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14 - Lep���p��a �p: ● Introdução: A Leptospirose, ou Enfermidade de Weil, é uma doença provocada por uma bactéria, causando diferentes síndromes, como por exemplo: reprodutivas, urinárias e circulatórias, sendo transmitida principalmente através da urina de roedores infectados. Atualmente a doença é de distribuição mundial, tendo maior prevalência em países tropicais onde há grandes precipitações pluviais com solo neutro ou alcalino. ● Leptospirose: A doença é provocada pela bactéria espiroqueta do tipo Leptospira interrogans. As bactérias espiroquetas são bactérias helicoidais com extremidades em forma de gancho e essas bactérias espirais fazem movimento com endoflagelos. As bactérias leptospirosas são GRAM negativas, porém são usadas no campo escuro, impregnadas pela prata e técnicas imunológicas. Além disso, são cultivadas anaerobicamente (utiliza uma forma de energia que não depende do uso de oxigênio) em meios líquidos a 30ºC. O agente é sensível à luz solar direta, aos desinfetantes comuns, à dessecação, às variações de pH e a temperaturas superiores a 40ºC. Porém, essas bactérias Lábeis e podem sobreviver por vários dias em água (comprovadamente por até 180 dias) com pH neutro (7,2 a 7,4) e em solos com alta saturação de água, demonstrando sua preferência por locais úmidos. Elas também sobrevivem também em frio e mesmo ao congelamento, por mais ou menos 100 dias a 20ºC negativos. Apesar da doença ser causada por uma única espécie de bactéria, existem cerca de 250 sorovariedades diferentes da Leptospira interrogans, pelas suas propriedades antigênicas. Os sorotipos são agrupados em 23 sorogrupos, onde as principais são: ➔ Sorovar mundial: L. interrogans icterohaemorrhagiae. Atualmente são classificadas de tal forma:: ➔ L. borgpetersenii; ➔ L. fainei; ➔ L. inadai; ➔ L interrogans sensu stricto; ➔ L kirchneri; ➔ L meyeri; ➔ L nogutchii; ➔ L santarosai; ➔ L weilii; ➔ L alexanderi; O sorogrupo Icterohaemorrhagiae é o mais importante em termos de saúde pública, tendo com hospedeiro preferencial o rato de esgoto (Rattus norvegicus). ● Epidemiologia: As fontes de infecção podem ser por diversas espécies animais, mas em termos de zoonoses, os roedores desempenham um papel epidemiológico mais importante que os demais. Os melhores reservatórios são aqueles que apresentam leptospirúria mais prolongada e geralmente não sofrem com a doença. A Via de eliminação da leptospirose através desses hospedeiros se dá principalmente pela urina e pode ser também pelo Sêmen e líquido vaginal. ● Patogenia: A penetração do agente ocorre através de pele lesada e mucosas, podendo também penetrar por pele íntegra, desde que tenha ficado imersa em água por longo período (dilatação dos poros), sendo que o período de incubação é de 1 a 2 semanas. Uma vez penetrado no agente, ocorrem duas fases distintas: ➔ Fase de leptospiremia: fase de multiplicação do agente na corrente circulatória e em vários órgãos (fígado, baço e rins, principalmente). 7 a 10 dias Nessa fase ocorrem lesões mecânicas em pequenos vasos, causando hemorragias e trombos, que podem resultar em infartos teciduais. A icterícia ocorre principalmente devido à lesão hepática, e não à destruição de hemácias. O rim começa a ter problemas de filtração e há uremia e o animal apresenta hálito de amônia. Este é o quadro agudo da doença no homem e no cão. Os cães podem apresentar também cantos de róticos na gengiva, icterícia e hálito. A duração desta fase é de aproximadamente 4 dias e raramente pode chegar a 7 dias. ➔ Fase de leptospirúria: é a fase de imunidade é caracterizada pela formação crescente de anticorpos com estabelecimento das leptospiras em locais de difícil acesso aos mesmos. Essas formam massas nos túbulos contornados renais, na câmara anterior do globo ocular, no sistema reprodutivo (vesícula seminal, próstata, glândula bulbouretral). A leptospirúria pode ser intermitente e durar de 1 semana a meses. ● Sintomatologia em bovinos: A L interrogans hardjo é adaptada, porém pode causar doença esporádica em bovinos. Os sintomas de leptospirose nesses animais podem incluir:Febre de 4 a 5 dias, anorexia, conjuntivite (OMS), icterícia e diarréia. Pode ter a diminuição brusca do leite “agalactia”, ou também chamada de mastite atípica. Os sintomas mais notórios são o abortamento entre a 1° a 3° semanas após início da infecção e a hemoglobinúria(é uma doença rara das células-tronco, caracterizada por uma anemia hemolítica, ou seja, quando a medula óssea não é capaz de repor os glóbulos vermelhos que estão sendo destruídos). Pode também apresentar retenção de placenta, nascimento de crias fracas e infertilidade como sequela da infecção e características nos fetos de Natimortos, ou seja, nasceu morto. Nos bovinos, a leptospirose tem uma alta taxa de morbidade e os bezerros são mais susceptíveis. As infecções podem ser causadas por sorovariedades pomona, grippotyphosa e icterohaemorragiae podem causar doença grave em jovens. O Sorotipo pomona é o mais importante causador de abortos no mundo. ● Sintomatologia em equinos: A maioria das infecções são inaparentes e podem haver evidências sorológicas, mas raramente há sintomas. O Sorotipo bratslava causa abortos e natimortos. A infecção mais comum é a acidental pelo sorotipo pomona. Na fase aguda, observa-se fotofobia, lacrimejamento, conjuntivite, miose e irite. Na fase crônica, apresenta aderências, turvação do corpo vítreo, cataratas, uveíte. Além disso, pode haver aborto em alguns casos. O que se observa e alguns casos é uma oftalmia periódica (CEGUEIRA DA LUA) meses após ter passado a fase febril e uma seqüela da infecção. É possível detectar as leptospiras nas lesões dos olhos e altas taxas de anticorpos no humor aquoso. Porém há descrições de casos de leptospirose com sintomas Hepato nefrítico e cardiovascular. ● Diagnóstico: O Diagnóstico direto é feito o exame histopatológico de fragmentos de órgãos corados pelo método de Lavaditi e a microscopia de extensões obtidas a partir de sangue, urina, sêmen ou conteúdo estomacal de fetos abortados,coradas pelo método Fontana-Tribondeau (OMS). A Microscopia de campo escuro é bem comum com a coleta de matéria frescos, de preferência, urina fresca. Pode ser feito também o isolamento em meios de cultivo (meio de Fletcher), o exame direto em microscopia de campo escuro e o isolamento por inoculação experimental em animais de laboratório (hamster, cobaio jovem). As amostras podem ser isoladas do sangue de 7 a 10 dias de infecção e da urina aproximadamente por 14 dias. Em meio de cultivos líquido a 30°C Os isolados são identificados pelo perfil genético e na impregnação pela prata, na imunofluorescência nos tecidos. O Diagnóstico indireto (sorologia) é feito a prova de soroaglutinação microscópica (SAM). A reação de microaglutinação com antígenos vivos é a prova sorológica de escolha para a confirmação do diagnóstico de leptospirose. Deve ter um cuidado maior se o hospedeiro for de manutenção , pois pode haver uma resposta imunológica pobre/fraca. Podem ser usados testes sorológicos como, ELISA e PCR. O PCR é mais utilizado em casos quando a quantidade de leptospiras for muito pequena (OMS), além de ser um teste muito caro para se fazer em rebanho. A Impregnação pela prata e técnicas imunológicas são utilizadas para detectar as leptospiras nos tecidos. ● Controle: É importante se fazer o controle nas principais fatores: ➔ Na fonte de infecção: controle de roedores. Em caso de infecção por essa fonte de infecções, deve-se fazer Isolamento, diagnóstico e tratamento de animais doentes. ➔ Na via de transmissão: O destino adequado para essas bactérias é feito por excretas de animais contaminados, e nesses casos deve-se fazer limpeza e desinfecção química das instalações (uso de derivados fenólicos). Além disso, pode ser feita drenagem da água das pastagens, não utilizar sêmen suspeito.
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