Exame andrológico em peixes - Reprodução animal

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Exame andrológico em peixes 
O sistema reprodutor é composto pelas gônadas (testículos e ovários) e pelos ductos por 
onde passam os gametas. As gônadas são formadas após o nascimento dos peixes e têm a mesma 
origem celular. 
 
 
Coleta de sêmen 
 
É fundamental o conhecimento do ciclo reprodutivo da espécie que será submetida à coleta, 
pois muitas espécies apenas liberam sêmen durante um período específico do ano, que pode 
compreender poucas semanas ou meses. Em se tratando de coleta no ambiente natural (rios, lagos, 
mangues, ambientes costeiros ou recifais, etc.), os preparativos são mais complexos, pois muitos 
procedimentos são realizados dentro de uma embarcação ou às margens de um corpo d’água. 
Ademais, muitos dos animais podem não estar fisiologicamente maduros para liberar sêmen em 
quantidade e qualidade adequadas para ser congelado. 
O trabalho é facilitado quando a coleta é realizada em peixes de um plantel de reprodutores 
em uma piscicultura. No caso de espécies reofílicas, ou seja, aquelas que dependem do processo 
migratório para finalizar sua maturação gonadal, há a necessidade de indução hormonal prévia 
para facilitar a coleta de sêmen em maior quantidade. Esses procedimentos e os tipos de hormônios 
utilizados variam de espécie para espécie, porém há muita informação disponível para várias das 
espécies de peixes nativos de interesse comercial e ambiental. 
Em todos os casos, para a coleta de sêmen, o macho deve ser retirado da água e ter a região 
abdominal limpa e seca com papel toalha. O abdome deve ser massageado no sentido crânio-
caudal e o sêmen coletado em tubos de vidro ou seringas, evitando qualquer contato com a água. 
Quando o volume de sêmen é grande (> 5 mL), deve-se recolher o ejaculado em dois ou três 
recipientes para evitar contaminação da amostra com urina, fezes ou sangue. Ocorrendo 
contaminação a alíquota deve ser descartada. Os tubos ou seringas com o material colhido devem 
ser colocados em uma caixa de isopor com gelo, evitando-se sempre o contato direto do gelo com 
o recipiente que contém o sêmen. 
Os espermatozóides de peixes são imóveis e inativos enquanto permanecem na luz 
testicular. A motilidade ocorre após a espermiação em um meio aquoso ou, em espécies com 
fertilização interna, dentro do trato reprodutivo feminino, sugerindo que a motilidade é inibida por 
fatores químicos específicos dos testículos ou do fluído seminal. 
Os espermatozoides de peixes podem ser divididos em cabeça, peça intermediaria e 
cauda na maioria dos grupos de peixes a falta do acrossoma, 
que ocorre em todos os outros grupos vertebrados a falta do acrossoma é compensada pela 
presença da micrópila no ovócito que facilita a entrada do 
espermatozoide. 
 
Concentração espermática 
 
Na rotina de reprodução artificial de peixes, a determinação de alguns parâmetros 
quantitativos, como a concentração espermática, é fundamental, pois permite controlar e otimizar 
as taxas de fertilização e, consequentemente, promover o uso racional de reprodutores em 
sistemas de cultivo. Essa racionalização pode ser obtida com o emprego de relações adequadas 
entre espermatozoides:ovócitos. Além disso, pode servir como ferramenta para manter animais 
com grande produção de gametas e definir o momento da recomposição dos estoques de 
reprodutores. 
Uma das metodologias comumente empregadas para avaliação da concentração 
espermática de peixes é a contagem de espermatozoides em câmara hematimétrica de Neubauer 
ou por meio do espermatócrito.