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Métodos de Propagação do Cafeeiro

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AULA 2 – Métodos de Propagação do Cafeeiro 
 
Objetivos da aula 
 
- Identificar os métodos de propagação do cafeeiro. 
- Relacionar a importância dos métodos de propagação na produção de mudas do 
cafeeiro. 
 
2.1 Introdução 
 
O cafeeiro pode ser reproduzido por sementes (reprodução sexuada), por estacas 
ou por pequenos pedaços do seu tecido (reprodução vegetativa). No que diz respeito às 
variedades de café arábica, as mudas podem ser produzidas a partir de sementes, já que 
a fecundação, se dá, em sua maioria (90 a 95%), por autofecundação, ou seja a semente 
é formada através da união de seus próprios órgãos, masculino e feminino, o que reduz 
a variação. Assim as sementes dão origem às plantas - mãe (MATIELLO et al., 2005; 
SANTINATO; SILVA, 2001). 
 
2.2 Formação de Mudas através de Estacas 
 
 A reprodução vegetativa de café por estaquia se conhece desde a muito tempo, 
técnica essa que é aplicada na espécie Coffea canephora, devido ao alto índice de 
pegamento (praticamente 100%) e a facilidade de multiplicação de indivíduos com 
excelentes características agronômicas. 
 Na espécie Coffea arabica a produção de mudas por estacas ainda se encontra 
em fase de experimentação, sendo que alguns trabalhos apresentam grandes avanços 
nessa área. 
 Na propagação vegetativa somente se consegue a multiplicação por estaca se 
essa for retirada de um fragmento do ramo ortotrópico jovem (você se lembra qual é o 
ramos ortotrópico? Espero que sim), devido ao dimorfismo característico de plantas de 
café. Caso você retire estacas de ramos plagiotrópicos, esses darão origem à plantas de 
crescimento horizontal sem interesse agronômico. 
 Como é uma estaca de cafeeiro? 
 A estaca é um segmento de um ramo ortotrópico, composta de um nó e cerca de 
5cm de entre nó, com um par de folhas cortadas (deixando apenas 1/3 da área foliar) de 
forma transversal. 
 
 Veja a seguir a sequência da propagação vegetativa do cafeeiro (Figura 1). 
 
 
A B 
 
 
 
Figura 1: Sequência da propagação através de estacas de cafeeiro. A: coleta do ramo 
ortotrópico herbáceo (verde). B: retirada dos ramos plagiotrópicos. C: corte das estacas 
(10cm). D: estacas padronizadas. E: estaca pronta para ser plantada. 
Fonte: www.esalq.usp.br 
 
 
 
C D 
E 
http://www.esalq.usp.br/
2.3 Formação de Mudas através de Propagação in vitro 
 
Você sabe o que é propagação in vitro? Então vamos entender!!! 
 O cultivo in vitro se baseia na capacidade que as células vegetais apresentam em 
regenerar indivíduos idênticos (Figura 2). Esta técnica é desenvolvida em ambientes 
apropriados (esterilizados) denominados de “Laboratório de Cultura de Tecidos 
Vegetais” (Figura 3). 
 
 
Figura 2: Plantas cultivadas in vitro. 
Fonte: www.ufv.br 
 
 
Figura 3: Cultivo in vitro em ambiente esterilizado. 
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/6tecido1.jpg 
 
 
 
 
http://www.ufv.br/
2.3.1 Embrigênese Somática 
 
 E a embriogênese somática, você conhece esta técnica? 
 Nessa técnica se busca inicialmente a formação de calos (amontoados de células 
sem forma alguma) (Figura 2), a partir de pequenos segmentos de folhas denominados 
de explantes de uma planta matriz, que são colocados em uma solução nutritiva, para 
em seguida, se promover a diferenciação e a obtenção de embriões; ou seja, a partir de 
um pequeno pedaço de folhas se consegue produzir embriões em grandes quantidades 
(Figura 4). 
 
Figura 4: Formação de embriões a partir de pequenos segmentos de folhas. 
Fonte: ww.ufv.br 
 
Esses embriões se desenvolvem normalmente dando origem a plantas com 3 a 4 
pares de folhas, e assim serem transplantadas para o viveiro. 
 
Atenção!!! 
 A embriogênese somática é uma técnica que tem sido utilizada, na maioria das 
vezes, de forma experimental, com interesse especial no melhoramento genético do 
cafeeiro. 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Planta em tubete desenvolvida a partir de embrião somático. 
Fonte: ww.fundacaoprocafe.br 
 
2.3.2 Microestaquia 
 
 O processo de microestaquia consiste na obtenção in vitro de remos ortotrópicos, 
que são multiplicados através do estabelecimento de microestacas, que darão origem a 
plantas normais (Figura 6). Este método tem como vantagem a obtenção de um grande 
número de plantas em curto espaço de tempo. 
Atenção!!! 
 O processo de microestaquia é utilizado apenas para fins experimentais. 
 
 
Figura 6: Plântulas de cafeeiro obtidas através de microestaquia. 
Fonte: www.ufla.br 
 
2.4 Formação de Mudas através de Enxertia 
 
Você sabe o que é enxertia? 
 A enxertia é a união dos tecidos de duas plantas, geralmente de diferentes 
espécies, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (cavaleiro) e o 
porta-enxerto (cavalo). O cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir os 
frutos da cultivar desejada (Catuaí, Mundo Novo, Catucaí, etc) e o cavalo ou porta-
enxerto é o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta, 
fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições do solo, clima e 
resistência à pragas e/ou doenças. O Apoatã - IAC 2258 é um material pertencente à espécie 
Coffea canephora, indicado como porta-enxerto para qualquer uma das cultivares de Coffea 
arábica. 
As mudas enxertadas são importantes para formação de lavouras em regiões com 
presença de nematóides, como é o caso dos arenitos presentes nos estados de São Paulo 
e Paraná. O nematóide (Figura 7) é considerado um organismo causador de doenças que 
limita a formação do cafeeiro das cultivares comerciais como Catuaí, Mundo Novo, 
entre outras. 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecidos_vegetais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plantas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cies
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavalo_%28agricultura%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nutrientes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clima
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as
2.4.1 Enxertia através de Garfagem 
 
A enxertia do cafeeiro é feita através de garfagem no estágio de 
desenvolvimento da muda “palito de fósforo” até “orelha de onça” (Figura 8). 
Para a obtenção de mudas enxertadas, deve-se fazer duas sementeiras utilizando 
como substrato a areia. Uma sementeira será utilizada como porta-enxerto ou cavalo, 
que normalmente é a cultivar Apoatã IAC-2258 e, outra cultivar comercial de Coffea 
arabica como Catuaí, Mundo Novo, Catucaí, Acaiá, entre outras, utilizadas como 
enxerto ou cavaleiro. 
No estágio de “palito de fósforo”, as mudas são retiradas, sendo procedido um 
corte transversal de 1 a 1,5cm no porta-enxerto (cavalo) após o corte horizontal de 3 a 
4cm no “palito de fósforo” ou “orelha de onça”. O enxerto (cavaleiro) é cortado em 
bisel eliminando-se as raízes também com 3 a 4cm (Figura 6). 
Na fixação do porta-enxerto com o enxerto é mais indicado o uso de canudos 
plásticos cortados longitudinalmente. 
 
Figura 6: A: Corte longitudinal no porta-enxerto. B: Fixação do enxerto no porta-
enxerto. 
Fonte: www.esalq.usp.br 
 
A B 
Após a realização da prática da garfagem, as mudas devem ser mantidas em 
ambiente úmido, estufa ou sob microaspersão por 15 a 20 dias, e, daí para a repicagem 
em sacolas plásticas em viveiro normal. Como tratamento fitossanitário, recomenda-se 
mergulhar o material vegetal em solução fungicida. 
No viveiro, com o crescimento das mudas, o canudo plástico vai se soltando sem 
a necessidade de manusear as mudas. Daí em diante o manejo das mudas é semelhante 
ao das mudas convencionais (sementes). 
 
2.4.1 Enxertia através de Encostia 
 
 O novo sistema de enxertia desenvolvido, bastante simples, usa a encostia de 
mudas. 
 Nas saquinhos de polietileno, com substrato, são semeadas 2 sementes próximas, 
uma da variedade que será o enxerto e outra do porta enxerto, por exemplo, uma deCatuai (Coffea arabica) e outra o Apoatã (Coffea canephora). Quando as mudinhas 
atingirem o estágio do 1º - 2º par de folhas, com o caule já lenhoso, faz-se a encostia das 
2 mudinhas. 
 Faz-se um corte longitudinal no tronco de cada mudinha, cortando a casca e 
pouco do lenho, visando expor a região do cambio das mudas. O corte deve tirar uma 
porção de cerca de 1,5 cm de comprimento em cada uma das mudas e em posição 
semelhante. Em seguida as 2 mudas são encostadas e faz-se o amarrio usando fita 
própria, tipo degradável , a qual vai, com o tempo, afrouxando naturalmente, sem 
necessidade de desamarrar. Pode-se borrifar o enxerto com um desinfetante, como 
hipoclorito de sódio (água sanitária diluida) para evitar alguma infecção oportunista, 
porem não obrigatoriamente. 
 Com 20-30 dias após a enxertia pode-se fazer a desmama, ou seja, cortar a parte 
baixa da mudinha do enxerto e a parte alta do porta enxerto. Pode-se, também, cortar 
apenas a parte alta do porta enxerto, assim deixando a muda com 2 sistemas radiculares, 
um de arábica e outro de robusta. Atingindo o porte normal, no viveiro comum, com 4-6 
pares de folhas, as mudas vão a campo. 
 A nova técnica não exige cuidados especiais com ambiente umido, já que as 2 
mudas continuam se desenvolvendo, sem qualquer stress, pois contam com suprimento 
de água e nutrientes através dos seus sistemas radiculares, durante o processo de 
encostia e de ligação dos tecidos ente elas. 
 Nas figuras 7, 8, 9, 10 e 11 pode-se observar as etapas na enxertia por encostia 
em mudas de café. 
 
 
 Figura 7 - Sementes germinadas na 
sacolinha, a da esquerda de catuaí e a da 
direita de conillon. 
 
 
Figura 8 - Mudas do 1º -2º par de folhas, 
no ponto de enxertia 
 
 
Figura 9 - Cortando ambos os caules das 
mudas, cerca de 1,5 cm para a encostia 
para união dos caules. 
 
 
Figura 10 - Passando a fita biodegradável 
 
 
 Figura 11: Com 20-30 dias a união cicatrizou e pode-se cortar a parte aérea do cavalo 
(apoatã), podendo-se ou não cortar a parte baixa do enxerto (catuaí) 
Fonte: http://www.coocafe.com.br/site/pt/?target=informacoestecnicas&nid=13 
 
 
2.5 Formação de Mudas através de Sementes 
 
A produção de mudas de café arábica é obtida a partir de sementes retiradas de 
lavouras reconhecidamente produtivas ou adquiridas de centros de pesquisa, a aquisição 
feita desta maneira, garante a origem do material genético e evita riscos com material de 
baixa qualidade, errôneos ou material com cruzamentos entre variedades superiores aos 
5% exigidos por lei. 
Fica claro que é de fundamental importância a obtenção de sementes de café de 
alta qualidade fisiológica (Figura 12), uma vez que, a utilização de sementes sadias, de 
procedência conhecida e com alto desempenho germinativo tem sido considerada como 
os principais fatores responsáveis pela obtenção de mudas mais vigorosas em condições 
de campo, resultando em maiores produtividades na exploração comercial da cultura. 
http://www.coocafe.com.br/site/pt/?target=informacoestecnicas&nid=13
 
Figura 12: Sementes de Coffea arabica. 
Fonte: Anna Lygia de Rezende Maciel 
 
Qual a importância de utilizarmos sementes de qualidade? 
Para a produção de boas mudas e, consequentemente, lavouras de café sadias e 
produtivas, há necessidade da disposição de sementes de alta qualidade física, 
fisiológica, genética e sanitária. Todo ano, no período que se estende de maio a julho, 
aumenta muito a procura por sementes pelos cafeicultores, viveiristas e demais 
interessados que visam à formação de mudas. Assim, é importante saber a origem da 
semente e verificar se esta atende as normas e padrões estabelecidos pela Legislação 
Federal e Estadual, você concorda? 
Para isso, o viveirista deve solicitar a Nota Fiscal de compra e o Termo de 
Conformidade das sementes, emitido pelo responsável técnico (RT). No Termo de 
Conformidade constam informações como identificação do produtor, responsável 
técnico, o número do lote de sementes, data e validade da análise e os resultados de 
porcentagem de pureza, germinação e presença de insetos, dentre outras ocorrências 
observadas no lote de sementes. 
 
 
 
 
 
2.5.1 Classificação das Sementes 
 
Segundo a Legislação Brasileira de Sementes e Mudas (BRASIL, 2004), as 
sementes são classificadas em genética, básica, certificada e as não certificadas S1 e S2, 
conforme especificação a seguir: 
a) semente genética: obtida a partir de processo de melhoramento de plantas; 
b) semente básica: obtida da multiplicação de semente genética. Normalmente a 
multiplicação é feita por melhoristas ou empresas que as adquirem as sementes básicas 
para produção de novas sementes; 
c) sementes certificadas: são resultantes da reprodução de sementes básica ou genética, 
produzidas por produtores registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA). 
d) sementes S1 e S2 são categorias denominadas anteriormente "sementes fiscalizadas". 
São também produzidas e comercializadas por produtores registrados pelo MAPA, mas 
sem a necessidade de comprovação de origem completa como no caso das sementes 
certificadas. 
 
2.5.2 Produção de Sementes de Cafeeiro 
 
A produção de sementes passa por uma série de procedimentos que vão desde o 
campo de produção até os cuidados no manuseio, preparo e armazenamento das 
sementes. 
A origem da lavoura para a produção de sementes na propriedade, em caso de 
cadastramento cedido pelos órgãos oficiais, recomenda-se: 
a) Na lavoura a área máxima das glebas de produção de sementes de cafeeiro deve 
ser de 10 hectares de uma só cultivar (ex.: Catuaí, Mundo Novo, etc). 
b) Nesta área não é permitida a mistura de cultivares. 
c) A lavoura deve ter um isolamento mínimo de 4 m de distância de outros 
cafeeiros ou campos de produção de sementes. Ainda assim, devem ser deixadas 
duas ruas de bordadura. 
d) A lavoura destinada à produção de sementes não deverá ter percentual ataque de 
broca do café (praga que ataca os frutos do cafeeiro – Figura 13) superior a 3%. 
e) A lavoura não pode estar infestada com nematóides (Figura 14). 
f) A colheita deve ser feita evitando-se frutos das pontas dos ramos plagiotrópicos, 
últimas 3 a 4 rosetas, e, também da ponteira, terço superior do cafeeiro. 
 
Figura 13: Frutos atacados pela broca do cafeeiro. 
Fonte: www.syngenta.com.br 
 
 
Figura 14: A: Raiz normal do cafeeiro. B: Raiz com incidência de nematóide. 
Fonte: www.esalq.usp.br 
 
A B 
http://www.syngenta.com.br/
 
Figura 9: Lavoura com incidência de nematóide. 
Fonte: www.esalq.usp.br 
 
 A origem da lavoura para a produção de sementes deverá ser comprovada por 
nota fiscal ou laudo técnico emitido pelo Responsável Técnico – RT. 
 Para o sistema de produção de sementes atualmente usado, são colhidos frutos 
no estádio de “cereja” por se encontrarem próximos ao ponto de maturação fisiológica, 
que segundo Caixeta (1981) é no estádio “verde-cana” a “cereja”, ou seja 220 dias após 
a fecundação das flores (Figuras 15). 
 
Figura 15: Frutos no estádio “cereja” de maturação. 
Fonte: www.syngenta.com.br 
 
 Imediatamente após a colheita, os frutos destinados à produção de sementes são 
colocados em água para a primeira eliminação de chochos e mal granados (pois estes 
bóiam na água). Em seguida, são despolpados (retirada do exocarpo – casca – Figura 
16), desmucilados ou degomados e lavados. No processo de desmucilagem, as sementes 
são colocadas em tanques de fermentação por 12 - 24 horas. 
 
Figura 16: Frutos no estádio “cereja” despolpados. 
Fonte: www.syngenta.com.br 
 
Você sabia? 
http://www.syngenta.com.br/
 O objetivo de se colocar as sementes em tanques de fermentação é proceder 
a desmucilagem, ou seja, a retirada da mucilagem ou mesocarpo. 
 
 As sementes livres do pericarpo (exocarpo + mesocarpo ou mucilagem) são 
colocadas para secar a sombra, permitindo apenas um enchugamentode 3 a 4 horas ao 
sol. Preferencialmente, deve-se secá-las em esteiras construídas com sombrite para se 
evitar atritos no terreiro. Com 15 a 20%, caindo logo após para 12 a 15% de umidade, 
as sementes estão prontas para serem embaladas. As embalagens devem ser de sacos 
ventilados de plástico ou tecido e guardadas em local sombreado e ventilado. 
As sementes de cafeeiro, armazenadas em condições de ambiente, perdem o 
poder germinativo rapidamente após 6 meses. Assim, torna-se importante o semeio 
antecipado, para uma boa germinação das sementes e o plantio das mudas no campo em 
novembro ou dezembro, já que são necessários de 6 a 7 meses para a formação destas. 
 As sementes de café extraídas de frutos maduros (estádio “cereja”) por 
processamento "via-úmida", sendo comum nos lotes a presença de fragmentos do 
epicarpo (casca) e do endocarpo (pergaminho), de frutos não descascados (café em 
coco), de sementes sem pergaminho, de sementes quebradas e de sementes miúdas, que 
precisam ser removidos durante o beneficiamento para aprimorar a qualidade do lote. 
Quanto à forma, há predominância de sementes chatas (achatadas) nos lotes de café 
arábica, embora ocorram sementes mocas (ovaladas) em freqüência variável. 
 
Saiba mais... 
 A semente moca (Figura 9) origina-se do desenvolvimento exclusivo de uma 
única semente, de forma ovalada, no fruto. As sementes mocas têm potencial genético 
e fisiológico idêntico ao das sementes chatas, podendo originar plantas que vão 
produzir tanto sementes chatas quanto mocas, em proporção variável segundo as 
características da cultivar e da sua interação com o ambiente; a diferença entre esses 
dois tipos de sementes é morfológica, não havendo, portanto, motivo de natureza 
fisiológica para se removerem as sementes mocas dos lotes de café. No entanto, para o 
Estado de Minas Gerais há um limite de tolerância de 12% de sementes mocas nos 
lotes de café para fins de comercialização. 
 
 As máquinas utilizadas no beneficiamento de sementes realizam as separações 
com base em diferenças físicas entre os componentes do lote e, para que as operações 
sejam realizadas de maneira eficaz, é necessário o uso de um ou mais equipamentos 
especializados que permitam a remoção de materiais indesejáveis, promovendo um 
efetivo aprimoramento da qualidade dos lotes. 
 
Atenção!!! 
 Você sabe, de forma prática, quando a semente de café apresenta bom poder 
germinativo? Vamos aprender através de um teste rápido e eficiente!!! 
1. Separar 100 unidades de sementes. 
2. Encharcá-las em água morna. 
3. Retirar o pergaminho das sementes manualmente. 
4. Colocá-las em papel toalha, enrolando-as. 
5. Colocá-las em um recipiente ao sol, molhando-as todos os dias. 
6. Após 10 a 15 dias, é possível observar a protuberância em uma das pontas, 
que é o início da radícula (Figura 17). 
7. Após fazer a contagem das sementes com protuberância, tem-se o 
percentual de sementes viáveis ou a porcentagem do poder germinativo. 
 
 
Figura 17: Início do desenvolvimento da radícula. 
Fonte: www.esalq.usp.br 
 
 
2.5.3 Coeficientes Técnicos para Produção de Sementes 
 
a) Um trabalhador colhe entre 60 a 80 litros de café “cereja” por dia. 
b) Um Kg de semente necessita de 6 a 8 litros de café “cereja” e tem um descarte 
de 10 a 15% em verdes, secos e chochos. 
c) Um Kg de semente contém em média 2500 a 2700 unidades quando molhadas. 
d) Um Kg de semente pronta com 12 a 18% de umidade contém de 4000 a 6000 
unidades. 
 
2.5.4 Padrão de Sementes de Cafeeiro 
 
As sementes devem ser oriundas de frutos que se encontram no estádio “cereja” 
por ocasião da colheita. Em seguida devem ser despolpadas, degomadas e secas, 
inicialmente ao sol e depois à sombra. 
Cuidados devem ser tomados para que, durante o processamento das sementes, 
não ocorram misturas no lavador, despolpador e tanque de fermentação. 
Uma amostra representando o lote de sementes deve ser destinada a um 
Laboratório de Análise de Sementes, credenciado pelo MAPA, para atestar a garantia, o 
controle de produção e a liberação para o comércio da semente. 
O cafeicultor deve observar na aquisição da semente a embalagem em que é 
obrigatório o uso do saco de papel kraft multifoliado, juta, algodão ou polipropileno 
trançado, com capacidade máxima de 50 kg, todos devidamente identificados com: 
a) classe de semente; 
b) nome, número do registro e endereço do produtor; 
c) nome da espécie/cultivar/linhagem; 
d) identificação do lote; 
e) germinação mínima em porcentagem, pureza mínima em porcentagem; 
f) validade do teste de germinação; 
g) peso líquido. 
 
A transação comercial será feita com Nota Fiscal, onde deverá constar: 
a) nome do produtor; 
b) local de produção; 
c) CGC ou CPF, número de registro do produtor de sementes; 
d) nome da espécie/cultivar/linhagem; 
e) classe de semente; 
f) número do lote; 
g) termo de conformidade de sementes, germinação e pureza; 
h) data de validade do teste de germinação. 
 
 Prezado (a) aluno (a) espero que vocês tenham aproveitado as 
informações contidas nesta aula!!! 
 Na próxima aula estudaremos como é realizada a escolha do local e a 
construção dos viveiros para mudas de cafeeiro!!! 
 Até a próxima aula!!! 
 
 
 
 
 
 
 O cafeeiro pode ser reproduzido por sementes (reprodução sexuada), por 
estacas ou por pequenos pedaços do seu tecido (reprodução vegetativa). A produção de 
mudas de café arábica é obtida a partir de sementes retiradas de lavouras 
reconhecidamente produtivas ou adquiridas de centros de pesquisa, a aquisição feita 
desta maneira, garante a origem do material genético e evita riscos com material de 
baixa qualidade, errôneos ou material com cruzamentos entre variedades superiores aos 
5% exigidos por lei. 
 
 
 
 
1. Sr. Pedro deseja implantar um campo para produção de sementes em sua 
propriedade cafeeira. Quais recomendações técnicas você, aluno (a) do Curso 
Técnico em Cafeicultura, faria ao Sr. Pedro para que ele obtenha sucesso no seu 
novo empreendimento? 
 
2. A enxertia é um método de propagação vegetativa muito utilizada nos estados 
de São Paulo e Paraná. Você, aluno (a) da disciplina “Produção de Mudas de 
Cafeeiro”, responda: 
a) Qual o objetivo da propagação vegetativa através da enxertia no cafeeiro? 
b) Quais as recomendações técnicas você faria para a realização da enxertia no 
cafeeiro? 
c) Por que nas regiões Sul e Sudoeste do estado de Minas o plantio de mudas 
enxertadas é pouco utilizado? 
 
 
 
RESUMINDO... 
 
AVALIAÇÃO

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