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10 Educação Social, Politica e Etica

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Indaial – 2019
Educação Social, 
Política E Ética: a 
Sociologia urbana 
E da Violência
Profª. Silvana Braz Wegrzynovski
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Silvana Braz Wegrzynovski
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
W412e
 Wegrzynovski, Silvana Braz
 Educação social, política e ética: a sociologia urbana e da 
violência. / Silvana Braz Wegrzynovski. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 191 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0422-2
1. Serviço social. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
CDD 360
III
aPrESEntação
Olá, prezado acadêmico! Sou Silvana Braz Wegrzynovski, professora 
responsável por este livro didático. Sou assistente social, especialista em 
Gestão Pública e mestre em Desenvolvimento Regional. Tenho experiência 
profissional na área das políticas públicas, como assistência social, habitação 
popular, meio ambiente, como profissional e como gestora. Fui docente 
do curso de Serviço Social da UNIASSELVI e, atualmente, trabalho como 
assistente social na área de segurança pública. 
A disciplina que se inicia neste momento, Educação Social, Política 
e Ética: a Sociologia Urbana e a Violência, no curso de Educador Social, tem 
como objetivos contextualizar o papel do educador social no processo de 
desenvolvimento humano na educação social do Brasil e suas competências 
pedagógicas, fundamentar, através de conceitos, teorias e tipos de violência, 
enfatizando a violência urbana e seus reflexos na sociedade atual. 
Esta disciplina é essencial para o curso, pois apresentará eixos 
fundamentais para compreendermos de que forma o educador social se 
tornou um profissional reconhecido no mercado de trabalho. No contexto 
social em que estamos inseridos é necessário termos clareza dos conceitos 
básicos que permeiam a profissão do educador social, como a ética e a 
violência. 
A atuação do educador social, nos mais diversos campos profissionais, 
faz com que esse profissional trabalhe diretamente com a população de 
uma determinada comunidade. Nesse sentido, esta disciplina mostrará 
determinadas propostas do trabalho do educador social, de forma a orientá-
lo em sua jornada profissional.
Bons estudos!
Professora Silvana Braz Wegrzynovski
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 
HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL E SUAS
 COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS ..........................................................................1
TÓPICO 1 – AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO 
 EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO .............................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 O EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO .............................................................4
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................13
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................15
TÓPICO 2 – A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO CONSISTENTE
 PARA O EDUCADOR SOCIAL .....................................................................................17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
2 O EDUCADOR SOCIAL NO BRASIL: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS 
 E DISCUSSÕES ATUAIS ...................................................................................................................17
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................30
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................32
TÓPICO 3 – A FORMAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL NO BRASIL ........................................33
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................33
2 EDUCADOR SOCIAL E O RECONHECIMENTO PROFISSIONAL ........................................33
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................52
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................58
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................60
UNIDADE 2 – ÉTICA, EDUCAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA: CONCEITOS
 FUNDAMENTAIS E A GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS ..................61
TÓPICO 1 – ÉTICA NO COTIDIANO, UMA REFLEXÃO PENSANDO NO OUTRO.............63
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................63
2 A GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS E A DE SER UM PROFISSIONAL ÉTICO ....63
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................74
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................76
TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO E CIDADANIA E A CONSTRUÇÃO DO SABER ............................79
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................79
2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO PROCESSODA CONSTRUÇÃO
 DA CIDADANIA .................................................................................................................................80
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................93
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................95
Sumário
VIII
TÓPICO 3 – ÉTICA E POLÍTICA: PARÂMETROS DAS EXIGÊNCIAS DOS 
 DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................97
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................97
2 ÉTICA E SUAS RELAÇÕES ...............................................................................................................97
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................110
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................113
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116
UNIDADE 3 – CONCEITOS, TEORIAS E TIPOLOGIAS DE VIOLÊNCIA,
 VIOLÊNCIA URBANA E SEUS REFLEXOS NA SOCIEDADE ATUAL .........117
TÓPICO 1 – CONCEITOS E FORMAS DE VIOLÊNCIA ..............................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 CONCEITOS, TEORIAS E TIPOLOGIAS DE VIOLÊNCIA .....................................................119
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................132
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134
TÓPICO 2 – O CENÁRIO DA VIOLÊNCIA URBANA .................................................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135
2 A VIOLÊNCIA URBANA É UMA CARACTERÍSTICA DE TODA A 
 SOCIEDADE BRASILEIRA ..............................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................151
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................153
TÓPICO 3 – VIOLÊNCIA E A EXCLUSÃO SOCIAL .....................................................................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................155
2 A VIOLÊNCIA COM UM FENÔMENOSOCIAL ENTRE A INCLUSÃO E A 
 EXCLUSÃO SOCIAL .........................................................................................................................155
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................172
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................181
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183
1
UNIDADE 1
O EDUCADOR SOCIAL NO 
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 
HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL 
NO BRASIL E SUAS COMPETÊNCIAS 
PEDAGÓGICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o papel do educador social no processo de desenvolvimen-
to humano na educação social no Brasil;
• estudar as competências pedagógicas do educador social no país;
• analisar funções e competências pedagógicas do educador social no con-
texto brasileiro;
• fundamentar a necessidade de uma formação consistente para o educa-
dor social;
• conhecer a formação do educador social no Brasil.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO 
EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
TÓPICO 2 – A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO CONSISTENTE 
PARA O EDUCADOR SOCIAL
TÓPICO 3 – A FORMAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL NO BRASIL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO 
EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico será discutido o conceito de educador social e quais 
as competências pedagógicas do educador social no processo de desenvolvimento 
do ser humano, principalmente no que diz respeito à educação social no Brasil. 
Destacando primeiramente o conceito, o perfil do educador social e a importância 
de uma formação específica para esse profissional no contexto do mercado de 
trabalho na sociedade brasileira.
Portanto, este tópico tem como objetivo apresentar a relevância desse 
profissional e sua contribuição no contexto de desenvolvimento humano e 
transformação social, possibilitando a você, caro acadêmico, perceber que a 
formação específica do educador social é de extrema importância, pois irá auxiliá-
lo no processo de transformação dos indivíduos de determinado espaço social, ou 
seja, poderá ser um instrumento na sua prática profissional.
O educador social, como profissional, pode contribuir para a construção 
de uma sociedade democrática, desenvolvendo sujeitos ativos que tenham 
uma identidade social própria e que estejam fortalecidos com o núcleo familiar 
e sociedade como um todo. Nesse sentido, o educador social é um agente 
transformador. Então, quem é o educador social? 
De acordo com as autoras Souza e Müller (2009, p. 29), pode-se conceituar 
o educador social como sendo: um personagem fundamental na cena composta 
da educação social ideal. Ele deve ser alguém que faça a diferença, que fique 
na memória dos meninos e meninas como alguém que acreditou, estimulou, 
apresentou caminhos, ensinou sobre coisas grandes e pequenas da vida, ensinou 
ou reacendeu a esperança, e ainda, generosamente, deu/recebeu afeto nessa 
relação. 
Outra ideia que queremos ressaltar é a de que o educador se faz 
sujeito. A pessoa torna-se ou converte-se em sujeito à medida que pode viver 
sua cultura, seus direitos e dar continuidade a sua história tanto coletiva como 
individualmente, agindo e pensando sua realidade, conquistando as condições 
necessárias para fazê-lo.
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
4
A condição de ser sujeito na vida, portanto, não pode ser dada 
simplesmente. Há de existir a vontade do recebimento dessa condição. Há de se 
estabelecer uma relação respeitosa entre quem deve oferecer a oportunidade e 
quem vai, se quiser, acolhê-la.
É necessário, portanto, que o educador social seja hábil, conhecedor 
de estratégias que possam interferir no desejo da menina e do menino que se 
encontram sem esperanças, sem vontade, sem atitude positiva para um movimento 
a favor da vida, a favor de si mesmos. O educador precisa ter a fé inabalável nas 
crianças e adolescentes, na sua reação e capacidade de reverteruma situação.
2 O EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
Neste subtópico, pretende-se mostrar a você, acadêmico, quais são as 
competências pedagógicas do educador social no processo de desenvolvimento 
do ser humano na educação social no Brasil. 
FIGURA 1 – EDUCADOR SOCIAL
FONTE: <https://www.chegadetrabalhoinfantil.org.br/wp-content/uploads/2017/12/educador-
social_credito-portal-vermelho.jpeg>. Acesso em: 20 jul. 2019.
Nesse sentido, nos aprofundaremos, de modo específico, a respeito do 
conceito de educação social para a compreensão da educação não formal, e por 
intermédio da descrição do perfil e das competências pedagógicas do educador 
social pretender-se-á mostrar a importância de uma formação consistente e 
específica para esse profissional atuar na sociedade brasileira.
Acadêmico, neste tópico aprofundaremos nossos estudos por meio de 
estudos bibliográficos realizados por diversos autores em relação à desigualdade 
sociocultural e socioeconômica que estão cada vez mais intensas na nossa 
sociedade. Assim, a educação social se torna uma ponte para combater os 
problemas gerados por essas desigualdades, construindo um elo entre a educação 
e a sociedade, visando à transformação do ser humano.
De acordo com Trilla, Romans e Petrus (2003, p.170):
O educador social se transforma muitas vezes no ponto de confluência 
das tensões vividas entre famílias e instituições, entre indivíduos 
TÓPICO 1 | AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
5
e grupos, entre o processo de melhoria e o de deterioração de um 
indivíduo que se estanca em seu processo de socialização. A lentidão 
em alcançar resultados, a escassez de recursos nas entidades, as 
mudanças de orientações no trabalho devido a determinações políticas, 
as limitações pessoais e da equipe, as dúvidas sobre se o que se faz 
é correto e vale a pena fazê-lo podem converter-se em um foco de 
contradições que dia a dia vão pesando no desempenho da profissão.
Nesse sentido, é visível a relevância de inserir um profissional bem 
preparado no mercado de trabalho, de maneira teórica e prática, para que ele 
possa intervir em espaços de educação social.
Contudo, percebemos a necessidade de uma formação específica e 
permanente que seja direcionada ao contexto da educação social, para que o 
educador social na sua atuação profissional seja o mais bem preparado para atuar 
nesses espaços de intervenções.
Assim, a atuação do educador social é mais significativa, devido à 
amplitude de sua atuação profissional e, dessa maneira, teria as melhores 
condições pessoais e sociais de transformar a sua vida pessoal e profissional e da 
comunidade em que está intervindo.
O educador social, como profissional, tem um perfil diferenciado perante 
o contexto que atua, pois ele apresenta uma visão crítica do meio social, buscando 
sempre estar atento às manifestações dos indivíduos para que possa ajudar as 
pessoas a formular e alcançar bons resultados. O educador social crê e age com 
as possibilidades que proporcionem a independência e autonomia do sujeito, 
transformando-o no principal agente de sua própria história pessoal.
Desse modo, problematiza-se: como que o profissional, educador 
social, pode contribuir para o desenvolvimento do ser humano nos espaços 
socioeducativos? Vejamos!
A sociedade cada vez mais está preocupada com o desenvolvimento 
da tecnologia e da ciência, porém preocupa-se cada vez menos com as relações 
humanas e éticas. Contudo, existem grupos preocupados com a formação do ser 
humano como sujeito da sua história.
Dentre os grupos, destacam-se: os abrigos, as ONGs, as instituições sociais, 
os centros comunitários, os espaços socioeducativos. Com isso, o educador social, 
como profissional, pode contribuir nesses espaços de modo geral na emancipação 
social, no sentido de construir uma sociedade democrática que permita a qualquer 
sujeito o desenvolvimento e a formação de uma própria identidade.
Essa atuação do educador social precisa ser coerente com a realidade, 
proporcionando aos indivíduos novas experiências com a finalidade de estimular 
vínculos familiares e sociais, potencializando e descobrindo novos valores, 
fazendo com que adquiram e fortaleçam a sua autonomia e seu autoconhecimento.
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
6
Para chegar aos objetivos descritos anteriormente, ser coerente com a 
realidade, proporcionando aos indivíduos novas experiências com a finalidade 
de estimular vínculos familiares e sociais, potencializando e descobrindo novos 
valores, é necessário ter um conhecimento sobre o conceito de educação não 
formal. De acordo com Gohn (2010), deu-se através das diferentes realidades 
existentes de diversas atividades que eram interferidas por relações educativas, 
mas não eram classificadas como educação porque não seguiam a normatização, 
regulamentação e padrões comportamentais previamente definidos, mas a 
prática, na atuação comunitária e não comunitária, porém, construía diferentes 
formas de compreensão e socialização do processo ensino-aprendizagem, por 
ocorrer de maneira espontânea em ambientes informais.
Nesse sentido, a educação não formal também é fonte de aprendizado 
significativo para a sociedade. Para Libâneo (1994), as escolas convencionais não 
são exclusivamente o único modo de expressão do método educativo, pois assim 
como o desenvolvimento da sociedade, é necessário um número maior de sujeitos 
que estejam participando ativamente das decisões que envolvam a comunidade.
A sociedade necessita de técnicas educativas que sejam intencionais, que 
tenham objetivos que tratem de questões sociais explícitas, métodos, lugares, 
conteúdos e situações distintas de educação, visando proporcionar às pessoas 
uma participação ativa, crítica e consciente na vida coletiva e global.
Caro acadêmico, você pode constatar que a educação não formal trata-
se de atividades que possuem características de intencionalidade, mas que 
apresentam um baixo nível de sistematização e estruturação e que acabam 
implicando as correlações pedagógicas, mas de maneira não formalizadas. De 
acordo com Gohn (2010), a educação não formal é aquela que se adquire “no 
mundo da vida”, diante dos caminhos de partilhar experiências, especialmente 
com exercícios cotidianos. 
Pode-se perceber que o objetivo da educação não formal é buscar formar 
cidadãos capazes de olhar, conhecer, explicar o mundo a sua volta, que é parte do 
olhar, interesses e necessidades de cada indivíduo, para construir suas relações 
sociais que são capazes de transformar a realidade em que vivem.
A educação não formal ultrapassa a capacitação das pessoas para atuarem 
no mercado de trabalho e na geração de renda, mas fazem parte dos interesses 
comuns que integram um processo de valorização que resgata a cidadania de 
uma comunidade.
A educação não formal caracteriza-se principalmente por: ressaltar quem 
aprende e não ensina; flexibilidade e ênfase no que se refere à prática, e que 
estão vigorosamente relacionadas ao âmbito das pessoas que estão participando. 
Com isso, pode-se destacar que a educação não formal complementa e auxilia o 
processo dos outros campos educacionais.
TÓPICO 1 | AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
7
Para Gohn (2010, p.26):
Outra forma encontrada para descrever a educação não formal, com 
abordagem na mesma linha da educação social, são as propostas que 
a caracteriza como sinônimo de práticas educativas desenvolvidas 
junto a comunidades compostas por populações em situações de 
vulnerabilidade social ou algum tipo de exclusão social.
É possível perceber que, dessa forma, sempre haverá uma troca entre a 
educação formal e não formal, e essas ações podem ser consolidadas por meio de 
diversas formas, como a arte, a música, a inclusão social, a educação e a cultura, e, 
nesse sentido, da educação não formal, existe o educadorsocial, um profissional 
que se torna o sujeito que interage com a sociedade.
Para compreender melhor as diversas funções do educador social diante 
das definições anteriores, citamos Trilla, Romans e Petrus (2003), nas quais 
podemos identificar e caracterizar as diversas funções do educador social em 
meio interno, externo e as funções próprias que podem ser exercidas em ambos 
os meios. Para esses autores, as funções do meio externo são aquelas que partem 
de uma instituição interna, para o meio externo.
As práticas educativas, nesse sentido, podem ser realizadas por meio de 
funções com a comunidade e ações para determinado indivíduo, comunidade e 
familiares que estão envolvidos nesse processo de educação.
As atividades do educador social, nas instituições, são bastante dinâmicas, 
pois cada instituição tem objetivos, estilos, filosofias, públicos específicos e 
diferenciados, assim a atividade educativa passa a ser no ritmo de cada entidade. 
O educador social precisa se adaptar à cada realidade institucional. 
Diante das diferenças que são encontradas nas funções do educador social, 
tanto no meio externo como no meio interno, é de suma importância destacar 
algumas que são comuns em ambos, como a função de elaborar projetos educativos: 
estudos de atividades educativas e de integração social; inclusão dos familiares 
e dos indivíduos atendidos; atividades com a equipe da própria instituição; o 
envolvimento de equipes externas e entidades similares e, por fim, fazer a supervisão 
e acompanhamento dos resultados atingidos (TRILLA; ROMANS; PETRUS, 2003).
O educador social tem sua atuação profissional no campo social 
ultrapassando o meio externo ou interno, mas, para Trilla, Romans e Petrus 
(2003), envolvem funções que estão relacionadas à gestão, divididas em dois 
aspectos: gestão própria da atividade educativa reproduzida e gestão de direção 
ou coordenação.
As funções do educador social como profissional são direcionadas para 
equilibrar, coordenar, encaminhar, realizar acompanhamentos, avaliar resultados, 
gerenciar administrativa e economicamente a instituição e liderar os profissionais 
nas suas devidas responsabilidades e ações.
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
8
Por intermédio dessa perspectiva de compreender de modo geral as 
atividades desenvolvidas pelo educador social, Gohn (2010, p. 33) afirma que 
“devem também buscar desenhar cenários futuros; os diagnósticos servem para 
localizar o presente, mas também para estimular imagens e representações sobre 
o futuro”.
Para que todas essas funções do educador social sejam realizadas, faz-
se necessário um trabalho investigativo por parte da instituição, devem conter 
dados sociogeográficos e econômicos para uma compressão e entendimento da 
realidade local em que as ações serão praticadas para que sejam eficazes e que 
tragam realmente uma melhoria para todos os sujeitos envolvidos.
Com tudo isso, compreendemos a importância do educador social em 
adquirir e desenvolver algumas competências pedagógicas pertinentes ao seu 
trabalho dentro de uma instituição, para que as mesmas funções citadas sejam 
realizadas de forma eficaz e cumpram seus objetivos.
Para Mezzaroba (2008), o educador social precisa e deve ter a competência 
de intervir, refletir e avaliar. No Quadro 1, você pode avaliar cada uma das 
competências do educador social. 
QUADRO 1 – COMPETÊNCIAS DO EDUCADOR SOCIAL
Intervir
• Atuar diretamente na situação e dar uma resposta para as 
necessidades servindo de apoio para o caráter pedagógico, social, 
cultural, e recreativo aos sujeitos, equipes e comunidades compostos 
por ferramentas sociais, visando melhorar as condições de vida.
• Contribuir na averiguação, estudos e avaliações de planejamento de 
progresso comunitário e social, no reconhecimento de dificuldades 
em preencher períodos livres e de ensinamentos sobre a preparação 
desse meio social.
• Ter embasamento teórico e experiência prática e, dessa forma, 
proporcionar, progredir e apoiar atividades de caráter educativo, 
cultural e recreativo no preenchimento de períodos livres desde as 
crianças até os idosos.
Refletir
Instruir a comunidade sobre a necessidade de um trabalho em equipe 
e um esforço maior dos profissionais da instituição, para que as ações 
possam abranger de forma eficaz as necessidades do grupo.
Informar, orientar e assessorar para que a comunidade, familiares ou 
indivíduo conheçam os serviços se recursos sociais disponibilizados aos 
seus interesses.
Estimular e colaborar para atividades de caráter educativo por meio da 
prática de campanhas, cursos e construção familiar.
Proporcionar, conforme as indicações estabelecidas à junção entre o 
mecanismo social, família e outras entidades, assim como funções da 
comunidade, incentivando e colaborando em programas, reuniões de 
progresso ou outras ações em crescimento a classe comunitária.
TÓPICO 1 | AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
9
Avaliar
Saber elaborar seu plano de trabalho, de acompanhamento, avaliação 
dos casos e, por fim, o papel de intervenção educativa refletindo suas 
ações e relações futuras.
Refletir sobre sua própria prática, ou seja, conhecimento profissional e 
técnico de suas funções, o conhecimento oferecido a ele como educador 
e o saber se relacionar com o outro, que permitirá ao profissional a 
habilidade da interação necessária nas intervenções de cunho educativo 
e social.
Promover a igualdade, o respeito entre todos os sujeitos ao seu redor, 
prestando a devida atenção para a necessidade de cada um, detectando e 
buscando resolução de situações de risco ou exclusão social, respeitando 
e protegendo os direitos desses sujeitos, a privacidade, a autonomia, 
prevenindo situações que possam trazer alguma forma de incentivo à 
exclusão e marginalização.
FONTE: Adaptado de Mezzaroba (2008)
Com isso, percebe-se que o educador social é um ator capaz de se tornar 
independente e conscientizar a comunidade na qual está inserido, por meio de 
sua habilidade de interação e orientação, pois ele tem autonomia de intervir 
junto à comunidade que está inserido. Por meio de sua habilidade de interação 
e de orientação, cabe a esse profissional intervir junto à comunidade com 
métodos e projetos de cunho educativo e social que lhes mostrem uma forma 
de vida alternativa. Com isso, o educador social procura viabilizar e orientar 
continuamente suas escolhas, resultando em mudanças e crescimento para a 
comunidade local.
Logo, a atuação do Educador Social no mercado de trabalho é de gerar 
a igualdade, o respeito com todos os sujeitos do seu contexto, visando buscar 
a atenção devida para a necessidade de cada ser humano, respeitando sua 
individualidade, por meio do respeito e proteção dos direitos desses sujeitos, a 
privacidade e a autonomia.
Nesse sentido, cabe ao educador social utilizar-se de sua experiência 
profissional como uma das formas para melhorar a qualidade de vida dos sujeitos, 
de suas famílias e da comunidade em situação de vulnerabilidade social, ou seja, 
a batalha contra a pobreza, mazelas e a luta pela justiça social igualitária.
Mezzaroba (2008) enfatiza também que o educador social, como um 
profissional que busca a transformação social através de sua prática profissional 
em que está inserido, se diferencia por diferentes estilos na atual sociedade. Para 
ela, existem quatro tipos de educadores, são eles:
QUADRO 2 – TIPOS DE EDUCADORES
Educador 
resignado
Centra-se nos aspectos pouco estimulantes de sua profissão; queixa-se de 
tudo, mas pouco trabalha para melhorar as coisas.
Educador 
tecnicizado
Excessivamente aplicador dos recursos; rigorosamente técnico, mas 
desvinculado do “social”.
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
10
Educador 
conformista
Mero executor de suas atividades; sem excessivasesperanças e sem graves 
decepções.
Educador crítico
“Realista”, porém, não estranho a uma atitude proativa; otimizador; apoia 
alternativas inovadoras de melhora; destaca-se por sua atitude construtiva 
e otimista; sempre olha para frente; capta os desajustes e contribui para 
melhora do seu trabalho.
FONTE: Adaptado de Mezzaroba (2008)
Com o que foi apresentado até o presente momento neste primeiro tópico, é 
importante refletirmos se realmente a prática do educador social está comprometida com 
a profissão e se estamos preparados efetivamente para sermos agentes de transformação 
na vida dos usuários que atendemos.
DICAS
Depois do que abordamos, é fundamental refletirmos sobre a importância 
do papel do educador social e até onde se estabelece sua atuação profissional 
e pessoal nas diversas situações enfrentadas nas diferentes situações que 
enfrentamos no nosso cotidiano como sujeitos transformadores da realidade.
O educador social é o profissional que tem um olhar diferenciado perante 
as circunstâncias que lhe são apresentadas, esse profissional possui a sensibilidade 
social em suas ações no dia a dia. 
Nesse sentido, é necessário ter a clareza de que o educador social e a família 
possuem papéis diferenciados no contexto geral, ambos têm como finalidade em 
comum o dever de contribuir com a educação de crianças e adolescentes.
O educador social, muitas vezes, não consegue distinguir a sua ação e 
tomada de postura, separando o nível profissional do pessoal, acabando por 
si sendo negativo na construção do processo de autonomia, emancipação e de 
cidadania das famílias envolvidas em seu todo.
Nesse sentido, é importante ressaltar mais uma vez que o educador social 
e a família têm significações, representações e contribuições diferenciadas na 
vida do educando, crianças e adolescentes. A relação de educando-educador não 
pode substituir, por exemplo, a relação pai-filho e mãe-filho, jamais pode ocupar 
um espaço na vida do educando que, por algum motivo emocional e psicológico 
transfere essa falta no núcleo familiar para a figura do educador social.
No que diz respeito à relação ao papel da família na vida do educando, 
Pelzer (1998) afirma que:
TÓPICO 1 | AS FUNÇÕES E COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS DO EDUCADOR SOCIAL NO CONTEXTO BRASILEIRO
11
A família é a esfera íntima da existência que une por laços 
consanguíneos ou por afetividade os seres humanos[...]. É o ambiente 
imediato no qual os seres humanos exercem seus papéis e que lhes 
provê recursos essenciais necessários para facilitar o enfrentamento e 
ajustamento a condições internas e externas que estão em constante 
mudança (PELZER, 1998, p. 106).
Com isso, afirma-se a importância de distinção entre os papéis na relação do 
educador social, educando e família. Sabe-se que é na família que deve se originar 
as possiblidades de representação de papéis, em que a criança e o adolescente 
consigam reconhecer as figuras de seus pais como tal e assim sucessivamente.
Diante desse contexto, faz-se necessário realizar uma análise e uma reflexão 
sobre o tipo de relação que o educador social tem com o educando. Sabe-se que 
uma das suas competências é de intervir para o fortalecimento, empoderamento, 
promovendo a emancipação e a autonomia dos usuários que são atendidos e 
jamais criar vínculos de dependências nessa relação.
É importante destacar algumas contribuições para a autoproteção do 
educador social. Você deve estar se perguntando: De que o educador social deve se 
proteger? 
IMPORTANT
E
Em nossa prática profissional, na difícil tarefa de lidar cotidianamente com 
problemas sociais se faz necessário intervir em questões pessoais. Nesse sentido, 
são apresentados alguns fatores como subsídio para auxiliar essa autoproteção.
FIGURA 2 – FATORES DE SUBSÍDIO PARA AUXILAR A AUTOPROTEÇÃO
Características individuais do Educador Social
Apoio social externoApoio afetivo
FONTE: Adaptado de Mezzaroba (2008) 
O apoio externo significa: a família, os colegas, os amigos, entre outros. 
Com isso, Mezzaroba (2008) sinaliza outras categorias ou comportamentos que 
auxiliam a manter a saúde mental do educador social. São eles:
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
12
QUADRO 3 – CATEGORIAS OU COMPORTAMENTOS QUE AUXILIAM 
A MANTER A SAÚDE MENTAL DO EDUCADOR SOCIAL
Insight Hábito de fazer perguntas e dar respostas honestas.
Independência Distanciamento físico e emocional enquanto satisfaz suas próprias demandas.
Relacionamento Equilíbrio entre as próprias necessidades e a capacidade de dar/doar-se aos outros.
FONTE: Adaptado de Mezzaroba (2008)
Essas contribuições vêm auxiliando o educador social a conseguir lidar 
com a resiliência, ou seja, a capacidade de superar a adversidades, de resistir às 
frustações, de reagir e poder deixar o sofrimento para trás e ir além em prol de 
uma causa maior.
Com isso, é evidente o educador social e a família possuírem papéis 
diferenciados no contexto geral, ambos têm como finalidade o dever de contribuir 
com a educação de crianças e adolescentes.
Este tópico buscou oferecer o suporte teórico para os subsídios da 
prática dos educadores, no sentido de provocar reflexões inerentes à temática 
entre educadores sociais e promover muitos questionamentos e indagações em 
relação à efetividade da intervenção profissional, durante o exercício profissional. 
Assim, o educador social não poderá confundir-se com o papel da família no 
envolvimento de situações que transcorrem no cotidiano de seu educando.
Para aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre o tema proposto neste 
tópico, indicamos a leitura da obra a seguir, de Mari da Glória Gohn (2010). 
FIGURA – LIVRO DE MARI DA GLÓRIA GOHN
DICAS
FONTE:<https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/919nrHBhyvL._AC_UL320_
SR212,320_.jpg>. Acesso em: 27 set. 2019.
13
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A desigualdade sociocultural e socioeconômica estão cada vez mais intensas 
na nossa sociedade.
• A educação social se torna uma ponte para combater os problemas gerados por 
essas desigualdades.
• Existe a necessidade de uma formação específica e permanente que seja 
direcionada ao contexto da educação social.
• A atuação do educador social é mais significativa e, dessa maneira, teria as 
melhores condições pessoais e sociais de transformar a sua vida pessoal e 
profissional e da comunidade na qual está intervindo.
• O educador social, como profissional, tem um perfil diferenciado perante o 
contexto que atua, pois ele apresenta uma visão crítica do meio social.
• A sociedade cada vez mais está preocupada com o desenvolvimento da 
tecnologia e da ciência, porém se preocupa cada vez menos com as relações 
humanas e éticas.
• A atuação precisa ser coerente com a realidade, proporcionando aos indivíduos 
novas experiências com a finalidade de estimular vínculos familiares e sociais.
• A educação não formal também é fonte de aprendizado significativo para a 
sociedade.
• A sociedade necessita de técnicas educativas que sejam intencionais, que 
tenham objetivos que tratem de questões sociais explícitas, métodos, lugares, 
conteúdos e situações distintas de educação.
• A educação não formal ultrapassa a capacitação das pessoas para atuarem no 
mercado de trabalho e na geração de renda, mas fazem parte dos interesses 
comuns que integram um processo de valorização que resgata a cidadania de 
uma comunidade.
• As práticas educativas podem ser realizadas por meio de funções com a 
comunidade e ações para determinado indivíduo, comunidade e familiares 
que estão envolvidos nesse processo de educação.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
• As funções do educador social como profissional são direcionadas para 
equilibrar, coordenar, encaminhar, realizar acompanhamentos, avaliar 
resultados, gerenciar administrativa e economicamente a instituição e liderar 
os profissionais nas suas devidas responsabilidades e ações.
• O educador social é um ator capaz de tornarindependente e conscientizar a 
comunidade na qual está inserido, por meio de sua habilidade de interação e 
orientação, pois ele tem autonomia de intervir junto à comunidade a qual está 
inserido.
• O educador social é o profissional que tem um olhar diferenciado perante as 
circunstâncias que lhe são apresentadas, esse profissional possui a sensibilidade 
social em suas ações no dia a dia.
• O educador social e a família possuem papéis diferenciados no contexto geral, 
ambos têm como finalidade em comum o dever de contribuir na educação de 
crianças e adolescentes.
15
1 De acordo com Magalhães (2011, p. 13), “por vezes, as atividades e o caráter 
dos serviços prestados pelas instituições suscitam dúvidas e indagações 
quanto à competência de ação dos seus profissionais e até mesmo quanto 
aos objetivos de determinada instituição”. Sobre os espaços institucionais, 
analise as afirmativas a seguir.
I- A incompletude é uma propriedade inerente a qualquer instituição.
II- O espaço institucional vinculado às políticas sociais reflete o contraditório da 
sociedade. As contradições aparecem não só nas relações socioprofissionais 
e nas interações de linguagem, mas também nos poderes — explícitos ou 
implícitos — que permeiam essas relações.
III- Apenas nas instituições mais organizadas democraticamente é que não 
encontramos os micropoderes. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
d) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
2 Atualmente, a educação social está desenvolvendo e construindo seu próprio 
sistema independente de conceitos, mesmo que não esteja completamente 
delimitada em uma teoria única. O trabalho que está sendo realizado busca 
elementos normativos e descritivos de nossa prática profissional combinados 
com elementos da pedagogia, da psicologia, da sociologia, da antropologia, 
da filosofia etc. A prática de educadoras e educadores sociais implica, 
pois, a habilidade de educação social e caráter profissional, assim como os 
conhecimentos teóricos e práticos, métodos e instrumentos. O educador ou 
educadora social deve:
• Estar familiarizado com as teorias educativas básicas mais reconhecidas e 
aceitas.
• Ter capacidade para buscar e adquirir teorias e métodos educativos, 
psicológicos, sociológicos, antropológicos etc. relevantes e adequados e 
incluí-los em seu trabalho.
• Ter a capacidade de adquirir e utilizar métodos adequados e reconhecidos 
no trabalho. Por exemplo: o trabalho em grupo. 
• Ser capaz de estabelecer as razões para as ações e atividades baseando-se em 
teorias e métodos reconhecidos.
• Ter capacidade para contribuir com a geração de conhecimentos baseando-
se em descrições reconhecidas e reflexões sobre a experiência do trabalho de 
educação social.
FONTE: <http://aeessp.org.br/marcoconceitual.htm#4.2.6>. Acesso em: 20 jul. 2019. 
AUTOATIVIDADE
16
Diante da contextualização exposta, produza um texto de, no mínimo 
10 linhas, conceituando e apontando exemplos que você conheça da prática 
profissional do educador social.
17
TÓPICO 2
A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
CONSISTENTE PARA O EDUCADOR SOCIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o Tópico 2 tem o objetivo de apresentar e fundamentar 
a necessidade de uma formação consistente para o educador social no Brasil. 
A necessidade de uma formação consistente, para o educador social, é uma 
intervenção relacionada à teoria e prática, garantindo para toda população 
usuária, ou seja, o público com quem o educador social irá intervir, podendo ser: 
usuário das políticas públicas, de entidades não governamentais, entre outros, 
que conheça as políticas públicas e consiga acessá-las. A atuação do educador 
social acaba refletindo no que se refere às demandas da exclusão social.
No cotidiano, o profissional educador social, independentemente de sua 
área de atuação, encontrará demandas relacionadas à cidade, ao meio ambiente, 
à saúde, à educação, à cultura etc., pois todo cidadão está inserido em um espaço 
de atuação profissional.
2 O EDUCADOR SOCIAL NO BRASIL:
PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E DISCUSSÕES ATUAIS 
Chegamos ao segundo tópico desta unidade, que se refere à discussão 
complexa sobre a profissionalização do educador social como sujeito de 
transformação.
No Brasil, atualmente tem surgindo discussões sobre a necessidade de uma 
formação específica para o educador social, e do reconhecimento profissional de 
sujeitos que atuam com processos socioeducativos nos mais diversos contextos.
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
18
FIGURA 3 – FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR SOCIAL
FONTE: <https://cdn.psicologado.com.br/images/2019/05/09/a-atuacao-do-psicologo-no-
contexto-escolar.jpg>. Acesso em: 27 set. 2019.
Este tópico será um breve histórico sobre a pedagogia social no Brasil, 
exaltando as suas relações com a educação popular. Outro aspecto a ser abordado 
são os apontamentos sobre a proposta de uma lei que foi aprovada em 2017 para 
o reconhecimento profissional do educador social. Por último, serão discutidos os 
aspectos referentes a uma formação específica do educador social, considerando 
exemplos de outros contextos, levando em consideração as peculiaridades do 
nosso país.
No momento atual é importante compreender as discussões sobre a 
profissionalização do educador social, perante isso se faz necessário descrever o 
percurso histórico que a pedagogia social no Brasil teve enquanto área acadêmica 
e de formação profissional.
Nessa trajetória da pedagogia social no Brasil, dois aspectos são relevantes: 
o primeiro é referente à íntima relação entre as discussões que essa pedagogia 
teve com a educação popular. O segundo é a atuação do educador social, que no 
contexto brasileiro já existe há muito tempo, porém foi reconhecido a pouco tempo 
com essa terminologia. Esse profissional, o educador social, não era reconhecido 
com características específicas, deveres e direitos garantidos.
A terminologia Pedagogia Social aparece no país pela primeira vez 
relacionada à terminologia Educação Popular, “no início do século XX, as duas 
estavam atreladas a um contexto histórico em que não se tinha o acesso à escola, 
não sabiam ler e escrever” (RIBAS, 2010, p. 94). 
Logo após a Proclamação da República, nos primeiros anos do século 
vinte, o momento político em que o Brasil se encontrava enaltecia a necessidade 
de promover o desenvolvimento e a modernização da sua população, e teve como 
referência as nações Europeias e da América do Norte.
Esse movimento teve influências que atingiram especificamente a 
educação, por meio da luta pela ampliação dos níveis de escolarização da 
população, além da preparação e profissionalização dos educadores para que 
estivessem preparados para atuar nesse processo. Esse era o momento em que 
estava sendo constituído o sistema educacional brasileiro.
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
19
Para Saviani (2008, p. 317):
Na Primeira República, a expressão “educação popular”, em 
consonância com o processo de implantação dos sistemas nacionais 
de ensino ocorrido ao longo do século XIX, encontrava-se associada à 
instrução elementar que se buscava generalizar para toda a população 
de cada país, mediante a implantação de escolas primárias. Coincidia, 
portanto, com o conceito de instrução pública. Esse era o caminho 
para erradicar o analfabetismo. Foi com esse entendimento que se 
desencadeou a mobilização pela implantação e expansão das escolas 
primárias, assim como as campanhas de alfabetização de adultos.
Nessa mesma época apareceram as práticas de educação alternativas, que, 
para Brandão (2002, p. 143), surgiram em bairros operários de São Paulo, do Rio 
de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Concretizavam-se em projetos de educação 
realizados por meio de escolas de trabalhadores paraoperários adultos e a filhos 
de operários, com escolas de fundamentos anarquistas, e algumas comunistas, 
criadas em bairros próximos às fábricas. Para esse autor, os operários militantes 
trouxeram para o Brasil o ideário da Escola Moderna.
No período brasileiro, contextualizado por Brandão, “na Primeira 
República, aborda que muitos intelectuais defendiam a responsabilidade do 
Estado na escolarização de toda a população, considerando a educação um 
grande instrumento de participação política” (SAVIANI, 2008, p. 177).
Na Primeira República aconteceu a criação da Associação Brasileira 
de Educação (ABE), no ano de 1924, passando a organizar a partir do ano de 
1927 as Conferências Nacionais de Educação. Foi um espaço de congregação de 
ideias educacionais originais, e de um meio político de organização e lutas por 
legitimação de novas práticas educacionais, que fossem originais e também um 
meio político de organização e lutas por legitimação de novas ideias educativas.
Diante desse movimento é possível visualizar os impactos do contexto 
social, político e econômico na educação brasileira, conforme Saviani (2008, p. 193):
Caracterizado o contexto, parece claro que foi no clima de 
ebulição social característico da década de 1920 que, no campo 
educacional, emergiram, de um lado, as forças do movimento 
renovador impulsionado pelos ventos modernizantes do processo 
de industrialização e urbanização; de outro lado, a Igreja Católica 
procurou recuperar terreno organizando suas fileiras para travar 
a batalha pedagógica. Essas duas forças desempenharam um 
papel de relativa importância como dispositivos de sustentação do 
“Estado de compromisso”, concorrendo, cada um à sua maneira e 
independentemente de seus propósitos explícitos, para a realização 
do projeto de hegemonia da burguesia industrial.
Perpassando os aspectos descritos por Saviani (2008), Xavier (1999, p. 22) 
tenta “compreender esse movimento de disputas entre intelectuais da educação 
do período, esse tinha como pano de fundo o processo de modernização, isso 
significava, na época, década de 1920, uma busca por uma identidade nacional, 
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
20
em que a educação passou a ser o meio privilegiado, na crença de intelectuais 
voltados à educação, no qual conseguiria a unificação de toda a nação brasileira 
de uma nova maneira de educar”.
Esse movimento em prol de uma nova maneira de educar passou a ser 
visto como uma “missão” (PÉCAUT, 1999, p. 15) “pelos intelectuais da área da 
educação, e procedeu na organização de um grupo que focou na reconstrução da 
educação brasileira a partir de percepções inovadoras”.
Nesse contexto, é de suma importância conhecer e compreender as 
terminologias que serão analisadas neste tópico e que eram compreendidas na 
época, década de 1920, em estudo. Para Monarcha (1989, p. 17), “a proposta da 
Nova Escola traz uma compreensão de Educação Popular e uma organização de 
uma Pedagogia Social, significava uma tentativa de democratização do acesso 
das massas populares à educação, por isso se chamava popular, como também 
uma formação de uma sociedade sistemática por meio de uma pedagogia que 
atendesse essa demanda social”.
Nesse sentido, Monarcha (1989) chama a atenção sobre a base positivista 
que se expressava nas teorizações e práticas dos intelectuais em questão, 
especialmente na defesa de uma pedagogia científica e experimental, sendo 
alguns mais explicitamente do que outros.
Outra questão relevante é a base epistemológica que foi importante para a 
contribuição da formação da corrente da Escola Nova no Brasil, e que possuía suas 
bases na teoria de John Dewey, sendo assimilados principalmente por Anísio Teixeira. 
Defender a democracia e a ciência são os aspectos relevantes de John Dewey.
John Dewey, professor e filósofo americano, defendeu a ideia de unir a teoria 
e a prática ao ensino. Foi um dos fundadores da escola filosófica de Pragmatismo, pioneiro 
em psicologia funcional e representante principal do movimento da educação progressiva.
FIGURA – JOHN DEWEY
IMPORTANT
E
FONTE: <https://andragogiabrasil.com.br/john-dewey/>. Acesso em: 27 set. 2019.
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
21
Conectado ao conceito de educação popular surge a terminologia 
pedagogia social. Nas pesquisas realizadas por Monarcha (1989), estas indicam 
que quem utilizou o conceito de educação popular pela primeira vez foi Fernando 
Azevedo:
Por meio de Fernando de Azevedo, estudamos também “que os povos 
se acomodam no interior das velhas estruturas, cabendo à pedagogia 
social fazer com que se liberem das amarras da tradição”. Essa 
tradição, para os pioneiros, não era peso morto que se prolongava pelo 
tempo; ao contrário, era força viva e atuante que agia no presente. Daí 
a necessidade de uma revolução cultural (MONARCHA, 1989, p. 21).
A terminologia pedagogia social, que foi utilizada por Fernando de 
Azevedo, não tinha como objetivo indicar uma nova área do conhecimento, 
porém defendia que a educação pensada para a população brasileira deveria ser 
conscientizadora e proporcionar a transformação da realidade social. 
As terminologias da pedagogia social, com o passar dos anos, passaram 
por um processo de ressignificações. Nesse caso, a educação popular começa 
a ser discutida novamente na década de 1960 e a pedagogia social ressurge no 
início dos anos 2000.
Segundo Saviani (2008, p. 317), foi na “primeira metade dos anos de 1960 
que a concepção de Educação Popular sofreu modificações, admitindo outro 
significado”. Para o autor, essa educação popular emergente dos anos 1960 
assume em seu entendimento uma preocupação com a participação política das 
massas com a tomada de consciência da realidade.
Para Saviani (2008, p. 317), a educação passa a ser vista como um meio de 
conscientização “do povo, pelo povo e para povo”, repreendendo uma educação 
tradicional e compreendendo como uma “educação das elites, dos dirigentes e 
dominantes, para povo, a fim de controlá-lo e manipulá-lo adaptando a ordem 
existente”.
Saviani (2008) justifica essa reelaboração do significado de educação 
popular por meio de uma série de acontecimentos que são sucedidos de diferentes 
públicos em resposta a uma realidade opressora vivenciada na época:
O clima favorável a essa mobilização e a essa metamorfose conceitual 
foi propiciado pelas discussões e análises da realidade brasileira 
efetuadas no âmbito do ISEB e do CBPE; pelas reflexões desenvolvidas 
por pensadores cristãos e marxistas no pós-guerra europeu; e pelas 
mudanças que o espírito do Concílio Vaticano II tendia a introduzir na 
doutrina social da Igreja. As principais iniciativas que medraram nesse 
clima foram os Centros Populares de Cultura (CPCs), os Movimentos 
de Cultura Popular (MCPs) e o MEB. Apesar de suas diferenças e 
particularidades, esses movimentos tinham em comum o objetivo da 
transformação das estruturas sociais e, valorizando a cultura do povo 
como sendo a autêntica cultura nacional, identificavam-se com a visão 
ideológica nacionalista, advogando a libertação do país dos laços de 
dependência com o exterior (SAVIANI, 2008, p.317).
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
22
Diante desse contexto, Paiva (1986, p. 28) explica que as “mudanças que 
ocorreram na Igreja Católica resultaram em grande parte em ações católicas que 
estavam voltadas para a educação não escolar da população adulta, por meio 
do financiamento público”, ainda, segundo a autora, “reduziu a importância da 
disputa entre escola pública X escola privada” (PAIVA, 1986, p. 29).
Outro fator que deve ser destacado foi que o viés optado pelo Movimento 
da Educação de Base (MEB) e dos desdobramentos das ideias e pensamentos que 
orientavam os jovens católicos naquele período permitiram uma aproximação 
dos princípios pedagógicos de renovaçãoescolar.
Foi nesse contexto que a maioria das ações católicas viram na obra de Paulo 
Freire o grande respaldo e fundamento para ser colocado em prática. 
NOTA
Nesse sentido, Brandão (2002, p. 145) explica que a “Educação Popular, 
a partir dos anos sessenta, teve no grande educador popular Paulo Freire o seu 
principal idealizador, como também nos movimentos de cultura popular, sendo 
a sua agência prioritária de criação de ideias e de realização de experiências”. 
Brandão (2002) chama a atenção para três pontos que mostram a complexidade 
da área de atuação do educador social, mas que acabaram contribuindo para sua 
compreensão.
QUADRO 4 – COMPLEXIDADE DA EDUCAÇÃO POPULAR
1º ponto: relação ao seu espaço de 
germinação
É o de uma ampla frente polissêmica de ideias e de ações, 
nunca tão política ou ideologicamente centralizada. 
Seria o lugar em que propostas e experiências de 
um também trabalho pedagógico, mas quase nunca 
formalmente escolar dirigido de maneira especial a 
pessoas adultas excluídas da escola quando crianças ou 
jovens, no campo e na cidade, tomou corpo em grêmios 
estudantis, emergências da Igreja Católica, junto a 
sindicatos e embriões de movimentos populares, e até 
dentro de estruturas do próprio Estado, como seria o 
caso da Campanha Nacional de Alfabetização abortada 
pelo Golpe Militar de 1964. Havia mesmo uma marcada 
intenção em comprometer o Governo Nacional com um 
novo modelo de educação.
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
23
2º ponto: ampla e nunca unitária 
crítica de teor ideológico
Nos anos sessenta se instaura dentro e fora das 
universidades uma ampla e nunca unitária crítica de 
teor ideológico dirigida à educação vigente, o perfil 
que se começa então a delinear é o de também ampla 
e difusa proposta nacional de cultura popular. O autor 
esclarece que estudantes secundaristas e, sobretudo 
universitários, ao lado de educadores acadêmicos e não 
acadêmicos, juntam-se a artistas, a militantes políticos 
e a outros intelectuais no afã de participarem de uma 
verdadeira mobilização em prol da crítica das condições 
sociais de produção cultural em vigência. É a partir 
deste movimento que o “popular” vem a ser atrelado a 
esta cultura. Seriam manifestações de uma nova cultura 
popular criada a partir dos encontros entre os intelectuais 
engajados e homens e mulheres trabalhadoras.
3º ponto: fundamentos ideológicos
Os percursos pedagógicos e os objetivos imediatos ou 
em longo prazo dos trabalhos de cultura popular na 
educação, que nunca foram homogêneos. Segundo o 
autor, a crítica feita à educação era a deque ela nunca foi 
neutra e menos ainda o era na sociedade industrial e no 
modo de produção
capitalista; de um modo ou de outro ela servia a 
interesses de classe. “Nada se aprende que não provenha 
de uma visão de mundo e não conduza a uma ideologia 
política, a uma ética devida, a uma visão de destino” 
(BRANDÃO, 2002, p. 148).
FONTE: Adaptado de Brandão (2002, p. 148)
Nas décadas de 1970, 1980, 1990, no período que vai da Ditadura Militar ao 
processo de redemocratização do país, discussões características foram surgindo, 
atrelando a educação popular a processos escolares.
Para Streck (2006), a educação popular surgiu muitas vezes contra a 
educação formal, o autor enfatiza que era comum encontrar posicionamentos 
contra e a favor da possibilidade de uma autêntica educação popular dentro do 
sistema escolar “uma vez que o caráter controlador era visto como inerente à 
ordem institucional da qual a escola faz parte” (STRECK, 2006, p. 67).
De acordo com Streck (2006), dois fatos que colaboraram como 
fundamentos dessas discussões foram: Paulo Freire assumir o cargo de Secretário 
Municipal de Educação na cidade de São Paulo na década de 1980 e a conquista 
do poder local por governos que assumiram a proposta de uma educação popular 
nesse mesmo momento de redemocratização do país.
Desse modo, Streck (2006, p. 67) afirma que “a educação popular passou, 
assim, a aproximar-se do lugar onde se gera o discurso pedagógico hegemônico, 
com todas as vantagens e com todos os riscos”.
Os argumentos de Streck (2006) contribuem para o entendimento de que 
a educação popular é uma terminologia atrelada a um conceito que continua em 
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
24
movimentação constante, e que varia no decorrer dos anos, atendendo sempre às 
demandas que surgem por meio de uma conjuntura política, econômica e social.
Nesse sentido, é possível constatar nas análises de Brandão (2002) e 
Streck (2006) que as mudanças recentes nas percepções e finalidades da educação 
popular provavelmente estariam fragilizando a área educacional. Diante dessa 
perspectiva, Brandão (2002) buscou retomar o sentido que deu a caraterística 
histórica da educação popular.
Para Brandão (2002), são quatro pontos que a perspectiva da educação 
popular é inovadora perante as tradições pedagógicas. São eles: 
QUADRO 5 – PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO POPULAR X TRADIÇÕES PEDAGÓGICAS
1º ponto: é em relação ao 
mundo em que se vive
Pode ser transformado continuamente em algo melhor, mais 
justo e humano.
2º ponto: respeito a esta 
constante mudança
É um direito e dever de todas as pessoas que devem sentir-se 
partícipes desse contexto.
3º ponto: finalidade da 
educação
Cabe a ela formar as pessoas para que possam sentir-se e 
identificar-se como coconstrutoras do mundo em que vivem.
4º ponto: relaciona-se à cultura 
e o poder
Para que sejam pensados por todas as pessoas, tornando-
as conscientes de sua condição, de seus saberes e de seus 
projetos sociais.
FONTE: Adaptado de Brandão (2002, p. 169)
Você, acadêmico, deve estar se perguntando: o que é educação popular 
hoje? Vejamos! Para Brandão (2002), a resposta para essa pergunta é:
[...] quais as educações disponíveis para crianças, adolescentes, jovens, 
adultos e idosos reconhecidos como de algum modo pertencentes a 
“classes”, “camadas”, “segmentos” ou “culturas” populares hoje, no 
Brasil? E quero chamar a atenção para o fato de que “popular” não 
precisa ser tomado aqui como um adjetivo de teor ideológico, no mais 
das vezes associado a alguma “política de esquerda”. O próximo censo 
do IBGE haverá de nos demonstrar que entre mendigos confessos (se 
é que o censo os ouve), desempregados crônicos, famílias abaixo do 
nível social da pobreza, segundo critérios da ONU, trabalhadores 
submetidos a um dos mais baixos salários mínimos do Continente, 
as pessoas populares somam cerca de dois terços de quem somos: 
as e os brasileiros. O fato de que algumas revistas de elite prefiram 
tratá-los como a faixa nível “C” ou “D” da população brasileira, pouco 
significa, no caso, principalmente se levarmos em conta o fato de que 
quem assim pensa e classifica os outros está na “faixa A”. Pois bem, 
de que “educações” pode ou deve participar esta imensa maioria de 
pessoas? (BRANDÃO, 2002, p. 170).
Diante do seu questionamento, em querer saber o que é a educação 
popular hoje, Brandão (2002) afirma ainda que, nos dias de hoje, essa “classe 
popular” pode participar da educação formal, ou seja, a educação oferecida nas 
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
25
escolas públicas, oferecida nas redes municipais, estaduais e até federais. Existe 
também uma educação que é oferecida por instituições conveniadas, como 
exemplo, isso ocorre quando uma escola é mantida por recursos públicos e com 
recursos e trabalhos civis, particulares, empresariais ou de Organizações Não 
Governamentais (ONGs).
A população envolvida pode participar de diferentes tipos de treinamentos, 
por meio de qualificação profissional ou de formação pessoal. Normalmente, 
esses tipos de treinamentos ocorrem nas instituições patronais, como o Serviço 
Nacional de Aprendizagem (SENAI). Brandão (2002) afirma que no Brasil são 
muitos os casos, concluindo que essas pessoas conseguem, com isso, participar de 
muitas experiências pedagógicas quesão oferecidas pelas instituições civis, tanto 
no âmbito dos governos municipais e estaduais.
As propostas do trabalho cultural por meio dessa forma de educação 
incluem, de modo geral, palavras, expressões e ideias centradas na educação 
popular. Identifica-se que esses assuntos, quando são evidenciados, tornam-se 
considerados como educação popular. Atualmente, essas pressuposições são 
debatidas pelos autores Moura, Neto e Silva (2009), ao tentarem definir a “Cara 
da Pedagogia no Brasil”.
Surge, atualmente, com o novo contexto econômico, social e político e 
educacional brasileiro uma relação pedagógica e idearia entre Educação Popular e 
Pedagogia Social.
IMPORTANT
E
A pedagogia social, por meio de um próprio movimento de legitimação, 
vai em busca de um reconhecimento enquanto área de formação profissional, 
acadêmica e de pesquisa, no que diz respeito às questões pedagógicas tradicionais 
no país.
Streck (2006) assegura que após o período de Ditadura Militar no Brasil, 
aconteceu uma configuração diferente da educação formal e não formal no Brasil, 
em que essa divisão específica, entre ambas, foi deixada de lado.
 Essas diferenças podem estar relacionas a algumas propostas 
proporcionadas pela pedagogia social, que aparece como uma nova alternativa na 
área da educação, e, com isso, não admite a divisão da educação formal, informal 
e não formal.
A Ciência da Educação, diante dessa nova perspectiva, acaba sendo 
dividida entre Pedagogia Escolar e Pedagogia Social. O educador social passa 
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
26
a perceber que a educação popular não está mais centralizada e restrita apenas 
aos sindicatos, às igrejas, às entidades e aos grupos com objetivo alternativo e 
popular. A educação popular passa a ser incorporada ao fluxo da política e da 
pedagogia em sua totalidade. Com isso, pode-se afirmar que a pedagogia social, 
por meio de suas finalidades, começa a atender a essas demandas, e é possível 
perceber que ela surge com as novas práticas políticas pedagógicas.
Ainda citando Streck (2006), faz-se necessário perceber que esse autor 
destaca uma nova identidade por meio da refundamentação ou refundação 
da educação popular, com a busca de uma linguagem que venha de encontro 
às novas realidades, sendo uma ponte entre a pedagogia social, que com suas 
propostas começa a ser identificada com a educação popular.
O autor citado anteriormente identifica a volta da conotação da termologia 
educação popular como sendo uma educação pública e que seja para todos. 
Atualmente, as políticas públicas relacionam essa demanda às perspectivas 
educacionais em tempo integral, com isso integra-se também a pedagogia social 
(STRECK, 2006).
Vista como um processo de democratização do acesso ao ensino de forma 
que o sujeito envolvido consiga realizar outras habilidades, essa nova perspectiva 
educacional de tempo integral segue o caminho fundamentado em uma nova 
postura de educação para toda população, estando fundamentada em novos 
princípios. Tanto a educação popular como a pedagogia social seguem e se 
integram com essas novas discussões.
Ao finalizar toda essa argumentação, Streck (2006) destaca que a educação 
popular não fica apenas restrita aos grupos pobres da população, mas envolve 
todos. Essa afirmação está fundamentada como os princípios da pedagogia social, 
pois a ênfase dos discursos que envolve outros países e o Brasil são voltadas 
para práticas educativas que estão vinculadas a demandas sociais e as camadas 
populares.
Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Oprimido (1978), defende que é por 
meio da comunhão entre homens e de sua conscientização crítica da realidade que o 
oprimido deixa de ser oprimido e opressor deixa de ser opressor.
IMPORTANT
E
No Brasil, vem crescendo cada vez mais as práticas educativas que são 
voltadas e desenvolvidas em diversos espaços públicos e não governamentais, 
por exemplo, podemos citar: o Centro de Referência de Assistência Social 
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
27
(CRAS), o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), o 
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), as casas de acolhimentos e de passagem, 
os programas e projetos com idosos, as Organizações Não Governamentais 
(ONGs), que acontece nos hospitais, nos centros de ressocialização, nos presídios 
e penitenciárias e nos diversos movimentos sociais e muitos outros. 
Com toda essa variedade de práticas educativas é necessária a existência 
de profissionais responsáveis. Na maioria das vezes, levam a demonização de 
“educadores”, porém acabam recebendo outras denominações, como agentes 
sociais, arte educadores, animadores culturais, educadores sociais, entre outros.
Esses educadores possuem os mais diversos níveis de formação e de 
conhecimento, com distintos interesses em suas práticas. Diante dessa realidade, 
encontram-se muitos voluntários, que por uma determinada vocação ou para 
realizar uma boa ação acabam se envolvendo com essa demanda educacional, 
além de existirem os funcionários contratados, os efetivos e os indicados 
politicamente.
Nesse sentido, surge o questionamento: quem são esses profissionais? 
Quais seriam suas formações? Já que todas essas práticas são consideradas como 
educação social e este passa a usar o adjetivo “social”. 
De acordo com Oña (2005, p.2), o profissional educador social:
[...] é uma pessoa capacitada para desenvolver duas funções: por 
um lado, deve elaborar uma crítica e uma transformação dos valores 
educacionais e da estrutura da sociedade e por outro, deve intervir 
com sujeitos e ajudá-los a potencializar seus fatores pessoais de 
desenvolvimento, capacitando-os socialmente para: desenvolvimento 
de autoestima, autoconhecimento, habilidades sociais, consciência 
crítica etc., a fim de facilitar as condições objetivas da pessoa com o 
seu meio [...]. O Educador Social é o mediador entre o educando, a 
sociedade e acultura.
Oliveira (2004) destaca a importância que os educadores possuem ao 
desenvolverem suas práticas fundamentadas na teoria freiriana, em que são 
conhecidos e chamados de educadores populares, e, desde a década de 1960, 
atuam com comunidades por meio de práticas culturais e processos voltados à 
emancipação e transformação social.
Para Paiva (2011) e Ribas (2010), a necessidade do reconhecimento 
profissional e a formação específica para esses chamados educadores sociais 
devem possuir fundamentos freirianos, usando como exemplo as práticas 
desenvolvidas pela educação popular.
Com isso, pode-se afirmar que o grande desafio colocado para esses 
trabalhadores é o reconhecimento como profissional e da própria profissão, sendo 
que o número de sujeitos que estão envolvidos nesses processos é considerado 
alto, nos mais diversos grupos e classes sociais. 
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
28
Outro aspecto que é importante considerar é que a existência de um 
profissional educador social no Brasil pode contribuir com as atividades e 
com trabalho que vem sendo desenvolvido nas áreas de Assistência Social, da 
Psicologia e da Pedagogia. Essa profissão não se torna uma concorrência aos 
profissionais mencionados, e sim devem ser considerados um especialista nesse 
processo de educação das pessoas com suas diferentes necessidades.
Diante disso, destaca-se que a profissão do educador social no Brasil, cada 
vez mais é uma necessidade, porém é uma área muito complexa. No Ministério 
do Trabalho e Emprego, através do documento: Classificação Brasileira de 
Ocupações (COB), de 2002, no seu código n° 5.153, declara os profissionais de 
atenção e defesa das pessoas em situação de risco, incluindo os educadores sociais 
nesta categoria profissional.
Para Gohn (2010), esse documento tem a função e atribuições, assinalando 
que o acesso a essa ocupação é livre e sem necessidadesde requisitos escolares.
Para saber mais sobre o documento COB, você pode acessar este link: http://
www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf.
DICAS
Cabe ao educador social, em sua atuação prática, dinamizar e construir 
um modelo participativo com qualidade através de metodologias que supõem 
fundamentos teóricos e ações práticas. Nesse sentido, sua atuação profissional deve 
ser fundamentada em princípios, métodos e metodologia de trabalho, a pedagogia 
social deve substituir essas práticas socioeducativas através do embasamento 
teórico, pois esse profissional atua nos marcos de uma proposta socioeducativa, de 
construção de saberes a partir das culturas locais (GOHN, 2010). 
TÓPICO 2 | A NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO
29
FIGURA – PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
DICAS
FONTE: <https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51k5kvkE%2BZL.jpg>. 
Acesso em: 27 set. 2019. 
O autor propõe um método abrangente, pelo qual a palavra ajuda o homem a tornar-se 
homem. Assim, a linguagem passa a ser cultura. Através da decodificação da palavra, o 
alfabetizando vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo histórico. O 
método de Paulo Freire não possui qualquer atitude paternalista em relação ao analfabeto. 
Ele aplica pela primeira vez no campo da pedagogia as palavras Conscientização/
Conscientizar, que em seu conteúdo vernacular específico se incluem no vocabulário 
de idiomas como o francês e o alemão, tidos como acabados e, em consequência, 
totalmente infensos à aceitação de neologismos. Quando o Brasil aceita o grande desafio 
do desenvolvimento, nada mais necessário que atentar para seu processo de civilização. 
O livro é um rumo neste caminho, pois não é possível supor êxitos no campo econômico, 
sem o alicerce de um povo que se educa para civilizar-se.
Vale a pena a leitura! 
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• No Brasil, atualmente, tem surgido discussões sobre a necessidade de uma 
formação específica.
• É importante compreender as discussões sobre a profissionalização do 
educador social, perante isso se faz necessário descrever o percurso histórico 
que a pedagogia social no Brasil teve enquanto área acadêmica e de formação 
profissional.
• A terminologia pedagogia social aparece no país pela primeira vez relacionada 
à terminologia educação popular, no início do século XX.
• Em 1924, aconteceu a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE), 
passando a organizar, a partir do ano de 1927, as Conferências Nacionais de 
Educação.
• A Escola Nova no Brasil possuía suas bases na teoria de John Dewey, sendo 
assimilados principalmente por Anísio Teixeira.
• Conectado ao conceito de educação popular surge a terminologia pedagogia 
social.
• A terminologia pedagogia social, que foi utilizada por Fernando de Azevedo, 
não tinha como objetivo indicar uma nova área do conhecimento, porém 
defendia que a educação pensada para a população brasileira deveria ser 
conscientizadora e proporcionar a transformação da realidade social.
• A educação passa a ser vista como um meio de conscientização “do povo, pelo 
povo e para povo”.
• A educação popular, a partir dos anos 1960, teve no grande educador popular 
Paulo Freire o seu principal idealizador, como também nos movimentos de 
cultura popular, sendo a sua agência prioritária de criação de ideias e de 
realização de experiências.
• Educação popular é uma terminologia atrelada a um conceito que continua em 
movimentação constante, e que varia no decorrer dos anos, atendendo sempre às 
demandas que surgem através de uma conjuntura política, econômica e social.
• Nos dias de hoje, essa “classe popular” pode participar da educação formal, ou 
seja, a educação oferecida nas escolas públicas, oferecidas nas redes municipais, 
estaduais e até federais.
31
• A pedagogia social, através de um próprio movimento de legitimação, vai 
em busca de um reconhecimento enquanto área de formação profissional, 
acadêmica e de pesquisa, no que diz respeito às questões pedagógicas 
tradicionais no país.
• As Ciências da Educação acabam sendo divididas entre pedagogia escolar e 
pedagogia social.
• No Brasil, vem crescendo cada vez mais as práticas educativas que são voltadas 
e desenvolvidas em diversos espaços públicos e não governamentais.
• O grande desafio colocado para os educadores sociais é o reconhecimento como 
profissional e da própria profissão, sendo que o número de sujeitos que estão 
envolvidos nesses processos é considerado alto, nos mais diversos grupos e 
classes sociais.
• Em 24 de abril de 2019, foi aprovado o Projeto de Lei do Senado n° 328, de 2015, 
que dispõe sobre a regulamentação da profissão de Educadora e Educador 
Social.
32
1 O pensamento pedagógico de Paulo Freire parte de alguns princípios que 
marcam, de forma clara e objetiva, o seu modo de entender o ato educativo. 
Considerando as características do pensamento desse autor, analise as 
afirmações que seguem.
I- Ensinar é um ato que envolve a reflexão sobre a própria prática.
II- Modificar a cultura originária é parte do processo educativo.
III- Superar a consciência ingênua é tarefa da ação educativa.
IV- Educar é um ato que acontece em todos os espaços da vida.
V- Educar é transmitir o conhecimento erudito e universalmente reconhecido.
De acordo com o pensamento de Paulo Freire, quais afirmações estão 
CORRETAS? 
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e V. 
c) ( ) I, III e IV.
d) ( ) I, IV e V.
e) ( ) I, II, III e IV. 
2 A educação popular atualmente vem ganhando destaque perante as 
perspectivas prática pedagógica e teoria da educação, com a concepção para 
a contribuição do pensamento pedagógico universal. A sua contribuição 
para a sociedade é vista de forma positiva na construção de novas maneiras 
de fazer política, de pensar e de construir a democracia, dessa forma 
potencializa a formação humana. Perante esse contexto, o que significa para 
você a educação popular? Escreva um texto com o mínimo de 10 linhas 
acercado que você compreendeu sobre os conceitos de educação popular.
AUTOATIVIDADE
33
TÓPICO 3
A FORMAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL NO BRASIL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o terceiro tópico tem o objetivo de apresentar a você 
quais são as perspectivas da formação profissional do educador social no Brasil. 
Neste tópico, será apresentada a legislação que foi aprovada e que regulamenta 
a profissão do educador social no país, sendo esse um marco de referência para 
esse profissional na sociedade brasileira.
O percurso realizado para o reconhecimento profissional, educador social, 
no Brasil, vem de um longo espaço de tempo, pois procurou-se a consolidação de 
um trabalho que na prática, em muitos casos, era visto como uma ação voluntária 
ou para pessoas desocupadas. 
Ganhando espaço no meio acadêmico, nas chamadas ciências da educação, 
a educação social se fortaleceu e ficou visível no âmbito social, através dos 
importantes debates, congressos e produções acadêmicas, além da aproximação 
com as organizações e entidades sociais.
2 EDUCADOR SOCIAL E O
RECONHECIMENTO PROFISSIONAL
Então, caro acadêmico, o que é ser educador social? Quais são suas 
competências e atividades profissionais? Seria um profissional da área da 
educação? O que diz a legislação sobre essa atividade profissional? O que está 
escrito na LDBEN nº 9.394/96? Com certeza esses questionamentos estão sendo 
constantes no decorrer de seus estudos. 
34
UNIDADE 1 | O EDUCADOR SOCIAL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA EDUCAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 
E SUAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
FIGURA 4 – A FORMAÇÃO DO EDUCADOR SOCIAL
FONTE: <https://editalconcursosbrasil.com.br/wp-content/uploads/2019/05/o-que-faz-um-
educador-social-287x189.jpg>. Acesso em: 27 set. 2019.
Neste tópico, serão apresentadas as características psicofísicas, ou seja, 
as qualidades e habilidades fundamentais para ser um educador social e estar 
preparado para o mercado de trabalho. Iniciamos com a suposição de que as 
qualidades que

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