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FILOSOFIA: etimologia A palavra filosofia / Philosophia é de origem grega (Atenas). Philo deriva-se de philia, que significa amor fraterno, amizade, desejo. Sophia significa sabedoria, conhecimento e dela vem à palavra sophos, sábio. Portanto, Filosofia significa, “amizade pela sabedoria” ou “amor e respeito pelo saber”. A dinâmica da filosofia começou com o espanto, estranhamento, com a admiração e curiosidade sobre a natureza, a sociedade e nós mesmos. A palavra Filosofia na concepção que temos surgiu com Tales de Mileto (água), mas ganhou o sentido real e a invenção da palavra com o filósofo grego Pitágoras de Samos (463 a. C. ou sec. V a. C.). Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. FILOSOFIA: é uma atividade racional (logos) crítica, reflexiva cujo olhar investigativo pode incidir sobre tudo (a ciência, a política, as ações humanas, os desejos, as teses científicas e as teorias sociais, o tempo, a música, a arte, a vida, a angústia, a felicidade, o trabalho, a maldade, a morte, etc.). Ela recusa certezas. Filósofo é aquele que tem amizade pelo saber; que ama a sabedoria. Tem amizade pelo saber seguindo regras universais do pensamento. (o que é? Para que? Como?) Então, o “filósofo” não é o sábio, mas sim aquele que procura a sabedoria. Filosofar é pensar racionalmente sem declarar verdades ou certezas para desvendar tudo o que nos encanta e aflige, sem as sombras, sem as aparências. Há controvérsias sobre a origem da Filosofia? Sim. Muitos defendem ser de origem oriental: hebraica, egípcia (cheias rio Nilo; geometria e aritmética), babilônica (movimento dos planetas > astrologia), indiana, árabe. Para alguns, as elaborações dos gregos na Ciência e na Filosofia seriam uma continuação de estudos antigos. A Filosofia nasceu com o objetivo de fornecer uma explicação lógico racional tanto para os fenômenos naturais quanto para a existência das coisas no mundo. Para se estabelecer como ciência, a Filosofia teve que romper com a explicação mitológica. CONTINUANDO: GREGOS, PRIMEIROS FILÓSOFOS DA HUMANIDADE? Em torno do Mediterrâneo e no Oriente Médio, na Índia e na China, surgiram filósofos; grandes filósofos cujas ideias iriam estabelecer os termos da filosofia em suas várias tradições por milênios no futuro. No Oriente Médio, os antigos hebreus desenvolveram sua concepção de um Deus uno e de si mesmos como o “povo escolhido”. (para que? Por que temos que seguir os mandamentos e as leis?) Na China, (os taoístas) Confúcio criou uma concepção da sociedade e do indivíduo virtuoso que rege o pensamento chinês até hoje. Como nos tornamos virtuosos? Na Índia antiga, os primeiros teóricos hindus (os vedistas) comentavam a origem da natureza e do mundo, tal como descrita nos Vedas, e especulavam sobre ela, criando um rico panteão de deuses, deusas e ideias grandiosa. Enfim, a filosofia inclui todo tipo de especulação sobre a vida e a morte que o ser humano tenha levantado, incluindo aí as reflexões de cunho religioso. Para a maioria, o pensamento filosófico surgiu na Grécia, por volta do século VI a.C., quando surgem as primeiras tentativas de explicação natural (e não sobrenatural) para os fenômenos da natureza. Os primeiros filósofos gregos, os pré-socráticos, tentaram entender o mundo com o uso da razão, sem recorrer à religião, à revelação, à autoridade ou à tradição. Para o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, a verdade filosófica começa em: “ Só sei que nada sei”. Para Platão, a Filosofia começou com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, a Filosofia teve início com o espanto. PARA QUE FILOSOFIA? A filosofia através do uso da razão e dos constantes questionamentos, procura chegar à verdade não absoluta. Em fazer uso da razão humana, passa a existir possibilidades de desnudar o véu da ignorância e derrubar ideias e comportamentos (se for o caso), para a busca da essência por trás das aparências. A razão é uma maneira de organizar a realidade. A razão tem a função de medir, reunir, juntar, separar, contar, calcular, etc. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela vai além daquilo que é, para propor como poderia ser. A Filosofia tem seu olhar para o estudo e à interpretação de ideias ou significações gerais como: realidade, mundo, natureza, cultura, história, subjetividade, objetividade, diferença, repetição, semelhança, conflito, contradição, mudança, etc. A filosofia é um modo de pensar lógico racional que surgiu na Grécia nos séc. VII e VI a.C., com o objetivo explicar a origem das coisas do mundo por uma via diferente da visão mitológica. Hoje a Filosofia tem como objetivo refletir sobre a realidade do ser humano. É bom lembrar que: ♦ A filosofia faz reflexões e críticas às ciências, seus valores, seus métodos, aos mitos; a religião; a arte; o próprio homem em sua vida cotidiana; uma história em quadrinhos ou uma canção popular; as práticas políticas, aos métodos científica; questiona a ética, a economia, a cultura e arte, dentre outras. ♦ A razão pode ser definida como a capacidade de: calcular, analisar e elaborar; julgar, distinguir o bem do mal e o verdadeiro do falso; raciocinar, isto é, de formar conceitos abstratos e organizá- los logicamente de maneira discursiva. ♦ Pensar filosoficamente significa abandonar preconceitos e crenças, através do uso da razão na busca pela verdade, por meio da reflexão e pensamento crítico. A ATITUDE FILOSÓFICA: (o que? Como? Por que?) Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê? E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas ideias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade? O que é o homem? O que é a paixão? O que é a razão? O que é o vício? O que é a virtude? O que é a liberdade? Como nos tornamos livres, racionais e virtuosos? Por que a liberdade e a virtude são valores para os seres humanos? Por que avaliamos os sentimentos e as ações humanas? Assim, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos; por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Nesse sentido, começamos a adotar o que chamamos de atitude filosófica. E agora “o que é Filosofia?” Pode ser: a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; sem antes havê-los investigado e compreendido. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões: Por quê? O quê? Para quê? 1°- Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos? 2°- O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos? 3°- Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos? Vimos que, o pensamento e as perguntas retornam a si mesmo. A REFLEXÃO FILOSÓFICA DIFERENÇA ENTRE REFLEXÃO FILOSÓFICA & ATITUDE FILOSÓFICA Enquanto a REFLEXÃO FILOSÓFICA ou atitude reflexiva é a maneira pelo qual o pensamento e as perguntas volta-se para si mesmo, interrogando (“o que é?”, “como é?”, “por que é?”), a si próprio sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas, isto é, sobre a capacidadee a finalidade humanas para conhecer e agir diante da realidade ao nosso redor; a ATITUDE FILOSÓFICA procura questionar, discordar, criticar, e buscar respostas e possíveis ações para o padrão social da sociedade na qual o filósofo vive diante das perplexidades, das dúvidas e incômodos cotidianos, possibilitando adotar uma postura crítica, reativa e afirmativa diante dos problemas e questões que abalam a vida cotidiana. A ATITUDE CRÍTICA Características da atitude filosófica: • Negativa - é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa” - ao estabelecido. • Positiva - é fazer uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, as tradições, a nós mesmos. É o interrogar sobre o porquê de tudo e acerca de nós. É uma interrogação sobre porque é assim e não de outra maneira: O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica. Nada é tido como absoluto ou plenamente satisfatório e, por isso, é questionado, o que leva a novas formulações e conceitos, e depois a outras reflexões; como fazia Sócrates. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico. QUAL A RELAÇÃO DA CORUJA COM A FILOSOFIA? Pelo fato da coruja ter a visão muito ampla, ver o que outros não veem e uma vigilância constante, essa ave, os antigos gregos, passou a ser o símbolo da filosofia na busca pelo conhecimento racional, em oposição ao conhecimento intuitivo. A constituição física do pescoço da coruja permite ela girar a sua cabeça até 270 graus (3/4 de uma volta completa) para observar tudo em sua volta através de vários ângulos sem movimentar o resto do corpo. Para os gregos, assim deve ser o filósofo; buscar apreender a totalidade das coisas investigando sob os mais diversos ângulos. Como a coruja é capaz de enxergar coisas numa escuridão total, os seus olhos representam a razão, (logos), instrumento utilizado pela Filosofia. A RAZÃO é capaz de iluminar as coisas mais sombrias e obscuras; trazendo à luz assuntos e problemas que a maioria das pessoas olham, mas não "enxergam". É capaz de transcender o imediato e trazer à tona aquilo que é encoberto pela ideologia e convenções sociais. A razão faz a Filosofia ser uma ciência que procura a verdade. A verdadeira Filosofia é inimiga dos dogmas, das verdades absolutas e eternas. POR QUE A CORUJA É O SÍMBOLO DA FILOSOFIA? Na mitologia grega, Athena, a deusa da sabedoria, tinha a coruja como a sua ave favorita. Para muitos povos, a coruja significava e significa mistério, inteligência, reflexão, o conhecimento racional e intuitivo e sabedoria. Mas, em muitas culturas a coruja por ser um animal noturno, e ser associada a sentimentos tenebrosos não a teve como símbolo de inteligência. O mito foi a primeira forma de dar significado ao mundo. Mito é uma narrativa que explicava a origem das coisas por intermédio dos deuses e da relação divina e humana; antes da filosofia. É um modo fantasioso, não-crítico, anterior a toda reflexão de estabelecer algumas verdades e que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana. O mito acomodava e tranquilizava o homem em face ao mundo assustador, dando-lhe a confiança através de suas ações mágicas. O mito, portanto, é uma primeira fala sobre o mundo, uma primeira atribuição de sentido ao mundo e que não admite contestação. A sua aceitação, então, acontece através da fé e da crença. Quando pensamos em mitos de hoje (super-heróis dos desenhos animados como o Superman; as festas de formatura; de Ano Novo; os trotes dos calouros; o baile de quinze anos; enquanto no campo político, são certas figuras transformadas em heróis, que vai solucionar os problemas como a inflação, a corrupção, os privilégios e demais mordomias); imediatamente lembramos de alguns mitos gregos, como o de Pandora que abriu a caixa proibida soltando todos os males, restando somente a esperança; ou ainda do saci-pererê, de Tupã e outras lendas que povoaram a nossa infância e que têm origem nas culturas indígena ou africana. O QUE É O MITO? – mito de Eros, Prometeu, Pandora O MITO DE EROS EROS: deus do amor, da paixão. Sua principal função era unir as pessoas por meio de suas flechas mágicas. Esse deus representava o amor verdadeiro e na mitologia romana ele é chamado de cupido. Eros é um jovem alado muito belo e que carrega um arco e flecha. Pode estar associado ao coração flechado. MITO DE EROS - Há diversas versões do mito de Eros, porém a mais conhecida é que ele foi fruto da união de Afrodite e Ares. Além dele, o casal teve mais seis filhos: Anteros, Deimos, Fobos, Harmonia, Himeros e Pothos. Eros foi uma criança muito mimada e por isso, seu aspecto era sempre muito infantil. Quando Afrodite teve seu segundo filho com Ares, Anteros, Eros começou a se tornar um homem muito belo. Ele era muito corajoso, astuto, travesso e sempre estava em busca de intrigas. Foi assim que durante muito tempo lançou suas flechas nas pessoas para que elas se apaixonassem. Companheiro constante de sua mãe, muitas vezes ele lançava suas flechas a pedido dela. A relação mais famosa de Eros é com Psiquê, uma princesa. Incumbido de lançar uma flecha na moça e numa criatura muito feia, ele errou e acabou se acertando. Isso porque sua mãe, Afrodite, ficou invejada com a beleza de Psiquê e pediu ao filho para que ela se apaixonasse por um monstro. Entretanto, seu plano não deu certo e ele se apaixona perdidamente por Psiquê e com ela tiveram Hedonê (ou Volúpia), a deusa do prazer. Eros casou-se com ela, mas a condição era que Psiquê nunca visse seu rosto. No entanto, numa noite, ela viu a beleza do rosto de seu amado. Nesse momento, ele acordou e sentiu-se traído por sua mulher. A partir disso, eles cortam as relações, mas ambos ficam perdidos e Eros resolve pedir a ajuda de Zeus, para que ela se torne imortal. Assim, psiquê se alimenta com ambrosia e néctar dos deuses e torna-se uma deusa imortal. SABERES POPULARES – O QUE É ISSO? SABERES POPULARES, é o mesmo que senso comum. É um conjunto de conhecimentos elaborados por pequenos grupos (famílias, comunidades), fundamentados em experiências ou ou crenças e superstições ou hábitos, e transmitidos de um indivíduo para outro. São adquiridos pela observação e pela repetição, sem serem testados cientificamente; mas, culturalmente aceitos. São conhecimentos obtidos empiricamente, a partir do “fazer”, que são transmitidos e validados de geração em geração, principalmente por meio da linguagem oral, de gestos e atitudes (GONDIM, 2007). Os saberes populares, manifestados como chás medicinais, artesanatos, mandingas, culinária, entre outros, fazem parte da prática cultural de determinado local e grupo coletivo. Exemplos de saberes populares, podemos destacar: a) falar que comer manga com leite faz mal à saúde; b) falar que jogar o dente no telhado da casa contribui para uma dentição mais saudável; c) o número 13 é considerado de má sorte, especialmente quando cai numa sexta-feira. Muitas pessoas evitam fazer viagens, reuniões ou negócios neste dia; d) tomar banho após comer faz mal; e) chá de camomila ou maracujá acalma; f) o café atrasa o crescimento. SAGRADO E PROFANO: De acordo com o Novo Dicionário Aurélio (2004), o sagrado é “Concernente às coisas divinas, à religião, aos ritos ou ao culto; sacro, santo.” E, o profano não pertencente à religião.
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