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A teoria da separação de poderes e a divisão das funções autonomas- resenha

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CONTEXTO HISTÓRICO PARA A TEORIA DE DIVISÃO DE PODERES
Ao longo de toda história da raça humana, as sociedades eram regidas por um poder acima de suas cabeças que, além de confinar os indivíduos, limitava liberdades em desvantagem de segurança e estabilidade, além de determinar leis, na Grécia antiga no período da democracia ateniense. Deste modo, podemos dizer que o homem optou, devido a busca pela segurança de sua propriedade, família e riquezas, atribuir a outrem poder sobre si, através do monopólio da força, a fim de organizar uma sociedade justa, impedindo a espoliação, o assassinato, os crimes contra a vida, liberdade e propriedade. A gênese da teoria da separação dos poderes encontra-se em Aristóteles (382-322 a.C.). Na sua obra, “A Política”, o filósofo isolou três tipos distintos de atos estatais, quais sejam: o ato deliberativo, o executivo e os atos judiciais. No entanto, ele não tratou da funcionalidade dessa separação; não instituiu a independência entre poderes, o que só fora feito posteriormente. Tal estudo, contudo, não influenciou os governantes que o seguiram.
CONCEITO DE DEMOCRACIA MODERNA DE MONTESQUIEU E LOCKE E SUA INFLUENCIA ATÉ A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Só com Montesquieu se tem a Teoria da Separação de Poderes tal qual se conhece hoje, trazendo a indicação dos mesmos como sendo o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, bem como a ideia de que estes poderes são harmônicos e independentes entre si. Locke, então, propunha um tipo de governo limitado, que seria exercido mediante um contrato entre a sociedade e o governante, evitando-se o caos e possibilitando a emergência do governo constitucional. A constituição seria o contrato estabelecido entre o governante e o povo para que ele pudesse governar. O governante poderia ser destituído a qualquer tempo pelo povo, sendo esse um dos aspectos marcantes da doutrina de Locke. Foi ele o primeiro a delinear os contornos da teoria da separação dos poderes. Neste sentido, esta foi a prescrição das Constituições que pregariam a não separação de poderes implicaria na ausência de democracia. Esta separação é vista em alguns momentos históricos com a Declaração de Direitos da Virgínia de 1776, porém o maior enfoque se dá através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada na França em 1789, no seu artigo 16. No que diz respeito ao Brasil, suas Constituições sempre consagraram normativamente a clássica doutrina que separa os “poderes” (em verdade, as funções) em Legislativo, Executivo e Judiciário. A Constituição de 1824 trouxe ainda a previsão de um quarto poder, o chamado Poder Moderador, atribuído ao Imperador, e cuja existência era justificada na eventual necessidade de arbitramento de conflito entre os três poderes. Da forma como foi concebido, O Poder Moderador situava-se hierarquicamente acima dos demais poderes do Estado. A contribuição que Montesquieu deu à história da separação de poderes foi imensa. Conforme afirma Ana Carolina Marnieri Pizaia “(...) Ele não foi o primeiro buscar uma solução para que o poder não ficasse centralizado nas mãos de apenas uma pessoa ou de um pequeno grupo, porém foi ele que após muita análise explicou de maneira mais clara e eficaz uma forma que contribuísse para melhor funcionalidade entre governo e população”. Tal separação é essencial para o estabelecimento e manutenção da liberdade política para que o governo seja dividido em três ramos independentes e harmoniosos, inclusive a Constituição Federal de 1988. Mesmo propondo a divisão entre os poderes, Montesquieu aponta que cada um destes deveria se equilibrar entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. Dessa forma, cada poder não poderia ser desrespeitado nas funções que deveria cumprir. Ao mesmo tempo, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário ou extrapolava suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra
tal situação desarmônica.
CONCLUSÃO: CONSTITUCIALISMO MODERNO, PODER DO TCU E STF
O constitucionalismo moderno teve início lá em 1688 durante a revolução inglesa, se estendeu na revolução americana em 1776 e foi até a revolução francesa no ano de 1789. Foi um movimento cuja noção de Constituição envolve uma força capaz de limitar e vincular todos os órgãos do poder político que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturalmente da organização político-social, especialmente, liberdade de uma comunidade. Com a retomada da democracia e a promulgação da Constituição de 1988, abriu-se uma nova ordem constitucional do Estado, novos meios de garantia de direitos fundamentais, um deles é garantia de que todos os direitos que viriam pós promulgação não atingiriam o novo Estado Democrático de Direito, surge então um novo modelo de controle de constitucionalidade, instituindo a competência originária e precípua da guarda da Constituição de 1988. Com isso a Constituição de 1988 define não apenas caberá ao STF o controle de constitucionalidade como também todas as suas decisões terão repercussão sobre os poderes Legislativo e Judiciário. De início é importante frisar que o Tribunal de Contas é incumbido de auxiliar todos os órgãos da administração pública na realização de seu controle interno. O Tribunal de Contas se faz presente com grande importância na sociedade brasileira. Sua competência alcança não só a análise da mera legalidade formal, como ocorria antes, mas também verifica os atos dos administradores, gestores e órgãos, em consonância com os princípios constitucionais, em especial a moralidade administrativa, eficiência, legitimidade, economicidade, e ainda os valores do ordenamento jurídico e do planejamento da administração direta ou indireta. Agora, a respeito do TCU, faz-se o seguinte questionamento: O Tribunal de Contas é vinculado ao Poder Legislativo ou é um órgão independente dos poderes da República? As funções do Tribunal de Contas são então expressas no Texto Constitucional, já havendo manifestação do Supremo Tribunal Federal, quanto ao tema: O Tribunal não é preposto do Legislativo. A função, que exerce, recebe-a diretamente da Constituição, que lhe define as atribuições contudo, as discussões a respeito do tema ainda são diversas, alguns afirmam ser este como órgão integrante do Poder Legislativo, considerando que fiscalizar faz parte das atribuições típicas do Legislativo, enquanto outros entendem o mesmo ser independentes e autônomos. Isto é, ele apenas auxilia o poder Legislativo sem se subordinar. Não obstante as várias interpretações constitucionais, o entendimento majoritário é no sentido de ser o TCU um órgão de extração constitucional, independente e autônomo, que auxilia o Congresso Nacional no exercício do controle externo. Neste contexto, ele vai auxiliar fornecendo informações, pareceres e relatórios sobre as contas dos agentes políticos, na tutela da legalidade e controle interno da Administração e Judiciário, orientando a atuação destes poderes e controlando os administradores do patrimônio e valores públicos, consoante dispõem os artigos 70 a 75 da Constituição Federal. Sendo assim, ele vem a ser então um órgão auxiliar, não sendo o mesmo um quarto poder, como acreditam alguns doutrinadores. Já outra parte da doutrina entende que o Tribunal de Contas exerce função jurisdicional, não pelo emprego da palavra “julgamento” no Texto Constitucional, mas sim pelo sentido definitivo da manifestação da Corte. A formação do Estado contemporâneo se dá por meio das revoluções burguesas e liberais que vieram a derrubar antigo estado absolutista, os ideais iluministas difundidos à época deram base teórica á nova estruturação jurídica do Estado que estava a nascer, a novidade do novo Estado não está em uma revolução das estruturas sociais, mas se deve perceber que esta nova conjugação incorpora características inéditas ao modelo tradicional. O experimento do constitucionalismo moderno é o cume e o apogeu da filosofia moderna. E a atual desconstrução por que passa é o prelúdio do fim desta mesma filosofia.

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