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Bioquímica da Cárie Definição · É uma doença açúcar biofilme dependente. · Caracterizada pela perda de minerais da estrutura dental, causada pelos ácidos produzidos pelas bactérias do biofilme. “Conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde”. “Ausência de saúde”. Dolentia -> dor “Um estado que ao atingir um indivíduo provoca distúrbios das funções físicas e mentais”. Diagrama de Keys modificado · Fatores etiológicos primários: - Hospedeiro susceptível (com dentes). - Microbiota cariogênica da placa dental (biolfilme). -Substratos da dieta, os quais são metabolizados pelos microrganismos da placa (sacarose). - Tempo. · Fatores etiológicos secundários: - Progressão. - Severidade. Nutrição x Dieta · Dieta Cariogênica: - Monossacarídeos: Glicose, xilitol, sorbitol, frutose, manitol. - Oligossacarídeos: Sacarose, lactose, maltose, galactose. - Polissacarídeos: Amido. Curva de Stephan · pH 5.5: pH critíco para o início da dissolução dos minerais do dente. · Mineral do dente: Hidroxiapatita (HAP)/fosfato de cálcio. Curva de Stephan em um indivíduo com consumo de 1 porção de açúcar e 5 porções de açúcar. Sacarose · Formada de: Glicose + Frutose. · Sacarose > Glicose + Frutose. · A sacarose possui um potencial cariogênico maior do que glicose e frutose somados, pois a própria quebra da ligação sacarose, já está servindo para a formação do biofilme. Lactose · Formada de: Glicose + Galactose. · Amamentação e Cárie: - Protetor até 12 meses. - Aumento do risco à cárie além de 12 meses. Amido · Formado de: Amilose + Amilopectina. · Polissacarídeo. · Conformação espacial. · Amido tem potencial cariogênico? - Não possui se estiver sozinho. - Sim, pois não encontramos ele sem a presença de sacarose. · Adoçantes não calóricos: - Sacarina. - Sucralose. Potencial anti-cariogênico. - Estévia. - Aspartame. - Ciclamato. - Acessulfame-K. · Substitutos do açúcar: - Tem valor nutricional. - Não estimulam a secreção de insulina. - Não elevam a concentração de glicose no sangue. - Não aumentam a atividade da lipase-lipoproteína. - São indicados para o controle da diabetes e da obesidade. · Desvantagem: Podem induzir diarréia osmótica, quando consumidos em grandes quantidades. · Sorbitol: - Açúcar-álcool. - Pode ser encontrado naturalmente em algumas frutas. - Pode ser fermentado por S. mutans, porém em velocidade mais lenta que a sacarose. · Xilitol: - Penitol. - Pode ser encontrado em algumas frutas e vegetais. - Sensação de frescor bucal. - S. mutans não metaboliza o xilitol. - Xilitol exerce o efeito bacteriostático sobre S. mutans. Orientação da dieta · Cuidado! O açúcar tem muitos nomes: - Polímeros de glicose. - Xarope de milho. - Maltodextrina. - Xarope de glicose. - Fruto-oligossacarídeo (FOS). - Isomalto-oligossacarídeo (IMO). Influência do padrão de ingestão · Vai depender de uma série de coisas: - Concentração do açúcar. - Consistência do alimento. - Frequência de ingestão. - Taxa de solubilização da saliva. - Posição do alimento. Biofilme · Biofilme é uma espécie de película protetora para comunidades microbianas viverem aderidas em superfícies. · Nem todo mundo que possui biofilme vai ter cárie se conseguir remover o biofilme antes do processo de desmineralização do dente. · Todo paciente que tem uma cárie, tinha biofilme. · Película adquirida: fina camada de saliva que recobre todos os dentes. - Absorção de proteínas e glicoproteínas da saliva. - Acelular. - Proteção do esmalte. - Reservatório de íons flúor. - Entre 10-20h depois, vai ocorrer a aderência de microrganismos. · Síntese de polissacarídeos: · O S. mutans é uma bactéria que consegue produzir esses polissacarídeos. · Ele possui uma enzima chamada de glicosiltransferase. · Essa enzima vai quebrar a sacarose em glicose e frutose. · Essa glicose que foi quebrada, vai ser unida com outra glicose e outra glicose e outra glicose, formando assim o polissacarídeo glucano. · Esse polissacarídeo é um importante constituinte do biofilme. · O glucano é formado por ligações glicosídicas do tipo alfa 1-6 e do tipo alfa 1-3. · A ligação do tipo alfa 1-6 é solúvel em água. · A ligação do tipo alfa 1-3 é insolúvel em água. · Produção dos ácidos: · As bactérias precisam fazer a metabolização da glicose para a obtenção de ATPs. · Durante o mecanismo de transporte da bactéria para colocar essa glicose para dentro da sua célula, ela vai produzir uma espécie chamada de Piruvato. · Esse piruvato é tóxico para as células bacterianas. · Então, a bactéria vai transformar o piruvato em uma espécie que não seja muito tóxica, ou que se torne tóxica em grandes quantidades (ácido lático e ácido acético). · O processo de fermentação, é uma forma de como uma bactéria obtém energia, e obtém no final a produção de um subproduto, como o ácido lático. · Acidogênicas: bactérias que produzem ácidos. · Acidúricas: bactérias que sobrevivem no meio ácido. · Então, as bactérias da doença cárie são acidogênicas e grande maioria delas são acidúricas. · Teoria Acidogênica: · Perda de Minerais: · Os ácidos estão sendo produzidos entre o dente e o biofilme. · A grande concentração de ácido vai causar a saída de íons cálcio e íons fosfato de dentro do dente. · Temos então a hidroxiapatita insolúvel, que na presença de ácidos ela vai se transformar em ortofosfato de cálcio insolúvel. E se continuar aumentado a presença de ácidos, vamos ter a transformação em ortofosfato de cálcio solúvel (só ocorre se o pH for menor que 5.5). Com isso, vamos perdendo o fosfato e o cálcio do dente. · Se acontecer o aumento do pH, se ele começar a subir novamente depois que fizer a remoção dos ácidos/remoção do biofilme, vai acontecer a fase de remineralização do dente, que é o ortofosfato de cálcio solúvel se convertendo em hidroxiapatita novamente. · Se o flúor estiver presente na película adquirida, ele vai entrar formando a fluorapatita, que é um mineral mais resistente à dissolução ácida do que a hidroxiapatita. · pH de dissolução da hidroxiapatita: 5.5 · pH de dissolução da fluorapatita: 4.5
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