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ABDOME AGUDO VASCULAR - Neste tipo de abdome agudo ocorre obstrução ao fluxo sanguíneo intestinal e isquemia com necrose e posterior perfuração. - A insuficiência vascular pode ser aguda ou crônica (angina mesentérica), ocorre em paciente com aterosclerose de vasos mesentéricos, desencadeadas pela alimentação Causas - Principal causa é embolia da a. mesentérica superior: 50%. Paciente idoso, com arritmia, pós-IAM, pós-AVC, ICC, valvulopata, coagulopatias. - Segunda causa, isquemia vascular não oclusiva: 20 a 30% Ocorre em paciente internados na UTI, graves desidratados, com DVA que induz um vasoespasmo do leito esplâncnico, melena e hematoquezia Uso de digoxina, cocaína e diuréticos - Trombose da artéria mesentérica superior: 15 - 20% Trombose in situ em uma placa aterosclerotica, paciente com história de angina mesentérica - Trombose da v. mesentérica superior Causa rara, quadro mais arrastado Associado a condições de hipercoagulabilidade: genéticas ou adquiridas. ICC e hipertensão portal Semiologia da dor: - Assim como no abdome agudo hemorrágico e perfurativo, aqui a dor inicia abruptamente e atinge um pico em poucos minutos, por isso o paciente procura atendimento rapidamente # É dor de infarto, isquêmica - É uma dor súbita, intensa, difusa, mal localizada, persistente e progressiva. - Desproporção da dor e o exame físico abdominal, que é discreto, sem peritonite no início - Íleo paralítico, náuseas e vômitos, parada de eliminação de gases e fezes e distensão abdominal Exame físico: - Alteração do estado geral, desidratação (escassez de reserva salivar, sinal da prega cutânea, agitação/torporoso, olhos) pelo sequestro hídrico e choque (hipotensão, TEC>2s, palidez cutânea), taquipneico, taquicárdico e hipotenso - Distensão abdominal, RHA diminuídos ou abolidos percussão timpânica, doloroso à palpação - Toque retal sanguinolento: geleia de framboesa, significa isquemia da mucosa - Peritonite: necrose e perfuração nos casos avançados Lab: - Leucocitose com desvio à esquerda e acidose metabólica # Abdome agudo com acidose metabólica significa isquemia intestinal até que se prove o contrário. O que diferencia, por ex. do inflamatório e obstrutivo, que via de regra, a dor é em cólica com melhora depois piora. Estes pacientes costumam procurar atendimento após 1 ou 2 dias de evolução Diagnóstico Raio X de abdome agudo. Ajuda no diagnóstico diferencial, alguns achados que podem ser encontrados: impressões digitiformes pelo acúmulo de líquido na submucosa, pneumatose intestinal (ar desenho a alça) no cólon ou sigmóide e distensão acentuada: tardiamente TC: Com contraste pode mostrar os pontos de oclusão dentro do vaso, edema de alça e aeroportogramas (presença de ar no espaço porta/fígado) # Tem alta sensibilidade na trombose de veia mesentérica AngioTC: pode demonstrar a obstrução, não tem boa sensibilidade para trombos/êmbolos distais Arteriografia: Indicada para paciente sem sinais francos de necrose intestinal, nestes casos, já há indicação de laparotomia. Consegue determinar a oclusão da artéria mesentérica, de outras artérias e a circulação colateral pobre. TRATAMENTO Suporte: Sonda nasogástrica, reposição hidroeletrolítica e ATB precoce Trombose de a. mesentérica Ressecção de áreas necrosadas + revascularização Papaverina em infusão contínua se peritonite, baixa fluxo pela artéria e pct estável Antiagregantes crônicos após o evento agudo Embolia da a. mesentérica Ressecção de áreas necrosadas + revascularização Se < 8h de evolução: trombólise intra-arterial + papaverina Isquemia não oclusiva Papaverina intra-arterial, na mesentérica superior Trombose de veia mesentérica Anticoagulação plena Se sinais de infarto intestinal: ressecção dos segmentos afetados Se peritonite/ necrose: Realizar cirurgia, não pode desobstruir e re-perfundir uma víscera necrosada Laparotomia e ressecção das áreas inviáveis, independe da causa Necrose extensa: Síndrome do intestino curto e alta mortalidade
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