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Avaliação Nutricional Pediátrica

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Josenay S. 
 Pediatria 
INTRODUÇÃO 
O crescimento é definido pelo aumento 
linear contínuo, mas não constante, das estruturas 
que o compõem e resultantes da interação de 
fatores intrínsecos/orgânicos (genéticos, 
neuroendócrinos) e extrínsecos/ambientais 
(nutricionais, condições geofísicas, atividades 
físicas, vínculo mãe-filho). 
Visa caracterizar distúrbios de ordem 
nutricional (obesidade, sobrepeso, magreza, 
deficiência de vitaminas), além de estabelecer 
riscos de mobimortalidade – por meio de 
indicadores que definem o estado nutricional do 
indivíduo. 
❖ OBJETIVO 
Identificar modificações no perfil nutricional 
individual, associadas ou não a situações de 
doença, permitindo, assim, uma intervenção 
adequada no sentido de promover a 
manutenção/recuperação da saúde. 
#OBS: apenas um parâmetro não é 
suficiente para caracterizar o estado nutricional do 
indivíduo. 
→ PRINCIPAIS MÉTODOS: 
• Antropometria 
• Determinação da composição corporal 
• Parâmetros bioquímicos 
• Avaliação do consumo alimentar 
ANTROPOMETRIA: 
Avaliar o crescimento infantil é um processo 
dinâmico e que deve ser realizado em longo 
prazo. Portanto, deve ser observado e 
quantificado mediante múltiplas medidas, em 
várias ocasiões (AVALIAÇÃO LONGITUDINAL) e 
com o objetivo de determinar a velocidade em 
que as mudanças ocorrem. 
Apesar de a genética ter grande influencia 
nas características físicas do indivíduo, outros 
fatores como os nutricionais interferem na 
tradução da mensagem genética, podendo 
comprometer o potencial de crescimento. 
Principais medidas: 
• Fundamentais – peso e 
estatura/comprimento 
• Acessórias – pregas cutâneas, perímetro 
encefálico, circunferências corpóreas e 
tamanho de segmentos. 
A antropometria tem valor indiscutível e faz 
parte desde a primeira consulta do RN. São 
registros regulares, precisos e consistentes, com 
técnicas de medidas padronizadas (a fim de 
minimizar erros). 
Análise correta inclui indicadores, padrões 
de referências, níveis de corte e classificação 
adequados. 
PESO 
Somatório dos diversos elementos, tecidos e 
estruturas que compõem o organismo. Possui baixo 
custo, fácil obtenção e boa sensibilidade. 
❖ Lactentes (0 a 2 anos): 
Balança pediátrica com graduação de 10g 
previamente calibrada. 
Técnica: lactente despido, posicionado de 
modo que o peso seja igualmente distribuído pela 
superfície da balança, a fim de proporcionar maior 
conforto e menor risco de acidentes. Os pés ou 
mãos do lactente não devem encostar em 
nenhuma outra superfície. 
❖ Crianças > 2 anos e adolescente: 
Balança do tipo adulto com graduação de 
100g previamente calibrada. 
Técnica: a criança (que se mantenha em pé 
sem apoio) ou o adolescente devem ser pesados 
em pé, com os braços estendidos ao longo do 
copo, vestindo o mínimo de roupas possível, 
descalço, no centro da plataforma, evitando 
movimentar-se. 
 
#OBS: quando a criança não fica em pé 
sozinha ou tem resistência à balança: (peso da 
criança + peso da mãe – peso da mãe sozinha) 
ESTATURA: 
Principal parâmetro para avaliar velocidade 
de crescimento. 
Comprimento = menores de 2 anos que não 
ficam em pé. Medição feita com a criança 
deitada. 
Altura = maiores de 2 anos que ficam em pé. 
Medição feita com a criança em pé. 
❖ Crianças de até 24 meses: 
O comprimento é definido pela distancia 
entre a cabeça e a planta dos pés. Deve formar 
ângulo reto em relação à superfície. 
#OBS: usar apenas um dos membros 
inferiores para fazer a medição é inadequado! 
Técnica: régua antopométrica, criança 
deitada deve encostar o polo cefálico e o 
calcanhar nas extremidades. 
❖ Crianças > 2 anos e adolescentes: 
Medida realizada com o individuo em pé. 
Utiliza-se o ESTADIÔMETRO VERTICAL. 
→ ALTERNATIVAS: 
a) Envergadura: medição da extensão dos 
braços 
b) Equações de Steveson: 
• Comprimento superior do braço 
• Comprimento do MI a partir do joelho 
• Comprimento tibial 
→ CONCEITOS: 
• Estatura Medida = comprimento/altura 
medidos no momento da anamnese 
• Estatura Ideal = indicada como a mais 
frequente segundo gênero e idade. 
Encontrada em curvas de crescimento 
adotadas como referência 
#OBS: crianças entre 2 e 12 anos com 
limitações físicas, pode-se estimar a estatura 
medindo os segmentos (CSB, CT e CJ) 
DOBRAS CUTÂNEAS 
Expressam a quantidade de tecido adiposo 
corporal. Tem como principais dobras: triciptal, 
biciptal, subescapular, suprailíaca e abdominal. 
Para que a medida seja coerente, é válido 
associar outra forma de medição antropométrica. 
O instrumento utilizado é o PAQUÍMETRO 
(adipômetro ou compasso de Lange). 
PERÍMETRO CEFÁLICO 
Prioritário durante os 3 primeiros anos de 
vida, pois reflete o crescimento cerebral, por meio 
de fita métrica inextensível. 
Técnica: circundar a caixa craniana (sem 
passar pelo pavilhão auricular). 
CIRCUNFERÊNCIAS CORPÓREAS 
Medida que pode ser correlacionada com 
a composição corporal. Tem como principais 
circunferências: crânio, punho, cintura abdominal, 
pescoço (a partir dos 10 anos) e braço. 
IMC 
O IMC expressa a relação entre o peso da 
criança e a estatura. É usado para identificar 
excesso de peso entre crianças/adolescentes e 
outras fases da vida. 
Recomendado para diagnósticos individuais 
e coletivos dos distúrbios nutricionais. Validado 
como indicador de gordura corporal total 
 
 
VIGILÂNCIA DO CRESCIMENTO 
❖ DURANTE O 1º ANO DE VIDA: 
As medidas de peso, comprimento, 
perímetros cefálico, torácico e abdominal devem 
ser realizadas mensalmente. 
→ PESO: 
Ganho ponderal esperado para 1° trimestre: 
de 25 a 30 g/dia 
Ganho ponderal 2º trimestre: 20g/dia 
Ganho ponderal 3° trimestre: 12 g/dia 
Ganho ponderal 4° trimestre: 8 g/dia. 
𝐼𝑀𝐶 = 
𝑃𝐸𝑆𝑂 (𝐾𝑔)
(𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴)2
 
 
Nos primeiros dias o RN pode vir a perder ate 
10% do peso de nascimento, que deve ser 
recuperado ate o 10° dia de vida. 
#OBS: RN prematuros devem ser avaliados 
com base na idade gestacional corrigida (obtida 
pela data da concepção) durante os 12 primeiros 
meses de vida. Os dados de referência devem 
também ser ajustados à idade corrigida. 
 
→ ESTATURA: 
Ao final do primeiro ano de vida, o lactente 
deve ter aumentado 50% da estatura que tinha 
quando nasceu (+ ou – 25cm). 
Um dos principais sinais de carência 
nutricional é a parada/diminuição de ganho 
ponderoestatural, de modo que a diminuição dos 
índices de adequação ou dos escores “z” 
traduzem sinais de comprometimento do estado 
nutricional devem ser investigados. 
❖ MAIORES DE 2 ANOS: 
Nessa faixa etária, a velocidade de 
crescimento diminui gradativamente ate se 
estabilizar e serem mantidos ganhos mais 
constantes até o inicio da puberdade. 
As medidas de peso e estatura devem 
mostrar ganhos mais regulares/constantes; desse 
modo, recomenda-se a realização das medidas a 
cada 6 meses ou, no máximo, anualmente. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
 
Com a modificação do padrão alimentar o 
pediatra encontra dois extremos provenientes de 
erros alimentares: desnutridos e obesos/com 
sobrepeso. 
A investigação clínica do estado nutricional 
deve ter inicio com anamnese: procurar dados 
referentes as condições de gestação (ganho de 
peso materno, estado nutricional materno, 
presenca de deficiencias alimentares, ritmo de 
crescimento intrauterino durante as consultas pre-
natais da gestante, doencas maternas nesse 
periodo, por exemplo); dados antropométricos ao 
nascimento. 
A HMP do paciente deve conter a presença 
de fatores desencadeantes ou agravantes do 
quadro nutricional encontrado. 
Deve-se conhecer a situação sócio-
econômica e cultural na qual o paciente esta 
inserido, no intuito de conhecer o grau de recursos 
disponíveis. 
Os lactentes desnutridos graves são 
classificados, segundo aspectos clínicos e 
laboratoriais, em: 
• Kwashiorkor: desnutridos do 3º grau 
comedema, dermatites, 
despigmentação do cabelo (sinal da 
bandeira), esteatose hepática e 
hipoalbuminemia e pequena 
quantidade de tecido celular 
subcutaneo. Característica marcante: 
INAPETÊNCIA. 
• Marasmo: desnutridos do 3º grau 
que apresentam diminuição acentuada 
do tecido adiposo, emagrecimento 
intenso; não há dermatoses, lesões do 
cabelo e pele nem esteatose. 
Apresentam-se agitados. 
• Kwashiorkor-marasmaticos: 
desnutridos do 3º grau que apresentam 
características das duas situações 
descritas. 
 
❖ EXAMES BIOQUÍMICOS: 
O déficit alimentar geralmente é 
acompanhado pela diminuição dos valores 
descritos como normais de algumas variáveis a ser 
medidas. 
Por outro lado, o excesso de ingestão 
alimentar e consequente aumento da oferta dos 
substratos que interferem na produção e no 
equilíbrio entre os indicadores podem ser utilizados 
no sentido de correlacionar os dados 
apresentados e o diagnóstico da condição 
nutricional. 
Principais variáveis: massa proteica 
somática, integridade das proteínas viscerais e 
plasmáticas, competência imunológica, 
desnutrição grave, anemia ferropriva (incidente 
em menores de 2 anos, necessidade de fazer 
 
suplementação de Ferro): introdução alimentar 
com ferro insuficiente, capacidade de absorção 
(o intestino não é totalmente maduro). 
INQUERITOS ALIMENTARES 
 
A anamnese alimentar tem início com a 
investigação do histórico clínico-nutricional, hábitos 
alimentares, frequência de consumo dos alimentos 
e o comportamento alimentar da criança e de 
seus familiares. Deve avaliar a qualidade e a 
quantidade dos alimentos servidos à criança. 
❖ RETROSPECTIVO 
• Recordatório de 24h: 
- Frequência alimentar 
- Frequência alimentar semiquantitativa 
- Histórico alimentar 
Relato das ultimas 24h do que comeu desde 
o café da manha até a ultima refeição do dia. 
• Registro Alimentar: 
Registro de 3 ou 4 dias alternados. 
Ex: 2 dias da semana e 1 dia do final de 
semana). Acaba sinalizando além do dia a dia, as 
variações do que é ingerido durante o final de 
semana. 
• Questionário de Frequência 
Alimentar: 
Frequência retrospectiva de consumo de 
grupos de alimentos em um dado período 
Ex: Com qual frequência come pão? 
Carboidratos? 
❖ PROSPECTIVOS 
• Registro alimentar estimado 
• Método de pesagem 
Para Lactentes: período de aleitamento 
materno, a alimentação de transição, a 
introdução e aceitação dos alimentos, a presença 
de reações adversas, entre outras. 
Crianças Maiores: questionar hábitos como 
comer em frente a televisão, ajuda na hora da 
alimentação, come sozinha ou na presença dos 
familiares, alimentos recusados e preferências, a 
questão dos horários e o período em que passa na 
escola também devem ser tópicos abordados.

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