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Atividade Discursiva de Enofilia e Práticas de Sommelier- Gastronomia Aluna: Julia Freitas Barbosa Matrícula: 01379795 Turno: Noite “Certos trabalhos possuem uma aura romântica que parece transcender o mero exercício da atividade profissional. Um exemplo é o produtor de vinho” Quando se pensa no vinho, vem-se à cabeça toda aquela fantasia sobre o momento em que ele será consumido, um momento de autocuidado ou aquele momento romântico a dois, um jantar marcante ou um aperitivo durante a preparação da refeição. Esse pensamento floreado sobre o vinho se discorre e faz com que tudo associado àquilo seja visto com os mesmos floreios, isso seu processo de produção. Despreza-se as preocupações que o produtor tem durante todo o período do plantio a colheita, as incertezas se a safra será boa, as dúvidas sobre se fatores externos irão auxiliar ou prejudicar a qualidade das uvas e, consequentemente, dos vinhos por elas produzidas. O vinicultor precisa de uma equipe bem preparada para que possa ter um vinho de qualidade, tendo investimentos com pesquisas, equipamentos e profissionais qualificados. “Esse é o jogo da safra. Uma carta errada e lá na ponta uns décimos de qualidade farão muita falta” Além de ter solo e climas favoráveis, existem outras questões que podem prejudicar a safra; Uma primavera muito quente ou muito fria, chuva em excesso ou escassez, sol demais ou de menos, esses são alguns dos fatores que podem prejudicar, fatores que não se podem controlar. Uma vez que a safra sofra alguma dessas alterações que possam prejudicar a qualidade da uva, é necessário fazer uma reparação que, possivelmente, vai encarecer e/ou diminuir a qualidade do vinho, chegando para o consumidor com um certo impacto. Por vezes, é notado em filmes aquela cena clássica onde uma pessoa que entende muito sobre vinhos pede o produto de uma safra específica e comenta que o ano anterior produziu vinhos horríveis. O mesmo vinho, produzido com a mesma técnica mas, usando uvas de anos diferentes, pode possuir mudanças notáveis na qualidade quando não é possível fazer uma reparação daquela uva que foi prejudicada por eventos climáticos ou biológicos. “Os vinhos da região da Borgonha, região localizada no centro da França, possuem uma complexa classificação, embora suas uvas sejam a pinot noir, tinta, e a chardonnay, branca.” Nessa região a classificação dos Crus vem de muito anos, com os monges cistercienses que eram produtores de vinhos locais. Eles observaram e dividiram as uvas de acordo com o terroir de cada local, esperando resultados e qualidades nobres para seus vinhos, com isso classificando cada região de acordo com suas condições topograficas e climaticas.As classificações do vinho na região da borgonha são subdivididas entre os Grand Crus, que representam menos de 2% dos vinhedos localizados na região. Seguindo a classificação tem ainda, em forma decrescente de qualidade, os Premiers Crus, Appellations Villages (comunidades próximas às plantações mais nobres) e as Appellations Régionales. “Enquanto a região de Bordeaux os vinhos são classificados pelo prestígio dos seus chateaux, a Borgonha é uma colcha de retalhos e seus vinhedos classificados do mais simples para o mais nobre.” A classificação de vinhos da região de Bordeaux inicialmente era divida entre 5 subcategorias (Premier Crus Classés, Deuxièmes Crus Classés, Troisièmes Crus Classés, Quatrièmes Crus Classés e Cinquiémes Crus Classés), entretanto a classificação sofreu uma mudança no século seguinte, onde passaram as ser classificados como Premier Grand Crus Classé, que contemplam em torno de 10 vinhos e Grand Crus Classé, contemplando em torno de 50 vinhos. Apesar de possuírem classificações parecidas, a ordem de importância de cada classificação é diferente. “A região de Bordeaux é, talvez, a mais comentada do mundo e mais imitada.” Essa região da França é bastante conhecida por suas uvas que formam blends que dão origem a vinhos magníficos. Em outros países, essas uvas são cultivadas e podem dar origem a vinhos de apenas uma espécie, mas isso é parte do que torna a região de Bordeaux tão especial, a variedade de castas e as misturas feitas para criar vinhos nobres e cheios de notas e sabores únicos. “A fórmula encontrada pelos bordaleses foi misturar essa uva com outras mais leves e frutadas que além de domarem a força da cabernet, emprestam elegância e novos aromas sem comprometer sua capacidade de envelhecimento” As quatro uvas mais comuns dessa região são cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot e petit verdot. Cada uma dessas uvas tem características específicas, que se misturadas nas quantidades cestas, dão origem a vinhos ricos em sabores, aromas e outras características. As diferenças entre as uvas permitem pensar e formar blends equilibrando e completando o que faltaria em um vinho feito com apenas uma espécie dessas uvas. Como citado no texto, a cabernet sauvignon sozinha, formaria um vinho pesado, cheio de tanino e que precisaria de muito tempo de maturação para ser considerado um vinho nobre, enquanto quando misturada a outras uvas, pode-se acrescentar aromas e essa elegância sem comprometer as características da uva. “Atualmente é muito difícil um vinho realmente ruim.” Com o avanço em tecnologias e estudos sobre viticultura, elaborar vinhos bons e agradáveis se tornou mais fácil. O conhecimento permite saber quais blends fazer, o que cada uva pode acrescentar para dar um melhor resultado na produção de um vinho. Além de permitir um melhor estudo do solo para escolher quais castas plantar e quais cuidados tomar com cada espécie plantada na região. “Isso não elimina a individualidade de cada região, e a diferença entre os vinhos deixa de ser apenas a qualidade para destacar sua personalidade, sua característica individual.” Apesar do avanço na tecnologia permitir que se cultivem as mesmas castas de forma satisfatória em regiões diferentes, porém com características semelhantes; o resultado de cada região é diferente devido ao terroir de cada localidade. Uma mesma casta pode apresentar vinhos com notas mais apimentadas ou acidez mais elevada, dependendo do solo onde é plantada, essa diferença não é, necessariamente, uma característica negativa. Pode ser apenas uma forma de diferenciar um vinho Malbec argentino de um francês, por exemplo.
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