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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Alterações Genéticas P1: Ok! P2: Quais os tipos de alterações genéticas e suas implicações? P3: • Síndrome de Down o Trissomia do 21 ▪ 3 pares homólogos o Mutações estrutural e numéricas (+++); o Erro no ponto de checagem M (metáfase e anáfase); o Poderia ocorrer erro na coenzima? • Mutação cromossomal: o Mutações estruturais o Mutações numéricas; • Mutações gênicas: mudanças dos genes o Anemias, ausência de enzima metabólicas, câncer, daltonismo, hemofilia, fenicetonúria o Acréscimo e retiradas das bases: ▪ Deleção: retirada de bases ▪ Inversão ▪ Translocação • Mutações tem bônus e ônus; • Mutações ocorre em diferentes momentos da vida; • Fatores exógenos que favorecem às mutações o Alimentos (quantidade de nitrato e nitrito) ▪ Enlatados, conservantes e embutidos ▪ Agrotóxicos (Nutrição e manejo) o Radiações ▪ Solar (UV) e nuclear (raio x) o Produtos químicos ▪ Tabaco o Agentes biológicos ▪ HPV • Mecanismos que limitam o surgimento de mutações; o Pontos de checagem ▪ ciclinas P4: Ok P5: • Explicar os processos dos tipos de mutação • Identificar as manifestações fenotípicas de cada mutação; • Diferenciar as mutações gênicas e cromossômicas • Entender as influências de fatores exógenos no processo de mutação. • Compreender a relação da mutação e o surgimento de neoplasias Referências Bibliográficas • BORGES-OSÓRIO, MRL; ROBINSON, WM. Genética Humana. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. E- book pág. 49 - 58 • NUSSBAUM, RL; McINNES, RR; WILLARD, HF. Thompson & Thompson Genética Médica. Ed. Elsevier. 6ª edição. Rio de Janeiro, RJ.2008 E-book. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Síndrome de Down Variabilidade genética humana: • 99,5% do DNA é comum a todos os indivíduos = genética compartilhada • 0,05% do DNA é responsável pela variabilidade genética • A sequência de DNA nuclear é 99,5% idêntica entre os seres humanos não aparentados (Homologia → Homem Sapiens Sapiens) • Essa pequena variação do código genético (0,05%) é responsável pela variabilidade genética determinada. Mutações: Conceito: • Mutação genética é a formação de um novo alelo, fora do padrão. • Essas alterações hereditárias do DNA são decorrentes de erros de replicação entes da divisão celular (Fase S) e não causadas por recombinação ou segregação. • Mutante: fenótipo incomum; expressão do gene que sofreu a mutação. • Tipo selvagem: corresponde ao fenótipo comum ou a expressão fenotípica do gene inalterado. Tipos: • Mutações gênicas, de ponto ou pontuais: são modificações hereditárias que ocorrem num lócus gênico específico e, podem envolver: o Substituição de uma base nitrogenada o Adição de uma base nitrogenada o Perda de uma base nitrogenada • Mutações cromossômicas: são modificações maiores, que alteram os cromossomos. Podem ser: o Estruturais: modificam a estrutura dos cromossomos o Numéricas: alteram o número de cromossomos. • Em geral, esses tipos de mutações são denominados alterações ou anomalias cromossômicas. Mutações gênicas • Taxa de mutação: corresponde a frequência de mutações e é expressa pelo número de mutações por lócus, por gameta ou geração. • Na espécie humana, a taxa de mutação média está em torno de 1/100.000/células. • As mutações gênicas podem ter por substituição, perda, deleção, adição ou inserção de uma base. Tipos de mutações gênicas – classificação geral • Mutação espontânea: É quando as mutações ocorrem sem que haja a interferência conhecida de qualquer agente capaz de provocá-las. • Mutação induzida: É quando as mutações ocorrem em frequência aumentada pela ação de agentes físicos e/ou químicos conhecidos, denominados agentes mutagênicos o Os agentes mutagênicos atuam, diretamente, sobre o DNA, seja alterando uma determinada base, seja incorporando-se ao mesmo. • Mutações estáveis ou fixas: quando são transmitidas inalteradas às gerações seguintes. o Substituição, deleção e inserções de base. • Mutações instáveis ou dinâmicas: quando sofrem alterações ao serem transmitidas nas famílias. o Sequências de trincas repetidas que ocorrem em número de cópias aumentadas (amplificação ou expansão de trinucleotídeos.) Mutações gênicas por substituição: • É quando uma base nitrogenada é trocada por dois tipos. • As substituições de base alteram apenas o códon ao qual ela pertence, acarretando somente a alteração de um aminoácido na proteína. • Embora a atividade da proteína possa ser reduzida, ela não é abolida. • Elas podem ser por: o Transição: uma base purina é substituída por outra base purina ou, uma base pirimidina é substituída por outra base pirimidina. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 ▪ Essas trocam causam menos repercussão na proteína o Translocação: ocorre troca de uma base purina por uma pirimidina e vice-versa. ▪ Ocorrem trocas bioquímicas maiores, com repercussão maior. ▪ Essa substituição dá origem às síndromes. o Silenciosa: ocorre a troca de uma base nitrogenada, em um determinado códon. No entanto, na prática, a troca de base não interfere na troca do aminoácido → códon sinônimo. ▪ GAA → Glutamina ▪ GAG → glutamina ▪ Estamos sujeitos a várias mutações ao longo do dia, sem repercussão clínica. o Missence: significa “mutação com sentido trocado ou incorreto”; ocorre a substituição de uma base nitrogenada, que altera o código genético, o aminoácido e, consequentemente, a proteína. ▪ AGC → Serina ▪ AAC → Leucina ▪ Ex: Anemia falciforme – nesse caso, o aminoácido Glutamina é substituído pelo aminoácido Valina, o que resultará em alterações metabólicas → as hemácias ficam em forma de foice causado anemia grave, disfunções da medula óssea etc. o Nonsense “sem sentido”: há a troca de uma base nitrogenada que causa uma repercussão de parada. ▪ AGC → serina ▪ ATC → códon de parada! ▪ Na maioria dos casos, a cadeia polipeptídica é encurtada e provavelmente não conserva sua atividade biológica normal. o Diretas: Substituições de base que resultam na troca do aminoácido original para um novo aminoácido. Exemplo: UUU (fenilalanina) → UUA (leucina). o Reversas: Responsáveis pelo processo inverso, quando ocorrem no mesmo ponto. Exemplo: UUA (leucina) → UUU (fenilalanina). o Neutras: Quando a substituição de base resulta em troca de aminoácido, mas isso não afeta a atividade da proteína. Mutações genéticas por inserção ou deleção de bases nitrogenadas: • Quando ocorre deleção ou inserção de três bases adjacentes, ou de múltiplos de três bases, há perda ou adição de aminoácidos na cadeia polipeptídica, mas a fase de leitura das bases da sequência restante não se altera, embora o polipeptídio possa não ser funcional. • Quando essas mutações não envolvem três bases ou múltiplos de três bases, a leitura dos aminoácidos se altera até o fim da cadeia e, geralmente, o polipeptídio resultante é não funcional. o Toda vez que ocorre deleção ou inserção de bases nitrogenadas no código genético, ocorre a desconfiguração da matriz de leitura que ocorre sempre de 3 em 3 → a partir daquele ponto, todos os aminoácidos vão se alterando, a proteína que se forma é diferente → Mutação tipo FRAMESHIFT Tipos de mutações gênicas – classificação pelos efeitos fenotípicos: • Mutação de perda de função: reduzem ou eliminam a função de seu produto gênico, podendo ser dominantes, recessivas. o Mutações nulas: são mutações que resultam na perda absoluta da função. • Mutações de ganho de função: resultam em um produto gênico com função reforçada ou nova, sendo geralmente, dominantes. o Pode ser devidoa uma mudança na sequência de aminoácidos do polipeptídeo. Mutações somáticas: • Só é alterado o DNA daquela célula, ou grupo de células específica; é restrito ao órgão ou tecido o Ex: fumante • Pode ser espontâneo ou induzido • Restrita a um determinado órgão ou tecido • Não transmissível • Acarretam maior prejuízo aos indivíduos → o Em adultos: podem causar tumores ou lesões degenerativas o Em zigoto, embrião ou feto: podem causar mosaicismo PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Um indivíduo com dois materiais genéticos distintos, porém provenientes do mesmo zigoto. Geralmente, esse distúrbio - o mosaicismo - ocorre como uma variação no número de cromossomos nas células do corpo Mutações Germinativas ou gaméticas: • Mutações que ocorrem nas células da linhagem germinativa. • Essas mutações já estão no DNA do indivíduo • Pode ser herdada ou transmitida • Está em todas as células dos indivíduos o Presente em exames de sangue • Afeta os gametas/tecido gonadal. • Não causam prejuízo ao seu portador, mas, dependendo do tipo de dano, poderão acarretar redução da fertilidade. Consequências da mutação • Mutação patogênica: causadora de doenças • Variantes benignas: responsáveis pela evolução de uma espécie • Variantes de significado incerto: a ciência e a genética ainda não descobriram o que elas significam. Conceito de polimorfismo: • Significa mutações (novo alelo), mas que já é comum na população • Prevalência ≥ 1% da população • Variante genética que alcança uma frequência de pelo menos 1% da população. • SNP – single nucleotide polymorphism: uma única base nitrogenada é trocada. Alterações cromossômicas: Podem ser numéricas ou estruturais. Alterações cromossômicas numéricas: Correspondem à perda ou ao acréscimo de um ou mais cromossomos. Podem ser euploidias ou aneuploidias. Euploidias: São alterações que envolvem todo o genoma, originado células cujo número de cromossomos é um múltiplo exato do número haploide característico da espécie • Haploidia (n): quando os cromossomos estão em dose simples, como nos gametas o Pode ser estado normal em alguns indivíduos o Anormal – quando ocorre nas células somáticas de organismos diploides → os indivíduos anormais serão estéreis. • Poliploidia: quando os cariótipos são representados por: três (triploidia, 3n), quatro (tetraploidia 4n), ou mais genomas. o São comuns em plantas; em humanos leva à abortos espontâneos. o A triploidia pode ser causada por um erro na fase de maturação da ovulogênese ou da espermatogênese, na divisão meiótica, levando a retenção de um corpúsculo polar ou à formação de um espermatozoide diploide. Pode ser causada também pela fertilização de um óvulo por dois espermatozoides – dispermia. o Células poliploides (16n) pode ser encontrada no fígado ou na medula óssea., bem como em células de tumores sólidos e em leucemias. Aneuploidias: São alterações que envolvem um ou mais cromossomos de cada par, dando origem a múltiplos não exatos do nº haploide característico da espécie – temos 1 cromossomo a + ou a -. • Decorrem da não disjunção ou não separação de um ou mais cromossomo durante a anáfase I e /ou II da meiose ou na anáfase das mitoses no zigoto. Sobre a não disjunção: o Ocorre mias frequentemente durante a meiose I, na primeira ou segunda divisão. ▪ Quando na 1º divisão: o gameta, com o cromossomo em excesso, em vez de ter apenas um cromossomo, terá os dois de um mesmo par, sendo um de origem materna e outro paterna. ▪ Quando na 2º divisão: ambos os cromossomos do mesmo par (no gameta que ficou com o excesso de cromossomos) serão de origem idêntica: ou materna ou paterna o A não disjunção pode resultar na presença de duas ou mais linhagens celulares diferentes → mosaicismo. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 • As aneuploidias são: o Nulissomia: quando há perda dos dois membros de um par cromossômico (2n-2). As nulissomias são, em geral, letais. o Monossomias: há perda de um dos crossmos do par (2n-1). o Trissomia: quando um mesmo cromossomo se apresenta repetido três x (2n+1). o Tetrassomia: (2n +2) – síndrome da treta X (44 + xxxx) o Trissomia dupla: corresponde à trissomia de dois cromossomos pertencentes a pares diferentes (2n + 1 + 1) Alterações cromossômicas estruturais: São mudanças na estrutura dos cromossomos, que resultam de uma ou mais quebras em um ou mais cromossomos, formando rearranjos balanceados ou não. • Rearranjos balanceados: o complemento cromossômico é completo, sem perda nem ganho de material genético. o São inofensivos, com exceção rara das vezes que um dos pontos de quebra danifica um gene funcional importante. • Rearranjos não balanceados: o complemento cromossômico contém uma quantidade incorreta de material cromossômico e os efeitos clínicos são graves. • As quebras podem ocorrer espontaneamente ou pela ação de agentes externos: o Radiações o Drogas o Vírus • Cada quebra em um cromossomo ou cromátide produz duas extremidades, as quais podem ser envolvidas em um dos três tipos de eventos seguintes: 1. As extremidades rompidas podem se unir novamente, restaurando a estrutura original do cromossomo. 2. As extremidades rompidas não tornam a ligar-se e o segmento cromossômico acêntrico (sem centrômero) perde-se em uma divisão celular subsequente, PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 enquanto o outro segmento, com o centrômero, fica deficiente. 3. Um ou mais segmentos quebrados de um cromossomo podem se unir a outro cromossomo ou a segmentos cromossômicos. • As alterações na estrutura dos cromossomos são classificadas em dois tipos: o aquelas nas quais há alteração no número de genes – deleções, duplicações, cromossomos em anel e isocromossomos – o aquelas nas quais há mudança na localização dos genes – inversões e translocações. Deleções ou deficiências: São perdas de segmentos cromossômicos; seu efeito depende da quantidade e da qualidade do material genético perdido. • Deleção terminal: simples quebra, sem reunião das extremidades quebradas; esse segmento acêntrico se perderá na próxima divisão celular, com a consequente perda do material genético nele contido. • Deleção intersticial: dupla quebra, com perda de um segmento interno, seguida da soldadura dos segmentos quebrados. O segmento é acêntrico (sem centrossomos) e, provavelmente, será perdido na divisão celular subsequente. Duplicações: É a repetição de um segmento cromossômico, causando um aumento no número de genes. • É resultante de um crossing-over desigual entre cromátides homólogas, durante a meiose, produzindo segmentos adjacentes duplicados e/ou deletados. • São mais comuns e menos prejudiciais – é importante no aspecto evolutivo. Cromossomo em anel: É a alteração que ocorre quando um cromossomo apresenta duas deleções terminais e as suas extremidades, agora sem os telômeros, tendem a reunir-se, levando à formação de um cromossomo anel. Os fragmentos rompidos, acêntricos, perdem-se. Esse tipo de alteração estrutural geralmente apresenta instabilidade durante a divisão celular. Isocromossomo: Forma-se quando a divisão do centrômero, durante a divisão celular, dá-se transversalmente, em vez de longitudinalmente. • Nessa divisão anormais, os dois cromossomos resultantes apresentam-se com braços iguais (metacêntricos), sendo duplicados para um dos braços originais e deficientes para o outro. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Inversão: É uma mudança de 180º na direção de um segmento cromossômico. Para ocorrer inversão, é necessária uma quebra em dois sítios diferentesdo cromossomo, seguida pela reunião do segmento invertido. • Pericêntrica: quando o centrômero se situa dentro do segmento invertido. • Paracêntrica: quando o centrômero se situa fora do segmento invertido. • São rearranjos balanceados • Raramente causam problemas nos portadores. • Resultante de problemas de pareamento e segregação dos cromossomos durante a meiose. • Um indivíduo pode produzir gametas não balanceados, se ocorrer um crossing-over dentro do segmento invertido durante a meiose I, quando se forma uma alça de inversão do cromossomo, na tentativa de manter o pareamento dos segmentos homólogos na sinapse • O resultado será um cromossomo normal, dois cromossomos recombinantes complementares, ambos com deleções de alguns segmentos e duplicações de outros, e um cromossomo com a inversão • Se ocorrer um crossing-over no segmento invertido de uma inversão paracêntrica, resultarão: um cromossomo normal, cromossomos recombinantes acêntricos e dicêntrico, com deleções e duplicações de segmentos, além de um cromossomo com a inversão. • Cromossomos acêntricos: não podem sofrer divisão mitótica • Cromossomos dicêntricos: inerentemente instáveis durante a divisão celular, portanto praticamente incompatíveis com a sobrevivência do embrião. • Inversão pericêntrica: resultarão um cromossomo normal, cromossomos recombinantes acêntricos e dicêntricos, com deleções e duplicações de segmentos, além de um cromossomo com a inversão. cromossomos acêntricos são fragmentos cromossômicos que não podem sofrer divisão mitótica, tanto que a sobrevivência de um embrião com tal arranjo é extremamente rara. Os cromossomos dicêntricos são inerentemente instáveis durante a divisão celular, portanto praticamente incompatíveis com a sobrevivência do embrião. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Translocação: Há transferência de segmentos de um cromossomo para o outro. Há quebra em dois cromossomos, seguida de troca de segmentos quebrados. • Recíprocas: há trocas de segmentos entre os cromossomos que sofreram quebras. • Não recíprocas: o segmento de um cromossomo liga-se a outro, mas não há troca entre eles (é necessário haver pelo menos três quebras). • Translocações Robertsonianas ou fusões cêntricas: dois cromossomos acrocêntricos sofrem quebras nas regiões centroméricas, havendo troca de braços cromossômicos inteiros. Agentes mutagênicos: Agentes físicos: Radiações ionizantes: • Radiações de alta energia e pequeno comprimento de onda. o Ex: raios x, gama, raios cósmicos e partículas emitidas por elementos radioativos (partícula alfa, beta e nêutrons). • Isso provoca a liberação de elétrons, tornando as moléculas altamente instáveis e suscetíveis a reações químicas, que se combinam com o DNA, causando erros no pareamento das bases durante a duplicação e rompendo as ligações açúcar-fosfato de modo a causar quebras cromossômicas • Fontes naturais: raios cômicos, a radiação externa de materiais radioativos em certas rochas e a radiação interna de materiais radioativos em tecidos • Fontes artificiais: radiologia diagnóstica e terapêutica, exposição ocupacional e precipitação radioativa de explosões nucleares • “Dose” de radiação: quantidade de radiação recebida pelos tecidos irradiados, medida em função da dose absorvida de radiação ou rad (quantidade de qualquer radiação ionizante que é realmente absorvida pelos tecidos) • Rem (roentgen equivalente for man): mistura de radiações; uma medida de qualquer radiação em função dos raios X; um rem de radiação é a dose absorvida que produz o mesmo efeito biológico que um rad de raios X • Dose gonadal de radiação: quantidade de radiação recebida em 30 anos (uma geração) • Há sistemas de reparo enzimático para as lesões do DNA (se a aplicação se der em um curto prazo, o sistema de reparo será insuficiente para muitas lesões) • Qualquer aumento na dose de radiação resulta em elevação proporcional da taxa de mutação. • As doses de radiação têm efeito acumulativo no organismo • A suscetibilidade às mutações varia com o tipo de célula, o lócus gênico, o sexo e os fatores do ambiente (cromossomos são mais sensíveis à radiação do que os genes) • Dose máxima permissível de radiação: limite de segurança arbitrário (até 50mSv por ano) Radiações ultravioleta (raios UV): • São menos enérgicas e têm maior comprimento de onda PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 • A energia de qualquer radiação do espectro varia inversamente ao seu comprimento de onda • As ondas do âmbito da luz visível, ou mais longas, são benignas. • As ondas de menor comprimento do que o da luz visível, por serem mais energéticas, têm potencial para desorganizar as moléculas orgânicas. • Dímeros de pirimidina: um dos efeitos mutagênicos em que duas pirimidinas idênticas, particularmente os dímeros formados por duas timinas, impedem seu pareamento com a adenina. Eles distorcem a conformação do DNA e inibem sua replicação normal. Podem acontecer erros na sequência de bases do DNA e durante a replicação (ex.: câncer de pele) Efeitos biológicos das radiações: • Dependem da localização da fonte, do tipo de radiação, de sua energia e das características do material que as absorve • Proteções naturais contra mutações: o A redundância do código genético ajuda a realizar essa proteção o A posição em que a substituição de aminoácido ocorre na proteína o Uma mutação pode ter efeito condicional, afetando o fenótipo apenas sob determinadas condições Substâncias químicas: • Sua ação sobre a molécula de DNA é mais conhecida, podendo causar não disjunção meiótica, quebras cromossômicas e mutações pontuais Análogos de bases: • substâncias cuja estrutura química pode substituir as bases nitrogenadas durante a replicação do DNA, devido sua semelhança. Compostos com ação direta: • não são incorporados ao DNA, mas modificam diretamente a estrutura das bases Agentes alquilantes: • Constituem os mais potentes mutagênicos. Eles doam um grupo alquila (CH3 (metil) ou CH3CH2 (etil)) para os grupos amino ou cetona dos nucleotídeos Corantes de acridina: • Ligam-se ao DNA, inserindo-se entre bases adjacentes. Isso ocasiona, durante a replicação do DNA, distorção da hélice de DNA e mudanças na fase de leitura, resultando em adição ou deleção de nucleotídeos • Teste de Ames: usa linhagens da bactéria Salmonella typhimurium selecionadas por sua capacidade de revelar a presença de tipos específicos de mutações, instrumento preliminar de triagem Mecanismo de reparo do DNA: • O genoma humano possui múltiplos mecanismos complexos de reparo de DNA – pontos de checagem, para evitar mutações. • Qualquer dano que introduza uma alteração na dupla-hélice do DNA representa uma ameaça à constituição genética da célula. Em geral, esse dano é reconhecido e corrigido por sistemas de reparo tão complexos e importantes para a célula quanto o mecanismo de replicação do DNA. • Reparo de mal pareamento: bases nitrogenadas desorganizadas • Fosforilação de um substrato chave • Diversas enzimas de reparo (helicase/telomerase) Reparo direto: • É raro e envolve a reversão ou a simples remoção do dano • Ex.: reparo por fotorreativação (dano causado pela luz UV) PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 Reparo por excisão: • Excisão: inserção ou substituição de base. • Reparo por excisão de base: corrige o dano causado às bases nitrogenadas pela hidrólise espontânea ou por ação de substâncias químicas Reparo por excisão de nucleotídeos: • Excisão: inserção ou substituição de nucleotídeos. • Corrige lesões do DNA que alteram ou distorcem a dupla-hélice. (ex.: dímeros de pirimidinas)Reparo por pareamento incorreto: • Realizado pela varredura do DNA em busca de bases que não estão pareadas adequadamente; “fitas novas” são corrigidas. Reparo por recombinação homóloga: • Lida com quebras da dupla-hélice do DNA • Esses danos podem levar a rearranjos cromossômicos, doenças sindrômicas e morte celular Reparo por excisão de junção de extremidades não homólogas: • De quebra da dupla-hélice do DNA, em que o sistema pode unir extremidades de DNA não homólogas • Ativado na fase G1 do ciclo celular • Algumas sequências nucleotídicas são perdidas no momento da junção Reparo por subunidades catalíticas da DNA- polimerase: • Muitas DNA-polimerases podem ressintetizar segmentos de de DNA, para reposição. • Em geral, essas enzimas utilizam-se do mecanismo de reversão para verificar as sequências das fitas-filhas e remover erros. Falha no mecanismo de reparo do DNA: Síndromes de instabilidade genômica ou cromossômica: • Perda de mecanismo de reparo • Apresentam características clínicas comuns: o Pré-disposição ao câncer; o Erupções cutâneas ou sensibilidade à luz solar (raios UV) o Imunodeficiência: perda da função na medula óssea o Envelhecimento precoce o Cabelos quebradiços o Anomalias estruturais ou congênitas o Baixa estatura o Face diomórfica o Depressão de medula óssea o Disfunção cognitiva • Ex: Xeroderma Pigmentoso o Ocorre mutaões em vários genes responsáveis pelo reparo do DNA o Grave exposição UV à pele gera erupções cutâneas, gerando tumores (MELANOMA). A Síndrome de Down: • Trissomia do cromossomo 21 → é a + comum na espécie humana • Síndrome genética mais frequente 1:600- 800 nascimentos • Há três cromossomos no cromossomo do nº 21 • É a causa mais comum de déficit intelectual. Alterações cromossômicas que definem a etiologia da Síndrome de Down: • Trissomia livre (espontâneo): cerca de 95% dos casos • Associação de causa com idade materna avançada (≥ 36 anos) • No cariótipo: o Meninas ♀: 47, XX+ 21 o Meninos ♂: 47, XY + 21 • As principais causas podem ser: • Não disjunção meiótica na formação dos ovócitos maternos – principal mecanismo de formação da síndrome de Down • Alterações cromossômicas – translocações: o Cerca de 3-4% dos casos o 1 cromossomo é preso em outro o Troca entre materiais cromossômicos – acrocêntricos (12, 14, 15, 21 e 22) o Translocação Robertsoniana PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO CÉLULAS E MOLÉCULAS GT 3 o No cariótipo: 46, XYt (14,21) (14q; 21q) o Risco de recorrência familiar: fazer análise de cariótipo nos pais, pois podem ser que sejam silenciosos. • Alterações cromossômicas – Mosaicismos: o Cerca de 1-2% dos casos; o Mistura de 2 tipos de células que convive no mesmo organismo o Presença de duas linhagens celulares o No cariótipo: 46, XY (701/47, XY + 21 [30]) Manifestações clínicas da síndrome de Down: • Hipotonia: ↓ do tônus muscular o Dificuldade de sução alimentar/sucção o Choro fraco • Atraso no desenvolvimento/deficiência intelectual • Baixa estatura • Língua protusa/efeito da hipotonia • Palato “céu da boca” estreito • Língua com sulcos predominantes • Prega cervical → excesso de pele • Prega palmar única • Clinodactilia: encurvamento do 5º dedo das mãos • Aumento da distância entre o 1º e 2º dedo dos pés • Na face o Orelhas baixas o Ponte nasal baica o Fendas palpebrais oblíquas para cima: olhos amendoados (puxado para cima) Condições associadas: • Cardiopatia congênita (DSAV) o Defeito do septo atrioventricular • Alterações visuais • Alterações auditivas • Doenças tireoidianas (hipotireoidismo) • Alterações dentárias (hipodontia) • Alterações gastrointestinais • Incidência de leucemia • Alzheimer → perda cognitiva a longo prazo • Alterações musculoesqueléticas • Alterações neuropsiquiátricas
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