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PROVA (P2) DE AÇÕES CONSTITUCIONAIS E COLETIVAS – 10º A NOT. QUESTÃO 1 (2,5 pontos) Ereculano estava passando férias em Sertãozinho, na casa de sua irmã Eustáquia, quando soube que a Prefeitura aumentou absurdamente a tarifa do transporte público em desacordo com o que prevê a Lei Orgânica do local. Por essa razão, entende que o Poder Judiciário deverá ser instado a se manifestar sobre a decisão do Poder Público de Sertãozinho. Responda: 1. Qual a medida processual cabível face ao presente caso narrado? 2. Ereculano é legitimado para a propositura da referida ação? Mesmo que o domicílio seja de sua irmã? 1. Ação civil publica (art. 1, III, da Lei 7.347/1985) ou até ADI municipal 2. Com fulcro no artigo 1, §3º, da lei, Ereculano, poderá ajuizar a ação, mesmo que seja eleitor de outro município, tal ação poderá ser feita em qualquer seção judiciaria, pois a legitimidade ativa da ação é deferida ao cidadão. A condição de eleitor configura meio de prova documental da cidadania. QUESTÃO 2 (2,5 pontos) Afonso é jornalista e deseja ter acesso ao extrato de contrato firmado entre a Prefeitura e fornecedor de insumos para tratamento de água, uma vez que as obrigações contratuais dali constantes já estão sendo praticadas, sem que as informações tenham sido publicadas no Diário Oficial. Solicitou à Prefeitura que prestasse tais esclarecimentos, o que lhe foi negado sob o argumento de que os dados dali constantes não envolvem informações pessoais do próprio jornalista. 1. Qual o instrumento processual a ser proposto? 2. Quem são respectivamente os legitimados ativos e passivos do referido instrumento processual? 1. Mandado de segurança individual, nesse caso usa-se tal instrumento levando-se em conta que a autoridade publica praticou um ato ilegal ao não dar publicidade para as obrigações contratuais, constantes no extrato de contrato firmado, que já estavam sendo praticadas, ferindo assim o principio da publicidade. Afonso, possui ainda, direito liquido e certo, uma vez que solicitou a prefeitura a prestação de tais esclarecimento e a justificativa para a negativa ao acesso dos documentos não procede, tendo em vista que trata-se de documento publico. (Art. 5º, LXIX, CF). 2. Ativo: afonso; Passivo: prefeitura QUESTÃO 3 (2,5 pontos) Quais são as diferenças entre o mandado de injunção e a ação direita de inconstitucionalidade por omissão? Cite, explique e fundamento nos dispositivos legais – não é suficiente só citar o dispositivo) A Ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma forma de controle concentrado enquanto o mandado de injunção é controle difuso, ou seja, no caso concreto. Mandado de injunção, positivado no artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição e disciplinado pela Lei nº 13.300/2016, representa uma virada paradigmática do direito publico, se presta a provocar o Poder Judiciário para que, diante da omissão legislativa, supra a lacuna técnica que impede o exercício do direito. “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.” Para que o mandado de injunção seja ajuizado, não se exige imposição constitucional de regulamentar a norma, dirigida ao administrador. ADO é a ação devida para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos poderes ou de órgão administrativo, poderá ser total ou parcial, fundamenta-se no artigo 103, § 2° da CF; A Lei 12.063/2009, que acresceu o Capítulo II-A à Lei 9.868/1999, trouxe a disciplina processual para a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO. Podem propor ADO: o presidente da republica, a mesa do senado federal, bem como a mesa da câmara dos deputados e a mesa de assembléia legislativa ou da câmara legislativa do DF, o governador de estado ou do DF, o procurador geral da republica, CFOAB, partido politico com representação no congresso nacional e a confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. QUESTÃO 4 (2,5 pontos) A empresa Tudo para a sua Casa Ltda. veiculou propaganda considerada enganosa relativa a determinado produto: as especificações eram distintas das indicadas no material publicitário. Em razão do anúncio, cerca de duzentos mil consumidores compraram o produto. Diante desse fato, http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-9868-1999.htm 1. Qual a ação processual a ser proposta? 2. Quem são os legitimados para propositura da respectiva ação? 1. A Associação de Defesa do Consumidor pode propor a ação civil pública. 2. A associação constituída a pelo menos 1 ano e que tenha como uma de suas finalidades a defesa do consumidor, é parte legítima para ajuizar ação civil pública. Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/1985): Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; II - a Defensoria Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; V - a associação que, concomitantemente:. a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
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