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Pulsos- Localização: 1. Radial: este é o pulso por onde habitualmente o exame é iniciado e é pesquisado na goteira radial. 2. Braquial: é pesquisado com os dedos na superfície medial do terço médio do braço para dentro do corpo do bíceps, junto à prega do cotovelo. 3. Subclávia: os pulsos subclávios são palpáveis acima ou abaixo do terço médio da clavícula, por detrás e abaixo da clavícula, com o exami-nador posicionado anterior ou posteriormente ao paciente. 4. Axilar: é palpado com o braço em abdução de 90 graus, estando o membro superior direito em repouso no antebraço direito do examina-dor, que então vai palpar com a mão esquerda, que será colocada na fossa axilar. O inverso é feito para a palpação do pulso axilar esquerdo. 5. Aorta: na fúrcula esternal. 6. Carótida: na borda interna do músculo esternocleidomastóideo, com ligeira flexão lateral da cabeça. Para evitar as consequências desa-gradáveis da síndrome do seio carotídeo, especialmente em idosos, as carótidas não devem ser palpadas simultaneamente, limitando-se a palpação à metade inferior do pescoço do pa-ciente. 7. Temporal: os pulsos temporais superficiais devem ser palpados simultaneamente, no nível da fossa temporal, acima das arcadas zigomáticas, junto ao osso temporal. 8. Aorta abdominal: a partir do epigástrio até dois dedos abaixo da cicatriz umbilical. 9. Femoral: palpa-se no nível da arcada crural, no ponto médio entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca anteroposterior. 10. Poplíteo: em flexão dos joelhos de 90 graus, colocar os dedos no centro da fossa poplítea e procurar o feixe neuromuscular no centro con-tra a superfície posterior da tíbia; é de difícil palpação. 11. Tibiais posteriores: por detrás do maléolo medial. 12. Tibiais anteriores: na face anterior do tornozelo, entre os tendões do músculo tibial anterior. 13. Pediosos: são palpados lateralmente ao tendão extensor do hálux, no prolongamento dos pulsos tibiais Técnica de exame- Procedimento: 1. As mãos do examinador devem ser lavadas e aquecidas. 2. O paciente deve ser orientado sobre o procedimento e colocado em posição confortável: sentado para o exame dos membros superiores, po-rém sempre com o braço apoiado, e em decúbito dorsal para o exame dos membros inferiores. 3. Os principais fatores que influenciam a percep-ção da onda de pulso são a pressão intravascular, a dimensão da artéria e a pressão exercida pelos dedos do examinador. De maneira ideal, a pressão dos dedos sobre a artéria deve variar até que se perceba o pulso com maior nitidez. Esta pressão corresponde à pressão diastólica. 4. Os dedos devem deslizar longitudinalmente sobre o percurso da artéria, percebendo assim as características de elasticidade, consistência e forma. A artéria é normalmente retilínea, elástica, com superfície lisa e uniforme. Deslizando os dedos, o observador poderá perceber se esta é depressível, endurecida, em “traqueia de passarinho”, dilatada ou aneurismática. Em se tratando de crianças pequenas, nas quais a artéria é fina e complacente, uma pressão de palpação inadequada poderá comprimi-la, e o examinador perceberá seu próprio pulso, incorrendo em erro de avaliação. 5. A frequência do pulso é contada no intervalo de 1 minuto, se não houver arritmias ou extrassístoles, e anotada no prontuário. Os fenômenos que ocorrem na vertente as-cendente do pulso até seu vértice chamam-se ana-cróticos, e os que ocorrem na vertente descendente denominam-se catacróticos (incisura dícrota e onda dícrota). • A avaliação dos pulsos deve constar de frequência, ritmo, velocidade, simetria, tensão e características da onda (amplitude e forma). • A frequência e o ritmo informam sobre a atividade elétrica do coração, devendo ser pesquisados, preferencialmente, no pulso radial. A amplitude e a regularidade traduzem a função do ventrículo esquerdo e devem ser pesquisadas, preferencialmente, nos pulsos centrais, sendo o mais adequado o carotídeo direito • Frequência cardíaca A frequência cardíaca pode ser averiguada em qualquer local em que o pulso for palpável. O pulso deve ser contado no intervalo de 1 minuto, se não houver arritmias ou extrassístoles. Nesses casos, contar por 3 minutos e descrever quantas extrassístoles estão presentes. Frequência cardíaca: RN: <80 a 100 ou >200bpm 0 a 1 ano: <80 a 100 ou >180bpm Crianças: <60 a 80 ou >120bpm Adolescentes: < 60 ou >110bpm Ritmo O ritmo normal é caracterizado pelas amplitudes iguais com espaços ou intervalos também iguais. A primeira observação é se o pulso é regular ou não. Ao mesmo tempo que o pulso é palpado, recomenda-se proceder à ausculta cardíaca. Desse modo, é possível verificar se todos os batimentos cardíacos são acompanhados de uma onda de pulso. Caso isto não esteja ocorrendo, está caracterizada uma arritmia cardíaca. Quando a irregularidade ocorrer, deverá ser identificado se é contínua ou intermitente. Na arritmia sinusal respiratória, observam-se aceleração dos batimentos no final da inspiração e redução na parte final da expiração. Essa arritmia é frequente em crianças. A arritmia sinusal aumenta a frequência na inspiração e diminui na expiração. O pulso pode apresentar-se irregular na presença de fibrilação atrial e com extrassístoles. O exercício acentua a irregularidade na fibrilação atrial e as extrassístoles desaparecem com o exercício, exceto em casos de grave comprometimento cardíaco. Velocidade dos pulsos Pulsos rápidos são evidenciáveis quando o paciente apresenta taquicardia, o que corresponde a aumento da frequência nos batimentos cardíacos. A frequência cardíaca normal nas diversas faixas etárias, em batimentos por minuto (bpm), é: Recém-nascidos 110 a 150 Primeira semana 100 a 140 Um ano 100 a 120 Dois a 4 anos 85 a 115 Seis anos 65 a 100 Adolescentes 60 a 100 (média 90) Adultos 60 a 100 (média 70 a 80) Um pulso com frequência aumentada pode ter várias causas possíveis: • Taquicardia sinusal, cujo ritmo é normal. • Arritmia cardíaca de origem não sinusal, cujo ritmo não é normal. Pulso com baixa frequência A bradicardia é definida por diminuição da frequência cardíaca e é observada em indivíduos normais, chamados vagotônicos, sendo um achado comum em atletas e pessoas com ótimo condi-cionamento físico. Simetria Os pulsos devem ter as mesmas características do pulso contralateral. Características diferentes sugerem obstrução arterial (coarctação aórtica) ou outras doenças vasculares periféricas que cursem com obstrução. Características da onda (amplitude e forma) A amplitude e a forma só podem ser observadas pela palpação, e sua percepção só é obtida por meio de treinamento. A forma do pulso não tem apenas grande interesse clínico, mas também profundo significado fisiopatológico. Forma O formato do pulso representa a análise de seu contorno. Os estudos invasivos das ondas de pulso demonstraram grande variedade de contorno, e essas alterações são de difícil percepção. Os pulsos proximais, como o carotídeo, evidenciam melhor a percepção de modificações na forma da onda. Amplitude A amplitude é caracterizada como normal, aumentada ou diminuída. Deve ser verificado se a amplitude da onda é longa ou curta, ou se termina abruptamente. A amplitude da onda pode ser modificada pelapassagem rápida de sangue pela aorta e suas ramificações, doenças que ocasionam alto débito, aumento de volume no ventrículo es-querdo e vasodilatação periférica Bruna Goulart Página 1 de PULSOS
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