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27/06/2021 UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo Da Vinci - Portal do Aluno - Portal do Aluno - Grupo UNIASSELVI https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/notas/request_gabarito_n2.php?action1=MDI2OUZQSA==&action2=SElEMDI=&action3=NjcwNDI… 1/2 Acadêmico: Fernanda de Paula (2659413) Disciplina: História da África (HID02) Avaliação: Avaliação Final (Discursiva) - Individual Semipresencial ( Cod.:670422) (peso.:4,00) Prova: 30563170 Nota da Prova: 8,00 1. A Organização das Nações Unidas - ONU - promoveu em Genebra, na Suíça, duas conferências que trataram dos temas referentes à discriminação racial e racismo (1978) e apartheid (1983). No ano de 2001, a Conferência de Durban, na África do Sul, tratou de um amplo leque de temas e procurou avaliar os avanços na "luta contra o racismo, contra a discriminação racial e as formas correlatas de discriminação, a avaliação dos obstáculos que impedem o avanço e seus diversos contextos, bem como a sugestão de medidas de combate às expressões de racismo e intolerâncias". Dentre as ações resultantes desta conferência, o Brasil assumiu a responsabilidade de promover a valorização da contribuição africana para a formação do nosso país, através do sistema educacional e a adoção do sistema de cotas para negros nas universidades. Contudo, sabemos que, para a efetivação destas ações, precisamos romper com algumas barreiras, entre elas a atitudinal. Neste contexto, disserte sobre os desafios que o professor pode enfrentar no processo de ensino e aprendizagem sobre a história da África e dos povos africanos. FONTE: História geral da África, V: África do século XVI ao XVIII/editado por Betohwell Allan Ogot. -Brasília: UNESCO, 2010. Resposta Esperada: O professor vai se deparar com problemas que dizem respeito às fontes para o ensino de história, isto porque há produções acadêmicas que pretendem desnaturalizar e desmistificar a imagem negativa e errônea que se construiu sobre a África e os povos africanos ao longo do tempo, contudo, nem sempre esses novos conhecimentos chegam até a escola. Isto porque existe um descompasso entre a produção acadêmica e os saberes que circulam nos espaços da educação básica. Além disso, o professor terá que desconstruir os estereótipos e preconceitos que povoam o imaginário social com relação à África. Dizemos isso porque o tráfego negreiro e a colonização causaram grandes danos ao estudo do passado africano e foram determinantes para o surgimento de estereótipos raciais criadores de desprezo e incompreensão, tão profundamente consolidados na nossa historiografia. Estes povos foram marcados pela pigmentação de sua pele, transformados em mercadoria e condenados ao trabalho forçado, sendo assim, o africano passou a simbolizar, na consciência de seus colonizadores, uma essência racial imaginária e ilusoriamente inferior. Este processo de falsa identificação depreciou a história dos povos africanos. Além disso, desde que foram empregadas as noções de brancos e negros, para nomear genericamente os colonizadores, considerados superiores e os colonizados, os africanos foram levados a lutar pela dupla servidão: a econômica e a psicológica. 27/06/2021 UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo Da Vinci - Portal do Aluno - Portal do Aluno - Grupo UNIASSELVI https://portaldoalunoead.uniasselvi.com.br/ava/notas/request_gabarito_n2.php?action1=MDI2OUZQSA==&action2=SElEMDI=&action3=NjcwNDI… 2/2 2. A historiografia da Diáspora Africana fornece informações sobre o tráfico de escravos africanos desde da Antiguidade. A coleção "História Geral da África" da Unesco sugere que, devido à escassez de documentação, é difícil precisar quando os primeiros africanos chegaram à Europa, mais precisamente na Península Ibérica. É provável que tenham sido capturados nas franjas do Saara já com as rotas de longa distância transaarianas consolidadas. Africanos também participaram, no ano de 711, da campanha muçulmana na Europa. Nos séculos seguintes, marcados por guerras incessantes entre o islã e a cristandade, eles combateram como soldados e trabalharam como escravos. De fato, a partir do século XIII, nas feiras de Guimarães, no Norte de Portugal, encontravam-se mouros, mercadores de escravos vendendo africanos oriundos das regiões situadas ao Sul do Saara. Porém, a partir do século XV, com a expansão portuguesa no norte e costa atlântica da África, o fluxo de africanos escravizados cresce consideravelmente e serve de prelúdio para o aumento, em escala, da captura e transporte de africanos em virtude da crescente demanda por mão de obra escrava no continente africano. Com base no exposto, disserte sobre as diferenças entre os efeitos do comércio de escravos na Antiguidade e comércio de escravos na Idade Moderna, dominado pelos europeus. FONTE: OGOT, Bethwel Allan (org.). História Geral da África V: África do Século XVI ao XVIII. Brasília: Unesco, 2010. Resposta Esperada: *De acordo com a historiografia da escravidão, o comércio de escravos, com origem no continente africano, para algumas regiões no Oriente Médio e sul da Europa, já existia na Antiguidade e Idade Média via rotas de longa-distância que cruzavam o Saara e o Oceano Índico. *Contudo, a utilização da mão de obra escrava, aspectos sociais e padrões demográficos diferiam entre a escravidão na Antiguidade e Medievo e a escravidão surgida no continente americano. Por exemplo, os cativos africanos enviados para o mundo islâmico pela rota transaariana eram, na maioria, do sexo feminino e destinavam-se a servidão doméstica, incluindo sexual, e a minoria, do sexo masculino, era utilizada como escravos-soldados. *Já no tráfico atlântico, a maioria do cativos era do sexo masculino, inicialmente destinados à atividades agrícolas. Em consequência da crescente demanda de escravos, a escravização intensiva, em certas regiões africanas, causa um impacto negativo na demografia das sociedades locais. *Dessa maneira, podemos dizer que uma das principais diferenças entre a escravidão na Antiguidade e Idade Média e a escravidão moderna, no continente americano, foi o impacto considerável causado pela escala maciça do tráfico atlântico em determinadas regiões africanas.
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