitas vezes implica pertencer 
a uma determinada comunidade que o aceite e garanta seus direitos. 
2) A banalidade do mal: nessa obra a filósofa analisa o julgamento de um dos 
burocratas alemães responsáveis pelo extermínio de milhões de judeus. Em sua análise, 
conclui que o oficial não era uma pessoa má no sentido clássico da palavra, mas sim um 
burocrata que seguia ordens e buscava ascender em sua carreira. O tipo de pessoa que 
jamais praticaria uma ação má diretamente, tampouco apresentava qualquer sinal de 
doença mental. O oficial era alguém que cumpria ordens sem questioná-las, quer dizer, 
ignorava o aspecto moral das mesmas, sem qualquer análise critica acerca da mesma 
promover o “bem” ou o “mal” alheio. Aponta, assim, que o mal não é algo presente na 
natureza, mas sim algo político e verificável em um contexto histórico, sendo produzido 
por homens e reproduzido em ambientes institucionais. Para tanto, fundamental 
existirem pessoas como o burocrata alemão acima analisados, incapazes de pensamento 
crítico e que apenas cumprem ordens. 
DWORKIN 
Dworkin se enquadra no grupo de autores que passam a trabalhar com os princípios 
(elemento que mais é cobrado acerca desse pensador na prova). Contudo, é importante 
destacar alguns outros conceitos, valendo lembrar que o mesmo, por ser americano, 
escreve em um contexto de Common Law, ou seja, o sistema jurídico a que ele se refere 
é o dos precedentes. 
1) Direito como integridade: legitimar uma decisão judicial que considere todos os 
aspectos fáticos, normativos e morais relevantes para a solução do caso. Com isso, cria 
as condições para impedir a discricionariedade do intérprete, pois a magnitude da tarefa 
não deixa margem a escolhas arbitrárias. → IDEIA DE UMA ÚNICA E MELHOR 
DECISÃO POSSÍVEL NA SOLUÇÃO DE HARD CASES (CASOS DIFÍCEIS). 
2) Romance em cadeia: Dworkin faz uma metáfora envolvendo o direito e a literatura 
ao falar da interpretação. Assim, descreve a interpretação jurídica como uma história 
que é iniciada por um juiz e que vai se desenvolvendo conforme, futuramente, outros 
magistrados utilizarão do mesmo caso para realizar sua interpretação. Nesse sentido, e 
dentro da ideia do direito como integridade, cada juiz devera escrever o seu capítulo da 
melhor forma possível. Assim, propõe uma interpretação construtiva, a qual deve 
observar princípios de moralidade política e impedem decisionismos, pois o mesmo 
devedar continuidade à história. Em outras palavras, a decisão não pode ser o resultado 
de subjetivismos dos intérpretes, mas sim apresentar coerência e apresentarem 
justificações principiológicas. 
3) Juiz Hércules: Dworkin cria um juiz imaginário, inspirado na mitologia do Hércules, 
como uma espécie de modelo a ser seguido pelos juízes na tarefa de decidir questões 
jurídicas. 
4) Diferença entre Regras e princípios 
Regras: 1) mandado de determinação (fechado). 2) aplicadas ao modelo do tudo ou 
nada (ou é valida ou é inválida) – subsunção. 3) é possível numerar todas as exceções de 
uma regra (que já vem previstas na própria regra – ex: legítima defesa). 4) relação SE, 
ENTÃO – se há algo previsto, há uma consequência. 
Princípios: 
1) mandado de otimização (aplicar ao máximo possível). 2) aplicados na dimensão do 
peso/importância – prevalecem em detrimento a outro em alguns casos – logo, não são 
mais importantes só naquele caso. 3) Aplicam-se por ponderação. 4) Um princípio não é 
exceção a outro. 
Ponderação de princípios – ADPF 130 
PONDERAÇÃO DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL ENTRE BLOCOS DE BENS 
DE PERSONALIDADE: O BLOCO DOS DIREITOS QUE DÃO CONTEÚDO À LIBERDADE DE 
IMPRENSA E O BLOCO DOS DIREITOS À IMAGEM, HONRA, INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. 
PRECEDÊNCIA DO PRIMEIRO BLOCO. INCIDÊNCIA A POSTERIORI DO SEGUNDO BLOCO 
DE DIREITOS, PARA O EFEITO DE ASSEGURAR O DIREITO DE RESPOSTA E ASSENTAR 
RESPONSABILIDADES PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA, ENTRE OUTRAS 
CONSEQUÊNCIAS DO PLENO GOZO DA LIBERDADE DE IMPRENSA. PECULIAR FÓRMULA 
CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO A INTERESSES PRIVADOS QUE, MESMO INCIDINDO A 
POSTERIORI, ATUA SOBRE AS CAUSAS PARA INIBIR ABUSOS POR PARTE DA IMPRENSA. 
PROPORCIONALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPONSABILIDADE CIVIL 
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS A TERCEIROS. 
JOHN RAWLS 
Liberal – cada um seguir seu interesse. 
A teoria de Rawls possui influência contratualista – imagina que em determinado 
momento na formação de uma sociedade as pessoas se juntam para decidir os princípios 
básicos que irão reger a sociedade. Para que os mais fortes/inteligentes não imponham 
sua vontade sobre os mais fracos, todos devem estar “vestindo” um “Véu da 
Ignorância”, quer dizer, ninguém sabe se é ou não forte; se é ou não inteligente. Como 
ninguém sabe se é forte/fraco, por exemplo, todos, na busca de seus interesses, 
decidirão de maneira que todos se beneficiem ao máximo. Assim, os dois princípios 
básicos de uma sociedade serão: 
Princípio da Liberdade: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente 
sistema de liberdades básicas iguais que sejam compatíveis com um sistema de 
liberdade para as outras. 
Princípio da igualdade: as desigualdades económicas e sociais devem ser distribuídas 
por forma a que, simultaneamente: a) redundem nos maiores benefícios possíveis para 
os menos beneficiados, de uma forma que seja compatível com o princípio da poupança 
justa, e b) sejam a consequência do exercício de cargos e funções abertos a todos em 
circunstâncias de igualdade equitativa de oportunidades. 
A ideia do autor consiste em impedir que pessoas sejam beneficiadas/prejudicadas pela 
LOTERIA NATURAL – quer dizer, fatores dos quais não temos culpa; fatores 
independentes da nossa vontade. Por exemplo: ninguém escolheu nascer cego, surdo, 
com alguma deficiência, etc. Essas pessoas encontram-se em uma situação de 
desvantagem social. 
Para isso, Rawls defende a adoção de políticas afirmativas que para todos tenham o 
mesmo ponto de partida na busca de seus interesses pessoais, como por exemplo no 
caso das cotas raciais. O autor reconhece que existem desigualdades, mas estas, 
portanto, precisam ser compensadas.

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