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Língua Brasileira de Sinais - Libras Aula 5 Língua Brasileira de Sinais - Libras Aula 5 Sumário 1 Fundamentos Históricos da Educação dos Surdos 4 1.1 Histórico da Educação dos Surdos 4 1.2 Histórico da Educação dos Surdos 7 1.3 Fundação da Primeira Escola Pública para Surdos na França 8 1.4 A Educação dos Surdos nos Estados Unidos (Século XVIII) 11 1.5 O Congresso de Milão 13 1.6 Comunicação Total 14 1.7 Bilinguismo 15 1.8 Quadro Resumo das Principais Abordagens na Educação dos Surdos 16 1.9 Histórico no Brasil 17 4 1 Fundamentos Históricos da Educação dos Surdos 1.1 Histórico da Educação dos Surdos Na antiguidade, as pessoas com deficiência, eram conside- radas seres castigados pelos deuses. Quando alguém nascia com alguma deficiência, a sociedade enclausurava e não permitia a participação dessas pessoas da vida social, pois as deficiências eram entendidas como doenças contagiosas e que poderiam se disseminar e contaminar a muitos. Na concepção Aristotélica, no caso dos surdos, o ouvido do surdo era a parte mais importante, logo, os surdos eram tam- bém mudos e não podiam falar nada. Nessa época e durante mui- to tempo, os surdos não tinham direito a voto e nem a receber herança. Ainda no século XIV, Bartollo della Marca d’Ancona, fez a primeira alusão a possibilidade de instruir os Surdos por meio da língua de sinais e da linguagem oral. No século XVI, um médico italiano chamado Girolano Cardano, desenvolveu pesquisas médicas com o intuito de en- contrar a cura para a surdez, pois além de ser médico, ele tinha um filho surdo. Ele começou a estudar o nariz, o ouvido e o cérebro. Desenvolveu ainda um método de ensino para surdos, mas nunca colocou em prática. Ainda neste século, o monge beneditino espanhol Pedro Ponce de Léon, foi considerado o primeiro professor de surdos 5 da história. Ele foi convidado pelas famílias dos nobres para educar os seus filhos, ele os ensinava a ler, escrever, fazer contas e a orar; com o objetivo de que eles fossem reconhecidos pela sociedade e pudessem assinar os testamentos para herdar os tí- tulos das famílias. Como você deve ter percebido, nessa época, o direito a educação ficava concentrado apenas nas mãos dos nobres, que possuíam capital para pagar os monges que ensinavam os seus filhos. Logo, os surdos de classe sociais mais baixas, ficavam a margem, era-lhes negado o direito a educação. Não se tem muito registro sobre o método que Pedro Ponce de Léon utilizava para educar os surdos. O que se tem registra- do, é que ele utilizava um método primitivo do alfabeto manual (que não é o que utilizamos hoje). Em 1620, o espanhol Juan Pablo Bonet foi considerado um dos precursores do oralismo após publicar o livro: “Reducción de las letras y artes para ensenar a hablar a los mudos”. Bonet acreditava que os surdos deveriam aprender a leitura e a escrita. Oralismo: abordagem educacional que se preocupa com o ensino da fala e da escrita através da leitura labial. Em 1640, John Bulwer, Publica o 1º. Livro em inglês so- bre a Língua de Sinais, chamado Chirologia; considerado um avanço uma vez que, as línguas de sinais estavam em processo de formação. Na Inglaterra, em 1650, devido o surgimento de teorias 6 sobre a aprendizagem da fala e da linguagem, William Holder desenvolveu pesquisas sobre o ensino da fala e o reverendo John Wallis foi considerado o pai do método escrito da educação dos surdos, ele utilizava a palavra como meio de ensino e educou dois surdos para que se desenvolvessem intelectualmente. No século XVII, o escocês Dalgarno descreveu um sis- tema primitivo do alfabeto manual. “Dalgarno declarou que os surdos tinham o mesmo potencial que os ouvintes para aprender e poderiam alcançar níveis iguais de desenvolvimento se rece- bessem educação adequada” (GUARINELLO, 2007, p. 23). No século XVIII, o alemão Wilhelm Keger, defendeu a educação obrigatória para os Surdos. Em contrapartida, o espa- nhol Jacob Rodrigues Pereire, priorizava a fala e proibia o uso dos gestos. Seu objetivo era ensinar os surdos a se comunicarem através do método oral. Na França, em 1750, o abade L’Epée foi o primeiro a con- siderar que os Surdos tinham uma língua. Ele iniciou seus tra- balhos ensinando duas irmãs surdas e escrever e a falar, mas foi com os surdos que perambulavam pelas ruas, considerados como vagabundos, que L’Epée aprendeu a língua de sinais da França e criou o Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris. Ele foi o primeiro a defender que os surdos tinham uma língua e em 1760 ele funda o Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris. 7 1.2 Histórico da Educação dos Surdos Contudo, para que você possa entender melhor a importân- cia da criação do Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris, é importante ressaltar que a sociedade francesa no século XVIII estava vivendo constantes atritos. Vejamos um pouco dessa história. A pequena burguesia da época estava crescendo com o apoio de camponeses e artesãos. Esse grupo era contra a ascen- são dos senhores feudais que continuavam no pódio da monar- quia francesa. Na concepção dessa crescente burguesia, as leis impostas e restrições impostas pelo comércio e pela indústria; os benefícios que eram concedidos a nobreza e ao clero, estavam impedindo o desenvolvimento do comércio. A alternativa então que lhes restava para que conquistassem a ascensão social, era apoiar as manifestações revolucionárias, ou seja, os levantes; contribuindo assim para uma mudança política na sociedade. Diante dessa situação, os camponeses, artesãos e bur- guesia (membros do terceiro estado), unem forças em busca de um objetivo em comum: acabar com os benefícios do cle- ro e da nobreza (primeiro e segundo estado). Porém, como a burguesia liderava o terceiro estado, após as lutas, apenas ela consolidava seus objetivos, ganhando força e conquistando es- paço. Consequentemente, os artesãos e camponeses eram usados como força de trabalho e continuavam à margem de qualquer liderança e ascensão social. 8 Nessa época, o processo de industrialização baseado no modo capitalista de produção, estava em expansão, diante dessa nova realidade, pequenos grupos de pessoas e artesãos, deixam as suas atividades para fazerem parte de uma nova ordem eco- nômica e social nas cidades. É diante desse contexto que as co- munidades surdas começaram a surgir. Manacorda apud Quadros (2006, p.20) relata que, na se- gunda metade do século XVIII, “a nova produção de fábrica gera o espaço para o surgimento da moderna instituição escolar pública. Fábrica e escola nascem juntas”. É durante essa fase que surge a primeira escola pública para surdos de Paris. A burguesia passa então, a conceber o processo educacio- nal através das artes mecânicas como um viés para a conquista da ascensão social. É nesse sentido, que segundo Quadros (2006, p. 21), “os surdos que faziam parte do Terceiro Estado, mesmo que sujeitos às relações sociais vigentes, provavelmente como os artesãos e camponeses, também queriam “ser alguma coisa”, como bem disse o abade Sievès” 1.3 Fundação da Primeira Escola Pública para Surdos na França A fundação da primeira escola pública para surdos da França, o Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris, ocorreu através da participação da burguesia, que queria ascender social- mente e encontraram no surgimento da instituição escolar uma oportunidade para tal. Esse grupo se une a L’Epée na fundação do Instituto de Surdos-Mudos de Paris. 9 A educação daquela época, tanto para surdos como para ouvintes, tinha a principal missão de ensinar a leitura e a escrita. Na metodologia utilizada por L’Epée, a língua utilizada era a lín- gua de sinais. Ele fazia demonstrações do seu método em praças públicas para comprovar o que os surdos aprendiam. “Na Escola Pública para Surdos em Paris, após cinco ou seis anos de formação, os surdos dominavam a língua de sinais francesa, o francês escrito, o latim e uma outra língua estrangeira tambémde forma escrita. Além da leitura e da escrita em três línguas distintas, os alunos surdos tinham acesso aos conhecimentos de geografia, as- tronomia, álgebra, etc., bem como artes de ofício e ativi- dades físicas.” (Quadros, 2006, p. 22). Sánchez apud Quadros (2006, p.23), destaca que “a divul- gação dos trabalhos do abade L’Epée e a adoção de seu mé- todo pedagógico em muitas escolas públicas, permitiram aos surdos, não só da França, mas também em países como Rússia, Escandinávia, Itália e Estados Unidos, a possibilidade de des- tacarem-se e ocuparem cargos importantes na sociedade de seu tempo. Enquanto na França, L’Epée defendia o uso da língua de sinais na educação dos surdos, na Alemanha, Samuel Heinicke criou o Método Oral e fundou a 1ª. Escola Pública Alemã para Surdos baseada nesse método. Isso deu origem a uma célebre controvérsia entre os dois. 10 “No fim do século XVIII, surgiu uma célebre con- trovérsia entre Heinicke e L’Epée. Uma das grandes di- ferenças entre os dois educadores é que L’Epée difundiu seu método, apresentando-o inclusive em praças públicas, pois achava que assim a população poderia ver seu êxi- to. Durante essas demonstrações, seus alunos deveriam responder, em francês, em latim e em italiano, a duzen- tas perguntas sobre religião e fazer os sinais de duzentos verbos. Já Heinicke não costumava mostrar seu método” (GUARINELLO, 2007, p. 24). Heinicke, em uma das cartas enviadas a L’Epée, afirmou: “nenhum outro método pode ser comparado ao que eu inven- tei e prático porque esse se baseia totalmente na articulação da linguagem oral” (SKLIAR apud GUARINELLO, 2007, p. 25). Em 1821, o médico francês Jean Marc Gaspar Itard, co- meçou a praticar vários procedimentos médicos com o objetivo de curar a surdez, o que ficou conhecida como: Medicalização da Surdez. Era comum ele aplicar eletricidade no ouvido dos alunos surdos do Instituto de Paris e colocar sanguessugas no pescoço dos surdos, pois ele acreditava que o sangramento pu- desse ajudar de alguma forma na cura da surdez. Segundo Lane apud Guarinello (2007, p. 25 e 26), “ne- nhum dos experimentos de Itard teve resultados satisfatórios. Para o mesmo autor, após várias tentativas frustradas de curar a surdez, Itard concluiu que o ouvido dos surdos estava morto e que não havia nada que a medicina pudesse fazer a respeito”. 11 1.4 A Educação dos Surdos nos Estados Unidos (Século XVIII) Já nos Estados Unidos, até o Século XVIII, não havia es- colas para Surdos. As famílias que queriam que seus filhos es- tudassem, costumavam mandá-los para a Europa. Foi então que Thomas Hopkins Gallaudet, o primeiro americano a se interes- sar pela educação dos surdos, ouve falar do método desenvolvi- do por L’Epée na França para educar os surdos e decide viajar para aprender de perto sobre o método e conhecer o Instituto de Paris, pois o seu objetivo era fundar uma escola para surdos na América. Ao chegar na França, L’Epée apresenta Laurent Clerc, instrutor surdo, que passa a acompanhar Gallaudet ensinando a língua de sinais e o instruindo. Contratado por Gallaudet, am- bos viajam para os Estados unidos com o objetivo de implantar a primeira escola pública para surdos naquele país. Em 1817, eles conseguem atingir o objetivo proposto fundando o que fi- cou conhecida por Connecticut Asylum for the Education and Instruction of Deaf and Dumb Persons. Para Lane apud Guarinello (2007, p.27), “Laurent Clerc é considerado a figura mais importante no desen- volvimento da língua de sinais e da comunidade surda nos Estados Unidos. Em sua época ele já afirmava que os sur- dos faziam parte de uma comunidade linguística minoritá- ria e que o bilinguismo deveria ser um objetivo para eles”. 12 Como a Connecticut Asylum for the Education and Instruction of Deaf and Dumb Persons foi fundada por um ins- trutor francês, inicialmente os professores aprendiam a língua de sinais francesa, sendo aos poucos substituída pela língua de sinais americana, até então em processo de formação. Em 1821, todas as escolas americanas já utilizavam a American Sign Language (ASL – Língua de Sinais Americana). “Em 1824, o National Deaf-Mute College, uma escola para sur- dos localizada em Washington, foi transformado no Gallaudet College, em homenagem a Thomas Gallaudet. Atualmente essa escola é a Universidade Gallaudet” (GUARINELLO, 2007, p. 27). Uma dessas pessoas que ficou conhecida como o inimi- go mais temido dos surdos americanos, foi o escocês Alexandre Gran Bell, o inventor do telefone. Sua mãe e esposa eram surdas e ele era a favor do método oral. Objetivava acabar com as lín- guas de sinais, pois acreditava que a comunicação através dos sinais isolaria os surdos em pequenos grupos, fazendo com que estes, adquirissem muito poder. Em 1869, com a morte de Clerc, o oralismo começou a ga- nhar força, surgindo pessoas que passaram a proclamar que a língua de sinais era prejudicial e consequentemente defendendo o oralismo. 13 1.5 O Congresso de Milão Em 1880, em Milão, na Itália, aconteceu um congresso decisivo sobre qual método deveria ser adotado pelas escolas do mundo todo na educação dos surdos, e que ficou conhecido como Congresso Internacional de Milão. Nesse congresso, um grupo defendia a abordagem oral (uso da fala, escrita e da lei- tura labial na educação) e outro grupo acreditava que os surdos tinham uma língua e que poderiam ser ensinados através dela. Surdos e ouvintes foram convocados a participarem do congresso e da votação, porém houve um boicote e os professo- res surdos foram excluídos da votação. “Bell, aproveitou-se de todo o seu prestígio em defesa do oralismo e ajudou na votação. O uso do Oralismo venceu, sendo o uso da língua de sinais ofi- cialmente proibido” (GUARINELLO, 2007, p. 29). Skliar apud Quadros (2006, p. 25) cita o conjunto de reso- luções votadas no Congresso que demonstram a substituição da língua de sinais pela língua oral na educação de surdos: � I. Considerando la indudable superioridad de la palabra sobre los gestos para restituir al sordomudo a la lengua, el Congresso declara que o método oral deve ser preferido al de la mímica para la educación e instrución de los sordo-mudos. � II. Considerando que el uso simultáneo de la palabra y de lo gestos mímicos tiene la desventaja de dañar la palabra, la lectura sobre los lábios y la precisión de las ideas, el Con-gresso declara que o método oral debe ser preferido [...] Depois do Congresso de Milão, a língua de sinais foi 14 proibida em todas as escolas. Era comum a prática de amarra- rem as mãos das crianças para trás a fim de que evitar que elas se comunicassem através dos sinais. Os surdos perderam o seu emprego e houve uma queda na qualidade da educação. Oralismo então foi adotado pelas escolas de toda a Europa até os fins de 1970. Porém, a abordagem utilizada nesse período descaracterizou o surdo, subordinando a sua educação à orali- dade. O que ficou considerado como um retrocesso grotesco na educação dos surdos do mundo todo. De acordo com Sanchez, “a educação dos surdos, sempre nas mãos dos ouvintes, manteve quase que inva- riavelmente um sentido de reabilitação, de oferecer aos educandos a possibilidade de superar sua limitação audi- tiva, para agir como ouvintes e com ouvintes, e, dessa for- ma, integrar-se como se fossem ouvintes na sociedade dos ouvintes” (SANCHEZ apud GUARINELLO, 2007, p. 29). 1.6 Comunicação Total Em 1970, devido à insatisfação com os resultados do Oralismo, alguns estudiosos propuseram uma abordagem co- nhecida como Comunicação Total. Definido como o uso de vá- rios recursos, tais como: fala, escrita, gestos, mímica, pantomi- ma, sinais e outros para a educação dos surdos. Todo recurso existente era aceitável para comunicar alguma ideia. Rapidamente essa abordagem foi disseminada, adquirindo 15 um reconhecimento maior do que outros métodos americanos já existentes como: “Rochester (que utilizava o alfabeto manual e a fala na educação dossurdos) e o Cued Speech (que com- bina o uso da audição residual e da leitura orofacial a forma- to de mão, correspondentes aos fonemas da linguagem oral)” (GUARINELLO, 2007, p. 31). “De fato, não se pode negar o valor dos métodos da Comunicação Total para a visualização da língua falada em uma série de aplicações da língua escrita. No entan- to, havia outros aspectos críticos em que os problemas começavam a acumular-se. Tais problemas diziam res- peito ao fato importante de que, embora, por princípio, a Comunicação Total apoiasse o uso simultâneo da língua de sinais com sistemas de sinais; na prática, tal concilia- ção nunca foi e nem seria efetivamente possível, devido à natureza extremamente distinta da língua de sinais” (CAPOVILLA, 2001, p. 1.485). 1.7 Bilinguismo Porém, no final da década de 1970, inicia-se um movi- mento de reivindicação pela língua de sinais, surgindo então à abordagem bilíngue para Surdos. O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que pretendem tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. O bilinguismo propõe que os surdos devem usar a sua língua natural, a libras, que é a sua primeira língua (L1) e 16 posteriormente devem aprender a língua portuguesa, pois para eles é segunda língua (L2). Ressaltando que, as línguas de si- nais são autônomas e não estão subordinadas as línguas orais. No entanto, como os surdos vivem em países que oficialmente possui duas línguas, é interessante que eles aprendam também a primeira língua do seu país. Segundo Skliar apud Guarinello (2007, p.32), “a adoção do bilinguismo é compatível com a concepção socio-antropoló- gica de sujeito surdo e surdez”. Essa concepção compreende que os surdos se agrupam em comunidades linguísticas minoritárias, as comunidades surdas; compartilham valores, crenças, hábitos, cultura e uma língua en- tre si. Essa concepção concebe os surdos como seres integrantes da sociedade, como cidadãos pró-ativos, com direitos e deveres. Os surdos passam assim a serem vistos como diferentes e não mais como deficientes. 1.8 Quadro Resumo das Principais Abordagens na Educação dos Surdos Oralismo ‘O oralismo’ é um dos recursos que usa o treinamento de fala, leitura labial, e outros. Perlin e Strobel (2006, p. 20). 17 Comunicação Total A Comunicação Total inclui todo o es- pectro dos modos linguísticos: gestos criados pelas crianças, língua de sinais, fala, leitura oro-facial, alfabeto manual, leitura e escrita. Denton apud Freeman, Carbin, Boese (1999), por Perlin e Strobel (2006, p. 23). Bilinguismo O Bilinguismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser Bilíngue, ou seja, deve adquirir como língua ma- terna a língua de sinais, que é consi- derada a língua natural dos surdos e, como Segunda língua, a língua oficial de seu país. Goldfeld apud Perlin e Strobel (2006, p. 24). 1.9 Histórico no Brasil Enquanto isso no Brasil, em 1911, o Brasil, em obediên- cia as decisões tomadas no Congresso Internacional de Milão, decide também proibir o uso da língua de sinais em território nacional e adotar o método oralista. Em 1957, a ex-diretora do Instituto Nacional de Educação de Surdos, Ana Rimola de Faria Doria, proibiu o uso da língua de sinais dentro das salas de aula. Porém, segundo Vieira citado por Guarinello (2007, p. 34), “apesar de todas as proibições, a língua de sinais sempre foi utilizada pelos alunos às escondidas”. Em 1970, assim como aconteceu nas escolas de surdos do mundo todo, como o oralismo não produziu os resultados es- perados, a comunicação total foi adotada pelas escolas. Entre 18 os anos de 1970 e 1980, iniciam-se os estudos sobre a língua de sinais brasileira através das pesquisas desenvolvidas pela linguista Lucinda Ferreira Brito e posteriormente por outros pesquisadores. Atualmente aqui no Brasil, a proposta aceita e que vem sendo largamente utilizada pelas escolas, associações e institu- tos, é a abordagem bilíngue. As pesquisas dos linguistas e pes- quisadores contribuíram de forma positiva para que a língua de sinais fosse reconhecida oficialmente como meio legal de co- municação e expressão através da lei 10.436 de 24 de abril de 2002, promulgada pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. 1 Fundamentos Históricos da Educação dos Surdos 1.1 Histórico da Educação dos Surdos 1.2 Histórico da Educação dos Surdos 1.3 Fundação da Primeira Escola Pública para Surdos na França 1.4 A Educação dos Surdos nos Estados Unidos (Século XVIII) 1.5 O Congresso de Milão 1.6 Comunicação Total 1.7 Bilinguismo 1.8 Quadro Resumo das Principais Abordagens na Educação dos Surdos 1.9 Histórico no Brasil
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