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EDIFICIOS DE EDUCAÇÃO ARQUITETURA ALUNA: ANA CLAUDIA DIAS MATRICULA: 201608157067 CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: PERPESCTIVAS CONTEMPORANEAS EM ARQUITETURA E URBANISMO CODIGO DA DISCIPLINA: CCE0337 PERIODO: NOTURNO PROFESSOR(a): CATHERINE D ANDREA SEMESTRE: 2021/01 LINHA HISTÓRICA DA ARQUITETURA ESCOLAR DO BRASIL COMO COMEÇOU ? Por alguns séculos o Brasil comportou-se como uma colônia de economia agroexportadora da metrópole de Portugal, abastecendo-se de produtos existentes no país. Os movimentos da população e da economia dentro do país geraram mudanças territoriais, econômicas, sociais e também educacionais, já que o Brasil não se encontrava despovoado, comportando índios e alguns poucos negros. Os primeiros indícios da arquitetura escolar no Brasil vieram com a Companhia de Jesus. Em 1549, chegam os primeiros jesuítas no Brasil com o intuito de catequizar os índios e, por consequência, ganhar trabalhadores para a Coroa Portuguesa, acontecendo por meio do ensino da fé católica aos nativos. No período em que os jesuítas estavam no Brasil foram criados inúmeros espaços destinados ao ensino; dentre eles estabeleceu-se em Salvador a primeira escola oficial, chamada de Colégio dos Meninos de Jesus (1550), com pequenas acomodações que comportavam 25 alunos, dentre eles índios e alguns filhos de colonos. Após a primeira missa no Brasil, em 1554, foi criado em São Paulo o Pátio do Colégio, que marcou a fundação do estado. Foi criado pelo padre Manuel da Nóbrega juntamente com o então noviço José de Anchieta e, inicialmente, consistia em um acampamento para os jesuítas e missionários com o intuito de catequização dos indígenas. Depois se tornou um colégio destinado a estudos, priorizando assim a atividade de ensino. https://germinai.wordpress.com/textos-classicos-sobre-educacao/linha-historica-da-arquitetura-escolar-do-brasil/ Atualmente, o Pátio do colégio abriga o Museu do Anchieta, com biblioteca e projetos sociais que desenvolvem atividades culturais e religiosas. O Museu apresenta relíquias como uma parede de taipa de pilão dotada de 1556 e parte do fêmur do Padre Anchieta. No momento em que o Brasil torna-se república (1889), a ausência de prédios escolares e as precárias condições dos espaços utilizados para a prática de ensino foram motivo de crítica pelos higienistas da época. Aliado a isso, ocorreu a valorização da educação, passando a ser vista como sinônimo de progresso. É neste panorama que surge a preocupação, na esfera governamental, em construir espaços de caráter educativo, principalmente para as camadas mais pobres. Visando a construção de prédios escolares, o ensino foi reorganizado por intermédio de horários rígidos de aula; e da locação de turmas em classes, com mobiliário dos estudantes fixo ao chão e o da professora ao centro da sala. Assim, a instituição escolar passou a ser vista como um equipamento essencial que deveria compor a cidade industrial. Pátio do Colégio, em ilustração de 1824 (Fonte: FERRAZ, 2009) Fig. 02: Parte do antigo Pátio do Colégio, atualmente comportando o Museu do Anchieta (Fonte: FERRAZ, 2009). A concepção da arquitetura escolar no Brasil República: surgimento de escolas enquanto espaço exclusivo Os primeiros espaços destinados ao ensino As primeiras construções possuíam projetos-tipo (padronização em planta) e eram construídas em diversos pontos de São Paulo. Sendo erguidas de modo mais rápido, em maior quantidade e com custo reduzido, contratavam-se arquitetos apenas para desenharem fachadas distintas, para que as edificações fossem distinguidas umas das outras (RAMALHO e WOLFF[1], 1986, apud BUFFA e PINTO, 2002). No período republicano, novos paradigmas foram introduzidos em relação a projetos escolares, em que os ambientes de ensino, apesar de já apresentarem uma qualidade mínima, ainda eram deficientes e insuficientes (BUFFA e PINTO, 2002). Isso porque se tratavam de locais que seriam enriquecidos somente com a evolução da arquitetura escolar, pois possuíam um programa de necessidades carente de recintos administrativos (ARTIGAS, 1986). Fig. 03: Planta baixa e organização funcional do nível térreo da Escola Modelo da Luz. 1. Sala de Aula; 2. Circulação; 3. Entrada Principal (Fonte: BUFFA e PINTO, 2002). Configuração geométrica da Escola Modelo da Luz, atual Grupo Escolar Prudente de Moraes (Fonte: Centro de Referência em Educação Mário Covas, São Paulo). Nos anos 1930, os desenhos, contidos nas plantas com ambientes até então inexistentes nos grupos escolares, apresentam divisão clara de funções, como museu, biblioteca, sala de leitura, auditório (BUFFA e PINTO, 2002), com conceitos de plantas e volumes sofrendo alterações. O Grupo Escolar Visconde Congonhas do Campo, projeto desse período, do arquiteto José Maria da Silva Neves, já apresentava um programa de necessidades enriquecido com tais ambientes. Nos anos 1930, a modernização começava a aparecer em algumas cidades brasileiras com o aparecimento de novos prédios, e o edifício escolar, não mais se encontrava como único no espaço. De acordo com a Figura 06, já acredita-se na existência inicial de outras edificações no entorno, pela época datada. Planta baixa do nível térreo do Grupo Escolar Visconde Congonhas do Campo. 1. Sala de Aula; 2. Circulação; 3. Administração. 4. Sanitários (Fonte: BUFFA e PINTO, 2002). Configuração geométrica da fachada do Grupo Escolar Viscond de Congonhas do Campo (Fonte: BUFFA e PINTO, 2002). A arquitetura escolar brasileira caracterizou-se por ambientes de novas concepções espaciais, com a finalidade de oferecer formação completa ao aluno (BASTOS, 2009) e com o desafio de construir escolas baratas. Para tal, esse é um sistema que comporta um Centro Educacional com rotatividade de alunos, com suas atividades acontecendo ora na escola-parque (com aprendizado na prática por meio de atividades dinâmicas como educação física e artística); ora na escola-classe (com as aulas teóricas), havendo alternância de turnos entre as duas escolas. Assim, se apresentou um tipo de ensino integral, não limitado dentro de sala de aula, mas também em contato com a natureza em áreas externas (ANELLI, 2004). As escolas-classe, que estão divididas em vários bairros carentes de Salvador-BA, apresentam uma organização funcional que comporta salas de aula, áreas cobertas, gabinetes médico e dentário, administração, jardins, hortas e áreas livres. As salas de teoria são destinadas às aulas com matérias curriculares Anos 1950 As escolas desse período, possuidoras de um repertório formal modernista em seus prédios, compactuavam com uma política educacional formada por ideias de Anísio Teixeira, em que a escola pública deveria ser racional e com espaço otimizado. Apresentavam-se com introdução de quebra-sol visando sombreamento e com combinações de figuras geométricas sem ornamentações (AZEVEDO, 2002). A partir disso, e das pesquisas levantadas a respeito das prioridades que as escolas careciam, começou a se pensar em novos projetos para as cidades, que continuava com déficit de vagas escolares. Escolas classe I, II, III, e IV pertencentes ao Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Fonte: Escola parque: Centro Educacional Carneiro Ribeiro, Salvador). FEscola-parque (primeira (1947) e segunda etapa (1956), em Salvador. (a) Traçado da arquitetura moderna; (b) Biblioteca composta de vidro e ferro; (c) Área de acesso (Fonte: BASTOS, 2009). Análise geométrica da Biblioteca localizada na escola parque. Uso inicial de cores e de formas geométricas que fogem de linhas totalmente retas (Fonte: Adaptado de WELINGTUBE, 2009). Anos 1960, 1970, 1980 e 2000 Os anos 60 foi o período de ascensão de arquitetos como Afonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer, com estilos voltados ao modernismo e com propostas arquitetônicas relevantes para edifícios públicos. Assim, os prédios escolares apresentavam qualidades espaciais imponentes; diferenciação na implantação dos blocos para facilitar fluidez e dar vez a espaços mais abertos;arquitetura sem adornos e sem menção à história; visibilidade e presença de brises, bem como circulações mais fluidas (BUFFA e PINTO, 2002). Com a chegada do período pós-moderno (anos 70 e 80), em que havia preocupação com uma produção rápida e econômica (com uso de peças pré- moldadas), a maioria das escolas, implantadas em áreas periféricas, objetivavam dar às obras arquitetônicas um valor sócio-cultural, com o intuito de exibi-las. O ginásio pertencente à escola também possui pilares característicos de Artigas, apreendendo a atenção pela presença de cores primárias em sua composição. Isso porque o efeito dessas cores pode ser critério de percepção dos espaços, causando reação a quem observa. A arquitetura deve atender a qualidade visual do ambiente, afetando o comportamento dos indivíduos quando eles sentem seus sentidos estimulados por algum fator externo, como a variedade dos padrões formais existentes nos espaços (REIS, 2002) Corte Esquemático da Escola de Guarulhos, de Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi (Fonte: Adaptado de MAHFUZ, 2006). Análise esquemática em planta baixa da Implantação da Escola de Guarulhos. Foto atual do Ginásio de Guarulhos – cores fortes na composição (Fonte: MAHFUZ, 2005). o Rio de Janeiro, na década de 1980, a questão de falta de escolas é suprida em boa parte com a criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs). A escola mantém suas portas abertas durante os fins de semana para receber a população, defende a educação integral e auxilia os alunos repetentes; assemelhando-se aos Centros Educacionais dos anos 1950, foram características retomadas por Darcy Ribeiro[2] com o objetivo de oferecer ensino público integral com qualidade, prevendo expandir a rede pública. Processo inicial de montagem da estrutura de um CIEP, com concretagem no local, uso de pré-moldado e construção modulada (Fonte: Arquitetura do CIEP, 2007). Primeiro CIEP, inaugurado em 1985: CIEP Tancredo Neves (Fonte: MENDONÇA, 2008). O projeto inicial previa construção de 500 unidades para Estado do Rio de Janeiro. Prova disso foi que, em 1994, esses CIEP’s encontravam-se prontos, os quais, em alguns casos, eram construídos em um mesmo bairro ou muito próximos entre si, para facilitar acesso a escolaridade, em que a distância não fosse um empecilho para a escolarização. O primeiro, inaugurado em 1985, recebeu o nome de CIEP Tancredo Neves Planta Baixa pavimento térreo (Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 1986). Planta Baixa do primeiro e segundo pavimentos (Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 1986). CIEP e sua implantação em blocos (Fonte: Adaptado de (Fonte: Adaptado de Arquitetura do CIEP, 2007). Nos dois pavimentos superiores, existem 20 salas de aula para 30 alunos, com desenvolvimento do currículo escolar básico; instalações administrativas; serviços auxiliares; auditório; salas especiais, com Estudo Dirigido; sanitários e refeitório. Assim como o térreo, o superior também é de configuração linear marcado por salas ao longo de corredores Para compor o conjunto, existem os anexos: o da biblioteca a disposição de alunos e da comunidade, em que sobre ela, há alojamentos para 12 estudantes, que poderão morar na escola em caso de necessidade; e o segundo anexo é referente ao salão polivalente, formado por ginásio desportivo coberto com arquibancada, com um ambiente amplo onde as aulas corporais são praticadas; vestiários e depósito para guardar materiais. CEU Vila do Sol (2008), no Jardim Ângela, em São Paulo, com a mesma configuração e destinação de ambientes aos volumes (Fonte: BASTOS, 2009). Planta de Implantação do CEU Rosa da China, São Paulo. 1. Bloco Didático; 2. Bloco cultural/desportivo; 3. Conjunto aquático; 4. Creche (Fonte: MELENDEZ, 2003). CEU Jambeiro. Vista aérea: ausência de muros e contraste com o entorno (Fonte: MELENDEZ, 2003). O volume configura-se por meio de blocos, que se estruturam em um: 1) pavilhão, distribuído em três pavimentos, para educação infantil e ensino fundamental; 2) bloco voltado para as atividades culturais e quadras esportivas de forma retangular, fechado por alvenaria: no primeiro pavimento desse bloco há um teatro que pode transformar-se em cinema, e uma quadra esportiva dotada de piso flutuante com material que evita que os ruídos da prática de esportes cheguem ao teatro; 3) um edifício circular de estrutura metálica em concreto, comportando a creche, a qual é ampla, clara e com vista para o exterior; 4) e um parque aquático com três piscinas Os edifícios são marcados pela monumentalidade, tais como os prédios das primeiras décadas da República, revelando-se em suas cores e no uso de formas geométricas para compor o partido. Diferenciam-se apenas no entorno, que não está vazio como no período inicial da República, sendo, portanto, levado em consideração, pois o espaço não é composto unicamente pela instituição. Os CEUs têm características pouco usuais para uma arquitetura escolar pública, pois são de grande porte e sem muros, abrindo-se para o entorno e integrando a escola com aquilo que existe ao seu redor. Assim, pode-se marcar a contradição entre um equipamento urbano positivo e uma vizinhança empobrecida que, com a presença de uma escola de qualidade, cria melhorias para o local (MELENDEZ, 2003), com o prédio sendo objeto de destaque no tecido urbano. O período que vai da década de 1940 ao início da década de 1950, em Curitiba foi caracterizado pela utilização dos projetos-tipo na construção das escolas, ou seja, projetos com plantas e fachadas padrões, construídos em diversos bairros da capital e em muitas cidades no interior do estado. Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar O educador integrava o Movimento Escola Nova, que surgiu não só como um novo ideário criado no rastro da Semana de Arte Moderna de 1922, mas, sobretudo, como uma reflexão que buscava contemplar as demandas dos setores sociais emergentes que a República Velha não conseguia incorporar. Eram elas: a implantação do voto feminino, a construção de uma sociedade mais plural e menos coercitiva, a inclusão educacional de populações excluídas, o estímulo a uma postura de respeito à diversidade cultural etc. O movimento de renovação escolar, do qual Anísio Teixeira era signatário, buscou se fundamentar nos progressos da psicologia infantil, que reivindicava mais liberdade para a criança e mais respeito às características individuais da personalidade. Outra importante fonte de inspiração foi o filósofo e educador norte- americano John Dewey, que defendia que o eixo principal da educação não poderia mais estar centrado nas imposições do professor, e sim na motivação e no talento dos alunos. Além disso, o movimento também foi influenciado pelo pensamento europeu surgido após a Primeira Guerra Mundial, que pregava a formação de um novo homem, capaz de conviver fraternalmente com as diferenças culturais e os diversos povos. O “Plano de Construções Escolares” do INEP e as escolas rurais; O plano para construção de escolas rurais na Bahia se inseria no “Plano de Construções Escolares” elaborado em 1946 pelo educador Murilo Braga, então diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) do Ministério da Educação e Saúde. Era a primeira vez que o Governo Federal iria interferir de maneira efetiva e extensa no ensino primário e normal, até então atribuição dos Estados e Municípios. O projeto das escolas rurais, singelo porém eficiente do ponto de vista do programa, previa não somente uma sala de aula com capacidade para 40 alunos e uma área coberta para o recreio das crianças – cada um destes com 8,00 m x 6,00 m –, mas também a residência do professor, com 8,20 m x 6,00 m, abrigando dois quartos, sala, sanitário e cozinha. A inclusão da residência do professor na mesma edificação da escola mostrava-se fundamental, tendo em vista “as dificuldades de alojamento condigno para os professôres das escolas rurais isoladas”. Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar Planta baixa do projeto de Escola Rural elaborado pelo INEP/MÊSem 1946 (Fonte: REVISTA FISCAL..., 1949) : Escola Rural recém inaugurada em Ribeira do Amparo, Município de Cipó, em 1949 (Fonte: Arquivo Clemente Mariani, CPDOC/FGV – CMa FOTO 098_9) Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar Os cinco modelos, previstos no plano de construções escolares, podem ser classificados de acordo com seus programas arquitetônicos. A escola tipo Mínimo, com duas salas de aula e uma sala de ateliê e oficina, destinava-se a regiões com população escolar reduzida; Planta baixa e fachadas da Escola Mínima (Fonte: REVISTA FISCAL..., 1949) : Planta baixa, fachada principal e maquete da Escola Mínima ampliada, já com duas classes (Fonte: REVISTA FISCAL..., 1949) Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar A escola tipo Nuclear ou "escola- classe" dispunha de 12 salas de aula, além de locais apropriados para administração, secretaria e biblioteca de professores. As escolas deste tipo, cnstituídas exclusivamente de salas de aula comuns, devido à sua finalidade de ensino, deveriam ser complementadas com as atividades sociais, oferecidas no parque escolar, em um outro prédio e horário. Planta baixa e fachada principal da Escola Nuclear (Fonte: REVISTA FISCAL..., 1949) Maquete da Escola Nuclear (Fonte: REVISTA FISCAL..., 1949)Adicionar um pouquinho de texto Inauguração de Escola Nuclear no Município de Catu, Bahia, c. 1950 (Fonte: Arquivo Clemente Mariani, CPDOC/FGV – CMa FOTO 077_15; CMa FOTO 077_60) Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar A escola Platoon de 12 classes era constituída de seis salas comuns de classe e de seis salas especiais (para leitura e literatura, ciências sociais, desenho e artes industriais, auditório, música e recreação e jogos e ciências). Foi projetada para atender a esse tipo de organização escolar, "com o mínimo de facilidades para o seu programa respectivo" (TEIXEIRA, 1935, p. 201) e, juntamente ao tipo "nuclear", deveria ter por centro o parque escolar na complementação de suas atividades; Escola Modelo da Luz, 1893 Grupo Escolar Dom Pedro II, Belo Horizonte, 1920-1930 Grupo Escolar Dom Pedro II, Belo Horizonte, 1920-1930 Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar A escola Platoon de 25 classes reunia 12 salas comuns de classe e 12 salas especiais distribuídas em pares para cada especialidade, amplo ginásio e todas as demais dependências de uma escola de grandes proporções. Era um prédio completo, "com todas as instalações para o funcionamento regular" (TEIXEIRA, 1935, p. 201), e perfeitamente adequado ao sistema Platoon. Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar A escola tipo Platoon de 16 classes compunha-se de 12 salas comuns de classe e de quatro salas especiais para auditório, música, recreação e jogos, ciência e ciências sociais. Este modelo de prédio permitia o desenvolvimento de um programa de educação elementar, enriquecido com o ensino especial de ciências, artes e recreação. Segundo Teixeira (1935, p. 201), bastava-se a si mesmo, "possuindo todas as demais dependências para o funcionamento de um verdadeiro instituto de educação", mas ganharia sobremodo com o uso do parque escolar; CANTINA SERVIÇOS GERAIS BIBLIOTECA ATIVIDADES INDUSTRIAIS PAVILHAO DE TRABALHO RECANTO ATIVIDADES MANUAIS PAVILHAO DE TRABALHO PATIO INTERNO. Anísio Teixeira e a organização do espaço escolar Toda instituição de ensino funciona como um polo disseminador de conhecimento. É importante que as pessoas compreendam que a educação não se trata exclusivamente de alunos, professores e livros – o ambiente físico também é importante. A arquitetura escolar é um fator essencial para o bom aprendizado. Mas, infelizmente, a maioria dos seus prédios têm um projeto genérico, com poucos valores estéticos. Melhor comportamento dos alunos e colaboradores; Redução dos níveis de bullying; Construção menos exigente; Menor custo de manutenção com instalações físicas. Algumas vantagens da arquitetura escolar bem planejada: ARQUITETURA ESCOLAR E O PROCESSO DE APRENDIZADO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS Ambientes bem cuidados, limpos, claros, bem equipados demonstram a valorização da educação e os usuários respondem com atitudes de respeito, cuidado e colaboração para a manutenção. Canuanã: a escola brasileira que ganhou o prêmio de melhor arquitetura escolar do mundo O ano de 2018 trouxe um prêmio importante para aarquitetura escolar brasileira. Uma reforma inovadora deu a Escola-Fazenda Canuanã o titulo de “melhor edifício de arquitetura educacional do mundo”, concedido pela premiação Building of the Year – realizada pelo ArchiDaily. Localizada na área rural de Formoso do Araguaia, no Tocantis, a escola também funciona como um internato e mantém 830 alunos matriculados. O arquiteto responsável pelo projeto é Marcelo Rosenbaum, que trabalhou em parceria com o escritório Aleph Zero e o Instituto A Gente Transforma. Marcelo fez um estudo da cultura e valores da região e procurou resgatar a identidade indígena na obra. Os materiais utilizados foram o tijolos de adobe, a madeira e a palha. Na decoração, foram utilizados quadros com grafismos indígenas produzidos pelos índios javaés, da aldeia Kanoanã. Projeto Espaço Educativo Rural - 1 sala O projeto do Espaço Educativo Rural de 1 Sala de Aula destina-se à construção de escola de um pavimento, a ser implantada em assentamentos ou pequenas comunidades rurais nas diversas regiões do Brasil. O edifício tem capacidade de atendimento de até 60 alunos, em dois turnos (matutino e vespertino), e até 30 alunos em período integral. Foi considerada como ideal a implantação dessas escolas em terreno retangular com medidas de 35m de largura por 25m de profundidade e declividade máxima de 3%. Projeto Espaço Educativo Rural - 2 salas O projeto do Espaço Educativo Rural de 2 Salas de Aula destina-se à construção de escola de um pavimento, a ser implantada em assentamentos ou pequenas comunidades rurais nas diversas regiões do Brasil. O edifício tem capacidade de atendimento de até 120 alunos, em dois turnos (matutino e vespertino), e 60 alunos em período integral. Foi considerada como ideal a implantação dessas escolas em terreno retangular com medidas de 35m de largura por 25m de profundidade e declividade máxima de 3%. Projeto Espaço Educativo Urbano e Rural - 4 salas O projeto do Espaço Educativo Rural e Urbano de 4 Salas de Aula destina-se à construção de escola de um pavimento, a ser implantada nas diversas regiões do Brasil. O edifício tem capacidade de atendimento de até 240 alunos, em dois turnos (matutino e vespertino), e 120 alunos em período integral. Foi considerada como ideal a implantação dessas escolas em terreno retangular com medidas de 80m de largura por 50m de profundidade e declividade máxima de 3%. INFRAESTRUTURA FISICA (ESCOLAR) Projeto Espaço Educativo Urbano - 12 salas O projeto Espaço Educativo Urbano de 12 Salas de Aula destina-se à orientação para a construção de escola de um pavimento, a ser implantada nas diversas regiões do Brasil. O edifício tem capacidade de atendimento de até 780 alunos, em dois turnos (matutino e vespertino), e 390 alunos em período integral. Foi considerada como ideal a implantação dessas escolas em terreno retangular com medidas de 80m de largura por 100m de profundidade e declividade máxima de 3%. Quadra coberta com vestiário O presente projeto destina-se à construção de Quadra Coberta com Vestiário, a ser implantada nas diversas regiões do Brasil. O projeto Quadra Coberta com Vestiário visa atender à demanda de espaço para práticas esportivas nas escolas municipais e estaduais, apresentando área total de 980,40 m² de cobertura, para implantação em terrenos de 30x41 metros. Quadra coberta e Vestiário - Modelo 2 O presente projeto destina-se à construção de uma Quadra Escolar Coberta e Vestiário, a ser implantada nas diversas regiões do Brasil. O projeto visa atender a demanda de espaço para práticas esportivas nasescolas municipais e estaduais. O referido projeto apresenta uma área total de 812,76 m² de cobertura, para implantação em terrenos de 30x41 metros. Cobertura de quadra escolar pequena O projeto Cobertura de Quadra Pequena visa atender à demanda de cobertura dos espaços para práticas esportivas existentes nas escolas municipais e estaduais. O referido projeto destina-se à implantação em terrenos de 22x36 metros. Cobertura de quadra escolar grande O projeto Cobertura de Quadra Grande visa atender à demanda de cobertura dos espaços para práticas esportivas existentes nas escolas municipais e estaduais. O referido projeto destina-se à implantação em terrenos de 27x35 metros. Quadra coberta com palco *O FNDE disponibiliza sempre a ultima revisão de projeto, mais completa e atualizada, devendo esta ser utilizada para a correta execução da obra. Em caso de obras não iniciadas, a ultima revisão poderá ser utilizada por completo e em caso de obras já em andamento no momento da disponibilização da revisão, a mesma dever ser utilizada para complementação de informações faltantes e/ou atendimento a atualizações de normas técnicas. Beacon School / Andrade Morettin Arquitetos + GOAA - Gusmão Otero Arquitetos Associados © Nelson Kon O uso de elementos pré-fabricados, salas de aula com hierarquias reinventadas, mobiliários inovadores que facilitam diferentes modos de ocupar as salas e espaços polivalentes que sugerem novas formas de ensino são algumas das referências presentes nos quinze projetos que selecionamos para ilustrar um pequeno panorama da produção arquitetônica brasileira no setor educacional durante os últimos anos. Planta - Beacon School / Andrade Morettin Arquitetos + GOAA - Gusmão Otero Arquitetos Associados Arquitetos: Andrade Morettin Arquitetos, GOAA - Gusmão Otero Arquitetos Associados Área: 10600 m² Ano: 2016 https://www.archdaily.com.br/br/office/andrade-morettin-arquitetos?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/br/office/goaa-gusmao-otero-arquitetos-associados?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/8480/max_area/12720?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2016?ad_name=project-specs&ad_medium=single Frederikshavn Mucipal School, na Dinamarca; Escola infantil Ary Payet School e a Creche de Orteaux, na França; Escola Flutuando no céu, na Tailândia; Abedian School of Architecture, na Austrália; Fundação Bradesco / Shieh Arquitetos Associados Corte Perspectivado - Fundação Bradesco / Shieh Arquitetos Associados, ENSINO SUPERIOR, RENOVAÇÃO • OSASCO BRASIL Escola Novo Mangue / O Norte – Oficina de Criação Planta - Escola Novo Mangue / O Norte – Oficina de Criação A rquitetos: O N orte – O ficina de Criação Á rea: 720 m ² Fotografias: Francisco Rocha, M ateus Sá A rquitetos: Shieh A rquitetos A ssociados Á rea: 4000 m ² A no: 2017 https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/categories/ensino-superior https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/categories/renovacao https://www.archdaily.com.br/br/office/o-norte-nil-oficina-de-criacao?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/576/max_area/864?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/br/photographer/francisco-rocha?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/br/photographer/mateus-sa?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/br/office/shieh-arquitetos-associados?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/3200/max_area/4800?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2017?ad_name=project-specs&ad_medium=single Planta - Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos A rquitetos: Base U rbana , Pessoa A rquitetos Á rea: 796 m ² A no: 2015 COLABS Panamerican School of Porto Alegre / Santini e Rocha Arquitetos ESCOLAS PETRÓPOLIS, BRASIL A rquitetos: Santini e Rocha A rquitetos Á rea: 796 m ² A no: 2017 https://www.archdaily.com.br/br/office/pessoa-arquitetos?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/636/max_area/955?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2015?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/categories/escolas https://www.archdaily.com.br/br/office/santini-e-rocha-arquitetos?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/636/max_area/955?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2017?ad_name=project-specs&ad_medium=single Escola de Ensino Fundamental FDE Campinas F1 / MMBB Arquitetos Plantas - Escola de Ensino Fundamental FDE Campinas F1 / MMBB Arquitetos Wish School / Garoa Axonométrica Explodida - Wish School / Garoa A rquitetos: G aroa Á rea: 1166 m ² A no: 2016 A rq ui te to s: M M BB A rq ui te to s Á re a: 3 00 0 m ² A no : 2 00 3 https://www.archdaily.com.br/br/office/mmbb-arquitetos?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/2400/max_area/3600?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2003?ad_name=project-specs&ad_medium=single Escolas que Inovam / AUÁ arquitetos Isométricas - Escolas que Inovam / AUÁ arquitetos Colégio Positivo Internacional / Manoel Coelho Arquitetura e Design A rquitetos: M anoel Coelho A rquitetura e D esign Á rea: 5000 m ² A no: 2013 A rq ui te to s: A U Á a rq ui te to s Á re a: 1 17 0 m ² A no : 2 01 8 https://www.archdaily.com.br/br/office/manoel-coelho-arquitetura-e-design?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/4000/max_area/6000?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2013?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2013?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/br/office/aua-arquitetos?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/936/max_area/1404?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/year/2018?ad_name=project-specs&ad_medium=single CONCLUSÃO Percebe-se que, no período inicial da história do Brasil República, não havia espaços próprios destinados ao ensino. Com o decorrer do tempo isso foi sendo modificado devido as necessidades apresentadas pela sociedade, podendo ser exemplificadas por meio de melhores espaços a serem oferecidos aos alunos, em que eles, com a ajuda da ambientação física, pudessem apreender da melhor maneira possível o conhecimento. Apesar de algumas escolas terem sido descaracterizadas no espaço físico e desvalorizadas por conta de outros tipos de uso, muitas foram reformadas e construídas com significativas tentativas de sua melhoria estética e funcional, de acordo com os objetivos de cada período, admitindo importância ora à monumentalidade ora à funcionalidade, levando em conta conforto ambiental, a disposição de ambientes assim como a alusão ou não a estilos arquitetônicos referentes à história. Cada grupo de projetos, dentro de sua época de concepção, apresenta um conjunto de aspectos peculiares. Atualmente, os arquitetos remetem-se a características vantajosas de prédios de épocas passadas para o planejamento dos atuais, aplicando junto a isso a liberdade de criação. Merece destaque as construções originadas dos anos 1950, as escolas-parque em Salvador, que influenciaram projetos dos anos 1980, os Centros Integrados de EducaçãoPública (CIEPs), e atualmente os Centros Educacionais Unificados (CEUs), de São Paulo; com os primeiros com predominância de concreto armado em sua forma, enquanto que os segundos apresentam cores mais vivas aplicadas em sua composição. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:: https://germinai.wordpress.com/textos-classicos-sobre-educacao/linha-historica-da-arquitetura-escolar-do-brasil/ https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602013000300010 https://docomomo.org.br/wp-content/uploads/2016/01/146_M03_RM-AsObrasDoPlanoDeEdificacoes-ART_nivaldo_junior.pdf http://www.equipamentospublicos.fau.usp.br/drupal/bibliografia/helio.pdf https://www.google.com/search? q=A+escola+Platoon+de+25+classes+reunia+12+salas+comuns+de+classe+e+12+salas+especiais&tbm=isch&ved=2ahUKEwi6q433orbw AhWVupUCHRFECVwQ2- cCegQIABAA&oq=A+escola+Platoon+de+25+classes+reunia+12+salas+comuns+de+classe+e+12+salas+especiais&gs_lcp=CgNpbWcQA1 DxljFY8ZYxYP2uMWgAcAB4AIABvgGIAb4BkgEDMC4xmAEAoAEBqgELZ3dzLXdpei1pbWfAAQE&sclient=img&ei=PoSUYLqUIZX11sQPkYil4A U&bih=657&biw=1366 https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-20052010- 152808/publico/DISSERTACAO_Fabiana_Valeck_de_Oliveira_2007.pdf http://www.multirio.rj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=879:novos-conteudos-disponiveis-na- biblioteca-do-portal&catid=13&Itemid=212 https://www.archdaily.com.br/br/917457/arquitetura-e-educacao-15-escolas-projetadas-por-arquitetos-brasileiros https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquitetura-escolar/ https://arqsc.com.br/escola-fazenda-canuana-incorpora-tradicao-e-historia-e-revela-o-poder-transformador-da-arquitetura/
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