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Cefaleias: Tipos e Sintomas

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Neurologia - Cefaleias 
 
pode se apresentar como um sintoma isolado, fazer parte de uma síndrome clínica, 
como a migrânea, ou, até mesmo, sinalizar para a existência de uma condição oculta, como 
meningite ou neoplasia. Pode ser causada por tração, deslocamento, distensão, inflamação ou 
vasodilatação dos vasos intra e extracranianos, seios venosos, veias tributárias, dura-máter, escalpe, 
periósteo e nervos sensitivos cranianos. Afeta pessoas mais na faixa produtiva. 
 São classificadas como primárias e secundárias. 
✓ Primárias (Doença): sem relações temporal e causal com qualquer outro transtorno. 
 Migrânea 
 Cefaleia do tipo tensional 
 Cefaleia em salvas 
 Cefaleias trigeminoautonômicas 
✓ Secundárias (Sintoma): decorrem de outros distúrbios: neoplasias, infecções ou traumas. 
 Cefaleia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical 
 Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical 
 Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno de crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios 
da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas 
 Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico 
✓ Terciárias: neuralgias cranianas, dor facial primária e central e outras cefaleias. 
 mais frequente em mulheres e é uma das principais queixas na urgência neurol. 
Em estudos epidemiológicos de cefaleia foi descrita a seguinte descrição: de 46%; de migrânea, 11%; 
de cefaleia do tipo tensional (CTT), 42%; e de cefaleia crônica diária (CCD), 3%. Embora a CTT seja 
considerada o tipo de dor de cabeça que mais frequentemente aflige a população mundial, não 
existem muitos estudos epidemiológicos sobre ela. 
CCD: é um grupo heterogêneo de doenças, incluindo cefaleias primárias e secundárias, em que a 
dor de cabeça ocorre em 15 ou mais dias por mês, durante pelo menos 3 meses consecutivos. As CCDs 
primárias, ou seja, aquelas não causadas por outras doenças subjacentes, com duração de 4 ou mais 
horas, podem ser subdivididas em: (1) migrânea crônica, (2) CTT crônica, (3) hemicrania contínua e 
(4) cefaleia persistente e diária desde o início. 
 a maioria das dores de cabeça é diagnosticada mediante anamnese e exame físico. 
 
 
Exame Fisico 
 
|Migranea e suas Variantes| 
Migrânea é um termo derivado do grego, hemicrania, significando metade da cabeça. Popularmente 
chamada de enxaqueca. Um terço dos casos a migrânea envolve ambos os lados da cabeça e em 
outros 20% se inicia de um lado e se torna bilateral. É a mais comum na emergência. 
vários estímulos diferentes (fatores hormonais, certos alimentos, 
estresse, fatores genéticos na sua grande maioria poligênica), que causa hiperexcitabilidade, que 
causa depressão alastrante, que pode ou não causar aura e a ativação do núcleo caudal do trigêmeo. 
 cefaleia associada a náusea, foto e fonofobia e sintomas neurológicos focais: aura. 
✓ Migrânea sem aura: cefaleia com características específicas e sintomas associados. 
✓ Migrânea com aura: sintomas neurológicos focais que precedem ou acompanham a cefaleia 
Alguns pacientes também experimentam uma fase premonitória, antecedendo em horas ou dias o 
aparecimento da cefaleia, e uma fase de resolução de cefaleia. Sintomas premonitórios e de 
resolução incluem hiperatividade, hipoatividade, depressão, apetite específico para determinadas 
comidas, bocejamento repetitivo. 
 migrânea comum, hemicrania simples. Características típicas da cefaleia 
são localização unilateral, qualidade pulsátil, intensidade moderada ou severa, exacerbação por 
atividade física rotineira e associada a náusea e/ou fotofobia e fonofobia. Mais comum, 75%.
✓ É o tipo mais comum 
✓ Mais incapacitante 
✓ Mais frequente 
✓ Mais probabilidade de cronificar, em 
uso frequente de medicamentos 
✓ Em crianças é geralmente bilateral 
Critérios diagnósticos: 
a. Pelo menos 5 ataques que preenchem os critérios B-D 
b. Cefaleia durando 4-72 horas (s. tratamento) 
c. Cefaleia preenche ao menos 2 das seguintes características 
• Localização unilateral 
• Qualidade pulsátil 
• Intensidade da dor moderada ou severa 
• Exacerbada por atividade física rotineira (caminhar ou subir degraus) 
d. Durante a cefaleia, pelo menos 1 dos seguintes: 
• náuseas e/ou vômitos 
• fotofobia e fonofobia 
e. Não atribuída a outro transtorno 
 manifesta em ataques de sintomas neurológicos focais reversíveis que 
normalmente desenvolvem-se gradualmente em 5-20 minutos e duram menos de 60 minutos. 
Critérios diagnósticos: 
A. Pelo menos 2 ataques preenchendo o critério B. 
B. Aura de migrânea cumpre os critérios B e C para um dos subtipos de migrânea. 
C. Não atribuída a outro distúrbio. 
 
✓ Aurea pode acontecer antes ou acompanhar a migrânea 
 
 
 
Sintomas premonitórios: acontecem de horas a 1 ou 2 dias antes de um ataque de migrânea. Eles 
incluem várias combinações de fadiga, dificuldade de concentração, rigidez no pescoço, foto ou 
fonofobia, náusea, visão turva, bocejamento repetido e palidez, alterações do humor, irritabilidade, 
avidez por determinados alimentos, sonolência, bocejos repetitivos. 
Geralmente se inicia no córtex visual do lobo occipital, manifestando-se como alucinações 
visuais. Por vezes, assume um espectro de fortificação, e geralmente as alucinações podem assumir 
aspecto cintilante e vão aumentando de tamanho, deixando em seu interior uma zona de amaurose, 
com escotomas cintilantes. Pode ter também sintomas de linguagem, sensitivos e motores.
Fases da dor da Migranea| 
Na maioria dos pacientes é unilateral, podendo ser bilateral ou mesmo mudar de lado dentro de 
uma mesma crise. É sentida atrás do globo ocular, no canto interno do olho, na região frontal, porém 
mais frequentemente na região temporal anterior. Pode-se irradiar para nuca, pescoço ou mesmo 
para o ombro. Por vezes, pode começar como um incômodo na região cervical antes de assumir seu 
clássico padrão de pulsatilidade, isto é, piorar a cada batimento cardíaco. A duração é de 4 a 72 
horas quando não tratada, porém na maioria das vezes é de 12 a 24 horas. 
 Gradualmente, a dor vai diminuindo, sobrevindo cansaço e sensação de 
exaustão, que podem permanecer por dias a fio. Outros sintomas dessa fase são irritabilidade, 
lentidão de raciocínio e letargia. Os sintomas nesta fase têm sido denominados pródromos. 
 Sintomas gastrointestinais são muito comuns. Náuseas ocorrem em 
90% das crises; vômitos, em um terço dos casos; diarreia, em 16%; além de anorexia, que também é 
bastante comum. Aumento da percepção neurossensorial e estímulos em geral inócuos são 
percebidos como muito desagradáveis, como luz (fotofobia) e sons (fonofobia). 
Migranea Cronica| 
Em geral se desenvolve a partir da migrânea sem aura, que, com o tempo vai perdendo seu caráter 
de ocorrer em crises bem definidas. A cefaleia está presente em mais de 15 dias por mês, durante 
mais de 3 meses, e que em pelo menos 8 dias por mês a dor adquire aspectos migranosos. 
: sexo feminino, baixo nível educacional e social, depressão, ansiedade, 
obesidade, estilo de vida, dor miofascial, Disfunção temporomandibular, transtornos de p., estresse 
e obesidade, contudo elemento de importância é o uso excessivo de medicações para a crise 
migranosa, como ergóticos, analgésicos comuns ou mesmo opioides. O abuso de medicamentos, se 
caracteriza, como anti-inflamatório e analgésico (>15/mês) e tricíclicos e opióides (>10/mês) 
 analgésico e anti-inflamatória ou tripitanos (bloqueiam a serotonina), 
plazil, se ele tiver mais desidratado, fazer hidratação intravenosa. Não pode usar tramal, pode dar 
efeito rebote da cefaleia. Além disso, sono, hidratação (mais de 2l/dia), terapia de relaxamento, 
alimentação saudável, diminuir no etilismo e na cafeína. 
 O episódio de enxaqueca é 
autolimitado e raramente resulta em 
complicações neurológicas permanentes. 
Enxaqueca crônica pode causar incapacitação 
por dor e afetar a execução de atividades 
diárias e a qualidade de vida. Quando uma 
crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, 
diz-seque o paciente está em status 
enxaquecoso (ou migranoso). 
Migranea Hemiplegica| 
Enxaqueca hemplégica é um subtipo raro de enxaqueca com aura, caracterizado pela presença de 
fraqueza motora como manifestação de aura. Normalmente, a aura da enxaqueca tem sintomas visuais 
como aura, mas ocasionalmente a deficiência na sensação ou na fala também pode ser vista. Uma 
enxaqueca hemplégica é uma condição distinta na qual ocorre fraqueza motora. Uma enxaqueca 
hemplégica pode correr na família (enxaqueca hemplégica familiar) ou ocorrer esporadicamente em 
um indivíduo (enxaqueca hemplégica esporádica). 
FHM é um subtipo autossômico-dominante de 
enxaqueca hemplégica que corre na família. Os critérios diagnósticos para enxaqueca hemplégica 
familiar exigem que pelo menos um parente de primeiro ou segundo grau tenha tido ataques que 
preenchem os critérios diagnósticos para enxaqueca hemplégica. A Classificação Internacional de 
Distúrbios da Dor de Cabeça-3 classifica o FHM em 4 subtipos baseados na mutação genética 
associada a eles. 
 Vários autores alertam que se deve atentar ao fato de que 24% dos migranosos sofrem 
mais de quatro crises por mês, que em 50% dos migranosos a crise provoca grande diminuição das 
atividades laborativas e sociais e que 85% deles apresentam, em determinadas épocas, crises muito 
intensas. Deve ser considerada a ocorrência de uma ou mais das seguintes circunstâncias: 
1. Frequência das crises: em geral, indica-se a profilaxia medicamentosa quando ocorrem três 
ou mais crises por mês. 
2. Grau de incapacidade importante: (pessoal, familiar, social e produtiva) – nesse caso, 
considerar a indicação de profilaxia, mesmo quando a frequência for menor do que a referida 
no item anterior (uma crise ao mês ou menos). 
3. Falência da medicação abortiva: ineficácia, uso abusivo ou excessivo, intolerância, ou 
contraindicação para o uso de sintomáticos. 
4. Subtipos especiais de migrânea: basilar, hemiplégica, com aura prolongada, com auras 
frequentes e atípicas e infarto migranoso. e. Ineficácia da profilaxia não farmacológica. 
|Cefaleia do Tipo Tensional| 
A cefaleia do tipo tensional (CTT) é considerada o tipo mais comum de cefaleia primária. Sua 
prevalência ao longo da vida na população geral varia de 14% a 78%. 
 Piora no final do dia, sem fases definidas como na migrânea. É uma dor 
bilateral, dor em aperto, sem relação com atividade física, sem relação hormonal. É uma dor de 
cabeça mais leve, as vezes com um fator emocional. O mais comum é que não tenha muitos sintomas 
associados. 
 cefaleia durando de minutos a dias, ocorrendo menos de uma vez por 
mês. A dor é tipicamente bilateral, tem caráter em pressão ou aperto, de leve a moderada 
intensidade, e não piora com atividade física rotineira. Fotofobia ou fonofobia podem estar 
presentes. Não é necessariamente patológica. 
 diferencia-se do subtipo infrequente, pois os episódios ocorrem mais de 
uma vez por mês, mas não chegam a atingir a frequência quase diária da CTT crônica. 
 Trata-se de um distúrbio que evolui da CTT episódica, com crises diárias ou muito 
frequentes de cefaleia que duram de minutos a dias. Frequência elevada, ocorrendo em 15 ou mais 
dias por mês durante mais de 3 meses determina alto impacto na qualidade de vida dos pacientes. 
Tais pacientes são muito comumente abusadores de medicações analgésicas e apresentam 
comorbidades psiquiátricas. Pode haver náusea leve, fotofobia ou fonofobia, o que dificulta o 
diagnóstico diferencial com a migrânea crônica. Na verdade, o diagnóstico definitivo não pode 
ocorrer durante a vigência do abuso de analgésicos, uma vez que esse é o responsável pela mudança 
no padrão semiológico da dor. 
 detectado pela palpação, é o achado mais 
significativo nos pacientes com CTT. A hiperalgesia aumenta com a intensidade e a frequência da 
cefaleia. Facilmente pesquisada mediante palpação com movimentos pequenos giratórios e uma 
pressão firme com o segundo e terceiro dedos nos músculos frontal, temporal, masseter, 
esternocleidomastóideo, esplênio e trapézio. 
 disfunção dolorosa muscular difusa dentro das estruturas miofasciais, 
envolvendo dor referida dos pontos gatilhos ou trigger points (TP). O TP é definido como uma área 
hipersensível localizada em uma banda tensa de um músculo, tendão ou ligamento, de onde impulsos 
bombardeiam o sistema nervoso central (SNC), criando um padrão de dor regional referida e/ou 
sintomas autonômicos de provocação. 
|Cefaleia em Salvas e Outras Cefaleias Trigeminoautonomicas| 
 A CS é considerada rara, quando em comparação com os outros tipos de 
dor primária, porém este conceito tem sido modificado ao longo dos anos. Por razões ainda 
desconhecidas, a CS é mais comum em homens. Ao contrário da migrânea, observou-se que não houve 
predileção para início das salvas no período menstrual ou pré-menstrual. Também não houve 
mudança nas características da dor com uso de contraceptivo oral durante a menopausa ou após 
reposição hormonal. Somente 5% apresentaram dor no período da gravidez, sugerindo algum 
mecanismo protetor. A idade de início nas mulheres se assemelha à idade de início nos homens. A 
incidência de tabagismo e alcoolismo é grande, geralmente com alto consumo dos dois, mesmo em 
avaliações no sexo feminino. 
 A CS é caracterizada por crises de dor forte ou muito forte unilateral, orbitária, 
supraorbitária e/ou temporal, durando de 15 a 180 minutos, acompanhada por pelo menos um sinal 
ou sintoma autonômico ipsilateral: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, 
edema palpebral, sudorese facial, miose e ptose. Advém sensação de inquietude ou agitação, e as 
crises podem ocorrer até oito vezes ao dia. Na grande, maioria das vezes é episódica, com aqueles 
grandes períodos de remissão. Desencadeada entre outras coisas por vasodilatores e pelo 
alcoolismo. Sazonalidade, naquele mesmo período do ano e também causa muita inquietude. 
Relacionada ao ciclo circadiano. Profilaxia: Verapramil 
 Oxigênio inalado em grande quantidade. Não pode usar tramal. Pode usar 
tripitano, muito raro nos hospitais. Porém o oxigênio inalado em grande quantidade durante 20min. 
 Cerca de 10% a 15% dos pacientes têm sintomas crônicos sem remissões. Dor deve 
ocorrer por pelo menos 1 ano, sem remissão ou com remissões menores que 1 mês. 
 O lacrimejamento é o sinal autonômico mais frequente, seguido 
por hiperemia conjuntival e congestão nasal. Não houve exacerbação da dor pelos movimentos. 
 álcool, medicamentos vasodilatadores, histamina, sono, alterações 
comportamentais, aumento das atividades física, mental ou emocional. As alterações emocionais 
parecem influenciar principalmente os casos crônicos. 
 Fenômenos sensoriais, como fotofobia, fonofobia e osmofobia, além 
da possível presença de náuseas e vômitos, são descritos em vários estudos. A ausência de 
exacerbação da dor com esforço físico, ajudando no diagnóstico diferencial. 
: é uma forma rara de dor de cabeça que se assemelha a cefaleia em 
salvas em alguns aspectos. No entanto, a hemicrânia paroxística é mais comum nas mulheres e, 
geralmente inicia-se na idade adulta, no entanto já foram relatados em meninas de até 6 anos de 
idade. Esta condição é caracterizada por ataques de dor de cabeça múltiplos, curtos, unilaterais e 
severos. Existem duas formas, crônicas e episódicas. Os pacientes com hemicrania paroxística 
crônica experimentam ataques diários por um ano ou mais. Quando seu médico está bastante certo de 
que você sofre de hemicrania paroxística, você receberá uma dose terapêutica de um tipo especial 
de anti-inflamatório. Este fármaco anti-inflamatório alivia completamente os sintomas. Uma 
resposta positiva a este tipo especial de anti-inflamatório é a confirmação de um diagnóstico de 
hemicrânia paroxísitca.

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