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[Autor]Maria Karolaine Barbosa de Matos Graduanda em Engenharia Química Estudante do Técnico em Petróleo e Gás, IFS Roteiro de pesquisa Micotoxinas 2019: Técnico em Química, IFS 1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE – IFS ALUNO(A): Maria Karolaine Barbosa de Matos(2018311247) Nataly Muniz Souza(2018303352) Wilma Maria da Silva(2018300412) Yasmin Alves da Silva(2018301142) CURSO: 2° IQUI-M 2019 DATA: 06/09/2019 PROFª: Dra. Maria Silene da Silva Micotoxinas 1. Introdução: As micotoxinas são substâncias químicas tóxicas, metabólitos secundários, produzidas por fungos filamentosos, porém sem qualquer função no metabolismo do fungo. Os principais gêneros produtores de micotoxinas e os mofos mais abundantes são o Fusarium, Aspergillus, Penicillium e Claviceps, estes gêneros contaminam na maioria das vezes alimentos, a contaminação pode ser direta ou indireta. A contaminação indireta quando em alimentos, são previamente contaminados por fungos toxicogênicos, e a contaminação direta ocorre quando o alimento é contaminado posteriormente, durante a produção, processamento, transporte e armazenamento(FRISVAD e SANSON, 1992). A presença de micotoxinas em grãos e outros gêneros alimentícios de primeira necessidade tem sérias implicações para a saúde humana e animal. 2. Tricotecenos: As principais micotoxinas deste grupo são: toxina T-2; deoxynivalenol (DON); diacetoxyscirpenol (DAS), todas produzidas através de diversas espécies de fungos do gênero Fusarium. Estudos com intoxicações crônicas envolvendo toxina T-2 ou DAS revelaram redução no consumo de ração e ganho de peso, lesões orais, necrose dos tecidos linfóide, hematopoiético e mucosa oral, com eventuais distúrbios nervosos (posição anormal das asas, falta de reflexos), empenamento anormal e diminuição na espessura da casca dos ovos (Burditt et al. 1983; Hoerr et al. 1982; Dziuk et al. 1979; Wyatt et al. 1973; Ademoyero & Hamilton, 1989; Vieira, 1995). [Autor]Maria Karolaine Barbosa de Matos Graduanda em Engenharia Química Estudante do Técnico em Petróleo e Gás, IFS Roteiro de pesquisa Micotoxinas 2019: Técnico em Química, IFS 2 Particularmente em poedeiras, as lesões orais foram provocadas em 50% dos lotes quando essas aves receberam 2mg/kg de T-2, decrescendo paralelamente a produção de ovos (Diaz et al., 1994). Além disso, a toxina T-2 mostrou, in vitro, ser tóxica para macrófagos de frangos, inibindo a sua capacidade fagocitária (Kidd et al. 1995, 1997). A toxina T-2 também pode formar peróxidos a partir dos lipídeos, tendo como conseqüência a diminuição da concentração de vitamina E nas aves (Hoehler & Marquardt, 1996). Outras aves, como perus e gansos, são mais susceptíveis à toxina T- 2 que frangos de corte (Richard et al., 1978). Em gansos, a partir de 0,1 mg/kg de peso vivo, começou a queda na produção de ovos, e os níveis de postura e aclodibilidade caíram em 50% quando foram administrados 300 mg/kg de peso vivo de toxina T-2 (Vanyi et al., 1994). As micotoxinas T-2 e DAS produziram lesões orais em frangos de corte em níveis em torno de 1ppm na ração (Wyatt et al., 1973; Hoerr et al., 1982). Ocorreram efeitos tóxicos mais significativos com níveis de 4 ppm, nos quais as aves apresentaram baixo consumo, retardo no crescimento, alterações no quadro sangüíneo e neurotoxidade (Burditt et al., 1983; Wyatt et al., 1973). Também foram observadas lesões orais em peruzinhos em níveis de 5 ppm com toxina T-2 e redução de ganho de peso com 10 ppm da mesma micotoxina (Richard et al., 1978; Dsiuk et al., 1979). Uma comparação direta mostrou peruzinhos mais sensíveis que frangos de corte (Richard et al., 1978). Já 3 ppm de T-2 em alimentos naturalmente contaminados foi letal para gansos (Palyusik & Koplik-Kovács, 1975). Estudos similares com DON, entretanto, têm mostrado que, com exceção a um decréscimo transitório nos níveis de hemoglobina, ou a um levíssimo efeito na qualidade do ovo, não há evidência significativa que essa toxina afete o desempenho de aves (Lun et al., 1986; Kubena et al., 1985, 1987a,b, 1989a; Hamilton et al., 1983, 1985a,b; Moran et al., 1987). As aves são capazes de tolerar concentrações relativamente altas de DON na dieta e um pouco menos em relação à toxina T-2 e DAS. Nos níveis de DON normalmente encontrados em rações contaminadas (0.35 a 8.0 ppm), não houve indicações de algum problema com as aves (Hamilton et al., 1983; 1985a,b; 1986). Concentrações de DON acima de 82,8 ppm foram administradas em poedeiras Legorn por 27 dias, sem nenhum efeito sobre o desempenho e também sem apresentar lesões nas aves (Lun et al., 1986). Outros estudos descreveram lesões muito leves e redução na qualidade de ovos em aves que receberam 18 ppm de DON na dieta (Kubena et al., 1985, 1987a,b; Moran et al., 1987). Os tricotecenos geralmente não resultam em aumento de mortalidade para outras aves, requerendo níveis de várias centenas de partes por milhão para resultar em mortes (Hoerr et al., 1982). De forma semelhante, em surtos de toxicose atribuídos à toxina T-2 que afetaram patos domésticos, gansos, eqüinos e suínos, somente houve mortalidade em gansos, o que sugere uma grande sensibilidade dessa ave (Greenway e Puls, 1976). É necessário frizar que normalmente tricotecenos e zearalenona são produzidos por Fusarium sob temperaturas abaixo de 15º C. Portanto, deve-se dar atenção a uma possível presença [Autor]Maria Karolaine Barbosa de Matos Graduanda em Engenharia Química Estudante do Técnico em Petróleo e Gás, IFS Roteiro de pesquisa Micotoxinas 2019: Técnico em Química, IFS 3 dessas micotoxinas quando o milho for originário da Argentina, Estados Unidos ou de regiões acima de 1000 metros de altitude no sul do Brasil. 2.1 Metabolismo secundário e produção de micotoxinas: Os fungos são metabólitos secundários, pois, não estão diretamente ligados aos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução dos organismos. Os metabolismos secundários são formados durante o final da fase exponencial de crescimento e não possui significância aparente para o crescimento ou metabolismo do organismo produtor. Em geral, esses metabólitos parecem ser formados quando grandes quantidades de precursores de metabólitos primários, tais como aminoácidos, acetato, piruvato e outros, são aculmuladas. A síntese de micotoxinas representam uma maneira de os fungos reduzirem a quantidade de precursores, os quais não são requeridos para o metabolismo. 2.2 Tipos de micotoxinas: principais tipos: Aflatoxina; Ocratoxina A; Patulina; Fumonisina; Zearalenona; Tricotecenos; 2.3 Detecção, prevenção e controle de micotoxinas: A simples presença ou detecção de micotoxinas na ração de aves não implica com certeza que a mesma irá produzir efeitos tóxicos. A dose tóxica está diretamente relacionada com a sensibilidade das aves para a micotoxina ingerida. Indubitavelmente, o melhor método para controlar a contaminação de micotoxinas em alimentos é prevenir o crescimento de fungos. A contaminação de grãos por micotoxinas pode ser um problema sério que pode acontecer não só através de condições inadequadas de armazenagem, mas também já na lavoura, durante o período pré-colheita. É extremamente importante o uso de práticas, como o plantio de genótipos de plantas mais resistentes à contaminação por fungos de armazenagem. São essenciais, também, os procedimentos para diminuição da umidade dos grãos colhidos e a armazenagem dentro de padrões recomendados internacionalmente. O uso de inibidores de crescimento fúngico em grãos armazenados tem sido muito utilizado como um método preventivo. O controle da atividade dos fungos nas rações animais e seus componentes tem como premissa básica conseguir matérias primas livres da produção de micotoxinas durante o processo de armazenamento (Smith & Hamilton,1970). Diversas substâncias químicas têm sido testadas e usadas como inibidores de fungos (Stewart et al., 1977). O principal grupo destes antifúngicos é classificado como ácidos orgânicos. Nesse grupo estão incluídas substâncias de estrutura simples como o ácido propiônico, acético, sórbico e benzóico e seus sais de cálcio, sódio e potássio. O ácido propiônico e seus derivados, os denominados [Autor]Maria Karolaine Barbosa de Matos Graduanda em Engenharia Química Estudante do Técnico em Petróleo e Gás, IFS Roteiro de pesquisa Micotoxinas 2019: Técnico em Química, IFS 4 propionatos, são eficientes inibidores fúngicos e têm sido usados há bastante tempo nas rações para aves com este objetivo (Dixon & Hamilton, 1981; Paster, 1979; Krabbe, 1994). Porém, essas medidas somente podem tornar-se viáveis quando cada empresa tomar consciência de que o monitoramento é o ponto fundamental num programa de controle de micotoxinas. Isso deve ser feito através de um programa amostral consistente da massa de grãos recebida ou a ser adquirida, com análises periódicas das micotoxinas. Somente ao analisar os dados semanais das análises, pode-se tomar medidas para controle da micotoxinas, um verdadeiro flagelo para a produção avícola. 3. Conclusão: Em qualquer tipo de exploração agropecuária é preciso não somente buscar altos índices produtivos, mas também uma alta qualidade dos produtos que são oferecidos à população, principalmente os de origem animal, uma vez que os consumidores em geral buscam produtos com elevado nível de controle higiênico-sanitário. Os tricotecenos representam um grupo de micotoxinas que afetam a qualidade e produtividade na avicultura, trazendo sérios prejuízos econômicos. Até o presente momento não há consenso sobre a quantidade máxima de tricotecenos que podem se fazer presente na dieta das aves sem causar prejuízos às mesmas. A prevenção do crescimento e desenvolvimento de fungos é a melhor e mais econômica alternativa para o controle de micotoxinas. Entretanto, quando as micotoxinas se fazem presente, o uso de adsorventes orgânicos torna-se de fundamental importância. 4. Referências bibliográficas: https://www.lamic.ufsm.br/site/micotoxinas/o-que-sao-micotoxinas. Acesso em 05/09/2019. Smith TW, Hamilton PB. Aflatoxicosis in the broiler chicken. Poultry Science 1970; 49: 207-15. Stewart RG, Wyatt RD, Ashmore MD. The effect of various antifungal agents on aflatoxin production and growth characteristics of Aspergillus parasiticus and Aspergillus flavus in liquid medium. Poultry Science 1977; 56(5): 1630-35. Dixon RC, Hamilton PB. Evaluation of some organic acids as mold inhibitors by measuring CO2 production from feed and ingredients. Poultry Science 1981; 60: 2183-2188. Paster N. A commercial scale study of the efficiency of propionic acid and calcium propionate as fungistats in poultry feeds. Poultry Science 1979; 58: 572-76.
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