Buscar

AULA+3

Prévia do material em texto

08/03/2020
1
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA 
OBESIDADE
AULA 3
Disciplina: Assistência Nutricional na 
Obesidade e Doenças 
Cardiovasculares
Professor responsável: Flávia Santos
Fatores neuronais; 
Endôcrinos;
Adipocitários;
Intestinais.
FISIOLÓ
GICOS
08/03/2020
2
FATORES ENDÓCRINOS E ADIPOCITÁRIOS
Sistema neuro-humoral que minimiza o
impacto de pequenas flutuações no balanço
energético e controla a homeostase
energética.
Principais hormônios: LEPTINA e INSULINA
“Atualmente as células 
adiposas não são tidas 
apenas como estruturas de 
proteção e sustentação, mas 
como um verdadeiro órgão 
dotado de intensa atividade 
endócrina e metabólica”. 
HISTÓRICO
08/03/2020
3
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
• Adipocinas:
Proteínas secretadas pelo tedido adiposo
branco (hormônios, citocinas e quimiocinas)
• Ação autócrina, parácrina e endócrina.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
• Hormônios: Produtos secretórios de glândulas
endócrinas, liberados na corrente sanguínea e
transportados a células ou órgãos-alvo específicos,
onde provocam respostas fisiológicas, morfológicas
e bioquímicas.
• Citocinas: polipeptídeos ou glicoproteínas
produzidas por células do sistema imunológico.
Atuam por mecanismos parácrino e autócrino
• Quimiocinas: Citocinas de baixo peso molecular
08/03/2020
4
• Década 70: Estudos foram
conduzidos envolvendo
camundongos com
modificações genéticas
• ob/ob (obesos) e db/db
(diabéticos).
• Ambos apresentavam:
Hiperfagia, obesidade,
diabetes, atividade física e
termoregulação reduzida.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
• Estudos clássicos sugeriam
que um fator circulante seria
secretado em resposta ao
aumento das reservas
adiposas.
• Coleman e cols. observaram
que os camundongos ob/ob
não produziam este fator e
que camundongos db/db,
embora o tivessem, não
respondiam ao mesmo.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
08/03/2020
5
• A descoberta do gene ob em
1994, e a clonagem de seu
produto genético, a LEPTINA,
abriram as portas da pesquisa
deste peptídeo produzido
pelas células adiposas.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
• Em camundongos ob/ob, a
mutação genética é
acompanhada de ausência de
síntese de leptina, resultando
em obesidade mórbida.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
08/03/2020
6
• Em camundongos
diabéticos db/db, a
expressão do fenótipo é
semelhante ao encontrado
no gene ob, porém com
concentrações séricas altas
de leptina.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
A descoberta da
LEPTINA deixou claro que
o tecido adiposo participa
ativamente do controle
do dispêndio energético e
do apetite, através de
seus efeitos sobre o
sistema nervoso
simpático e função
cardiovascular.
FUNÇÃO ENDÓCRINA DO TECIDO ADIPOSO
08/03/2020
7
Hormônio peptídico
secretado principalmente
pelo tecido adiposo e, em
escala menor, pela medula
óssea, placenta, estômago e
tecido hipotalâmico.
LEPTINA
Suas concentrações são
proporcionais ao volume de
células adiposas e aumentam
em proporção à elevação do
percentual de gordura
corporal.
LEPTINA
08/03/2020
8
Liberada pelo próprio
tecido adiposo, atuaria em
centros hipotalâmicos, para
controlar o apetite, a
termogênese e o peso
corporal.
LEPTINA
• Hormônio da saciedade
• Reduz o apetite
• Atua no hipotálamo liberando a sensação de
saciedade
• Sinaliza o sistema nervoso central (SNC) sobre os
estoques corporais de energia
• Níveis na obesidade
• Resposta menor na obesidade (resistência)
LEPTINA
08/03/2020
9
Ação autócrina (Adipócitos):
• Estimula oxidação de
lipídeos;
• Capaz de depletar cerca de
95% massa lipídica.
LEPTINA
Ação endócrina (Fígado):
Induz a ação de enzimas 
oxidantes de lipídios.
LEPTINA
08/03/2020
10
Ação endócrina (Fígado):
Sinalização da leptina provoca 
aumento da expressão do 
gene PPARa (Peroxisome 
Proliferator-activated 
Receptor) = Induz a 
transcrição de RNAm para 
enzimas oxidantes de
lipídios.
LEPTINA
Ação neural - Atua no sistema
nervoso central através de
mediadores:
• Neuropeptídeo Y
• Peptídeo agouti (AgRP)
• Hormônio liberador de
corticotropina (CRH)
• Hormônio estimulante dos
melanócitos (MSH)
• Colecistocinina (CKK)
LEPTINA
08/03/2020
11
FATORES NEURONAIS:
Hipotálamo: Regula a ingestão alimentar, gasto
energético, fome e saciedade.
Neurônios hipotalâmicos:
• Peptideo agouti (AgRP) – Orexígeno;
• Pro-ópio melanocortina (Pomc) - Anorexígeno
REGULAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR E O 
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
Neurônios Orexígenos:
• Dependem do neuropeptideo Y (NPY) e
peptídeo agouti (AgRP) para executar sua
função.
• Sinalizam ao tecido adiposo e outros tecidos e
órgãos da necessidade de armazenar calorias.
08/03/2020
12
REGULAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR E O 
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
Neurônios Anorexígenos:
• Dependem do hormônio alfa-melanócito
estimulador (α-MSH) e dos transcritos
relacionados a cocaína e a anfetamina (CART)
• Sinaliza que os tecidos e órgãos estão
alimentados.
• Controlam o consumo alimentar e gasto
energético.
REGULAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR E O 
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
Neurônios Anorexígenos e Neurônios
Orexígenos:
• Interagem entre si;
• Interagem com sinais periféricos (leptina,
insulina, grelina e glucocorticóides);
• Controlam o consumo alimentar e gasto
energético.
08/03/2020
13
Leptina x substâncias 
orexígenas:
•  Neuropeptídeo Y (NPY)
•  Peptídeo Agouti (AGRP)
LEPTINA
Leptina x substâncias 
anorexígenas:
•  Hormônio estimulante de
melanócito (MSH)
•  Hormônio liberador de
corticotropina (CRH)
LEPTINA
08/03/2020
14
O peptídeo agouti (AGRP, agouti related
protein) inibi a ação do hormônio estimulante
da melanocortina (αMSH) (hormônio
anorexígeno), sobre seus receptores do tipo 4
(MC4R, melanocortin receptor 4).
OUTRAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA: 
MELANOCORTINA E PROTEÍNA AGOUTI.
Proteína agouti exerce o papel de molécula
anabolizante, causando hiperfagia quando
administrada no interior de ventrículos cerebrais
Neuropeptídeo Y (NPY) tem sido descrito
como molécula orexígena, mas seus efeitos são
atuantes, apenas a curto prazo, quando
comparados aos das proteínas agouti.
OUTRAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA: 
MELANOCORTINA E PROTEÍNA AGOUTI.
08/03/2020
15
A proteína agouti é atualmente
considerada como a molécula estimuladora do
apetite mais robusta em termos de potência e
duração de ação.
OUTRAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA: 
MELANOCORTINA E PROTEÍNA AGOUTI.
Leptina: Reduz a ação a proteína agouti (AGRP,
agouti related protein) e do NPY (estímulos
orexígenos).
Leptina: Estimula a ação do hormônio
estimulante da melanocortina (αMSH)
(hormônio anorexígeno).
OUTRAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA: 
MELANOCORTINA E PROTEÍNA AGOUTI.
08/03/2020
16
Havendo depósito de gordura abundante,
os níveis circulantes de leptina estão
aumentados e ativam receptores residentes no
núcleo arqueado do hipotálamo, que possuem
neurônios produtores de pro-
opiomelanocortinas.
OUTRAS VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA: 
MELANOCORTINA E PROTEÍNA AGOUTI.
08/03/2020
17
AÇÃO DOS HORMÔNIOS QUE POTENCIALIZAM O 
EFEITO ANOREXÍGENO NO SNC
Leptina e Insulina funcionantes: Ativam os receptores
no núcleo arqueado hipotalâmico anorexígeno.
• Ativação de neurônios hipotalâmico Pro-ópio
melanocortina (Pomc);
• Promovem a síntese do hormônio alfa-melanócito
estimulador (α-MSH);
• Aumento da expressão dos transcritos relacionados a
cocaína e a anfetamina (CART)
AÇÃO DOS HORMÔNIOS QUE POTENCIALIZAM O 
EFEITO OREXÍGENO NO SNC
Leptina e Insulina resistentes: Ativam os receptores no
núcleo arqueado hipotalâmico orexígenos.
• Aumento da expressão dos neurônios neuropeptideo
Y (NPY) e peptídeo agouti (AgRP) (orexígenos) que
antagonizam os efeitos da POMC e do CART
(anorexígeno).
• Inibição dos neurônios do núcleo paraventricular que
expressam o neurotransmissor corticotrofina que
exerce função anorexígena.
• Estímulo da a área hipotalâmica lateral que expressa
a orexina que exerce função orexigênico.
08/03/2020
18
REDUÇÃO DA LEPTINA OU SUA RESPOSTA
Aumento da resposta excitatóriapara os
neurônios NPY/AgRP (orexígeno) e inibição dos
neurônios POMC/CART (anorexígeno).
Leptina x Obesidade
Elevado consumo de
gordura conduz à redução
da ação da leptina =
Resistência à leptina;
Hiperleptinemia
LEPTINA
08/03/2020
19
Resistência tecidual à leptina
1. Capacidade de 
armazenamento de gordura 
2.Taxa de oxidação de gordura 
LEPTINA
Hiperleptinemia associada 
com a resistência à Leptina: 
• Esteatose hepática;
• Acúmulo de triglicerídeos
no músculo esquelético,
coração e pâncreas.
LEPTINA
08/03/2020
20
• Produzida pelas células beta pancreática;
• Estímulo = Estado alimentado; 
• Efeito anabólico;
• Aumenta a captação de glicose = Estimula
queda da glicemia;
• Estimula a lipogênese (estímulo da lipase
lipoprotéica);
INSULINA 
INSULINA:
Sistema nervoso central:
• Estimula a saciedade
• Aumenta o gasto energético
• Regular a ação da leptina
• Age no núcleo arqueado hipotalâmico,
aumentando a expressão dos neurônios
POMC, que expressam neuropeptídeos
anorexígenos.
08/03/2020
21
PEPTÍDEO SEMELHANTE AO GLUCAGON-1 
(GLP-1):
• Hormônio secretado pelas células L no íleo
distal e cólon;
• Liberado imediatamente após a ingestão de
alimento;
• Estimula a secreção de insulina pós-prandial.
FATORES INTESTINAIS ENVOLVIDOS NA 
OBESIDADE
PEPTÍDEO SEMELHANTE AO GLUCAGON-1 
(GLP-1):
• Inibe a motilidade do trato gastrintestinal;
• Reduz as secreções gastroentéricas;
• Diminui o esvaziamento gástrico; 
• Diminui o apetite; 
• Aumenta a saciedade.
08/03/2020
22
FATORES INTESTINAIS ENVOLVIDOS NA 
OBESIDADE
COLECISTOQUININA (CCK):
Liberada pelas do trato gastrintestinal em
resposta à presença de gordura e proteína.
• Inibi a ingestão alimentar;
• Induz a secreção pancreática;
• Induz secreção biliar por contração vesicular.
FATORES INTESTINAIS ENVOLVIDOS NA 
OBESIDADE
PEPTÍDEO YY OU PYY: 
• Expresso pelas células da mucosa intestinal;
• Regulação neural do apetite;
• Obesos apresentam menor elevação dos
níveis pós-prandial.
08/03/2020
23
FATORES INTESTINAIS ENVOLVIDOS NA 
OBESIDADE
OXINTOMODULINA (OXM):
• Secretado na porção distal do intestino;
• Supressor da ingestão alimentar a curto prazo;
• Age diretamente nos centros hipotalâmicos
diminuindo o apetite, diminuindo a ingestão
calórica e diminuindo os níveis séricos de
grelina.
FATORES INTESTINAIS ENVOLVIDOS NA 
OBESIDADE
GRELINA:
• Secretada por células da mucosa gástrica;
• Ação orexígena no sistema nervoso central;
• Além de aumentar o apetite, também
estimula as secreções digestivas e a
motilidade gástrica.
08/03/2020
24
MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE
• Propriedades da microbiota benéfica:
Ativação do sistema imune
Redução do pH intestinal
Produção de ácidos graxos de cadeia curta
Metabolismo de ácidos biliares
Síntese de vitaminas
Integridade da barreira intestinal
Fatores que provocam desiquilíbrio da
microbiota:
• Álcool
• Fumo
• Medicação (antibiótico)
• Infecção bacteriana
• Estresse/Fadiga
• Idade
MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE
08/03/2020
25
• Baixa imunidade;
• Decréscimo de motilidade intestinal;
• Má digestão dos alimentos, acloridria e
hipocloridria;
• Infestação por parasitas e fungos e infecção
intestinal de vírus e bactérias;
• Baixa ingestão de legumes, verduras e frutas;
excessos de ingestão de gorduras,
carboidratos de rápida digestibilidade,
proteínas;
• Doenças inflamatórias intestinais, ...
MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE
MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE
08/03/2020
26
BIBLIOGRAFIAS
• Diretriz de obesidade, 2017.
• Pinto. Wagner de Jesus A função endócrina do tecido adiposo.
Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 16, n. 3, p. 111 - 120, 2014
• Landeiro, Fernanda Montero, Quarantini, Lucas de Castro.
Obesidade: Controle Neural e Hormonal do Comportamento
Alimentar. R. Ci. med. biol., Salvador, v.10, n.3, p.236-245,
set./dez. 2011.
• Maior, Alex Souto. Regulação hormonal da ingestão alimentar:
um breve relato. Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(3): 303-9
• Jaeger, Janaína Pacheco. Componente genético da obesidade
humana. Dissertação de mestrado. Porto Alegre. 2005.
• Camarneiro, Joyce Moraes. Aspectos fisiológicos da
obesidade. In: Bases nutricionais para obesidade. 2018.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes