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A2 - DIREITO TRIBUTÁRIO

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( ) Prática de Laboratório 
 ( ) Exercícios ( ) D1 
 ( ) Prova Modular ( ) D2 
 ( ) Prova Global ( ) D3 
 ( ) Exame Final/Exame de Certificação ( ) A1 
 ( ) Aproveitamento Extraordinário de Estudos (X) A2 
Nota: 
 
 
 
 
Disciplina: Direito Tributário I Turma: DIR/3AN 
Professor: Grasiela Grosselli 
Data: 18/06/2020 
Alunos: Daniel Franco Chimanowski e Larissa Hubner 
 
 
1. A POSSIBILIDADE DE ABRANGÊNCIA DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA 
 (ART. 138 CTN) 
 
O Código Tributário Nacional estabelece em seu artigo 138, um instrumento que 
consiste na possibilidade de o devedor do crédito tributário confessar a prática de determinada 
infração e pagar o respectivo débito antes que o fisco instaure contra ele qualquer 
procedimento administrativo de cobrança. 
Segundo Machado (2006, p.184), o art. 138 do CTN é um instrumento de política 
legislativa tributária, pois o legislador estimulou o cumprimento das obrigações tributárias, 
beneficiando o contribuinte faltoso com a exclusão de penalidades quando este denúncia a 
infração cometida espontaneamente e pagar o tributo devido. 
Dessa forma, a denúncia espontânea foi incluída no Código Tributário Nacional com o 
objetivo de incentivar o adimplemento das obrigações tributárias. Não é intenção do 
legislador o estímulo da prática de infrações ou institucionalizar a mora de devedores, mas 
beneficiar não apenas o contribuinte, que terá a responsabilidade pela infração excluída, e o 
Fisco, que não precisará fiscalizar e arrecadar o tributo nesses casos. 
A infração cometida deve ser denunciada voluntariamente pelo infrator 
tempestivamente, ou seja, antes do início de procedimento administrativo ou de medida de 
fiscalização relacionados com a infração, porque meros comunicados ou fiscalizações 
genéricas não afastam a espontaneidade da denúncia, o procedimento de fiscalização deve ser 
específico, ou seja, ter relação com o tributo a ser confessado. 
Os requisitos ou pressupostos de admissibilidade da denúncia espontânea estão 
previstos no art. 138 do CTN: ocorrência de infração tributária, espontaneidade, 
tempestividade, especificidade do procedimento e pagamento do tributo devido ou depósito 
da importância arbitrada. 
A doutrina e a jurisprudência são unânimes em considerar configurada a denúncia 
espontânea com a respectiva exclusão da responsabilidade pela infração quando há o 
 
pagamento em cota única do débito denunciado, entretanto, não é assim quando o contribuinte 
pede o parcelamento da dívida. 
 Alguns doutrinadores defendem a ideia de que a denúncia espontânea só está 
configurada apenas na hipótese de o contribuinte efetuar o pagamento integral do tributo 
confessado. Então, o benefício só será concedido se houver o pagamento de todo o débito 
existente acompanhado dos juros de mora. 
 Um dos argumentos utilizados por esses doutrinadores baseia-se no princípio da 
isonomia. Assim, todos os contribuintes que almejam a exclusão da responsabilidade pela 
infração cometida devem ser tratados igualmente, pagando o valor integral do tributo 
imediatamente ou depositando o valor arbitrado pela autoridade administrativa. 
Zanon (2002, p.124-125) defende esse argumento, afirmando que o legislador apenas 
previu a hipótese de pagamento integral. Dessa forma, tratar diferentemente os contribuintes 
faltosos com o benefício da confissão espontânea seguida de parcelamento seria uma afronta 
ao contribuinte que age corretamente, pagando seus impostos em dia. 
A corrente doutrinária contrária defende que há a configuração da denúncia 
espontânea quando o contribuinte pede o parcelamento do seu débito e considera ultrapassada 
a súmula 208 do Tribunal Federal de Recursos. 
Os adeptos dessa corrente refutam o argumento de que o parcelamento concedido em 
caso de denúncia espontânea seria uma afronta ao princípio da isonomia. Não há tratamento 
privilegiado aos contribuintes que pagam as suas dívidas em parcelas, pois sobre o valor a ser 
pago incidem juros desde o vencimento do prazo para o pagamento até a data em que o débito 
é parcelado, além dos juros correspondentes ao período futuro. 
Lemos (2002, p.53-54) defende esse posicionamento, afirmando não se poderia negar 
o parcelamento a quem, agindo de boa-fé, denuncia a infração, mas não possui o valor 
integral para fazer jus ao benefício fiscal, pois o objetivo do instituto é incentivar o 
pagamento sem necessidade de intervenção do Estado. 
 O Supremo Tribunal Federal interpreta o art. 138 do CTN para descaracterizar a 
denúncia espontânea, acompanhada do pedido de parcelamento, como hipótese de 
afastamento de multa e de juros punitivos. O seguinte julgado embasa esse entendimento: 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PEDIDO DE 
PARCELAMENTO. DESCARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA 
INFRACONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL. O acórdão recorrido 
baseou-se exclusivamente na interpretação do art. 138 do Código Tributário 
Nacional para descaracterizar a confissão do débito, acompanhada por pedido de 
parcelamento (e não pelo pagamento), como hipótese de afastamento de multa e de 
 
juros punitivos. Como não houve a invocação de preceito constitucional para 
justificar a interpretação, o fundamento infraconstitucional é suficiente para manter 
o acórdão recorrido. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (STF, 2ª T., AI 
691643 AgR - SP, rel. Min Joaquim Barbosa, j. 15.03.11, DJE 06.04.11). 
Assim, a jurisprudência atual está de acordo com o posicionamento da corrente que 
defende que a denúncia espontânea só está caracterizada quando o contribuinte pagar 
totalmente o débito. O parcelamento não enseja a aplicação do instituto do art. 138 do CTN, 
pois o cumprimento da obrigação foi desmembrado e somente será quitado quando satisfeito 
integralmente o valor devido. 
 A denúncia espontânea, prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, exclui a 
responsabilidade pela infração se o contribuinte comunicar a infração por livre iniciativa antes 
do início de procedimento administrativo ou de medida de fiscalização relacionados com a 
infração. 
O sujeito passivo da obrigação tributária deverá efetuar o pagamento do tributo devido 
e dos juros de mora ou depositar o valor arbitrado pela autoridade administrativa, quando o 
montante do tributo depender de apuração. 
Este instituto gera controvérsias doutrinárias, porém, há unanimidade na doutrina em 
admitir a configuração da confissão espontânea quando o contribuinte efetua o pagamento 
integral do tributo. No entanto, a celeuma persiste no tocante à possibilidade de parcelamento 
do débito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 
2006. 
 
ZANON, André Santos. A evasão tributária e a denúncia espontânea no direito tributário 
brasileiro. Revista tributária e de finanças públicas. São Paulo: Revista dos tribunais, n. 
45:65-129, 2002. 
 
LEMOS, Rubin. Parcelamento de débito tributário: enfoque atualizado pela Lei 
Complementar nº 104/2001. Brasília: Brasília Jurídica, 2002. 
 
Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/denuncia-
espontanea-e-pagamento-parcelado-da-divida/>. Acesso em: 09 jun. 2020.

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