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NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE PORCIÚNCULA - RJ Antônio Marcos, brasileiro, casado, aposentado portador do R.G. n° XXXXXX, inscrito no CPF sob o n° XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXX, n° 000, Porciúncula RJ, CEP.: XXXXXXX, endereço eletrônico:XXXXXX@gmail.com, portador do Título de Eleitor n° 123456, Seção XXX, Zona XXX, cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos, conforme documento anexo, nos termos do artigo 1°, § 3°, da Lei no X.XXX/XX, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, procuração em anexo, com escritório profissional situado na Rua XXX, n°00, (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), endereço eletrônico: XXXXXX@gmail.com, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 5°, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988, e a Lei n° 4.717/65, impetrar a presente: AÇÃO POPULAR com pedido de liminar em face de ato do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE PORCIÚNCULA/RJ pessoa jurídica de direito público, com sede na (Rua), no (XXX), Cidade/UF, CEP.: XXXXXXX, endereço eletrônico: prefeito@gmail.com, e em face da EMPRESA ESTUDANDO BEM pessoa jurídica de direito privado,cujo o sócio majoritário é Carlos Silva inscrita no CNPJ sob o no XXXXXXXXXXXXXX, com sede na (Rua), nº (XXX), cidade de Porciúncula RJ, CEP.: XXXXXXX, endereço eletrônico: XXXXXX@gmail.com, pelos motivos de fatos e direitos a seguir expostos. mailto:XXXXXX@gmail.com mailto:XXXXXX@gmail.com mailto:prefeito@gmail.com mailto:XXXXXX@gmail.com NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 I-DOS FATOS Antônio Marcos, cidadão consciente e eleitor do Município de Porciúncula/RJ, ficou inconformado ao saber da contratação que favorece o filho da companheira do Prefeito João de Oliveira, celebrou contrato administrativo com a empresa Estudando Bem, cujo sócio majoritário vem a ser Carlos Silva, filho da companheira do Prefeito, tendo por objeto o fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de ensino, pelo prazo de 48 meses. O contrato foi celebrado sem a realização de prévio procedimento licitatório e apresentou um valor de quatro milhões de reais anuais. II - DO CABIMENTO AÇÃO POPULAR Qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa, nos termos do art. 5°, inciso LXXXII da CF/88 e do artigo 1° da Lei 4717/65 (Lei da Ação Popular). O artigo 5°, inciso LXXXII da CF/88 menciona: Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; É o remédio constitucional que aciona o Poder Judiciário dentro da visão democrática participativa dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e atacando os atos lesivos ao Patrimônio Público com a condenação dos agentes responsáveis. III - DA LEGITIMIDADE a) ATIVA O autor é brasileiro, regular com a justiça eleitoral (conforme demonstrado em anexo), portanto possui amparo no artigo 5° LXXIII da Constituição Federal, tendo direito ao ajuizamento da ação. É direito do cidadão participar da vida política do Estado fiscalizando a gestão do Patrimônio Público. NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 b) PASSIVA O réu nesta sede processual responde passivamente, pois, conforme a Lei 4.717/65 em seu artigo 6° estabelece a inclusão no polo passivo os causadores ou produtores de ato lesivos, como também todos aqueles que contribuíram por ação ou omissão, c) PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA A continuidade da prática além de ofender o interesse público causará dano grave e de difícil reparação, diante do periculum in mora. A Tutela de Urgência na Ação Popular está prevista no artigo 5° parágrafo 4° da Lei 4717/65: "Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado o for para as causas que interessem à União ,o DF,o Estado ou o Municipio”. IV- DA INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Ao Ministério Público é cabível o acompanhamento da ação, que por sua vez atua como fiscal da Lei com base no parágrafo 46° da Lei 4.717/65. V - DOS FUNDAMENTOS O requisito objetivo versa, visivelmente, sobre o ato lesivo ao patrimônio público que se resta claro no caso apresentado na presente ação, em virtude da imoralidade administrativa. Prevalece hoje, o entendimento de que a contratacão de parentes é imoral, ilegal e subjetiva, portanto, antes mesmo de se ver comprovada a ilicitude ou não da contratacao, ou a efetiva constatacao de lesão pecuniária ao erário, atos formatados e revestidos daquilo que se convencionou chamar de nepotismo, devem ser, imediatamente, afastados porque aviltam o princípio da moralidade administrativa, tornando-se, desde logo, atos imorais. O Egrégio Tribunal Regional Federal da terceira Região se posicionou acerca da concessão da liminar em Ação Popular, vejamos: “A medida liminar, na ação popular, somente pode ser concedida se visualizada, de imediato, ofensa ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (CF art.5º, LXXIII e Lei 4.717/56, art.5º, §4º)”. (AI 0335957/90-SP, v.u., j. 6.2.91, DOE 11.3.91) (grifei) NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 A lei da Ação Popular autoriza ao cidadão requerer em juízo dados, informações, documentos, bem como demais provas para convocação judicial. Não pode o agente público ofender, sistematicamente, a garantia legal, que preserva aos cidadãos o direito de obter informações (art.5º, XXXIII da Constituição Federal). No Artigo 37 da CF/88 visualizamos os Princípios da Administração Pública: "A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência" (BRASIL, 1988, [s.p.]). (grifei) No caso em tela, resta claro e configurado afronta aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, dispostos no artigo 37 da Constituição Federal. Em relação ao princípio da legalidade, o professor Hely Lopes Meirelles, presta preciosa assistência à questão, através da seguinte lição: “Além de atender a legalidade, o ato do administrador público deve conformar-se com a moralidade e a finalidade administrativas para dar plena legitimidade à sua atuação. Administração legítima só é aquela que se reveste de legalidade e probidade administrativas, no sentido de que tanto atende às exigências da lei como se conforma com os preceitos da instituição pública.” E continua: “O princípio da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administradorpúblico que só pratique o ato para seu fim legal. E o seu fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objeto do ato, de forma impessoal.” Atos que se afastam de tal princípio são considerados inválidos, por isso, a presente ação busca a invalidação dos atos praticados pelo prefeito. Vale ressaltar, a ausência de processo licitatório para aquisição de material escolar, caracterizando grave ofensa ao disposto no artigo 37, XXI da CRFB/88 e ao artigo 2º da lei nº 8666/93. Em relação ao princípio da impessoalidade, a professora de Direito Administrativo da USP, Dra. Odete Medauar, sustenta que a impessoalidade “visa obstaculizar atuações geradas por antipatias, simpatias, objetivos de vingança, represálias, NEPOTISMO, favorecimentos diversos…” (Direito Administrativo, Ed. Saraiva, 3º edição, p.06/07). NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 A Administração Pública não pode atuar buscando o benefício de determinadas pessoas, uma vez que o seu comportamento é norteado pelo interesse público. Quanto ao princípio da moralidade da administração pública, este é um princípio consagrado nos tribunais do país, vejamos a posição do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: “O controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como também a moral administrativa e com o interesse coletivo”. (TJSP, RDA 89/134, Des. Cardoso Rolim) grifei Nesse sentido, como não poderia ser diferente, a prof. Maria Sylvia Zanella di Pietro, esclarece o tema: “Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque do próprio objeto resulta a imoralidade. Isto ocorre quando o conteúdo de determinado ato contrariar o senso comum de honestidade, retidão, equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa-fé, ao trabalho, à ética nas instituições. … Não é preciso, para invalidar despesas desse tipo, entrar na difícil análise dos fins que inspiram a autoridade; o ato em si, o seu objeto, o seu conteúdo, contrária à Ètica da instituição, afronta a norma de conduta aceita como legÌtima pela coletividade administrada” (grifei) Ademais, no magistério do professor Emerson Garcia, repousa de maneira mansa e pacÌfica a tese aqui sustentada pelo autor: “Havendo contratacao ilegal, o ressarcimento evitará a consagracao do enriquecimento ilícito e não permitirá que o improbo fique impune ao contratar determinada pessoa com inobservancia aos princípios da legalidade, moralidade e igualdade, vícios que caracterizam a ilicitude da causa que ensejou o vÌnculo com o ente contratante. Assim, contratando sem a realização de concurso público, estar· o agente público concorrendo para o enriquecimento ilÌcito do contratado, já que é ilícita a causa que motivou o recebimento de subsídios.” (grifei) NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 É evidente a violação ao princípio da moralidade visto que, na contratação da empresa da empresa do enteado do prefeito, pois foram violados os padrões éticos da atuação do administrador visto que as contratação direta ocorreu fora das hipóteses de dispensa, conforme artigo 57 da Lei nº 8666/93. Destaco a sentença da Primeira Vara da Comarca de Itapira/SP, processo nº 1365/05, da Excelentíssima senhora doutora juíza de direito, Débora Romano Menezes: “... para a defesa do interesse da coletividade, mediante a provocação do controle jurisdicional corretivo de atos lesivos do patrimônio público, da moralidade administrativa…” … “Não há necessidade de lei afirmando a ilicitude do nepotismo, pois os Princípios Constitucionais da Impessoalidade e da Moralidade, expressos naquele artigo, tem força normativa e são absolutamente incompatíveis com essa prática que deve ser coibida”. … “Ou seja, não basta que o ato administrativo seja legal, ou aparentemente legal com no caso em exame, mas deve também observar princípios éticos, de lealdade, boa-fé e honestidade, sem os quais se impõe a invalidação do mesmo”. … Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a presente aÁ„o popular proposta por ... e, ... em face de ... e faço para DECLARAR NULA as nomeações, admissões ou contratações dos requeridos ... condenando o requerido ... a restituir integralmente aos cofres públicos eventuais verbas pagas aos referidos servidores, devidamente corrigidas, incidindo-se juros de mora na forma legal.” (grifei) VII - DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer a Vossa Excelência: a) A concessão da presente medida Liminar, inauldita altera parte, para o fim de declarar nulas as ilegalidades apontadas no bojo da presente Ação Popular, ou seja, a exoneração imediata dos parentes do réu (cor-réus) que ocupam cargos comissionados; b) A citação dos Réus para a devida contestação da presente ação, sob pena da NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – NOVA AMÉRICA Av. Pastor Martin Luther King Jr., nº 126, sala 300-D, Del Castilho/RJ CEP: 20765-971 - TEL: (21) 3296-6743 aplicação dos efeitos da Revelia; c) a intimação do Ministério Público d) a invalidação do ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade e condenando o réu ao pagamento das perdas e danos; e) a condenação do Réu à obrigação de ressarcir o erário público, o que será apurado em liquidação de sentença (artigo 286 do CPC). f) a condenação do Réu no pagamento ao autor, das custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais, bem como nos honorários de advogado; f) requer que todas as publicações e notificações referentes a ação em epígrafe sejam realizadas em nome da Dra. xxxxxxxxx (procuracão nos autos), endereço eletrônico: XXXXXX@gmail.com, na forma do artigo 272 do CPC/2015, sob pena de nulidade; h) A produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude dos arts. 332 e 801, V do CPC em especial a prova documental, a pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu. .Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Porciúncula-RJ, 22 de abril de 2021. ADVOGADO OAB mailto:XXXXXX@gmail.com I-DOS FATOS II - DO CABIMENTO AÇÃO POPULAR III - DA LEGITIMIDADE a) ATIVA b) PASSIVA c) PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA IV- DA INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO V - DOS FUNDAMENTOS VII - DOS PEDIDOS
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