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BCM Gliconeogênese Via metabólica que sintetiza glicose a partir de precursores não carboidratos; via metabólica que sintetiza glicose a partir de piruvato e compostos relacionados. A gliconeogênese é um processo de múltiplas etapas em que a glicose é produzida a partir de lactato, piruvato ou oxaloacetato, ou qualquer composto (incluindo os intermediários do ciclo do ácido cítrico) que possa ser convertido a um desses intermediários. Ela ocorre principalmente no fígado, mas também nas células do córtex renal e nas células epiteliais do fígado. A glicose é a única ou principal fonte de energia para: tecido nervoso (exemplo: cérebro), hemácias, testículos, músculos*, medula renal, tecidos embrionários. E o suprimento de glicose a partir dos estoques de glicogênio não é sempre suficiente; entre as refeições e durante períodos de jejum mais longos, ou após exercício vigoroso, o glicogênio se esgota. PRECURSORES DA GLICONEOGÊSE 1. Lactato: principal fonte músculos e hemácias; 2. Glicerol: proveniente da degradação dos triglicerídeos (tecido adiposo); 3. Aminoácidos: degradação de proteínas (dieta ou músculos esqueléticos). 1. Origem do Lactato: músculo esquelético ativo - glicólise anaeróbica; hemácias. Ciclo de Cori: músculo produz lactato durante privação de O2 e o encaminha para os hepatócitos, que o converte em glicose. 2. A lipólise gera ácidos graxos e glicerol. O glicerol, após sua conversão em frutose-1,6-bifosfato, pode entrar tanto na glicólise como na gliconeogênese, isso vai depender de qual dessas vias estará ativa no momento. Já os ácidos graxos não conseguem entrar na gliconeogênese. A degradação dos ácidos graxos gera acetil-CoA, e esta não consegue entrar na gliconeogênese porque a reação da piruvato desidrogenase é irreversível e a [oxalacetato] está baixa porque ele está sendo utilizado na síntese de glicose. A acetil-CoA formada na oxidação de ácidos graxos só entra no ciclo de ácidos cítricos se a degradação de lipídios e de carboidratos estiver adequadamente equilibrada. A acetil-CoA precisa se combinar com o oxaloacetato para entrar no ciclo do ácido cítrico. Entretanto, a disponibilidade de oxaloaceto depende do suprimento adequado de carboidratos. Convém lembrar que o oxaloacetato é normalmente formado a partir do piruvato, o produto da degradação da glicose na glicólise. Se não houver disponibilidade de carboidratos, ou se estes forem inadequadamente utilizados, a concentração de oxaloacetato é reduzida, e a acetil-CoA não pode entrar no ciclo do ácido cítrico. Essa dependência constitui a base molecular do adágio de que as gorduras queimam na chama dos carboidratos. No jejum ou no diabetes melito, o oxaloacetato, é consumido para formar glicose pela via gliconeogênica e, portanto, não está disponível para condensação com acetil-CoA. Nessas condições, a acetil-CoA é desviada para a formação de acetoacetato e D-3-hidroxibutirato. O acetoacetato, o D-3-hidroxibutirato e a acetona são frequentemente designados como corpos cetônicos. Verifica-se a presença de níveis anormalmente altos de corpos cetônicos no sangue de diabéticos não tratados. 3. Alguns ou todos os átomos de carbono da maior parte dos aminoácidos derivados das proteínas são basicamente catabolizados a piruvato ou em intermediários do ciclo do ácido cítrico. Tais aminoácidos podem, portanto, ser convertidos a glicose e são chamados de glicogênicos. Ciclo da alanina: usada para transportar o grupo amino gerado a partir da degradação de aminoácidos do músculo para ser liberado como ureia pelo fígado. REGULAÇÃO A glicólise e a gliconeogênese são mutuamente reguladas para prevenir o gasto operacional com as duas vias ao mesmo tempo. O equilíbrio entre a glicólise e a gliconeogênese é sensível a concentração de glicose no sangue, através da molécula frutose-2,6-bifosfato, presente apenas nos hepatócitos. A molécula sinalizadora, frutose 2,6-bisfosfato, estimula a fosfofrutoquinase (PFK) e inibe a frutose 1,6- bisfosfatase. A gliconeogênese não representa o trajeto metabólico inverso da glicólise pois há a presença de enzimas diferentes. Sete etapas da gliconeogênese são catalisadas pelas mesmas enzimas usadas na glicólise; essas são as reaçõesreversíveis. Três etapas são reações enzimáticas diferentes em relação à glicólise: 1. PEP: formado a partir do piruvato via oxalacetato – piruvato carboxilase e fosfoenolpiruvato carboxicinase 2. F6P: formada a partir da frutose 1,6 bifosfato – frutose 1,6 bifosfatase 3. Glicose: formada a partir da G6F – glicose 6 fosfatase. Na glicólise o equilíbrio termodinâmico é voltado para formação do piruvato.
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