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FUNDAÇÕES PARA ARQUITETURA – CCE0195 Aula 05: Investigações Geotécnicas e Resistência do Solo SONDAGENSROTATIVAS “Sondagem rotativa é um método de investigação que consiste no uso de um conjunto motomecanizado à perfuração de maciços rochosos e obtenção de amostras de materiais rochosos com formato cilíndrico, chamadas de testemunho.” ● Uso de conjunto motomecanizado: penetração e rotação; ● Obtenção de amostras de materiais rochosos; ● Barrilete com ponta cortante; ● Amostra → testemunho. SONDAGENS ROTATIVAS SONDAGENS ROTATIVAS SONDAGENS ROTATIVAS • As brocas usadas neste tipo de sondagem apresentam diâmetros entre 30 mm e 76 mm, recebendo as seguintes denominações: XRT (30 mm), EX (38 mm), AX (48 mm), BX (60 mm) e NX (76 mm). SONDAGENS ROTATIVAS • Nas sondagens rotativas, deve-se aprofundar o amostrador pelo menos 4 metros, para ter a segurança de que não se está atravessando um simples matacão. SONDAGENSMISTAS “Sondagem mista é um método de investigação que conjuga a sondagem a percussão para o trecho em solo e a sondagem rotativa para o trecho em rocha.” Sondagem mista: percussão + rotativa ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST “O ensaio consiste basicamente na cravação a velocidade lenta e constante de uma haste com ponta cônica, medindo-se a resistência encontrada na ponta e a resistência por atrito lateral.” ● Dados fornecidos: resistência de ponta, atrito lateral e poro pressão; ● Ábacos → A razão entre o atrito lateral e a resistência de ponta pode ser usada para determinar o tipo de solo atravessado; ● Associado a investigação para melhor caracterização do solo atravessado. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Poropressão: Pressão da formação ou pressão de poros, é a pressão que o fluido exerce no interior dos poros dos elementos porosos como os solos e as rochas. Uma rocha porosa quando sujeita a um carregamento causa a poropressão. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Método de execução: ● Consiste na cravação estática lenta de um cone mecânico ou elétrico que armazena em um computador os dados a cada 2 cm. ● O cone alocado nesta bomba hidráulica é penetrado no terreno a uma velocidade de 2 cm por segundo. ● O próprio equipamento, por ser hidráulico, crava o cone no terreno e funciona como uma prensa. ● Após cravado ele adquire os dados de forma automática e o próprio sistema captura os índices e faz o registro contínuo dos mesmos ao longo da profundidade. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Método de execução: ● O equipamento do cone apresenta um conjunto de células de carga junto à ponta cônica, que permite a medida da resistência de ponta (qc), uma luva de atrito para determinação do atrito lateral do solo (fs) e transdutores de pressão capazes de medir a poropressão (u) do solo. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Método de execução: ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Método de execução: ● Preparação do cone; ● Cravação com sistema hidráulico; ● Penetração a 2,0 cm/s; ● Registros contínuos (a cada 2cm); ● Aquisição automática dos dados. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Estratigrafia Perfil geotécnico • Coeficiente de adensamento (Ch e Cv) Densidade relativa (Dr) • Resistência não drenada (Su) Ângulo de atrito efetivo de areias (Ø) • História de tensões (tensão de pré-adensamento, OCR - maior valor de tensão já sofrido pelo solo em campo) Coeficiente de permeabilidade (K) Além dos dados lidos em tempo real durante o ensaio (qc, fs e u), podem-se obter através de correlações as seguintes propriedades: ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Vantagens: ● Cravação quase estática; ● Precisão – Confiabilidade do resultado; ● Medição da poropressão; ● Rapidez de execução e agilidade dos resultados. ENSAIODECONE– CPT– CONE PENETRATIONTEST Desvantagens: ● Falta de experiência dos profissionais. ● Geralmente, é necessário que o terreno tenha condições de acessibilidade para receber o equipamento que pode estar montado sobre um caminhão. Dentro da equipe que acompanha esse procedimento é necessário que haja algum engenheiro geotécnico. ENSAIO DE CONE – CPT – CONE PENETRATION TEST ENSAIO DE CONE – CPT – CONE PENETRATION TEST ENSAIO DE CONE – CPT – CONE PENETRATION TEST ENSAIO DE CONE – CPT – CONE PENETRATION TEST ENSAIO DE PALHETA– VANETEST “O ensaio de palheta é tradicionalmente empregado na determinação da resistência ao cisalhamento não drenado, Su, das argilas moles.” ENSAIO DE PALHETA – VANE TEST Para solos de alta permeabilidade, como no caso das areias, a drenagem ocorre rapidamente, dissipando o excesso de poropressão tão logo o carregamento é aplicado. Para solos de baixa permeabilidade, como no caso de argilas, é comum que quase nenhuma dissipação ocorra durante a aplicação da carga. Esta situação caracteriza uma solicitação não drenada. ENSAIO DE PALHETA– VANETEST Consiste na rotação a uma velocidade de rotação patrão de uma palheta cruciforme em profundidades pré-definidas. A medida do torque T versus a rotação permite a determinação da resistência não drenada do solo. ENSAIO DE PALHETA– VANETEST Vantagens ● Equipamento simples; ● Repitibilidade; ● Interpretação; ● Medida de uma grandeza física. Desvantagens ● Extremamente lento; ● A resistência não-drenada é um tópico complexo. Recomenda-se também ensaios de laboratório. ENSAIO DILATOMÉTRICO-DMT Estimativa do módulo de elasticidade das camadas de solo prospectadas. ENSAIO DILATOMÉTRICO-DMT O teste consiste na cravação de ponteira metálica, com interrupções desta cravação a cada 20 cm. Nestas interrupções, é introduzido gás nitrogênio que expande a membrana metálica da ponteira contra o terreno. Dessa expansão, registram-se em manômetro de precisão duas leituras: a primeira quando a dilatação da membrana “vence” o esforço de compressão do terreno, e a segunda quando esta deforma o solo de 1,1mm. ENSAIOPRESSIOMÉTRICO -PMT Estimativa do módulo de elasticidade das camadas de solo prospectadas. Consiste na inserção em um pré- furo de sonda pressiométrica e deformação radial de membrana por meio de inserção de gás nitrogênio. As medidas de deformação são através do painel de controle, que mede variações de pressões e volumes ocorridos com a deformação do solo. ENSAIO PRESSIOMÉTRICO - PMT RESUMINDO... RESUMINDO... RESUMINDO... DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT São inúmeras as maneiras de relacionar os números do SPT, obtidos na sondagem a percussão, com a resistência do solo. Uma maneira bastante rápida de correlacionar esses valores é usando a fórmula empírica abaixo: Em que 𝜎adm é a tensão admissível à compressão do solo, também denominada de “taxa do solo”, e N o número de golpes para cravar os últimos 30 cm, ou SPT. 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 − 1 ( 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 ) DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT A relação anterior não leva em conta o tipo de solo, o que é uma falha, pois apesar de o SPT em uma areia ser maior do que na argila, por causa do atrito na penetração do amostrador, a sua resistência pode ser menor. Por ser fácil de memorizar essa relação pode ser útil para dar uma primeira ideia da resistência do solo. Outras fórmulas empíricas e que levam em conta o tipo de solo, o que lhes confere um caráter mais preciso, são: Argila pura: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 4 Argila siltosa: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 5 Argila areno siltosa: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 7,5 N é o valor do SPT. Resultados: unidade kgf/cm² DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT Valores mais precisos da resistência do solo podem ser obtidos usando a tabela abaixo, fornecida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT. (Valores intermediários devem ser interpolados) DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT EXEMPLO DE APLICAÇÃO Seja dada a sondagem a seguir. Determinar a resistênciado solo a 2 m de profundidade, usando as fórmulas empíricas e a tabela. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT EXEMPLO DE APLICAÇÃO Para 2 m , tem-se N=8 e Argila Siltosa 1. Pelas fórmulas empíricas, tem-se: ou 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 − 1 ( 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 ) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 8 − 1 = 2,8 − 1 = 1,8 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑁 5 = 8 5 ≅ 1,6 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2. Pela tabela: Para argila e silte: 6 a 10 -> 1,5 a 3,0 kgf/cm² Variação de golpes: 10 – 6 = 4 Variação da resistência: 3,0 – 1,5 = 1,5 kgf/cm² Para cada golpe, nesse intervalos 1,5 / 4 = 0,375 kgf/cm² Portanto, para N = 8 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1,5 + 2𝑥0,375 = 2,25 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT CORRELAÇÃO ENTRE O SPT E OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO EM FUNÇÃO DO SPT CORRELAÇÃO ENTRE O SPT E OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS RELAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO CPT E SPT Na sondagem, se a opção for pot CPT, deve-se fazer a conversão par o SPT, para determinar a resistência do solo usando fórmulas e tabelas usuais. A tabela a seguir, proposta por Danzinger e Velloso, fonece os valores de K, que relaciona o número de golpes do SPT à resistência de ponta (qc) fornecida pela sondagem CPT. RELAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO CPT E SPT Para fazer a transposição dos valores de qc para N, usa-se a seguinte relação. O valor de qc deverá ser expresso em MPa. 𝑁 = 𝑞𝑐 𝐾 RELAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO CPT E SPT Exemplo Seja qc = 2 MPa o valor da resistência de ponta dada pela sondagem CPT e o solo, um silte argiloso. Qual será o valor do SPT? Caso se deseja determinar a taxa do solo diretamente dos valores de qc, pode-se usar a relação abaixo: 𝑁 = 𝑞𝑐 𝐾 2 0,3 ≅ 7 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑞𝑐 10 𝑀𝑃𝑎 , 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑞𝑐 15 𝑀𝑃𝑎 , 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎𝑠 1 MPa= 10 kgf/cm² COESÃO Individualmente, os grãos dos solos argilosos são muito finos, quase farináceos, e se aderem firmemente um ao outro, não podendo ser reconhecidos a olho nu (Figura). COESÃO Os espaços vazios entre as partículas são muito pequenos, e por causa de sua estrutura esses solos apresentam resistência à penetração de água, absorvendo-a muito lentamente. Entretanto, uma vez que a água tenha conseguido penetrar no solo, ela também encontra dificuldade para ser extraída de seu interior. Ao receber água, os argilosos tendem a tornar-se plásticos (surge a lama), por isso apresentam maior grau de estabilidade quando secos. COESÃO Em razão das forças adesivas naturais (coesão) existentes entre as pequenas partículas que compõem esses tipos de solo, a compactação por vibração não é a ideal nessa situação. Essas partículas tendem a agrupar-se, dificultando uma redistribuição natural entre elas individualmente. O silte está entre a areia e a argila. É um pó como a argila, mas não tem coesão apreciável e plasticidade digna de nota quando molhado. SOLOS NÃO COESIVOS (GRANULARES ARENOSOS) Os solos não coesivos compreendem os solos compostos de pedras, pedregulhos, cascalhos e areias, ou seja, de partículas grandes e grossas (Figura). Essas misturas, compostas por muitas partículas individualmente soltas que, no estado seco, não se aderem umas às outras (somente se apoiam entre si), são altamente permeáveis. SOLOS NÃO COESIVOS (GRANULARES ARENOSOS) Isso se deve ao fato de existirem, entre as partículas, espaços vazios relativamente grandes e intercomunicados entre si. Em um solo não coesivo em estado seco é fácil reconhecer os tamanhos dos diferentes grãos por simples observação. A capacidade dos solos não coesivos para suportar cargas depende da resistência ao deslocamento, ou seja, da movimentação entre as partículas individualmente. Ao se aumentar a superfície de contato entre os grãos individualmente por meio da quantidade de grãos por unidade de volume (compactação), aumenta-se a resistência ao deslocamento entre as partículas e, simultaneamente, melhora- se a transmissão de força entre elas. COESÃO Para solos coesivos como as argilas, a partir do conhecimento da taxa do solo, pode-se conhecer, além da sua resistência, o valor da sua coesão. A coesão e o ângulo de atrito interno do solo servem para a determinação dos empuxos sobre muros de arrimo. O valor da coesão corresponde à metade da taxa do solo: 𝐶 = 𝜎𝑎𝑑𝑚 2 Leitura Específica REBELLO, Yopanan Conrado Pereira . Fundações - Guia Prático de Projeto, Execução e Dimensionamento. São Paulo: Zigurate (Capítulo 4). Obrigada pela atenção!
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