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Diarreia Aguda

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Joseany S. 
 Gastroenterologia 
DIARRÉIA AGUDA 
Afecção caracterizada pela perda excessiva de água 
e eletrólitos através das fezes, resultando em aumento do 
volume e/ou frequência das evacuações e diminuição da 
consistência das fezes, por mais de 3 episódios ao dia. 
 
Acomete grande parte das crianças menores de 6 
meses. Mobimortalidade relacionada à desnutrição e à 
desidratação. Doença autolimitada e de tratamento simples, 
com o aporte hídrico necessário e manutenção da dieta 
evita-se a morte e a desnutrição. 
 
*Aguda: < 14 dias 
*Persistente: > 14 dias 
*Crônica: > 29 dias 
OBS: Disenteria é a diarreia acompanhada de sangue e/ou 
muco nas fezes. 
 
1) Osmótica: por adesão à mucosa, causa lesão dos 
enterócitos, com redução das dissacaridases 
(lactase) e retenção de líquidos dentro do lúmen 
intestinal devido à presença de solutos (açúcares) 
osmoticamente ativos não absorvidos, que 
carreiam a água para dentro da alça intestinal e 
são metabolizados pela via anaeróbica 
resultando na produção de radicais ácidos (por 
ex: Rotavírus). 
2) Secretora: a liberação de enterotoxina bloqueia o 
transporte ativo de água e eletrólitos do 
enterócito ocasionando o aumento da sua 
secreção intestinal, principalmente de ânions 
cloreto e bicarbonato (por ex: E.coli 
enterotoxigênica). 
3) Invasora: a lesão da célula epitelial do intestino 
impede a absorção de nutrientes. Nesta situação 
pode haver também um componente secretor, 
uma vez que a mucosa invadida produz 
substancias (bradicinina e histamina) que 
estimulam a secreção de eletrólitos para o lúmen 
intestinal. Pode ocorrer invasão da mucosa 
causando diarreia com muco, pus e sangue nas 
fezes (por ex. Salmonella, Shiguella) ou invasão da 
lâmina própria com disseminação hematogênica 
e sintomas sistêmicos (por ex: E.coli 
enteroinvasora, Salmonella). 
 
 
1) Viral: Rotavirus, Adenovirus, Astrovirus, Calicivirus, 
Norwalk vírus Adenovirus entérico 
sorotipos40 e41, Picornavirus 
2) Bacteriana: E. coli, principalmente enteropatogênica 
clássica (EPEC), Salmonella sp, Shiguella 
sp, Yersinia sp, Clostridium difficile, Aeromonas, 
Vibrio cholerae, Campylobacter jejuni 
3) Protozoário: Giardia lambia, Entamoeba histolytica, 
Criptosporidium; Cyclospora 
 
 
Principais sintomas: febre, vômito, tenesmo, flatulência, 
dor e/ou distensão abdominal, tosse, coriza, anorexia, fezes 
explosivas. A desidratação pode variar em grau, podendo ser 
leve ou grave. 
Avaliar as características, frequência e quantidade de 
perdas (fezes ou vômitos) e se há sintomas associados de 
alerta tais com febre, presença de sangue/muco ou 
comprometimento de estado geral. 
 
 
Principal enfoque do exame físico, tendo como 
principais indícios o tempo de enchimento capilar, turgor 
pastoso da pele e a ausência de lágrimas. 
Deve-se avaliar peso, temperatura, PA, FR e FC. 
 
• DÉFICT FLÚIDICO (L): 
𝑃𝐸𝑆𝑂 𝐻𝐼𝐷𝑅𝐴𝑇𝐴𝐷𝑂 𝑃𝑅É 𝐷𝑂𝐸𝑁Ç𝐴 (𝐾𝐺) − 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝐷𝐸𝑆𝐼𝐷𝑅𝐴𝑇𝐴𝐷𝑂 (𝐾𝐺) 
• GRAU DE DESIDRATAÇÃO (%): 
(𝑃𝐸𝑆𝑂 𝐻𝐼𝐷𝑅𝐴𝑇𝐴𝐷𝑂 𝑃𝑅É 𝐷𝑂𝐸𝑁Ç𝐴 − 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝐷𝐸𝑆𝐼𝐷𝑅𝐴𝑇𝐴𝐷𝑂)
𝑃𝐸𝑆𝑂 𝐻𝐼𝐷𝑅𝐴𝑇𝐴𝐷𝑂 𝑃𝑅É 𝐷𝑂𝐸𝑁Ç𝐴 𝑋 100
 
Complicação mais grave e frequente, mas também 
podem ocorrer distúrbios hidroeletrolíticos e ácido básicos, 
hipoglicemia, choque hipovolêmico e insuficiência renal 
aguda. 
CLASSIFICAÇÃO DURAÇÃO 
QUQ 
EEPIDEMIOLOGIA 
CLASSIFICAÇÃO PATOGÊNESE 
CLASSIFICAÇÃO ETIOLOGIA 
DIRETRIZES 
DESIDRATAÇÃO 
 Joseany S. 
 Gastroenterologia 
 
Baseia-se no exame físico. 
Testes para pesquisa específica de patógenos como 
rotavírus, protozoários ou coprocultura não são 
recomendados de rotina. 
A dosagem de bicarbonato e eletrólitos (sódio e 
potássio) está indicada nas crianças com desidratação grave 
ou com suspeita de alteração eletrolítica 
 
 
 
Várias doenças podem ter a apresentação inicial 
sugestiva de gastoenterite aguda. É o que ocorre, por 
exemplo, na apendicite, quando crianças menores de cinco 
anos de idade podem não apresentar febre nas primeiras 24 
horas da doença e apresentar diarreia como primeiro 
sintoma, retardando o diagnóstico. 
Outra patologia frequente no pronto atendimento é a 
estreptococcia que, eventualmente, pode ter como 
apresentação inicial febre associada a sintomas 
gastrointestinais. 
 
 
 
REPOSIÇÃO VOLÊMICA: 
1) Sem Desidratação: Oferecer soluções de reidratação 
oral (SRO) e outros líquido para reposição das perdas 
como: água, água de côco, chá e suco natural sem 
adição de açúcar 
2) Desidratação Leve a Moderada: Realização da 
terapia de reidratação oral (TRO) com a 
administração da SRO no volume de 50 a 100 ml/kg 
em 2 a 4 horas até a recuperação dos sinais de 
hidratação. Para as crianças que estiverem em 
aleitamento materno exclusivo, este não deve ser 
suspenso. A hidratação pode ser realizada pela via EV 
com solução isotônica (sorofisiológico) no volume 20 
ml/kg em 20 minutos até restabelecimento dos sinais 
de hidratação. Após a melhora dos sinais de 
desidratação, a dieta deve ser reintroduzida e a 
reposição das perdas mantida através da oferta de 10 
ml/kg de SRO após cada episódio de diarréia ou 
vômitos. 
3) Desidratação Grave: Hidratação EV com o objetivo de 
restabelecer, rapidamente, a perfusão dos órgãos 
vitais, recuperar o nível de consciência e o débito 
urinário, normalizar o tempo de enchimento capilar e a 
pressão arterial. Deve ser iniciada com solução 
isotônica (soro fisiológico) 20 ml/kg em 20 minutos até 
melhora dos sinais da desidratação e do choque. 
Oferecer SRO às perdas e observar o paciente por 
pelo menos 6 horas. 
 
ALIMENTAÇÃO: 
O aleitamento materno deve ser mantido durante a 
TRO, e as crianças em aleitamento artificial não necessitam 
de troca de fórmulas lácteas durante o quadro da diarreia. 
 A nutrição baseia-se em oferecer suporte calórico, 
utilizando alimentos com fácil digestibilidade e absorção, 
aumentando o número de refeições diárias para 
compensar as perdas. Não há qualquer restrição alimentar 
às gorduras. 
A dieta deve ser iniciada o mais precoce possível 
após melhora da desidratação. 
Dietas restritivas (BRAT- banana, arroz, maçã e 
torradas) podem ser oferecidas somente como parte 
complementar da dieta habitual da criança, pois as dietas 
regulares se mostram mais efetivas na redução da duração 
da diarreia. 
A maioria dos pacientes com diarreia não 
desenvolve intolerância a lactose, e sua restrição só é 
recomendada em pacientes com intolerância persistente e 
documentada e nas crianças que forem internadas. Em 
pacientes com vômitos, a dieta e o soro oral devem ser 
oferecidos frequentemente em pequenas quantidades. 
DIAGNÓSTICO 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
TRATAMENTO

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