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Apelação 02

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Estágio Supervisionado Penal III
Apelação 2
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DO JÚRI DA COMARCA DE...
Autos n...
VANDERLEI DA SILVA, já qualificado nos autos de ação penal que lhe move o Ministério Público, vem, por intermédio de sua advogada que infra subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por suposta realização da conduta abstrata versada no preceito primário do artigo 121 caput do Código Penal, vem por sua advogada que abaixo subscreve, interpor, tempestivamente
RECURSO DE APELAÇÃO
com fundamento no artigo 593, III, “c” e “d”, do Código de Processo Penal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente recurso.
Termos em que,
pede e aguarda deferimento.
Local, data.
Advogada...
OAB...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE...
Recorrente: VANDERLEI DA SILVA
Recorrido: Ministério Público
Autos de origem n.:...
RAZÕES DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara
Ínclitos julgadores
I. DOS FATOS
O recorrente, morava com sua esposa na casa dos pais e era sustentado pelo sogro, a vítima, ele se encontrava desempregado há 2 (dois) anos. Todos os dias, o recorrente buscava emprego, voltando frustrado para casa sem sucesso resultante de sua busca. 
Invariavelmente era humilhado por sua esposa todas as manhãs que o dizia que não possuía competência ou capacidade para nada, porém o apelante sempre foi uma pessoa calma e de coração manso e humilde, razão pela qual jamais retrucou as ofensas a ele proferidas, também pelo fato de sua esposa estar grávida de 6 meses e ele realmente não havia como sustentá-la, restando muito entristecido. 
Em determinado domingo, seu sogro, homem de compleição física avantajada (alto e forte) com fama de violento, se encontrando alcoolizado começou a disparar ofensas e discutir com o apelante, logo em seguida agredindo-o verbalmente perante várias testemunhas. 
O recorrente sempre foi uma pessoa franzina de estatura mediana, pessoa tranquila e pacata que nunca fora anteriormente processado, não suportou tamanha humilhação e explodiu, respondendo as agressões verbais proferidas contra sua pessoa. 
Seu sogro então, tomado por uma grande fúria muniu-se de uma faca que estava em cima de uma mesa do restaurante que se encontravam, foi em direção ao recorrente e o atacou, entrando em luta corporal com o mesmo. No desenrolar da briga, após muito apanhar, o apelante conseguiu tomar a faca da mão de seu sogro, e em decorrência de seu grande porte físico lhe desferiu 3 facadas na região abdominal, para somente assim afastar o perigo de morte que está vivenciando, o que infelizmente resultou na morte da vítima. 
Levantada a hipótese de legitima defesa em sede de instrução, as testemunhas que presenciaram o ato confirmaram a versão apresentada pela defesa do Apelante. Entretanto, o promotor de justiça, alegou que o número de facadas por si só afastaria a tese de legitima defesa ora levantada. 
O recorrente então foi processado em liberdade, pronunciado pelo crime do artigo 121, caput, do Código Penal e condenado por homicídio simples por 4 votos a 3 pelo tribunal do júri da comarca de Varginha/MG. No momento da dosimetria da pena, o juízo a quo condenou-o a 8 anos de reclusão pela pratica do delito. 
Ocorre que referida sentença merece reparo, pois a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos, como também houve injustiça na aplicação da pena.
II. PRELIMINARMENTE
I. Da decisão dos jurados manifestamente contrária à prova apresentada nos autos 
Em que pese o recorrente ter sido condenado, verifica-se que todas as provas apresentadas, em relação à autoria do fato se resumem a depoimento testemunhal, mais precisamente de testemunhas que presenciaram o ocorrido. Nenhuma das testemunhas ouvidas na etapa instrutória acusou o recorrente, pelo contrário, todas elas evidenciaram ainda mais a hipótese de legítima defesa, através de seus depoimentos. Também, vale salientar, que em nenhum momento ocorreu dubiedade ou discrepância entre os depoimentos das testemunhas.
O fato citado acima, age em concordância com a tese levantada pela defesa, a qual foi refutada pelo representante do Ministério Público e posteriormente pelos jurados, o que não condiz com a real verdade em relação ao presente caso. E que condenou o recorrente injustamente à uma reclusão de 8 (oito) anos. 
II. Da legítima defesa
O art. 23 do Código Penal, contende que não ocorre crime em hipótese de legítima defesa:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: II - em legítima defesa; 
E o art. 25 aborda sobre o que é a legítima defesa: 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou 
de outrem. 2 
	O recorrente sofreu um ataque de uma pessoa imensamente maior do que ele em termos de porte físico após uma discussão acalorada em um restaurante, da vítima, pessoa que já lhe proferias ofensas e ameaças por longo período de tempo. Em meio ao ataque, quando a vítima desferiu luta corporal com o recorrente, a mesma muniu-se de faca, objeto cortante e perfurante para lhe desferir golpes. 
Em virtude do claro e iminente risco de morte, não restou outra opção ao recorrente, senão se defender, fato que resultou no óbito na vítima. Como a vítima era muito superior fisicamente ao apelante, por obvio que o mesmo não teria a certeza que apenas um golpe o afastaria de ceifar sua vida, por este motivo lhe desferiu 2 golpes a mais, mas não com animus necandi, e sim com animus defendendi, sendo perfeitamente justificável a repressão. 
Estão presentes os requisitos para vigorar a legítima defesa, quais sejam: 
a) repulsa a agressão atual e injusta. 
b) defesa de direito próprio ou alheio (no caso próprio) 
c) emprego moderado dos meios necessários 
d) orientação de ânimo do agente no sentido de praticar atos defensivos. 
 Portanto, evidência clara que, a real situação se contrapõe, ao apresentado pelo Ministério Público, se encaixando na excludente de ilicitude da legítima defesa. 
III. Do Homicídio Privilegiado
Caso Vossas Excelências não acolha as hipóteses apresentadas acima, outrossim, na remota hipótese de remanescer condenado, o apelante requer a aplicação do homicídio privilegiado, presente no parágrafo 1º, do artigo 121 do Código Penal, porquanto, agiu quando dos fatos retratados “sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima” a qual antes da ocorrência do fato típico, no restaurante, o afrontou e o humilhou frente a terceiros, consoante já demonstrado e evidenciado. 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um 
terço. 4 
Restando comprovado, pugna pela redução da pena imposta ao recorrente, em um terço, visto que além de constituir-se em direito público subjetivo do réu, a ele faz jus, uma vez evidenciado e implementados os requisitos que informam o instituto do privilégio, em comento. 
Consequentemente, a sentença proferida pelo juízo a quo, seja reformada, reservada aos Preclaros Desembargadores que compõem essa Ínclita Câmara Julgadora. 
III. DOS PEDIDOS
Ante a todo o exposto, requer seja a Vossa Excelência, recebido, reconhecido e provido o presente recurso, e que a sentença ora impugnada seja reformada com a total procedência dos pedidos recursais, acolhendo-se as teses mencionadas acima, designando novo julgamento ao apelante nos termos do artigo 593, III, d, e §3º, do Código de Processo Penal, sendo observada a aplicação da excludente de ilicitude da legitima defesa, presente no artigo 23, inciso II e artigo 25, ambos do Código Penal. 
Caso não prospere a tese principal (legítima defesa própria), seja a pena reduzida em 1/3 (um terço), privilégioarguido no parágrafo 1º, do artigo 121 do Código Penal. 
Nesses termos,
Pede e aguarda deferimento.
Local, data.
Advogada...
OAB...

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