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Olá futuro(a) doutor(a) e aluno do Explique Direito! Sinta-se com sorte, pois você acabou de adquirir gratuitamente a que te auxiliará nas anotações do conteúdo! Além da estrutura da apostila ser compatível com a explicação das aulas, foram incluídas algumas dicas de estudo que proporcionará um aprendizado mais rápido e eficaz, portanto é só imprimir e aproveitar o melhor curso de Teoria Geral dos Recursos do Youtube! Atenciosamente, Professor Iago Inael dos Santos. Aperte o Play vire a página e bons estudos! ESTÁ UTILIZANDO SMARTPHONE OU TABLET? ENTÃO PEGUE UM ATALHO COM O QR CODE E VÁ DIRETAMENTE PARA A AULA SUMÁRIO INTRODUÇÃO (AULA 01) .................................................................................................... 1 Recursos extraordinários .................................................................................................... 2 Recursos Ordinários ........................................................................................................... 3 Juízo a quo e juízo ad quem............................................................................................... 4 Conceitos de recursos ........................................................................................................ 5 Exercícios para fixação ...................................................................................................... 6 CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES (AULA 02) ................................................................ 8 Objetivo do recorrente ........................................................................................................ 9 Impedimento da preclusão temporal e efeitos das decisões judiciais ............................... 11 Sistema de interposição ................................................................................................... 13 Atos sujeitos à recursos ................................................................................................... 15 Exercícios para fixação .................................................................................................... 16 PRINCÍPIOS PARTE I (AULA 03) ....................................................................................... 18 Princípio do duplo grau de jurisdição ................................................................................ 19 Princípio da taxatividade .................................................................................................. 21 Princípio da singularidade ................................................................................................ 22 Exercícios para fixação .................................................................................................... 26 PRINCÍPIOS PARTE II (AULA 04) ...................................................................................... 28 Princípio da fungibilidade ................................................................................................. 29 Princípio da proibição da reformatio in pejus .................................................................... 33 Exercícios para fixação .................................................................................................... 35 PRINCÍPIOS PARTE III (AULA 05) ..................................................................................... 36 Princípio da voluntariedade .............................................................................................. 37 Princípio da dialeticidade .................................................................................................. 40 PRINCÍPIOS PARTE IV (AULA 06) ..................................................................................... 41 Panorama geral da fundamentação recursal .................................................................... 42 Princípio do tantum devolutum quantum apellatum .......................................................... 43 Princípio da consumação x princípio da singularidade ..................................................... 44 Princípio da consumação – peça recursal ........................................................................ 45 Princípio da complementaridade ...................................................................................... 48 Informação muito importante ............................................................................................ 49 Exercícios para fixação .................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 53 1 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL INTRODUÇÃO No dia-a-dia visualizando os colegas da faculdade, percebi que muitos têm dificuldade em distinguir SENTENÇA de DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, o que é muito importante quando se trata dos recursos. Sendo assim, o primeiro passo para começar a entender essa diferença é efetuando a leitura do artigo 203 do código de processo civil, que estabelece: Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º. (ou seja, não põe fim a fase cognitiva) [...] Após a leitura do artigo, fica claro que a sentença serve para finalizar a fase cognitiva, enquanto que a decisão interlocutória serve para o juiz se pronunciar numa das fases processuais, sem que finalize a fase cognitiva. Deste modo, a explicação mostra de forma detalhada a diferença entre esses pronunciamentos; acompanhe a ilustração abaixo junto com a aula: PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 2 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Outro detalhe importantíssimo, antes de se aprofundar na matéria, é a diferença entre os gêneros: Recursos Ordinários e Recursos Extraordinários. Aprender isso vai ajudar sua compreensão nas aulas que estão por vir. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS GÊNERO O legislador anteviu esses recursos no intuito de assegurar o direito coletivo (objetivo). São previstos no ordenamento processual com o objetivo de viabilizar no caso concreto uma melhor aplicação da lei federal e constitucional; permitindo a preservação de tais normas. Sabemos que a constituição e a lei federal são de interesse coletivo, pois, qualquer afronta direta a elas prejudica a boa aplicação do direito, e reflexamente, causa insegurança jurídica. Sendo assim, toda vez que você estiver diante de uma afronta a constituição ou lei federal, você deverá interpor umas das espécies de Recursos Extraordinários. São elas: ESPÉCIES: I. RECURSO ESPECIAL (REsp) – STJ (C.F. art. 105, III) II. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – STF (C.F. art. 102, §3º) III. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA (C.P.C. art. 1.043) IV. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO Obs.: A doutrina critica o legislador por ter dado o nome de recurso extraordinário como espécie, pois o gênero já tem esse nome, o que resulta em confusão aos acadêmicos. ATENÇÃO! EFETUE A LEITURA DOS ARTIGOS FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 3 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL RECURSOS ORDINÁRIOS GÊNERO O legislador anteviu esses recursos no intuito de assegurar o direito individual (subjetivo).Sendo assim, se a previsão legal não estabelecer que o recurso é EXTRAORDINÁRIO, o recurso será considerado ORDINÁRIO. ESPÉCIES: No código de processo civil temos as seguintes espécies de recursos ordinários: I – Apelação (Art. 1.009, C.P.C.); II – Agravo de Instrumento (Art. 1.015 C.P.C.); III – Agravo Interno (Art. 1.021 C.P.C.) e; IV – Embargos de declaração (Art. 1.022 C.P.C.). Além dessas espécies acima, cabe aqui uma importante atenção acerca de outras espécies recursais ligadas aos tribunais. São duas: I – Recurso ordinário – STJ (C.F. Art. 105, II e alíneas) II – Recurso ordinário – STF (C.F. Art. 102, II e alíneas) OBSERVAÇÃO SOBRE A LEI FEDERAL: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ART. 22 C.F.: CÓDIGO PENAL, CÓDIGO CIVIL, CÓDIGO TRIBUTÁRIO, C.L.T., CÓDIGO PROCESSUAL CIVIL, CÓDIGO PROCESSUAL PENAL, CÓDIGO COMERCIAL, CÓDIGO ELEITORAL, ETC. JUÍZO “A QUO” E JUÍZO “AD QUEM” ATENÇÃO! EFETUE A LEITURA DOS ARTIGOS C.F. LEI FEDERAL FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 4 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Por fim iremos aprender o que é juízo a quo e juízo ad quem. Isso é importante, pois é a nomenclatura dos tribunais, então seja na sua prova ou na profissão, será corriqueiro você visualizar essas pronúncias, e se você não entender certinho, terá dificuldades. Além disso não aceito aluno do explique direito errar isso. Então vamos lá! = FÓRUM DE JUSTIÇA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 5 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL CONCEITOS DE RECURSO MARCUS VINICIUS RIOS GONÇALVES1: Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão. MÉTODO MNEMÔNICO: ____-____-____-____ = ___________________. DANIEL AMORIM DE ASSUMPÇÃO NEVES2: O conceito de recursos deve ser construído partindo-se de cinco características essenciais a esse meio de impugnação: I. Voluntariedade II. Expressa Previsão em lei federal III. Desenvolvimento no próprio processo no qual a decisão impugnada foi proferida IV. Manejável pelas partes terceiros prejudicados e Ministério Público V. Com o objetivo de Reformar, Anular, Esclarecer ou Integrar a decisão MÉTODO MNEMÔNICO: ____-____-____-____ = ___________________. 1 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2016. (p. 1.005) 2 NEVES, Daniel Amorim de Assumpção. Manual de direito processual civil. 8.ed. Salvador: JusPodivm, 2016. (p. 2.593) CORRENTE MAJORITÁRIA PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 6 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO VOCÊ TEM APENAS 20 MIN. 1. Disserte qual a diferença entre sentença e decisão interlocutória. (VALE 3,00 pts.) 2. Diga quais são os gêneros recursais que existem, e especifique suas espécies recursais fazendo uma breve explicação acerca dos artigos que você efetuou a leitura. (VALE 5,00 pts.) 3. “O juízo “a quo” é somente o primeiro grau (fórum de justiça)” e o juízo “ad quem” é as instâncias superiores. Essa afirmação está correta? Justifique. (VALE 2,00 pts.) 7 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL MODELO DE RESPOSTAS 1. De acordo com o artigo 203 do Código de Processo Civil a sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, já a decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não põe fim à fase cognitiva, mas resolve uma matéria – urgente ou não – pendente de decisão prévia no processo. 2. Os gêneros recursais existentes são os Recursos Extraordinários e os Recursos Ordinários. Os Extraordinários tem como espécies o Recurso Especial (Resp), Recurso Extraordinário, Agravo em Recurso Especial e Extraordinário e Embargos de Divergência, já os Ordinários comporta 6 (seis) espécies, quais sejam: a Apelação, o Agravo de Instrumento, o Agravo Interno, os Embargos de Declaração, o Recurso Ordinário para o STJ e o Recurso Ordinário para o STF. Os Recursos Extraordinários serão julgados pelo STJ – através de Recurso Especial (Resp) toda vez que houver decisão judicial que contrarie ou negue a vigência de tratado, ou Lei Federal, também nos casos em que julgar válido ato de governo local contestado em face de Lei Federal, ou até quando houver decisão que atribua interpretação de Lei Federal divergente de outro tribunal que já tenha atribuído – e pelo STF através de Recurso Extraordinário quando a decisão judicial contrariar dispositivo da Constituição, declarar inconstitucionalidade de tratado ou Lei Federal, julgar válida Lei ou ato de governo local contestada em face de Lei Federal. Quanto aos Recursos Ordinários, eles serão interpostos ao Órgão AD QUEM, o qual terá legitimidade para reanalisar a matéria em discussão. Os Recursos Ordinários ao STJ ocorrerá nos casos em que houver discussão de decisão acerca de Habeas Corpus, Mandados de Segurança e causas que forem partes Estados Estrangeiros ou organismo internacional de um lado e/ou do outro lado pessoa residente no País; e ao STF ocorrerá nos casos em que houver decisão acerca de Habeas Corpus, Mandado de Segurança, Habeas Data, Mandado de Injunção e crime político. 3. Não, pois a nomenclatura do órgão “A QUO” É utilizada para especificar a instância que está tendo a decisão impugnada, por esta lógica, podemos considerar o Tribunal de Justiça como órgão “A QUO” quando houver recurso diretamente ao STJ ou STF. 8 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES AULA 02 Você é esforçado(a) em! Já está aqui na segunda aula. Espero que esteja gostando. Você deve estar sempre motivado(a)! Não desanime, pois, todo começo é difícil, mas depois de entender os conceitos principais a matéria ficará simples! O seu aprendizado dependerá da sua perseverança! Falando nisso, você sabe me dizer a diferença de um aluno(a) e um(a) estudante? O(a) aluno(a) é aquele(a) que assiste as aulas, presta atenção nos exemplos e efetua as anotações importantes (Aprende de forma passiva). O(a) estudante é aquele(a) que estuda sozinho(a), que pesquisa, que se aprofunda na matéria (Aprende de forma ativa). Sendo assim, sugiro que você aprenda de forma passiva, e posteriormente de forma ativa agregando ainda mais conhecimento doutrinário. Bons estudos! 9 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL OBJETIVO DO RECORRENTE Existem características importantes acerca do objetivo do recorrente quando interpõe seu recurso para uma reanálise. E esse objetivo, depende de qual vício processual existe. Pode ser um vício de procedimento, ou até um vício na decisão judicial. Então vamos entender o primeiro vício, me acompanhe na ilustração: Foi fácil né? Então toda vez que você perceber que o(a) juiz(a) desrespeitou algum ato processual previsto em lei, existirá um errores in procedendo. Nesse caso seu pedido deve ser sempre a anulação/invalidação da sentença, pois será necessário que o(a) juiz(a) corrija o vício e realize o ato que havia descumprido. Além disso, após a correção do vício, o(a) magistrado(a) proferirá uma nova sentença,pois aquela proferida anteriormente, tornou-se inválida. PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 10 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL O próximo vício ocorre nas hipóteses de defeito na decisão, ou seja, a magistrada viola alguma norma ou efetua uma má aplicação da lei no caso concreto. Nesse caso estaremos diante de um error in judicando. Segue o exemplo abaixo com muita atenção: O caso hipotético se resume num dano provocado pelo réu, há 5 anos antes da propositura da petição inicial. Mas o réu alega em sua contestação, que o direito de requerer do estado uma condenação de reparação de danos já está prescrita por força do artigo 206, §3º, V, do código civil. Deste modo, a magistrada acolhe a alegação do réu, e profere sua sentença alegando a prescrição do direito de reparação de dano. Neste caso, o autor (sucumbente) percebe que a juíza se equivocou e não respeitou o artigo 198, I, do código civil, pois na data dos fatos ele tinha apenas 14 anos (absolutamente incapaz). Sendo assim estamos diante de um errores in judicando e nesse caso, o sucumbente deverá recorrer ao juízo ad quem pedindo uma Reforma/Modificação da decisão judicial. PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA Errores in judicando TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA PREJUDICADO FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 11 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL IMPEDIMENTO DA PRECLUSÃO TEMPORAL E EFEITOS DAS DECISÕES JUDICIAIS Você já aprendeu a diferença entre sentença e decisão interlocutória, sendo assim, vamos começar a entender como vai ocorrer a preclusão e os efeitos das decisões. O primeiro exemplo dado em aula, é sobre a decisão interlocutória, sendo que, para que o recorrente interponha recurso de Agravo de Instrumento, ele DEVE estar numa das hipóteses do artigo 1.015 do Código de Processo Civil. Obs.: Se o Recorrente não estiver dentro das hipóteses do rol do agravo de instrumento (art. 1.015 e incisos), não poderá o interpor. Copie a observação acima para memorizar: Se o sucumbente da decisão interlocutória, estiver dentro das hipóteses do artigo 1.015, surge para ele o lapso temporal para interposição de recurso, sendo que, esse prazo só começa a contar a partir da data que a decisão foi publicada no DJe (Diário de Justiça eletrônico). O link abaixo te levará para o DJe do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. DJe - TJSP Demais recursos: INTERPOR Obs.: Exceto: Embargos: OPOR PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA Lapso tempo ral D . J . e Art. 1.015 https://www.dje.tjsp.jus.br/cdje/index.do;jsessionid=904E03097EDCF133765EE6CB%20860DFD6B.cdje2 12 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Podemos concluir que o lapso temporal de 15 dias ficará à espera da interposição dos recursos, e se caso o sucumbente o interpor, não haverá preclusão temporal. Obs.: Passado o lapso temporal de 5 dias, haverá preclusão temporal para oposição de embargos se este não tiver sido oposto. No caso da sentença, temos algumas peculiaridades a serem observadas. Sabemos que a sentença finaliza a fase cognitiva, neste caso o(a) juiz(a) declara, condena ou constitui um direito que foi pretendido no processo, e, após o(a) juiz(a) proferi-la, surgirá também um lapso temporal para a interposição de recurso, desse modo, a sentença não surtirá efeito e a parte vencedora não poderá entrar com cumprimento de sentença enquanto estiver dentro do lapso temporal para uma possível interposição recursal. Além disso, se o sucumbente recorrer da sentença, a matéria será devolvida para reanálise, e desse modo, a sentença não se tornará definitiva, ou seja, não transitará em julgado. Além disso, poderá o juízo ad quem suspender o efeito da sentença, através do efeito suspensivo dos recursos (iremos ver mais adiante), hipótese essa que impede que o vencedor execute provisoriamente a sentença do(a) juiz(a) a quo. Obs.: O cumprimento de sentença e execução provisória são matérias que iremos aprender na aula de execução. Mas para que você não tenha dúvidas, o(a) vencedor(a) após a condenação da parte contrária em pagar ou fazer algo, poderá ingressar com o cumprimento de sentença caso este se negue a cumpri-la. Daí teremos a penhora de bens, valores ou até multas diárias em face do condenado. PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 13 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL SISTEMA DE INTERPOSIÇÃO Como regra, todo recurso deve ser interposto diretamente no juízo que proferiu a decisão que será recorrida, neste sentido, é interposto diretamente no juízo a quo, mesmo por que, o juízo deve ter ciência que existe um recurso contra sua decisão, e após o conhecimento o juízo remeterá os autos para o órgão hierarquicamente superior (juízo ad quem), que será o responsável por verificar os requisitos de admissibilidade que veremos no segundo módulo. A exceção está no Recurso de agravo de instrumento que é interposto contra decisão interlocutória, e deve ser feito diretamente no juízo ad quem, conforme previsão do artigo 1.016 do código de processo civil. Sendo assim, o Agravante (aquele que agrava da decisão) interpõe o agravo de instrumento diretamente no tribunal de justiça e posteriormente no prazo de 3 (três) dias deverá peticionar o protocolo de agravo no juízo a quo (art. 1.018, §2º), para ciência do juízo a quo, que poderá se retratar no prazo de 5 (cinco) dias. Se o(a) juiz(a) se retratar, ou seja, conceder o pedido que havia negado na decisão interlocutória, o agravo será considerado prejudicado (art. 1.018, §1º) PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA Obs.: A retratação é considerada como efeito regressivo do recurso. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA TRIBUNAL DE JUSTIÇA 14 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Outro recurso que possui modalidade diferente, é os embargos de declaração, pois como você já aprendeu, será oposto no próprio juízo que proferiu a decisão, MAS ele não será remetido à instância superior (juízo ad quem) para reanálise; na verdade é o próprio juízo que proferiu a sentença que fará a análise desse recurso Obs.: Além dos embargos, cabe ressaltar o recurso de agravo interno (art. 1.021) – não falado em aula – também será analisado pelo próprio órgão que proferiu a decisão, quer seja, no tribunal de justiça, pois sua interposição é contra decisão monocrática do relator. (veremos adiante) PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA Eu mesmo analiso os embargos! O QUE VOCÊ APRENDEU? 15 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL ATOS PROCESSUAIS SUJEITOS À RECURSOSugiro que você decore esse quadro acima. SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA TRIBUNAL DE JUSTIÇA TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO MONOCRÁTICA Art. 932, III, IV e V ADMITE: Apelação (art. 1.009, C.P.C.) Embargos de declaração (Art. 1.022) ADMITE: Agravo de Instrumento art. ( 1.0 15 , ROL TAXATIVO) Embargos de declaração (Art. 1.022) ADMITE: Recurso Ordinário (art. 1.027, CPC) Recurso Especial (art. 1.029 , CPC) Recurso Extraordinário (Art. , CPC ) 1.029 Embargos de Divergência ( Art. 1.043) Embargos de declaração (Art. 1.022) ACÓRDÃO ADMITE: Agravo Interno (art. 1.021, CPC) Agravo em Recurso especial ou Extraordinário (Art. 1.042, CPC) Embargos de declaração (Art. 1.022) 16 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO VOCÊ TEM APENAS 30 MIN. 1. “Quando há um errores in procedendo o recorrente deverá interpor seu recurso pedindo ao juízo ad quem para modificar/reformar a decisão judicial”. Tal afirmação está correta? Justifique. (vale 1,00) 2. “Nos casos de decisão interlocutória, o sucumbente sempre poderá interpor agravo de instrumento” essa afirmação está correta? Justifique. (vale 2,00) 3. “Todas as espécies de Recursos Ordinários são interpostas, e não admite exceção” essa afirmação está correta? Justifique. (vale 2,00) 4. Quando o Juiz profere sentença, os efeitos dela já ocorre de imediato? Justifique (vale 1,00) 17 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL 5. Considere a seguinte situação hipotética: “Após ser citado, Wesner apresentou contestação alegando matérias do artigo 337 do código de processo civil e o magistrado sem intimar a autora para apresentar réplica, proferiu sua sentença refletindo em prejuízo a ela”. Nesse caso hipotético, estamos diante de um errores in procedendo ou errores in judicando? Justifique se atentando ao artigo 351 do código de processo civil. (vale 2,00) 6. “O recurso de agravo de instrumento, deve ser interposto no próprio juízo que proferiu a sentença, sendo que este é responsável por analisa-lo”. Tal afirmação está correta? Justifique. (vale 2,00) 18 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIOS PARTE I AULA 03 Você está de volta! Agora não tem jeito, você será expert nessa matéria, vai tirar nota 10 fácil! Você sabia que utilizar cores para fazer suas anotações melhora na sua memorização? Isso tem uma explicação científica que diz que você utiliza as duas partes do cérebro, a parte lógica (lado esquerdo) e a parte criativa (lado direito), seria o mesmo que você tentar se equilibrar com pesos iguais dos dois lados, muito mais fácil, não é? Além disso, estudar ouvindo música também melhora sua concentração, mas a música deve ser cantada num idioma que você não domina, pois pode desviar sua concentração. Neste caso recomendo músicas instrumentais. Outra explicação importante, é que o ato de escrever ajuda muito mais seu aprendizado do que digitar. Isso mesmo! Sabe por que? o esforço neural para você desenhar a letra é muito maior do que apenas bater o dedo na tecla de um computador, desse modo, quanto mais esforço, melhor o aprendizado. Faça o teste! Ah! E a última dica importante é que a leitura no papel é muito melhor do que no computador, por isso eu peço para você efetuar a impressão da apostila, beleza? Bom, chega de dicas, e vamos ao que interessa: Bons estudos! 19 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO CONCEITO: Entendido como a possibilidade da revisão da solução da causa, ou seja, a permissão de que a parte possa ter uma segunda opinião concernente à decisão da causa. Naturalmente, o ser humano não se sente satisfeito por ter seu interesse contrariado. A partir dessa ideia foi permitido a parte uma segunda opinião, diante dessa decisão desfavorável. Essa possibilidade de reanálise, emite confiança as partes do processo; e isso é feito através do princípio do DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO REFLEXO PSICOLÓGICO Além do descontentamento da parte por ser contrariada, o fator psicológico do magistrado também pode resultar em uma má aplicação da justiça ao caso concreto; pois, é óbvio que cada indivíduo foi criado de uma maneira diferente; pois cada família preserva um tipo de cultura em seu lar. E essa cultura ou criação, causa um reflexo psicológico, seja ele bom ou ruim, e isso pode induzir o juiz a proferir uma decisão que não é justa no caso concreto, mesmo que ele deva ser imparcial. Nesse caso, o princípio do duplo grau de jurisdição emite confiança para a parte sucumbente, pois além de ter o processo reanalisado, essa reanálise será feita por desembargadores que tem uma experiência jurídica muito maior do que o juiz a quo que geralmente está iniciando a carreira. SENTENÇA Julgo procedente o pedido do autor, e estabeleço que o nome é BOLACHA! AUTOR RÉU Nega a guarda do pai. 20 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Mas a doutrina também mostra o outro lado da moeda, e critica esse princípio. A primeira crítica está relacionada ao contato do(a) juiz(a) no caso concreto, ato que não ocorre quando o recurso é remetido ao juízo ad quem, pois o recurso é formal, ou seja, de forma escrita, sendo assim os desembargadores estão limitados à escrita do caso concreto, e mesmo que tenha a sustentação oral, não tem o mesmo efeito que a visão do magistrado do juízo a quo que sente a emoção no momento de ouvir as partes, as testemunhas ou até os peritos sobre o assunto, o que resulta num convencimento muito mais justo, do que dos desembargadores. Sendo assim, pode ser que o juiz a quo profere uma sentença justa, e ao ser recorrida, os desembargadores proferem um acórdão contrário gerando certa injustiça. Quer ilustrar igual a aula? Então vamos lá: Outra crítica doutrinária, é sobre a celeridade processual, pois o recurso devolve a matéria para reanálise, o que causa uma demora para o efetivo cumprimento. E quem tem um direito lesado, quer uma solução rápida, não é mesmo? PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 21 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE Somente pode ser considerado recurso o instrumento de impugnação que estiver expressamente previsto em lei federal como tal. A conclusão é gerada de uma interpretação do Art. 22, I, da CF, que atribui à União a competência exclusiva para legislar sobre processo. Entendendo-se que a criação de um recurso é nitidamente legislar sobre processo e sendo tal tarefa privativa da União, somente a lei federal poderá prever um recurso, que por essa razão estarão previstos no ordenamento processual de forma exaustiva, em rol legal “númerus clausus” Como visto no conceito, os recursos podem estar previstos em qualquer das leis federais no nosso ordenamento, e claro, cada um dentro de sua matéria específica. No nosso estudo, temos a previsão processual no artigo 994 do C.P.C. conforme abaixo: Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I. apelação; II. agravo de instrumento; III. agravo interno; IV. embargos de declaração; V. recurso ordinário; VI. recurso especial; VII. recurso extraordinário; VIII. agravo em recurso especial ou extraordinário; IX. embargos de divergência. Além do código de processo civil, a lei 9.099/95 do juizadoespecial cível (J.E.C.) também prevê em seu artigo 41 uma modalidade de recurso, conhecido pela doutrina como “Recurso inominado”. Isso é um exemplo de outra modalidade de recurso previsto em outra lei federal. Lembre-se que o recurso sempre estará em rol “numerus clausus” e desse modo, a parte não poderá inovar, pois como já vimos, recurso que não é cabível, não será aceito. Portanto, podemos ressaltar que o contrato particular que inova os procedimentos processuais e prazos pode ser aceito por força do artigo 190 do C.P.C., mas se nesse contrato as partes compactuarem uma nova modalidade de recurso, não terá efeito perante o judiciário, pois só será admitido os recursos do artigo 994, transcrito acima. FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 22 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL ÚNICO – UNICIDADE, UNIRRECORRIBILIDADE PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE O princípio da singularidade admite tão somente UMA espécie recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial. Admite-se a existência concomitante de mais de um recurso contra a mesma decisão desde que tenham a mesma natureza jurídica, fenômeno, inclusive, bastante frequente quando há no caso concreto sucumbência recíproca ou litisconsórcio. 11 ATENÇÃO! Esse princípio tem uma correlação com o PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO, mas quando tratarmos deste último, iremos abordar as diferenças. Obs.: Muito cuidado com os embargos de declaração, pois quando a parte opõe dentro do prazo de 5 dias, o lapso temporal para os demais recursos é INTERROMPIDO. Anote: o prazo recursal, A interrupção é diferente de suspensão de prazo, pois a interrupção faz com que o lapso temporal volte sua contagem inicial, já a suspensão de prazo, faz com que o prazo volte a contar de onde parou. PETIÇÃO INICIAL DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ... APELAÇÃO Agravo de Instrumento PETIÇÃO INICIAL DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ... Opõe embargos DECISÃO DOS EMBARGOS PETIÇÃO INICIAL DECISÃO DOS EMBARGOS ... INTERRUPÇÃO DO PRAZO NOVA CONTAGEM DO PRAZO AGRAVO DE INST. Após publicação no D.J.e 23 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL A sentença – por sua vez – se causar sucumbência recíproca faz surgir a possibilidade de interposição do recurso para cada um dos litigantes, deste modo poderá ser interposto dois recursos simultaneamente, mas cada um de uma das partes. Conforme explicado em aula, quando houver um litisconsórcio passivo, e os réus sofrerem prejuízo total, surge para cada um o direito de recurso, além disso, se houver sucumbência recíproca entre os réus e o autor surge também para cada um deles a possibilidade de recurso, neste último caso teríamos 3 recursos simultâneos, segue exemplo abaixo: Obs.: Os embargos de declaração como você já aprendeu na aula anterior, também é cabível contra sentença, desse modo reitera-se a mesma explicação acima de INTERRUPÇÃO do prazo para interposição de recurso. PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA 2 SENTENÇA 2 SENTENÇA 3 Vencedor Sucumbência recíproca Prejuízo total FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 24 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Agora eu quero sua atenção redobrada, pois isso pode ser cobrado no Exame da Ordem dos Advogados, e se você se confundir, poderá prejudicar-se e não será aprovado. Então vamos lá: No caso hipotético acima, o autor fez um pedido incidental no processo, e a magistrada proferiu a sentença e a decisão interlocutória simultaneamente (ou seja, integrou a decisão interlocutória no corpo da sentença). Nesse caso qual é o recurso cabível? Faça a leitura do artigo 1.009, §3º de C.P.C. e grife-o. PETIÇÃO INICIAL CONCILIAÇÃO CONTESTAÇÃO FASE INSTRUTÓRIA SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 25 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Além da exceção dos embargos e também da sucumbência recíproca em litisconsórcio, temos também uma outra exceção importante que pode ser cobrada na sua prova e causar-lhe confusão podendo até reprova-lo. É o caso que de acordão que fere lei federal e norma constitucional simultaneamente. Acompanhe comigo: O Recurso Especial (REsp) e o Extraordinário (RE) devem ser interpostos simultaneamente, sob pena de preclusão temporal. Nesse caso, estamos diante de mais uma exceção do princípio da singularidade que admite apenas a interposição de um único recurso para cada decisão judicial. TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL LEI FEDERAL LEI CONSTITUCIONAL FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 26 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO VOCÊ TEM APENAS 30 MIN. 1. Fale sobre a importância do princípio do duplo grau de jurisdição e quais são as críticas doutrinárias acerca deste princípio. (vale 1,00) 2. “Quando o(a) juiz(a) profere uma sentença integrada com decisão interlocutória, cabe agravo de instrumento e apelação” tal afirmação está correta? Justifique apresentando a fundamentação legal. (vale 1,00) 3. “O embargo de declaração suspende o prazo para interposição dos recursos” Tal afirmação está correta? Justifique. (vale 1,00) 4. “O princípio da singularidade proíbe a interposição simultânea e sucessiva de mais de uma espécie recursal” Tal afirmação está correta? Justifique. (vale 1,00) 27 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL 5. Harvey Specter, advogado percebe que o acórdão proferido contra seu recurso viola lei federal e norma constitucional, nesse caso Harvey não sabe como proceder na interposição dos recursos extraordinários, sendo assim ele pede sua ajuda. Explique ao Harvey como ele deve proceder. (vale 1,50) 6. Roberto Carlos e Silvio Santos efetuaram um contrato estabelecendo uma cláusula que cria um recurso denominado “recurso contratual”. Mas de acordo com o princípio da taxatividade esse recurso poderá ser aceito pelo judiciário? Justifique. (vale 1,50) 7. O Estado do Acre cria uma lei estadual estabelecendo uma nova modalidade recursal, o juiz aceita o recurso e remete os autos ao tribunal, e este profere um acórdão prejudicando seu cliente. Com base no fato hipotético, esse recurso é admissível? Justifique como você deve proceder para defender seu cliente. (vale 1,50) 8. Ao proferir a sentença, o juiz julgou parcialmente procedente o pedido do autor, resultando sucumbência recíproca. Sabendo-se que nesse processo existem dois litisconsórcios ativo e três litisconsórcios passivo, quantos recursos podem ser interpostos? Isso prejudica o princípio da Singularidade? Justifique. (vale 1,50) 28 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIOS PARTE II AULA 04 Estamos muito felizes por você! Já chegou na última aula de hoje! Como você está se sentindo? Inteligente? Satisfeito(a)? É uma satisfação recíproca. Nossa por ter alcançado o objetivo de lhe ensinar, e sua por ter entendido uma matéria tão complexa de uma forma simples e didática. Saiba que o talento é resultado de muito estudo e vontade de se tornar sempre melhor. Todo começo é difícil, primeiro aprendemos a gatinhar, depois andar, para então correr. Nunca desanime quando você estiver estudando e não conseguir entender. Pare, respire, descanse, volte e tente novamente. Sabe o que torna uma pessoa inteligente? A dedicação, o esforço e perseverança! O estudo não é para qualquer um, pois mexe com o psicológico, nos obriga a ficar horas concentrado para extrair pouco conhecimento, eisso muitas vezes causa frustação. Mas aos poucos você se engrandece, começa a ver a vida com outros olhos, sente o prazer do conhecimento e do sucesso! Não deixe que uma matéria te desanime, se uma pessoa teve a capacidade de criá-la, você é capaz de entende-la! Não aceite a derrota, não seja fraco, você nasceu para ser o(a) melhor! Então mostre a todos a sua excelência! Quando alguém olhar nos seus olhos e dizer que você nunca será capaz de alcançar seus sonhos, mostre em atitudes o quanto você é forte e faça-o(a) engolir as palavras que soltou em vão. Eu tenho orgulho de tê-lo(a) como aluno(a)! Mostre o quanto você é capaz! Aperte o play, vire a página e supere seus limites! #VOUTIRAR10! 29 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE Como o próprio nome sugere, fungibilidade significa troca, substituição, e no âmbito recursal significa receber um recurso pelo outro, mais precisamente receber o recurso que não se entende como cabível para o caso concreto por aquele que teria cabimento. A fungibilidade deriva do princípio da instrumentalidade das formas (Art. 188 e 277 C.P.C.), o que significa que se houver desvio da forma legal, sem resultar prejuízo, não deve gerar a nulidade do ato processual. Sabemos que como regra, recurso que não é cabível, não será recebido, sendo assim esse princípio flexibiliza alguns casos, que analisados alguns requisitos, pode o magistrado conceder tal benesse. desse modo o magistrado recebe um recurso incabível como se fosse cabível. REQUISITOS QUE DEVEM SER ANALSADOS: 1. Deve efetivamente existir dúvida fundada a respeito de qual recurso é cabível contra aquela decisão: Ou seja, deve haver uma dúvida objetiva, pois mesmo com a devida cautela do legislador em estabelecer corretamente qual recurso para cada decisão judicial, pode existir situações no caso concreto que ocasione incerteza, como por exemplo: I. Quando a lei confunde a natureza da decisão; II. A doutrina e Jurisprudência divergem a respeito do recurso cabível; Obs.: III. O juiz profere uma espécie de decisão no lugar de outra (o juiz confunde). 2. INEXISTÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO: Erro que surge através da imperícia do patrono. O STJ considera como erro grosseiro a interposição de recurso diverso do expresso em lei para determinada decisão. 30 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL 3. INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ: O recorrente não poderá estar se utilizando de tal princípio para se beneficiar através de um prazo prolongado. CASO CONCRETO (JUÍZO AQUO): DEVERIA SER a juíza se confundiu CASO CONCRETO E PREVISÃO LEGAL DO PRINCÍPIO – TRIBUNAIS: Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. [...] § 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º OPÕE SENTENÇA SENTENÇA O RECURSO CORRETO É AGRAVO DE INSTRUMENTO DECISÃO INTERLOCUTÓRIA TJ RECEBI O PROTOCOLO, O RECURSO AGORA ESTÁ CORRETO! TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÃO MONOCRÁTICA (ART. 932, III, IV e V) TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ART. 932, III, IV e V) SERÁ MELHOR A INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA 31 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional. Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça. Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 32 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS Ainda que não exista previsão expressa no ordenamento pátrio a esse respeito, não existe dúvida de que o direito brasileiro adotou o princípio da proibição da reformatio in pejus, de forma que na pior das hipóteses para o recorrente a decisão recorrida é mantida, não podendo ser alterada para piorar sua situação. Para que exista a possibilidade desse princípio, é necessário existir dois requisitos: 1. Sucumbência recíproca porque, se uma das partes sucumbir integralmente não há como o recurso piorar sua situação, que já é a pior possível. EXCETO: Casos de improcedência liminar do pedido (Art. 332 C.P.C.). 2. Recurso de somente uma das partes, porque, se ambas as partes recorrerem a devolução será integral e a eventual piora na situação de uma das partes decorrerá não de seu próprio recurso, mas do julgamento do recurso da parte contrária. CASO CONCRETO: 1 - DEVE TER SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA EXCEÇÃO – IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO SENTENÇA AUTOR RÉU TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA PETIÇÃO INICIAL SENTENÇA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA 33 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL 2 – Recurso interposto por somente uma das partes Observação Se ambos sucumbentes recorrerem, a reforma que prejudicar um deles não será derivada do tribunal e sim do pedido do recurso da parte contrária. Já nos casos em que somente uma das partes recorre, o tribunal mesmo visualizando uma possível reforma, mas que no caso concreto poderá resultar em prejuízo ao recorrente, irá manter a decisão do juiz a quo, pois desta forma não irá piorar a situação do recorrente. Outra importante observação, é o caso de prejuízo total em que somente o prejudicado recorreu, podendo os desembargadores conceder tal princípio com base no segundo requisito, mesmo que não tenha o primeiro. SENTENÇA AUTOR RÉU TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA PETIÇÃO INICIAL SENTENÇA TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA VOCÊ ESTÁ EM: 32min 42seg FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 34 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL A reformatio in pejus admite a aplicação do efeito translativo dos recursos, efeito este que ocorre nos casos de matéria de ordem pública, sendo que o tribunal de justiça poderá conhecê-las de ofício, o que poderá piorar a situação do recorrente, mesmo que só este tenha interposto o recurso. O juiz deve PETIÇÃO INICIAL SENTENÇA … AUTOR RÉU TJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 35 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO VOCÊ TEM APENAS 15 MIN. 9. Jessica Person advogada, fez uma interpretação pessoal sobre um trecho da doutrina que deu a entender uma modalidade de recurso diferente do previsto na jurisprudência num determinado caso concreto. Nesse caso, Jéssica Person interpôs um recurso diferente da jurisprudência alegando sua interpretação doutrinária acerca do assunto, pedindo ao juiz a concessão do princípio da fungibilidade se caso ele entendesse outra modalidade recursal. O juiz diante de tal hipótese, pode concedê-lo? Justifique. (vale 3,00)10. O juiz proferiu uma decisão interlocutória quando na verdade deveria ter proferido uma sentença, e o advogado da parte sucumbente confuso perguntou a alguns colegas advogados que também ficaram perdidos sobre qual recurso deveria ser interposto. Então o advogado do sucumbente interpôs agravo de instrumento e pediu o princípio da fungibilidade aos desembargadores. Analisando o caso hipotético, seria correto a concessão de tal princípio? Justifique o porquê. (vale 5,00) 11. Disserte o que é a Reformatio in Pejus e diga quais são os requisitos para que o tribunal conceda tal princípio. (vale 2,00) 36 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIOS PARTE III AULA 05 Estamos de volta em mais uma jornada do conhecimento finalizando o primeiro módulo do curso de Teoria Geral dos Recursos! Não temos dúvidas que tu tornar-se-á o(a) melhor profissional nessa matéria, inclusive deve estar impressionando os colegas com tanto conhecimento, não é mesmo? E isso é apenas o começo do curso, e se você estiver estudando corretamente não haverá mais prova sobre esse assunto que te reprove! Portanto não desista de continuar essa jornada, pois você está efetuando um curso que vários(as) alunos(as) ainda não tiveram acesso, o que o torna exclusivo para você que já é inscrito no canal! Sendo assim aproveite e saia na frente de todos os outros concorrentes agregando conhecimento jurídico da maneira mais didática e detalhada possível. Ah! E não esquece de compartilhar a aula com seu(sua) amigo(a) que está desesperado(a) e não consegue aprender a matéria. Aperte o play pois nossa meta é valorizar o seu tempo e melhorar o seu conhecimento tornando suas anotações mais eficazes. Bons estudos! 37 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE O princípio da voluntariedade está relacionado a vontade do recorrente em reanalisar a decisão judicial, sendo que, essa vontade é exclusiva e deve ser demonstrada mediante peça escrita (volitiva) direcionada ao juiz que proferiu a decisão. Por outro lado, como estamos tratando de um princípio ligado a vontade do recorrente, este pode não querer recorrer demonstrando sua satisfação, e, desse modo, renunciar seu direito de recurso manifestando-se através de uma peça escrita chamada de peça de renúncia do direito recursal, devendo o juiz determinar que o escrivão transite em julgado a decisão para o renunciante. E se ambas as partes renunciarem, haverá o trânsito em julgado para ambos e desse modo a parte vencida poderá iniciar o cumprimento de sentença. DECISÃO SE VOCÊ QUISER RECORRER, ENTÃO INTERPONHA/OPONHA O RECURSO. ME FALAR NÃO VAI ADIANTAR. JUIZ EU QUERO RECORRER! EXCEÇÃO Lei 9.099/95 – Juizado especial cível Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão. JUIZ, NOSSA CLIENTE NÃO QUER RECORRER! DECISÃO VISTOS. TRANSITE-SE EM JULGADO A SENTENÇA, CERTICANDO-A. CUMPRA-SE! JUIZ MEU CLIENTE NÃO QUER RECORRER! R$ 90.000,00 - R$ 90.000,00 Manifestação oral 38 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Além da peça de renúncia, a doutrina de Daniel Amorim de Assumpção3 nos ensina que outro modo da parte demonstrar sua satisfação com a decisão, é cumprindo imediatamente o que o juiz prolatou, pois subintende-se que houve aceitação de tal condenação existindo nesse caso uma preclusão lógica. É o que a doutrina chama de aquiescência. REMESSA NECESSÁRIA: Não é considerada recurso, pois desrespeita o princípio da VOLUNTARIEDADE e o da TAXATIVIDADE. Está prevista no artigo 496 do C.P.C. que estabelece o seguinte: 3 NEVES, Daniel Amorim de Assumpção. Manual de direito processual civil. 8.ed. Salvador: JusPodivm, 2016. (p. 2.710) Da Remessa Necessária Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária. § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. [...] EXISTEM MAIS PARÁGRAFOS, ACONSELHO A LEITURA. FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 39 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL DECISÃO JUIZ NÃO QUERO RECORRER! R$ 1.001.700,00 1.050 SALÁRIOS MÍNIMOS = R$ 954,00 (2018) TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL TUDO BEM, MAS DE QUALQUER FORMA A LEI ME OBRIGA! REMETAM OS AUTOS AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL, CONFORME ART. 496, §3º, INCISO I FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 40 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE O conceito do princípio da dialeticidade é amplo e plurissignificativo, mas todos se referem a oposição de argumentos, que visa a discussão acerca de um posicionamento pré- estipulado com intuito de estabelecer outra versão a um contexto. A dialética surgiu da filosofia, onde os filósofos evoluíam suas teses sendo opostos as teses anteriores superando conceitos e descobrindo outras versões mais racionais e lógicas do que os antecedentes. Como o direito é uma ciência jurídica que é repleta de oposições de ideias, temos corriqueiramente essa prática, e como óbvio também há dentro da modalidade recursal o que é de extrema importância. Para melhor visualização, ilustro abaixo como funciona na prática tal conceito: Desse modo não restará mais dúvida acerca do conceito da dialética, e também como é aplicada ao caso concreto no âmbito recursal. Além disso, esse entendimento é de extrema importância para que você visualize melhor a explicação da aula seguinte. DECISÃO TESE ANTÍTESE SÍNTESE TESE ANTÍTESE O juiz, ao proferir sua decisão, estabelece seu argumento acerca dos fatos apresentados a ele, portanto ele demonstra uma TESE. O Recorrente, não se conforma com a TESE do juiz e em suas razões recursais ele demonstra os equívocos do juiz, e diz como o mesmo deveria ter atuado, demonstrando sua ANTÍTESE Os dois argumentos (TESE e ANTÍTESE) formam uma SÍNTESE, e essa síntese torna-se uma nova TESE para o Recorrido. Por fim, após analisar a SÍNTESE (duas versões) o Recorrido impugnará a ANTÍTESE do Recorrente e defenderá a TESE do juiz, formulando uma nova ANTÍTESE VOCÊ ESTÁ EM: 30min 41 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIOS PARTE IV AULA 06 Finalmente chegamos na última aula dos princípios, após terminá-la você estará preparado(a) para aprender os requisitos de admissibilidade recursal que será o segundo módulo do curso. Um aviso importante para você, assista essa aula até o fim, pois só então você conseguirá ganhar a apostila de MAPA MENTAL que serviráde estudo para que você não esqueça mais o que foi ensinado até aqui, ok? E parabéns pelo seu esforço e dedicação, são poucos os que assistiram até aqui! Os fracos desistiram nas primeiras aulas, mas você provou que é dedicado(a) e merece ser o(a) melhor, por isso desejo uma excelente aula! 42 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Agora que você entendeu a dialeticidade, explicarei o panorama da fundamentação recursal, para que você perceba como que o Recorrente formula sua antítese. Segue a ilustração junto com a aula: Conforme a explicação, o recorrente não poderá firmar sua antítese inovando as teses anteriores, ou seja, alegando argumentos inexistentes, e nem o recorrido poderá formular sua antítese inovando as teses anteriores do Recorrente e do juiz. RAZÕES RECURSAIS RECORRENTE FUNDAMENTAÇÃO CAUSA DE PEDIR PEDIDOS CAUSA DE PEDIR ERROR IN JUDICANDO ERROR IN PROCEDENDO PEDIDO MODIFICAÇÃO/REFORMA ANULAÇÃO/INVALIDAÇÃO DECISÃO X Y Z ERROR IN JUDICANDO MODIFICAÇÃO/REFORMA RAZÕES RECURSAIS CONTRARRAZÕES RECURSAIS FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 43 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELATTUM Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Esse princípio limita a atuação dos desembargadores que poderá somente se pronunciar sobre os pedidos e a causa de pedir da fundamentação recursal do recorrente. Obs.: Como abordado na aula 04, existe o efeito translativo dos recursos, que ocorre nos casos em que a sentença viola matéria de ordem pública; desse modo se os desembargadores verificarem tal vício processual, poderão através de tal efeito anular/invalidar a decisão judicial, mesmo que o pedido efetuado pelo Recorrente seja de modificação/reforma da decisão. Portanto cabe essa importante observação para que não exista dúvidas acerca desse fenômeno processual. DECISÃO X Y Z ERROR IN JUDICANDO MODIFICAÇÃO/REFORMA TRIBUNAL DE JUSTIÇA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 44 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO X PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE O princípio da consumação estabelece que ao interpor o recurso, o recorrente consuma o ato não podendo repeti-lo novamente ou até substitui-lo por outro. PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO PARA CADA DECISÃO JUDICIAL CABE APENAS 1 (UMA) MODALIDADE DE RECURSO O ATO SE CONSUMA NO MOMENTO QUE A PARTE INTERPÕE O RECURSO (PRECLUSÃO CONSUMATIVA) NÃO ACEITA A INTERPOSIÇÃO DE MAIS DE UM RECURSO SIMULTÂNEAMENTE NÃO ACEITA A INTERPOSIÇÃO DE MAIS DE UM RECURSO SIMULTÂNEAMENTE NÃO ACEITA A INTERPOSIÇÃO SUCESSIVA DE RECURSOS NÃO ACEITA A INTERPOSIÇÃO SUCESSIVA DE RECURSOS Como se observa, ambos os princípios proíbem os mesmos atos, o que pode levá-lo a confusão no momento em que estiver efetuando a leitura doutrinária. SENTENÇA SENTENÇA FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 45 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO – PEÇA RECURSAL PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE – PEÇA ___________________ PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE – PEÇA ______________________ O princípio da consumação é aplicado na peça recursal cível diferenciando-a da peça processual penal, em que é assinado o Termo de Recurso (peça volitiva) ou o Termo de Renúncia, e se caso o réu assinar o termo de recurso terá prazo de 8 dias para apresentar as Razões de Recurso (art. 600 do C.P.P.). Este é um modelo do Termo que é assinado pelo sentenciado no âmbito do C.P.P. Perceba que a primeira opção demonstra a vontade de recorrer, já a segunda manifesta a renúncia. 46 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Já o código de processo civil, através desse princípio, obriga o recorrente a apresentar a peça volitiva e a peça descritiva simultaneamente. Segue a explicação da aula: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA [...] VARA CÍVEL DA COMARCA DE [...] ESTADO DE(O) [...] (NOME e SOBRENOME), JÁ QUALIFICADO NOS AUTOS, POR SEU ADVOGADO DEVIDAMENTE CONSTITUÍDO NOS AUTOS DA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL QUE LHE MOVE FULANO DE TAL, TAMBÉM JÁ QUALIFICADO, INCONFORMADO COM A r. SENTENÇA DE FLS. [...], VEM RESPEITOSAMENTE A PRESENÇA DE VOSSA EXCELÊNCIA, COM FUNDAMENTO NOS ARTS. 1.009 E SEGUINTES DO C.P.C., INTERPOR TEMPESTIVAMENTE A PRESENTE APELAÇÃO, PELOS MOTIVOS DE FATO E DE DIREITO QUE FICAM FAZENDO PARTE INTEGRANTE DESSA. CONSIDERANDO A MATÉRIA DEBATIDA, O PRESENTE RECURSO É DOTADO DE DUPLO EFEITO (ART. 1.012 DO CPC) REQUER AINDA QUE APÓS OS TRÂMITES LEGAIS (OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA), SEJAM OS AUTOS ENCAMINHADOS AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE(O) [...], PARA QUE O RECURSO, UMA VEZ CONHECIDO E PROCESSADO NA FORMA DA LEI, SEJA INTEGRALMENTE PROVIDO. INFORMA, OUTROSSIM, QUE NOS TERMOS DO ART. 1.007 DO C.P.C., O PREPARO E O PORTE DE REMESSA E RETORNO FORAM RECOLHIDOS, O QUE SE COMPROVA PELA GUIA DEVIDAMENTE QUITADA QUE ORA SE JUNTA AOS AUTOS. TERMOS EM QUE PEDE DEFERIMENTO. CIDADE, DATA OAB/UF: [...] ADVOGADO [...] ASSINATURA PEÇA VOLITIVA RAZÕES DE RECURSO APELANTE: (NOME e SOBRENOME) APELADO: (NOME e SOBRENOME) AUTOS: (NÚMERO) EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, NOBRES JULGADORES: I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS: [...] II – DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO PEÇA DESCRITIVA [...] III – DOS PEDIDOS [...] 47 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Como ensinado, a parte não poderá protocolar as peças separadamente, ambas devem ser protocoladas simultaneamente, pois se o recorrente descumprir essa regra a peça descritiva não será analisada pelos desembargadores do tribunal hierarquicamente superior, e por consequência o recurso não será recebido. P.V. P.D. 3º dia 10º dia FAÇA UM RESUMO DO QUE VOCÊ APRENDEU 48 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIDADE Conforme aprendemos no princípio da consumação, em que após o recorrente interpor o recurso e o ato se consumar ficará ele impedido de complementar as razões recursais; mas esse impedimento poderia gerar danos irreparáveis ao recorrente caso estivesse dentro de uma situação que abaixo eu ilustro, acompanhe comigo: Por fim, esse é o princípio da consumação, que permite que o recorrente complemente suas razões recursais quando estiver dentro da previsão legal do artigo 1.024, §4º do código de processo civil. AUTOR PEDIDOS: QUERO DANOS MATERIAIS! QUERO DANOS MORAIS! SENTENÇA RÉU JULGO PROCEDENTE, CONDENO O RÉU A PAGAR OS DANOS MATERIAIS! PUBLICAÇÃO D.J.e EXCELÊNCIA, VOCÊ SE OMITIU ACERCA DOS DANOS MORAIS APELANTE APELAÇÃO 3º DIA ÚTIL OPÕE EMBARGOS DE DEC. 5º DIA ÚTIL O ATO SE CONSUMOU NÃO PODE HAVER COMPLEMENTAÇÃO INTERROMPE-SE O LAPSO TEMPORAL ACOLHO A ALEGAÇÃO DE OMISSÃO E ACRESCENTO OS DANOS MORAIS NA CONDENAÇÃO DO RÉU. DECISÃO DOS EMBARGOS Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. [...] § 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. AUTOR RÉU PUBLICAÇÃO D.J.e O RÉU PODERÁ COMPLEMENTAR AS RAZÕES RECURSAIS DENTRO DO NOVO LAPSO TEMPORAL DE 15 DIAS. EMBARGANTE EMBARGADO APELADOAPELANTE 49 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL Encerramos então toda a parte principiológica do curso, mas as aulas continuam com uma didática incrível! Adquira já o maior, mais completo e melhor curso de Recursos do Brasil! São mais de 50 aulas ilustradas com a apostila completa do curso! Clique no link ou utilize o QR CODE e saiba mais. TENHA ACESSO AO CURSO COMPLETO POR 12 MESES TENHA ACESSO AO CURSO COMPLETO POR 6 MESES TENHA ACESSO AO CURSO COMPLETO POR 3 MESES https://bit.ly/ED-12M-CURSODERECURSOS https://bit.ly/ED-6M-CURSODERECURSOS https://bit.ly/ED-3M-CURSODERECURSOS 50 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO VOCÊ TEM APENAS 15 MIN. 1. (EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXIV – FGV 2017) Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter reparação por danos materiais, em razão de falha na prestação de serviços pela sociedade empresária Consultex. A sentença de improcedência dos pedidos iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento relevante suscitado na inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de causalidade. Arthur pretende opor embargos de declaração para ver sanada tal omissão. Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta. (a) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal. (b) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal, de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena de preclusão. (c) Eventuais embargos de declaração interpostos por Arthur interromperão o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal. (d) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no âmbito de Juizados Especiais. 2. (EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXIII – FGV 2017) Carolina, vítima de doença associada ao tabagismo, requereu, em processo de indenização por danos materiais e morais contra a indústria do tabaco, a inversão do ônus da prova, por considerar que a parte ré possuía melhores condições de produzir a prova. O magistrado, por meio de decisão interlocutória, indeferiu o requerimento por considerar que a inversão poderia gerar situação em que a desincumbência do encargo seria excessivamente difícil. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. (a) A decisão é impugnável por agravo interno. (b) A decisão é irrecorrível. (c) A decisão é impugnável por agravo de instrumento. (d) A parte autora deverá aguardar a sentença para suscitar a questão como preliminar de apelação ou nas contrarrazões do recurso de apelação. 3. (EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXII – FGV 2017) Jorge ajuizou demanda contra Maria, requerendo sua condenação à realização de obrigação de fazer e ao pagamento de quantia certa. Fez requerimento de tutela provisória de urgência em relação à obrigação de fazer. Após o transcurso da fase postulatória e probatória sem a análise do mencionado requerimento, sobreveio sentença de procedência de ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o imediato cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à obrigação de fazer. Nessa circunstância, o advogado de Maria deve: (a) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo como autoridade coatora o juízo sentenciante. (b) interpor Agravo de Instrumento, impugnando o deferimento da tutela provisória, pois ausentes seus requisitos. 51 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL (c) interpor Apelação, impugnando o deferimento da tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. (d) interpor Agravo de Instrumento, impugnando a tutela provisória e a condenação final à obrigação de fazer. 4. (EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXIV – FGV 2017) Maria dirigia seu carro em direção ao trabalho, quando se envolveu em acidente com um veículo do Município de São Paulo, afetado à Secretaria de Saúde. Em razão da gravidade do acidente, Maria permaneceu 06 (seis) meses internada, sendo necessária a realização de 03 (três) cirurgias. Quinze dias após a alta médica, a vítima ingressou com ação de reparação por danos morais e materiais em face do ente público. Na sentença, os pedidos foram julgados procedentes, com condenação do ente público ao pagamento de 200 (duzentos) salários mínimos, não tendo a ré interposto recurso. Diante de tais considerações, assinale a afirmativa correta. (a) Ainda que o Município de São Paulo não interponha qualquer recurso, a sentença está sujeita à remessa necessária, pois a condenação é superior a 100 (cem) salários mínimos, limite aplicável ao caso, o que impede o cumprimento de sentença pelo advogado da autora. (b) A sentença está sujeita à remessa necessária em qualquer condenação que envolva a Fazenda Pública. (c) A sentença não está sujeita à remessa necessária, porquanto a sentença condenatória é ilíquida. Maria poderá, assim, propor a execução contra a Fazenda Pública tão logo a sentença transite em julgado. (d) A sentença não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação é inferior a 500 (quinhentos) salários mínimos, limite aplicável ao caso. Após o trânsito em julgado, Maria poderá promover o cumprimento de sentença em face do Município de São Paulo. 5. (Oficial de Justiça – TRT 24ª Região MS - FCC 2017) Os embargos de declaração, nos termos preconizados pelo Código de Processo Civil, serão opostos em petição dirigida ao juiz no prazo de: (a) 10 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso. (b) 10 dias, possuindo efeito suspensivo, e suspendendo o prazo para a interposição de recurso. (c) 3 dias, possuindo efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso. (d) 5 dias, possuindo efeito suspensivo e suspendendo o prazo para a interposição de recurso. (e) 5 dias, sem efeito suspensivo e interrompendo o prazo para a interposição de recurso. 6. (Ano 2018, Banca FCC, Órgão DPE-AM, Analista Jurídico de Defensoria - Ciências Jurídicas) O recurso adequado para a impugnação de decisão que indefere a petição inicial, sob o fundamento de inépcia, é o de: (a) agravo de instrumento, sendo facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se. (b) apelação, inexistindo previsão legal de retratação por parte do magistrado. (c) apelação, sendo facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se. (d) agravo de instrumento, inexistindo previsão legal de retratação por parte do magistrado. (e) apelação, sendo facultado ao juiz, após a citação do réu para responder ao recurso, retratar-se no prazo de dez dias. 7. (Ano 2017, Banca CESPE, TJ-PR - Juiz Substituto) FERNANDO ajuizou ação indenizatória contra Manoel, tendo formalizado pedido único de indenização por danos morais no valor de cem mil reais. Na fase de produção de provas, o juiz indeferiu o pedido de prova pericial feito por FERNANDO. Ao final da fase de conhecimento, o magistrado julgou integralmente procedente o pedido de indenização. Nessa situação hipotética, de acordo com as regras previstas no CPC, eventual pretensão recursal de FERNANDO com a finalidade de permitir a realização da perícia 52 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL (a) poderá ser apresentada em contrarrazões, caso Manoel apele da sentença. (b) estará preclusa caso não tenha sido interposto recurso de agravo de instrumento da decisão que indeferiu a prova. (c) deverá ser rejeitada em qualquer hipótese por falta de interesse recursal. (d) poderá ser alcançada mediante a interposição de recurso de apelação, quando o autor for intimado da sentença de procedência. 8. (Ano 2017, Banca CESPE, TJ-PR - Juiz Substituto) determinadasociedade empresária ajuizou demanda contra pequeno município localizado no interior do Paraná e, indicando como causa de pedir o inadimplemento contratual do município, apresentou dois pedidos de indenização: um por danos emergentes no valor de trezentos mil reais; outro por lucros cessantes no valor de duzentos mil reais. Apresentada a defesa pelo ente público e tomadas as providências preliminares, o magistrado julgou procedente o pedido referente aos danos emergentes em decisão interlocutória. Após a produção de outras provas, o juiz prolatou sentença em que julgou procedente também o pedido pertinente aos lucros cessantes, tendo ainda apreciado expressamente questão prejudicial de mérito relativa à validade do contrato. Nenhuma das decisões foi objeto de interposição de recurso pelo município. Nessa situação hipotética (a) o magistrado não poderia julgar o mérito em decisão interlocutória e, portanto, a decisão interlocutória deverá ser considerada nula quando o tribunal apreciar o processo em sede de remessa necessária. (b) a remessa necessária incidirá apenas em relação à sentença, não podendo recair sobre a decisão interlocutória, mesmo ante o fato de essa decisão ter resolvido o mérito de forma parcial. (c) a decisão interlocutória que versou sobre o mérito da demanda não faz coisa julgada material, porque essa é uma situação jurídica exclusiva das sentenças de mérito, quanto às decisões que são prolatadas em primeiro grau. (d) a coisa julgada sobre a questão prejudicial incidental dependerá de remessa necessária, observados ainda os demais pressupostos para a incidência do duplo grau obrigatório. O GABARITO ESTÁ NA DESCRIÇÃO DA AULA 06. 53 TEORIA GERAL DOS RECURSOS PROFESSOR IAGO INAEL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2016. NEVES, Daniel Amorim de Assumpção. Manual de direito processual civil. 8.ed. Salvador: JusPodivm, 2016.