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QUESTÕES COMENTADAS DE RESIDÊNCIAS NUTRIÇÃO 2 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 QUESTÕES TESTES 01 Os dissacarídeos são polímeros compos-tos por dois monossacarídeos unidos por uma ligação glicosídica e podem ser classificados em redutores e não redutores. Como exemplo de dissacarídeo, é correto citar: [A] Frutose [B] Galactose [C] Rafinose [D] Amilose [E] Lactose Alternativa A: INCORRETA. A frutose, também conheci- da como açúcar das frutas é um monossacarídeo. Alternativa B: INCORRETA. A galactose A galactose é um monossacarídeo transformada rapidamente em glicose após seu consumo/absorção. Alternativa C: INCORRETA. A Rafinose é um trissaca- rídeo composto por galactose, glicose e frutose, muito encontrada em leguminosas, como o fei- jão e a lentilha, além de algumas hortaliças como repolho e couve-de-bruxelas. Alternativa D: INCORRETA. A Amilose na verdade é uma molécula composta apenas por resíduos de glicose. Alternativa E: CORRETA. a lactose se encontra em lei- tes e derivados. Ela é um dissacarídeo formado pela união de glicose e galactose. Anota ai! Dissacarídeo Monossacarí-deos Fonte Sacarose Glicose + frutose Cana de açúcar Lactose Glicose + galactose Leite Maltose Glicose + Glicose Malte 02 A absorção do ferro não-heme é influen-ciada pelo estado nutricional do indivíduo em relação a esse mineral e por alguns compos- tos alimentares. Dentre as substâncias que afe- tam negativamente a absorção do ferro não he- me, é correto citar: [A] O ácido ascórbico; [B] O fósforo [C] O cálcio [D] A biotina [E] O ácido fólico Alternativa A: INCORRETA. O ácido ascórbico, quando ingerido na mesma refeição como ferro não he- me, potencializa a absorção. Ele mantém o ferro no estado ferroso e forma o quelato ferro-ascor- bato, que é mais solúvel, por isso pronto para ser absorvido. Alternativa B: INCORRETA. O Fósforo não interfere a absorção do ferro não heme, pois compete por diferentes sítios de absorção do mineral Alternativa C: CORRETA. Cálcio e ferro possuem o mesmo mecanismo de transporte e instalação celular. Por isso, a ingestão desses minerais de maneira conjunta, acaba por afetar a absorção de ambos pelo organismo. O ideal é priorizar o consumo de cálcio nas refeições intermediárias e de ferro nas principais refeições. Alternativa D: INCORRETA. A biotina também conhe- cida como vitamina B7 pode ser encontrada em uma série de alimentos que contêm ferro em suas composições, como o bife de fígado, por exemplo. Dessa forma, sua presença não afeta a absorção do ferro não heme. Alternativa D: INCORRETA. Também conhecida co- mo vitamina B9, o ácido fólio é fundamental pa- ra mulheres que estejam tentando engravidar e para grávidas no primeiro trimestre gestacional. A vitamina interage de modo positivo com o fer- ro, sem causar nenhum tipo de problema na ab- sorção desse mineral. 03 A xeroftalmia ainda é um dos principais problemas de nutrição e saúde pública no mundo e está relacionada à deficiência de: [A] Vitamina A [B] Vitamina K [C] Cianocobalamina [D] Riboflavina [E] Vitamina D DICA DO AUTOR:A xeroftalmia é uma doença pro- gressiva dos olhos que é causada pela deficiên- cia de vitamina A no organismo, o que leva a um ressecamento dos olhos, podendo resultar, a lon- go prazo, em complicações como cegueira no- turna ou surgimento de úlceras na córnea, por exemplo. Alternativa A: CORRETA. Levando em conta as causas da doença, a deficiência de vitamina A é a prin- cipal responsável pela instalação e desenvolvi- mento da xeroftalmia. 3▏Gabriela Perez Alternativa B: INCORRETA. Embora faça parte das vita- minas lipossolúveis, como a vitamina A a ausên- cia de vitamina K afeta diretamente o processo de coagulação sanguínea. Alternativa C: INCORRETA. Também conhecida como vitamina B12, a cianocobalamina, quando em baixos níveis no organismo, favorecem a instala- ção de quadros de anemia. Alternativa D: INCORRETA. Popularmente chama- da de vitamina B2, a riboflavina quando em bai- xas doses no organismo causa cansaço excessi- vo, alergias cutâneas e em crianças pode afetar o crescimento e desenvolvimento. Alternativa E: INCORRETA. Também fazendo parte das vitaminas lipossolúveis, a vitamina D pode cau- sar enfraquecimento ósseo, muscular e sensação de fraqueza em adultos, além de retardar o cres- cimento das crianças. 04 A faixa de normalidade para o IMC de indi-víduos idosos, segundo a Organização Pa- namericana de Saúde (OPAS), é de: [A] ≥ 25,0 kg/m² e < 279 kg/m² [B] >25,0 kg/m² e < 27,9 kg/m² [C] ≥ 23,0 kg/m² e < 28,0 kg/m² [D] > 23,0 kg/m² e < 279 kg/m² [E] > 25,0 kg/m² e < 28 kg/m² DICA DO AUTOR:De acordo com a OPAS (2002) os pon- tos de corte de IMC estabelecidos para idosos são: IMC (kg/m²) Classificação <23 Baixo peso 23 - 28 Eutrofia 28 - 30 Sobrepeso >30 Obesidade Alternativa A: INCORRETA. De acordo com a OPAS a faixa de normalidade é maior, se iniciando em 23 kg/m². Alternativa B: INCORRETA. Levando em conta os pon- tos de corte de IMC estabelecidos pela OPAS, a faixa de normalidade é mais extensa do que essa. Alternativa C: CORRETA. De acordo com a faixa de corte da OPAS, a faixa de eutrofia para idosos va- ria entre ≥ 23,0 kg/m² e < 28,0 kg/m². Alternativa D: INCORRETA. Por conta de 0,1 kg/m² es- sa faixa é considerada incorreta, levando em con- ta o que é estabelecido pela OPAS. Alternativa E: INCORRETA. A faixa de normalidade es- tabelecida pela OPAS é superior à da indicada por essa alternativa. 05 Um paciente de 60 anos admitido em uma UTI com diagnóstico de insuficiência res- piratória apresentou os seguintes dados labora- toriais: glicose – 82 mg/dL; sódio sérico 129 mE- q/L; potássio sérico – 4,1 mEq/L e albumina – 2,8 g/dL. No momento da internação o paciente pe- sava 45,5 kg, com altura de 171,5 cm. Com base nos valores do IMC e albumina, respectivamente, o diagnóstico nutricional foi de: [A] Eutrofia; desnutrição moderada. [B] Baixo peso; desnutrição severa. [C] Baixo peso; desnutrição moderada. [D] Eutrofia; desnutrição leve. [E] Baixo peso; desnutrição leve. DICA DO AUTOR:Para essa questão é necessária a re- alização do cálculo de IMC. Onde IMC = peso/al- tura². Já os níveis de desnutrição aliados as con- centrações de albumina são: Classificação Nível sérico Normal > 3,5 g/dL Depleção Leve 3,0 – 3,5 g/dL Depleção Moderada 2,4 – 2,9 g/dL Depleção Grave < 2,4 g/dL Alternativa A: INCORRETA. De acordo com cálculos de IMC o paciente encontra-se em baixo peso e não em eutrofia. Alternativa B: INCORRETA. De acordo com os níveis de albumina, a desnutrição do paciente é leve. Alternativa C: INCORRETA. De acordo com os níveis de albumina, a desnutrição do paciente é leve. Alternativa D: INCORRETA. De acordo com os cálculos de IMC o paciente encontra-se em baixo peso e não em eutrofia. Alternativa E: CORRETA. O paciente se encontra em baixo peso de acordo com o IMC e desnutrição leve de acordo com os níveis de albumina. 06 As proteínas plasmáticas são importantes in-dicadores do estado nutricional. Dentre as mais utilizadas, a que se mostra mais sensível a cur- to prazo devido à sua meia vida mais reduzida é [A] a albumina. [B] a proteína C-reativa. 4 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 [C] a proteína total. [D] a transferrina. [E] a pré-albumina. Alternativa A: INCORRETA. A albumina é um indica- dor pouco sensível de desnutrição, uma vez que sua reserva corporal é grande e sua meia é longa, chegando próxima dos 20 dias. Alternativa B: INCORRETA. Também conhecida como PCR, a proteína C reativa é produzida pelo fíga- do e se faz presente no sangue quando ocorre al- gum processo de inflamação ou infecção no or- ganismo. Alternativa C: INCORRETA. A proteína total é um in- dicativo pouco válido do estado nutricional de uma pessoa, uma vez que ela pode ser utiliza- da para diagnosticar alterações hepáticas, renais, além de demais distúrbios. Quando alterada, é preciso que se realizem outros testes para que se identifique a origem da alteração. AlternativaD: INCORRETA. A transferrina é uma pro- teína de transporte do ferro, sintetizada no fíga- do. Embora tenha meia vida curta, de aproxima- damente 8 dias, não é uma proteína sensível pa- ra determinar desnutrição. Alternativa E: CORRETA. Trata-se de uma proteína de- pletada de modo precoce em estado hipermeta- bólico, uma vez que sua vida média possui cer- ca de dois dias e sua reserva corporal é pequena. 07 Imunomoduladores são nutrientes especí-ficos usados em fórmulas enterais que atu- am alterando a resposta inflamatória para manu- tenção da mucosa intestinal. Um exemplo desse nutriente é: [A] folacina. [B] frutano. [C] glutamina. [D] alicina. [E] tirosina. Alternativa A: INCORRETA. A folacina ou ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel cuja função é formar proteínas estruturais e hemoglobina. Alternativa B: INCORRETA. Frutanos são polissacarí- deos originados da frutose e sintetizados em ve- getais (principalmente em plantas) por micror- ganismos provenientes da sacarose. Alternativa C: CORRETA. A glutamina é um aminoácido livre presente no tecido muscular e alguns alimen- tos e serve como energia para enterócitos, células da mucosa intestinal, age como imunomodulado- ra, prevenindo respostas inflamatórias. Alternativa D: INCORRETA. A alicina é um composto químico proveniente de uma reação enzimática quando o alho cru é cortado ou então esmagado. Alternativa E: INCORRETA. A tirosina é um aminoáci- do não essencial produzido pelo organismo que atua no organismo sintetizando proteínas. 08 Considere a seguinte definição: “síndrome associada ao processo de envelhecimento, que resulta em redução da massa magra e da for- ça muscular, geralmente acompanhada por inati- vidade física, diminuição da mobilidade, marcha lenta e baixa resistência física”. Essa definição se refere [A] à síndrome metabólica. [B] à demência senil. [C] à osteoporose. [D] à sarcopenia. [E] à desnutrição protéica. Alternativa A: INCORRETA. A síndrome metabólica é um conjunto de patologias que quando associa- das levam ao aumento de problemas cardiovas- culares. Essas patologias são: obesidade relacio- nada ao aumento de cintura abdominal, HAS, Hi- percolesterolemia, aumento de triglicérides e gli- cemia. Alternativa B: INCORRETA. A demência senil é uma patologia que acomete diretamente o funciona- mento cerebral, diminuindo a eficácia da libera- ção e recebimento de sinapses neuronais. Alternativa C: INCORRETA. A osteoporose é uma con- dição onde os ossos se tornam frágeis, porosos e consequentemente suscetíveis a fraturas. Alternativa D: CORRETA. A sarcopenia tem como ca- racterística a perda de massa magra, resultando diretamente na perda de força muscular. Seu sur- gimento está intimamente ligado a inatividade física, facilitando a diminuição de mobilidade e trazendo menor resistência física. Alternativa E: INCORRETA. A desnutrição proteica é um déficit energético decorrente de uma defi- ciência de todos os macronutrientes e normal- mente abrange a carência de uma série de mi- cronutrientes, também. Sua instalação causa fra- queza, absoluta, edemas, perda capilar e atrofia cuânea. 5▏Gabriela Perez 09 São exemplos de prebióticos e probióticos, respectivamente: [A] lactobacilos e pectina. [B] maltose e inulina. [C] bifidobactérias e β-glucanos. [D] frutano e lactobacilos. [E] inulina e imunoglobulina. NOTA DO AUTOR: São fibras não digeríveis que são fontes alimentares para as bactérias intestinais. •Prebióticos São bactérias intestinais benéficas que agem de modo a modular e manter o equilíbrio de toda a flora intestinal. •Probióticos Alternativa A: INCORRETA. Lactobacilos são bactérias probioticas. Já a pectina é um polisscarídeo rami- ficado presente em plantas e frutas, como a ma- çã e a pera, por exemplo, ela até pode ser consi- derada como uma fibra prebiótica, mas a coloca- ção da resposta está ao contrário do enunciado. Alternativa B: INCORRETA. A maltose é um dissacarí- deo, proveniente da união de duas moléculas de glicose. Já a inulina é uma fibra prebiótica não di- gestível presente em alimentos como alho, cebo- la, chicória e pode ser ingerida de modo natura ou manipulada. Alternativa C: INCORRETA. Bifidobactérias são bacté- rias probioticas presentes na mucosa intestinal. Os betaglucanos são fibras não digeríveis pre- sentes em cereais integrais, podendo ser consi- derados poderosos prebioticos. No entando a colocação de ambos, não condiz com o enuncia- do da questão. Alternativa D: CORRETA. Frutanos são fibras prebioti- cas não digeríveis encontradas em alimentos de origem vegetal. Já os lactobacilos são bactérias probióticas que se alimentam de fibras prebio- ticas e dessa maneira se multiplicam benefica- mente, aumentando a flora intestinal. Alternativa E: INCORRETA. Como colocado na ques- tão B, a inulina é uma fibra prebiótica não diges- tível presente em alimentos como alho, cebola, chicória e pode ser ingerida de modo natura ou manipulada. Já a imunoglobulina são anticorpos presentes no nosso organismo. 10 Em situações como jejum, exercício físico prolongado ou trauma, o organismo esgo- ta suas reservas de carboidratos em até 24 horas. A formação de glicose a partir de fontes diferen- tes dos carboidratos é chamada de [A] gliconeogênese. [B] glicólise. [C] ciclo do ácido tricarboxílico. [D] balanço nitrogenado. [E] fosforilação oxidativa. • Metabolismo da molécula de glicose à piruvato ou lactato para a produção de energia. Glicólise • Formação de glicose-6-fosfato de fontes não glicídicas. Gliconeogênese • Quebra do glicogênio em glicose para a produção de energia. Glicogenólise • Conversão de glicose a glicogênio para armazenamento. Glicogênese Alternativa A: CORRETA. A gliconeogênese é o pro- cesso pelo qual percussores, como piruvato, gli- cerol, aminoácidos ou lactatos são convertidos em glicose em situações de jejum, traumas, ou atividades físicas prolongadas. Alternativa B: INCORRETA. A glicólise é uma das eta- pas da respiração celular, na qual ocorre a que- bra da glicose em partes menores e consequente liberação de energia. Alternativa C: INCORRETA. Também conhecido co- mo ciclo de Krebs, o ciclo do ácido tricarboxíli- co é uma das etapas metabólicas da respiração celular aeróbica que ocorre na matriz mitocon- drial das células. Alternativa D: INCORRETA. O balanço nitrogenado é a diferença entre nitrogênio das proteínas ingeri- das e excretadas. Alternativa E: INCORRETA. A fosforilação oxidativa é uma v via metabólica que utiliza energia liberta- da pela oxidação de nutrientes para a produção de energia sob a forma de ATP. 11 A Lei no 11 346, de 15 de setembro de 2006, criou o Sistema Nacional de Seguran- ça Alimentar e Nutricional – SISAN que tem como objetivo principal [A] implementar a agricultura comercial em lar- ga escala. [B] garantir o cumprimento das metas de padro- nização da produção, comercialização e consu- mo alimentar no país, eliminando as diferenças regionais. 6 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 [C] promover a saúde dos grupos populacionais vulneráveis. [D] assegurar o direito humano à alimentação adequada. [E] monitorar o cumprimento das ações gover- namentais quanto ao diagnóstico nutricional da população. NOTA DO AUTOR:A lei nº 11346 de 15 de setembro de 2006, atualizada em 29/05/2017 13h10 afir- ma que: A sociedade civil organizada, que atua no campo da Segurança Alimentar e Nutricional, propôs a criação do Sistema Nacional de Segu- rança Alimentar e Nutricional – SISAN, por reco- nhecer que a realização do Direito Humano à Ali- mentação Adequada - DHAA requer ações públi- cas que devem ser participativas, articuladas e intersetoriais. Alternativa A: INCORRETA. A agricultura comercial em larga escala já está implementada no Brasil; Alternativa B: INCORRETA. Mesmo através de leis, de- vido ao tamanho continental do Brasil, seria di- fícil padronizar produções e eliminar diferenças regionais. Alternativa C: INCORRETA. A promoção de saúde de gruposde vulneráveis é um papel do ministé- rio da saúde através de programas de saúde e do SUS – Sistema Único de Saúde. Alternativa D: CORRETA. O SISAN tem como principal objetivo assegurar o direito humano à alimenta- ção adequada. Alternativa E: INCORRETA. monitorar o cumprimento das ações governamentais quanto ao diagnósti- co nutricional da população faz parte da PORTA- RIA Nº 2.715, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011 12 O Guia Alimentar para a População Brasilei-ra apresenta um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação que objeti- vam promover a saúde de pessoas, famílias e co- munidades e da sociedade brasileira como um todo. Em sua última edição (2014), o Guia apre- senta como “regra de ouro” para uma alimenta- ção saudável [A] preferir alimentos de origem controlada e de produção local. [B] priorizar o consumo de alimentos ou produ- tos orgânicos. [C] preferir alimentos in natura ou minimamente processados, evitando os ultraprocessados. [D] valorizar a culinária regional e a sustentabili- dade na produção de alimentos. [E] preferir os alimentos industrializados modi- ficados com menores teores de sal, gordura e açúcar. Alternativa A: INCORRETA. embora preferir alimentos de produção local seja uma boa recomendação de saúde, nem sempre é possível ter pleno co- nhecimento que sua origem seja controlada. Alternativa B: INCORRETA. embora alimentos orgâ- nicos sejam comprovadamente saudáveis, ape- nas a ingestão desse tipo de alimentos não é su- ficiente para uma alimentação plenamente sau- dável. Alternativa C: CORRETA. Ingerir alimentos in natura ou minimamente processados, evitando o con- sumo de ultraprocessados é uma ótima forma de evitar problemas e complicações de saúde, man- tendo a alimentação plenamente saudável. Alternativa D: INCORRETA. A culinária regional, embora deva ser realçada, nem sempre é considerada sau- dável e sustentável do ponto de vista nutricional. Alternativa E: INCORRETA. Embora alimentos indus- trializados possam conter menores quantidades de sal, gordura e açúcar, normalmente dispõe de grandes quantidades de conservantes, para au- mentar seu tempo de prateleira, o que é não é vi- ável do ponto de vista de saúde. 13 O Bacillus cereus vive normalmente nos ambientes naturais, sendo que os alimen- tos contaminados por essa bactéria não apresen- tam modificações visíveis. A ingestão de alimen- tos contaminados pode levar a dois tipos de do- enças: a diarreia e a síndrome emética. A intoxi- cação emética, resultante da ingestão do alimen- to com a toxina produzida pelo bacilo, tem sido associada com o consumo [A] de conservas enlatadas. [B] de ovos crus. [C] de peixe cru. [D] de arroz cozido. [E] de frutas mal lavadas. Alternativa A: INCORRETA. Conservas enlatadas são fontes frequentes de toxina botulínica, fazendo com que seus consumidores acabem por con- trair botulismo. Alternativa B: INCORRETA. Ovos crus são suscetíveis à contaminação bacteriana por salmonela. 7▏Gabriela Perez Alternativa C: INCORRETA. A ausência de cozimento de peixes, sendo estes consumidos sob a forma crua, faz com que as chances de contaminação parasitária acometam seus consumidores. Alternativa D: CORRETA. Bacillus cereus são encon- trados em diferentes alimentos de origem vege- tal, entre eles os cereais, como o arroz. Trata-se de uma bactéria com grande capacidade de produ- zir toxina e crescer em temperaturas baixas, pró- ximas ao 5ºC e germinar em temperaturas supe- riores a 50ºC. Alternativa E: INCORRETA. Frutas mal lavadas carre- gam, geralmente, em suas superfícies bactérias como salmonela, toxinas botulínicas e parasitas. 14 O folato é uma vitamina hidrossolúvel que atua na formação de produtos intermedi- ários do metabolismo que estão envolvidos na formação celular. A principal consequência de sua deficiência é a alteração do metabolismo do ácido desoxirribonucleico (DNA), resultando em alterações na morfologia nuclear das células, nas hemácias, nos leucócitos e nas células epiteliais do estômago, do intestino, da vagina do cérvix uterino. As principais fontes de folato são: [A] grãos integrais como linhaça, aveia e gérmen de trigo. [B] verduras como espinafre e brócolis, vísceras, leguminosas e gema de ovo. [C] leite e derivados como queijos e iogurte. [D] frutas como kiwi, mamão papaia, abacaxi e melancia. [E] carnes vermelha e branca, frutos do mar e ce- reais integrais Alternativa A: INCORRETA. Grãos integrais são princi- palmente fontes de gorduras de qualidade, co- mo ômega 3. Alternativa B: CORRETA. também conhecido como vi- tamina B9 ou ácido fólico, o folato está presente em vegetais verdes escuros, vísceras de origem animal, leguminosas como feijão e na gema do ovo. Alternativa C: INCORRETA. Leites e seus derivados são principalmente fontes de cálcio. Alternativa D: INCORRETA. Frutas como kiwi, mamão papaia abacaxi e melancia, possuem principal- mente em suas composições vitamina C. Alternativa E incorreta. Carnes vermelhas e bran- cas, são boas fontes de proteínas, enquanto que frutos do mar e cereais integrais são boas fontes de gorduras do tipo ômega 3. 15 O Guia Alimentar para a População Brasilei-ra, de 2014, recomenda que uma alimenta- ção saudável seja composta, principalmente, por alimentos in natura ou minimamente processa- dos, evitando-se, ao máximo, os ultraprocessa- dos. São exemplos de alimentos ultraprocessa- dos: [A] arroz branco, frutas secas e azeite. [B] chá, café e leite ultrapasteurizado. [C] palmito em conserva, farinha de trigo e frutas cristalizadas. [D] pães de forma, açúcar e geleias de frutas. [E] barra de cereal e bebidas lácteas adoçadas e aromatizadas. Alimentos in natura • Partes de plantas ou animais como, frutas, legumes, verduras, carnes. Alimentos minimamente processados • Foram submetidos a processos como limpeza, moagem ou pasteurização, onde não foram adicionados substâncias ao alimento original como: arroz, fejão, cogumelos, frutas secas, farinhas, castanhas sem sal, café, dentre outros. Alimentos processados • Fabricados pela indústria. Há adição de sal ou açúcar para torna-los mais palatáveis e duráveis. Exemplos: conservas, compotas, geléias, pães, carnes salgadas e defumadas, queijos, entre outros. Alimentos ultraprocessados • Formulações industriais, com aditivos e com pouco ou nenhum alimento inteiro. Exemplos: salsicha, biscoitos, sorvetes, macarrão e temperos instantâneos, salgadinhos de pacote, refrigerantes e alimentos prontos para consumo como hamburguer, pizza, nuggets. Alternativa A: INCORRETA. O arroz branco é polido no processo de produção, as frutas são apenas res- secadas e azeites são feitos através de prensas. Por isso, são processados ou minimamente pro- cessados. Alternativa B incorreta o chá é resultado prove- niente de cocção, a exemplo do café que sofre torra e adição de água e o leite sofre o proces- so de ultrapasteurização como controle micro- biológico. Alternativa C: INCORRETA. As opções dessa alternati- va sofrem pequenos processos de processamen- to, o que não permite que alcancem status de ul- traprocessados. Alternativa D: INCORRETA. Embora o pão de forma se- ja um alimento ultraprocessado, o açúcar sofre 8 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 pouco processamento, assim como existem ge- leias de frutas minimamente processadas. Alternativa E: CORRETA. Barras de cereais são repletas de ingredientes ultraprocessados, assim como as bebidas lácteas que sofrem adição de açucares e aromatizantes sintéticos. 16 O sobrepeso e a obesidade constituem um problema de saúde pública e são fatores de risco para diversas doenças crônicas, como hi- pertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. A obesidade é uma doença multifatorial e, entre os fatores aponta- dos como responsáveis pelo seu desenvolvimen- to, é correto citar: [A] consumo de gordura saturada, de gordura trans e de colesterol. [B] alimentação fora de casa, principalmente no caso de mulheres. [C]Consumo de carnes magras, peixes, frutas e vegetais. [D] consumo excessivo de calorias e inatividade física. [E] aumento do consumo de arroz, feijão, raízes e tubérculos. Alternativa A: INCORRETA. Embora calóricas, esses ti- pos de gordura quando consumidas favorecem a ocorrência de problemas do sistema cardíaco. Alternativa B: INCORRETA. Embora comer fora de ca- sa possa não ser tão saudável quanto realizar re- feições caseiras, o planejamento antecipado evi- ta que se coma mal. O sexo independe para ins- talação da obesidade. Alternativa C: INCORRETA. O consumo de carnes ma- gras, peixes frutas e vegetais são frequentemen- te recomendados por profissionais da saúde aos seus pacientes visando uma vida mais saudável. Alternativa D: CORRETA. A inatividade física e o con- sumo excessivo de calorias faz com que pouca quantidade de caloria seja gasto em detrimento do número consumido de calorias, facilitando a instalação da obesidade. Alternativa E: INCORRETA. O consumo de arroz e fei- jão, raízes e tubérculos são benéficas à saúde de- vido as concentrações de proteínas vegetais, car- boidratos e fibras alimentares. 17 A doença celíaca é uma enteropatia au-toimune, semelhante à alergia alimentar, mas com diferença importante relacionada à cro- nicidade das lesões mediada pelo linfócito T em resposta à presença do glúten, sendo seu único e efetivo tratamento a contínua dieta isenta des- sa proteína. Um dos alimentos que não contém glúten é [A] a cevada. [B] a aveia. [C] o sarraceno. [D] o malte. [E] o centeio. DICA DO AUTOR:O glúten resulta da mistura de pro- teínas que se encontram naturalmente no en- dosperma da semente de cereais da família das gramíneas e é encontrado nos cereais como tri- go, centeio e cevada. A ingestão de alimentos com esses cereais faz mal para quem possui do- ença celíaca, alergia ou intolerância a esse tipo de proteína. Vale a pena ressaltar que a aveia, apesar de não possuir naturalmente o glúten, no Brasil elas são produzidas e transportadas geral- mente junto com o trigo, ocasionando uma con- taminação cruzada. Alternativa A: INCORRETA. Ao ter conhecimento da origem do glúten, chega-se à conclusão lógica de que a cevada contém glúten. Alternativa B: INCORRETA. Embora a aveia a princípio não tenha glúten em sua composição, esse cere- al é administrado em máquinas que administra- ram alimentos com glúten, ocasionando assim uma contaminação. Alternativa C: CORRETA. O sarraceno é uma semente e não um cereal, como o trigo comum, por isso, não contém glúten em sua composição. Alternativa D: INCORRETA. O malte faz parte dos cere- ais das gramíneas, que como a cevada, possuem glúten em sua composição. Alternativa E: INCORRETA. A exemplo do malte e da cevada, o centeio também é um cereal que con- tem a proteína em sua composição. 18 A insuficiência cardíaca é a via final de di-versas doenças que acometem o coração. Uma das repercussões clínico nutricionais comu- mente observadas em pacientes nas fases avan- çadas da doença é: 9▏Gabriela Perez [A] hipertireoidismo. [B] caquexia. [C] trombose. [D] esteatose hepática. [E] hipercolesterolemia Alternativa A: INCORRETA. O hipertireodismo é uma repercussão clínica observada em pacientes com aumento de funcionamento da glândula da ti- reoide. Alternativa B: CORRETA. A caquexia é uma patologia complexa, caracterizada por perda de peso, mas- sa magra e tecido adiposo, normalmente relacio- nada a doenças como câncer ou alterações car- díacas. Alternativa C: INCORRETA. A trombose é uma condi- ção que se caracteriza pela formação de coágu- los em um ou mais vasos sanguíneos nos mem- bros inferiores. Alternativa D: INCORRETA. A esteatose é o acumulo de gordura no fígado, muitas vezes relacionada à síndrome metabólica, obesidade ou sobrepeso. Alternativa E: INCORRETA. A hipercolesterolemia se caracteriza pelo aumento das moléculas de co- lesterol presentes na corrente sanguínea. 19 De acordo com a RDC no.63, de julho de 2000, regulamento técnico para a terapia nutricional enteral (TNE), é de competência do nutricionista: [A] realizar todas as operações inerentes à pres- crição dietética, composição e preparação de nu- trição enteral, atendendo às recomendações das boas práticas de preparação de nutrição enteral. [B] estabelecer as diretrizes técnico administrati- vas que devem nortear as atividades da equipe multiprofissional de terapia nutricional. [C] garantir que o paciente receba uma terapia se- gura, que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando técnicas padronizadas de administração. [D] assegurar a atualização dos conhecimentos técnicos e científicos relacionados com a TNE e a sua aplicação. [E] assegurar o acesso ao trato gastrointestinal para a TNE e estabelecer a melhor via, incluindo estomias de nutrição por via cirúrgica, laparoscó- pica ou endoscópica. Alternativa A: CORRETA. De acordo com a RDC é de competência do nutricionista a realização de to- das as operações inerentes à prescrição dietética, composição e preparo de nutrição enteral aten- dendo às recomendações de boas práticas de preparo de nutrição enteral. Alternativa B: INCORRETA. Diretrizes técnico administra- tivas não são de competências do nutricionista. Alternativa C: INCORRETA. é dever de toda a equipe multidisciplinar garantir que o paciente receba uma terapia segura. Alternativa D: INCORRETA. é dever do estabelecimen- to empregatício assegurar e fornecer atualização dos conhecimentos técnicos e científicos relacio- nados com a TNE e sua aplicação. Alternativa E: INCORRETA. O acesso ao trato gastroin- testinal para a TNE deve ser assegurado pelo mé- dico cirurgião/gastroenterologista. 20 O consumo de prebióticos, probióticos e simbióticos deve ser incentivado, pois eles contribuem para uma microbiota intestinal sau- dável e agem na profilaxia e tratamento de uma série de condições patológicas. É correto afirmar que os prebióticos: [A] produzem lactase, atenuando os sintomas da intolerância à lactose. [B] reduzem a absorção de cálcio, magnésio e fer- ro. [C] reduzem de maneira significativa a coloniza- ção e infecção vaginal por cândida. [D] contribuem para o desenvolvimento de bifi- dobactérias e lactobacilos. [E] atenuam a gravidade de infecções respiratórias. NOTA DO AUTOR: Prebióticos são fibras não-digerí- veis que funcionam como alimento para as bac- térias intestinais benéficas. Alternativa A: INCORRETA. A lactase é uma enzima na- turalmente presente no TGI e serve para quebrar a lactose ingerida através da alimentação para que esse dissacarídeo seja corretamente absor- vido pelo organismo. Alternativa B: INCORRETA. Quando consumidos, pre- bioticos aumentam a capacidade de absorção de minerais por conta do aumento de bactérias be- néficas do intestino. Alternativa C: INCORRETA. Prebióticos agem direta- mente na flora intestinal bacteriana, não tendo nenhum tipo de ação na flora bacteriana vaginal. Alternativa D: CORRETA. Por não serem digeríveis, os probióticos servem como alimentos para o de- 10 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 senvolvimento de bactérias intestinais benéficas, como é o caso das bifidobactérias e lactobacilos. Alternativa E: INCORRETA. Prebióticos agem exclusiva- mente no TGI, sem qualquer tipo de interferências benéficas ou maléficas no trato respiratório. 21 Nos últimos anos, tem-se observado uma modificação nos perfis de morbidade e mortalidade das populações humanas. Tendo em vista esse fato, considere as seguintes afirmações: I. As doenças infecciosas agudas foram substitu- ídas por doenças crônicas não transmissíveis. II. As deficiências nutricionais foram, progressiva- mente, substituídas pelo sobrepeso e obesidade. III. A desnutrição energético-proteica, em crian- ças, aumentou em mais de 80% nas últimas três décadas. Está correto apenas o que se afirma em: [A] I. [B] II. [C] I e II. [D] I e III. [E] II e III. Alternativa A: INCORRETA. Embora as doenças infec- ciosas agudas tenham sidosubstituídas por do- enças crônicas não transmissíveis na última dé- cada tendo em vista o aumento da imunização e o consumo de alimentos ultraprocessados essa não é a única opção correta. Alternativa B: INCORRETA. Deficiências nutricionais foram diminuídas ao longo do ano, dando ori- gem a problemas de saúde como sobrepeso e obesidade. Alternativa C: CORRETA. A má qualidade da alimen- tação em todo o globo, potencializou a ocorrên- cia de doenças cônicas não transmissíveis, assim como as deficiências nutricionais diminuíram ao longo dos anos sendo substituídas por sobrepe- so e obesidade. Alternativa D: INCORRETA. Como já debatido na alter- nativa A, embora a afirmativa I esteja correta, a alternativa III está incorreta, uma vez que a des- nutrição energético-proteica em crianças foi re- duzida em todo o globo. Alternativa E: INCORRETA. Já debatida nas alternati- vas B e D. 22 A desnutrição em pacientes cirúrgicos pre-dispõe ao aumento de complicações pós- -operatórias, tais como: [A] infecção e retardo na cicatrização de feridas. [B] maior tempo de internação e diabetes. [C] edema e hipermetabolismo. [D] hiperglicemia e edema. [E] hipotensão e anemia. Alternativa A: CORRETA. A falta de nutrientes no or- ganismo favorece o mal funcionamento do sis- tema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a infecções e consequentemente re- tardo na cicatrização de feridas. Alternativa B: INCORRETA. Embora a desnutrição pos- sa levar um paciente a permanecer internado por um maior período de tempo, o diabetes é uma patologia caracterizada pela alta concentração de glicose sanguínea. Alternativa C: INCORRETA. A desnutrição está intima- mente relacionada com o surgimento de ede- mas, mas o hipermetabolismo é causado geral- mente por desordens hormonais. Alternativa D: INCORRETA. A hiperglicemia é causa- da pelo consumo elevado de alimentos ricos em carboidratos simples, por alterações no metabo- lismo da insulina ou então na presença de diabe- tes, enquanto o edema está intimamente relacio- nado à desnutrição Alternativa E: INCORRETA. A hipotensão é um proble- ma de saúde de origem multifatorial, no entan- to, a desnutrição não está entre suas causas. En- quanto a anemia, pode sim, ser uma patologia associada a desnutrição e uma situação pós-ci- rúrgica. 23 Com base na Resolução da Diretoria Co-legiada (RDC) número 63 de 06072000, analise as três afirmações sobre os controles aos quais a nutrição enteral deve ser submetida: I. A inspeção visual é necessária para assegurar a integridade física da embalagem e condi- ções organolépticas gerais. II. A água a ser utilizada no preparo da nutrição enteral deve ser analisada quanto às caracte- rísticas microbiológicas, pelo menos uma vez por mês, ou por outro período, desde que acordado com a Comissão de Controle de In- fecção Hospitalar. 11▏Gabriela Perez III. Toda nutrição enteral preparada deve ser mantida sob refrigeração, em geladeira ex- clusiva, à temperatura maior que10°C. Está correto apenas o que se afirma em: [A] I. [B] II. [C] III. [D] I e II. [E] II e III Alternativa A: INCORRETA. Embora a inspeção visual seja importante, essa não é a única medida de se- gurança em um preparo para dieta enteral. Alternativa B: INCORRETA. Embora a água deva ser analisada microbiologicamente, essa não é a úni- ca medida de segurança que deve ser levada em conta em um preparo para dieta enteral. Alternativa C: INCORRETA. Toda nutrição enteral pre- parada deve ser conservada sob refrigeração em geladeira exclusiva, com temperaturas controla- das que permaneçam entre 2ºC e 8ºC. Alternativa D: CORRETA. A inspeção visual e o contro- le microbiológico da água utilizada no preparo são de suma importância para o preparo da nu- trição enteral. Alternativa E: INCORRETA. Questão discutida na alter- nativa C. 24 De acordo com o Guia Alimentar Para A População Brasileira, de 2014, a definição “alimentos in natura que foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não co- mestíveis ou indesejáveis, fracionamentos, moa- gem, secagem, fermentação, pasteurização, re- frigeração e congelamento e processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óle- os, gorduras ou substâncias ao alimento original” corresponde a alimentos [A] minimamente processados. [B] in natura. [C] processados. [D] ultraprocessados. [E] in natura ultraprocessados Alternativa A: CORRETA. alimentos minimamente processados são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas, submetidos a processos de limpeza, re- moção de partes não comestíveis ou indesejá- veis, fracionamento, moagem, secagem, fermen- tação, pasteurização. Alternativa B: INCORRETA. alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou ani- mais sem que tenham sofrido qualquer tipo de alteração. Alternativa C: INCORRETA. Alimentos processados são fabricados principalmente com a adição de com- postos como sal ou açúcar a um alimento in na- tura ou minimamente processado. Alternativa D: INCORRETA. Alimentos ultraproces- sados são aqueles produtos cuja fabricação en- volve diversas etapas, técnicas de processamen- to e ingredientes, muitos deles de uso exclusivo de grandes indústrias. O alimento ultraprocessa- mento é visualmente atraente, acessível, palatá- vel e tem longa vida de prateleira Alternativa E: INCORRETA. Resposta debatida nas al- ternativas anteriores. 25 A insuficiência cardíaca é definida como uma síndrome clínica caracterizada pela falência da função cardíaca e congestão circula- tória, devido ao desenvolvimento e progressão do remodelamento do ventrículo esquerdo, ge- ralmente resultante de uma série de eventos ini- ciados com a ativação de neuro-hormônios en- dógenos e citocinas. Analise as três afirmações em relação ao manejo nutricional do paciente com insuficiência cardíaca: I. O atendimento nutricional deve preservar a composição corporal e/ou limitar os efeitos do catabolismo da doença. II. A assistência nutricional deve ser sempre in- dividualizada, levando-se em conta as condi- ções clínicas, aspectos culturais, econômicos e sociais do paciente. III. As necessidades energéticas na insuficiência cardíaca estão aumentadas de 30 a 50% aci- ma do nível basal. Para tanto, recomenda-se a prescrição de suplementos orais com alta densidade calórica. Está correto o que se afirma em, [A] I, apenas. [B] II, apenas. [C] III, apenas. [D] I e II, apenas. [E] I, II e III 12 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 Alternativa A: INCORRETA. Embora a preservação da composição corporal seja uma necessidade do ponto de vista nutricional de um paciente com insuficiência cardíaca, essa não é a única obriga- ção do profissional nutricionista Alternativa B: INCORRETA. Em qualquer tipo de pato- logia, a nutrição deve ser individualizada e levar em conta as condições clínicas, aspectos cultu- rais e socioeconômicos do paciente, no entanto, essa não é a única necessidade do ponto de vis- ta nutricional. Alternativa C: INCORRETA. O fator injuria de doenças cardíacas, como a insuficiência aumentam entre 30% e 50% o gasto energético de pacientes aci- ma de suas taxas basais, sendo importante a uti- lização de suplementos hipercalóricos para ma- nutenção e recuperação de sua saúde. Entretan- to, não é apenas essa atenção nutricional que de- ve ser dada ao paciente. Alternativa D: INCORRETA. Embora as afirmações I e II estejam corretas, o nutricionista há de se preocu- par com as necessidades energéticas aumenta- das do paciente que se encontra nessa condição. Alternativa E: CORRETA. A nutrição nesse caso espe- cífico deve agir de forma multifatorial. Preser- vando a composição corporal, ser individuali- zada em diversos aspectos e se atentar ao gas- to energético aumentado de pacientes com esse quadro de saúde. 26 A terapia nutricional tem grande impor-tância na evolução do paciente grave, sen- do considerada como um indicador de qualida- de do atendimento de pacientes críticos,uma vez que altera a morbidade e mortalidade neste grupo de pacientes. Dentre as complicações da terapia nutricional enteral, pode-se citar: [A] pneumonia aspirativa. [B] colestase. [C] complicações do acesso venoso central. [D] colelitíase. [E] coma hiperglicêmico Alternativa A: CORRETA. Sondas mal colocadas ou até mesmo locomoção do paciente podem fa- zer com que a terapia nutricional enteral seja as- pirada pelos pulmões culminando em pneumo- nia aspirativa. Alternativa B: INCORRETA. A colestase é um bloqueio do fluxo da bile ao duodeno, não estando assim, ligada a terapia nutricional enteral. Alternativa C: INCORRETA. A terapia nutricional en- teral quando acoplada ao paciente está intima- mente relacionada ao TGI, sem prejudicar qual- quer tipo de acesso venoso. Alternativa D: INCORRETA. A colelitíase é formação de pedras no interior da vesícula biliar e não tem re- lação alguma com a terapia nutricional enteral. Alternativa E: INCORRETA. A terapia nutricional en- teral, fornece ao paciente uma alimentação de acordo com seu estado de saúde. O coma hiper- glicêmico, como o nome já sugere, é uma com- plicação em decorrência de uma alimentação hi- perglícidica, portanto, sem relação a terapia nu- tricional enteral. 27 A Pirâmide dos Alimentos adaptada à po-pulação brasileira é organizada em oito grupos de alimentos. Para o grupo alimentar “ar- roz, pão, massa, batata, mandioca”, o número de porções diárias e o valor calórico por porção re- comendados são ___ a ___ porções diárias e ___ kcal por porção. As lacunas dessa frase devem ser corretamente preenchidas por: [A] 3;6;110 [B] 3;6;150 [C] 5;9;150 [D] 5;9;190 [E] 6;9;190 NOTA DO AUTOR: A cartilha técnica da pirâmide ali- mentar da população brasileira diz que no gru- po 4 – base da pirâmide, para o grupo alimentar “arroz, pão, massa, batata, mandioca”, os núme- ros de porções diárias devem variar entre 5 e 9, tendo cada porção 150 kcal. Alternativa A: INCORRETA. o número de porções e as calorias são insuficientes. Alternativa B: INCORRETA. Embora o valor energético esteja correto, essa quantidade de porções é in- suficiente. Alternativa C: CORRETA. O número de porções se faz correto, assim, como o valor energético. Alternativa D: INCORRETA. Embora o número de por- ções se faz correto, o valor energético é superior ao recomendado. 13▏Gabriela Perez Alternativa E: INCORRETA. O número de porções é incor- reto, assim como o valor energético recomendado. 28 Os polissacarídeos, também conhecidos como carboidratos complexos, são forma- dos por uma grande quantidade de monossaca- rídeos e exercem a função de reserva energéti- ca em plantas e animais. O polissacarídeo que re- presenta a reserva energética nos animais é o [A] amido. [B] glicogênio. [C] lactato. [D] piruvato. [E] fruto oligossacarídeo. Alternativa A: INCORRETA. Embora o amido seja um polissacarídeo ele é obtido através de fontes ali- mentares como como arroz, trigo, milho, batata e mandioca. Ele na verdade é uma reserva energé- tica dos vegetais. Alternativa B: CORRETA. O glicogênio é o principal polissacarídeo de reserva em animais. Ele se faz presente em todas as células de um animal, sen- do mais abundante no fígado e na musculatura esquelética. Alternativa C: INCORRETA. O lactato é produzido pelo organismo após a queima da glicose (glicólise), para o fornecimento de energia sem a presença de oxigênio (metabolismo anaeróbico láctico). Portanto, não se trata de uma reserva energética. Alternativa D: INCORRETA. O piruvato é um cetoácido, que pode se originar tanto pela glicólise, quanto pela degradação de aminoácidos. Muitas vezes é convertido em acetil coA, para dar início ao ciclo de Krebs e formar ATP. Alternativa E: INCORRETA. os frutooligossacarídeos, também conhecidos como FOS, são açucares não metabolizados pelo organismo e não caló- ricos. Eles são considerados prebioticos, uma vez que promovem o crescimento de bactérias intes- tinais benéficas. 29 A avaliação nutricional constitui uma im-portante etapa na definição e acompa- nhamento da terapia nutricional. Uma das medi- das estimadas a partir da prega cutânea tricipital e circunferência do braço é a [A] razão cintura-quadril. [B] altura recumbente. [C] circunferência do pescoço. [D] área muscular do braço. [E] soma de duas pregas. Alternativa A: INCORRETA. A razão cintura-quadril é a divisão entre as medidas da cintura e do qua- dril e não possui ligação com prega cutânea tri- cipital; Alternativa B: INCORRETA. A altura recumbente é a medida do paciente deitado em superfície reta, marcando a distância entre a extremidade da ca- beça até a base do pé. Alternativa C: INCORRETA. A circunferência do pes- coço consiste, basicamente na aferição dessa re- gião corporal com uso de uma fita métrica flexí- vel para isso. Alternativa D: CORRETA. A área muscular do braço necessita da estimativa da prega cutânea. Para que possa ser utilizada a seguinte equação: AMB: CB – (3,14 x PCT / 10) onde AMB = área muscular do Braço, CB circunferência do braço e PCT prega tricipital cutânea. Alternativa E: INCORRETA. Não existe nenhum proto- colo de avaliação nutricional que leve em consi- deração somente a soma de duas pregas. 30 A sistematização do cuidado de nutrição tem o objetivo de otimizar tempo e recur- sos e, para tal, é composta por etapas que podem nortear o nutricionista no atendimento de nutri- ção hospitalar, ambulatorial e domiciliar. Sobre a etapa de triagem de risco nutricional, é correto afirmar: [A] Seu objetivo é identificar a ocorrência, a na- tureza (etiologia) e a extensão(magnitude) das anormalidades nutricionais. [B] Sua aplicação é indicada em até 72h da admis- são do paciente no hospital. [C] Deve ser um procedimento rápido e executa- do exclusivamente por nutricionistas. [D] Mal nutrition Universal Screening Tool (MUST), Nutritional Risk Screening (NRS 2002) e Screening ToolRisk Nutritional Status And Gro- wth (Strong Kids) são instrumentos que podem ser utilizados para a triagem nutricional. [E] A Miniavaliação Nutricional (MAN) e a Avalia- ção Subjetiva Global (SGA) são instrumentos uti- lizados para avaliação do estado nutricional e não podem ser aplicados para triagem de risco nutricional. 14 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 Alternativa A: INCORRETA. O objetivo da triagem é analisar riscos nutricionais e não a ocorrência, natureza e extensão das anormalidades nutricio- nais. Alternativa B: INCORRETA. A indicação é que a avalia- ção de risco nutricional seja feita o mais rapida- mente possível. Alternativa C: INCORRETA. o procedimento deve ocor- rer de modo rápido, mas pode ser realizado por qualquer profissional da equipe de saúde multi- disciplinar. Alternativa D: CORRETA. MUST, NRS 2002 e Strong Kids são instrumentos indicados para avaliação e triagem nutricional. Alternativa E: INCORRETA. MAN e SGA podem tam- bém ser utilizados para triagem de risco nutricio- nal, ao contrário do que prega a alternativa. 31 As doenças de notificação compulsória são “doenças ou agravos à saúde que de- vem ser notificados à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de controle pertinen- tes”. Brasil, O SUS de A a Z, 2009 São doenças de notificação compulsória: [A] dengue, sarampo e tuberculose. [B] tétano, depressão e aids. [C] botulismo, sífilis congênita e sinusite. [D] varíola, traumatismo craniano e síndrome res- piratória aguda grave. [E] meningite, Alzheimer e síndrome do pânico NOTA DO AUTOR: O Ministério da Saúde estabelece a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. A ocorrência de suspeita ou confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos lis- tados na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, são de comunicação obrigatória à autori- dade de saúde, realizada pelos médicos, profis- sionais de saúde ouresponsáveis pelos estabele- cimentos de saúde, públicos ou privados. É facul- tado a estados e municípios incluir outros pro- blemas de saúde importantes em sua região Alternativa A: CORRETA. Dengue, sarampo e tubercu- lose constam no na portaria 204 de 17 de feve- reiro de 2001 como doenças de notificação com- pulsória. Alternativa B: INCORRETA. Tétano e Aids constam na portaria 204 de 17 de fevereiro de 2001 como do- enças de notificação compulsória e semanal res- pectivamente, enquanto depressão não cons- ta na lista de doença de notificação compulsória. Alternativa C: INCORRETA. Botulismo e sífilis congêni- ta constam na portaria 204 de 17 de fevereiro de 2001 como doenças de notificação compulsória e semanal respectivamente, enquanto sinusite não consta na lista. Alternativa D: INCORRETA. varíola e síndrome respira- tória aguda e grave constam na portaria 204 de 17 de fevereiro de 2001 como doenças de noti- ficação compulsória. Traumatismo craniano, não consta na lista. Alternativa E: INCORRETA.Meningite consta na porta- ria 204 de 17 de fevereiro de 2001 como doenças de notificação compulsória e semanal respecti- vamente. Alzheimer e síndrome do pânico estão ausentes da lista. 32 A portaria do Centro de Vigilância Sanitá-ria (CVS) 06/99, de 100399, estabelece o regulamento técnico sobre os parâmetros e cri- térios para o controle higiênico-sanitário em es- tabelecimentos de alimentos. Sobre tais parâme- tros e critérios, é correto afirmar: [A] Os estabelecimentos devem ter no mínimo três (3) responsáveis técnicos. [B] Os exames médico-laboratoriais para contro- le da saúde de funcionários devem ser realizados mensalmente. [C] A água utilizada no preparo de alimentos e pa- ra consumo direto deve ser controlada indepen- dentemente das rotinas da manipulação dos ali- mentos. [D] Os visitantes a um Serviço de Alimentação, por não fazerem parte da equipe de funcioná- rios, são isentos de ser paramentados para rea- lizar a visita. [E] A aplicação de produtos para controle de pra- gas independe do registro no Ministério da Saúde. Alternativa A: INCORRETA. de acordo com a portaria, os estabelecimentos devem ter um responsável técnico. Alternativa B: INCORRETA. A periodicidade dos exa- mes médico-laboratoriais deve ser anual. De- pendendo das ocorrências endêmicas de certas doenças, a periodicidade pode ser reduzida de 15▏Gabriela Perez acordo com os serviços de Vigilância Sanitária e Epidemiológica locais Alternativa C: CORRETA. A água utilizada para o con- sumo direto ou no preparo dos alimentos deve ser controlada independente das rotinas de ma- nipulação dos alimentos. É obrigatório a existên- cia de reservatório de água. O reservatório deve estar isento de rachaduras e sempre tampado, devendo ser limpo e desinfetado nas seguintes situações: - quando for instalado - a cada 6 meses - na ocorrência de acidentes que possam conta- minar a água (animais, sujeira, enchentes). Alternativa D: INCORRETA. Todas as pessoas que não fazem parte da equipe de funcionários da área de manipulação ou elaboração de alimentos, são consideradas visitantes, podendo constituir fo- cos de contaminação durante o preparo dos ali- mentos. Portanto, são considerados visitantes os supervisores, consultores, fiscais, auditores e to- dos aqueles que necessitem entrar nestas de- pendências. Para proceder às suas funções, os vi- sitantes devem estar devidamente paramenta- dos com uniforme fornecido pela empresa, co- mo: avental, rede ou gorro para proteger os ca- belos e se necessário, botas ou protetores para os pés. Alternativa E: INCORRETA. A aplicação de produtos só deve ser realizada quando adotadas todas as medidas de prevenção, só podendo ser utiliza- dos produtos registrados no Ministério da Saúde. 33 A Pesquisa de Orçamento Familiar permite estimar a disponibilidade individual de ali- mentos de cada família. A primeira foi realizada em 1986 - 1987e a última, em 2008 - 2009, sendo esta considerada a mais completa entre as reali- zadas no país até o momento devido à [A] constatação das refeições consumidas fora de casa. [B] mensuração dos gastos e receitas da amostra estudada. [C] coleta de dados representativos da população urbana. [D] inclusão da análise do consumo alimentar in- dividual. [E] avaliação dos dados referentes à compra de alimentos Alternativa A: INCORRETA. A constatação de refeições consumidas fora do lar embora consiga consta- tar o número de refeições consumidas fora de casa, não consegue quantificar o impacto orça- mentário, pois muitas vezes os trabalhadores al- moçam nas empresas onde trabalham. Alternativa B: INCORRETA. Muitas refeições são ofer- tadas por empregadores, podendo gerar erros na mensuração dos gastos e receitas da amostra estudada. Alternativa C: INCORRETA. Os dados representativos da população urbana, pouco aderem ao âmbi- to de disponibilidade individual de alimentos em cada família. Alternativa D: CORRETA. Ao fazer o levantamento es- timado da disponibilidade individual de alimen- tos de cada família, é possível analisar o consumo alimentar individual de cada membro da família. Alternativa E: INCORRETA. A pesquisa de orçamento não é capaz de quantificar os dados referentes à compra de alimentos pelas famílias. 34 Pré-escolar de um ano e seis meses, apá-tico, letárgico, apresentando diminuição do apetite, mucosas descoradas e queda de ca- belos, foi encaminhado ao ambulatório de nutri- ção para acompanhamento. Concluiu-se o diag- nóstico de anemia ferropriva. À avaliação antro- pométrica, verificou-se peso = 11kg e compri- mento = 80cm. A dosagem de ferro (em mg/dia) a ser suplemen- tada e as orientações gerais para o tratamento dessa criança, respectivamente, são: [A] 11 / garantir duas refeições de sal ao dia [B] 44 / incluir cereais integrais no almoço e jantar [C] 22 / incluir 50 a 100g de fígado bovino uma vez por semana [D] 33 / oferecer uma fruta fonte de vitamina C junto às principais refeições NOTA DO AUTOR: De acordo com o programa nacio- nal de suplementação do ferro, a A recomenda- ção (WHO, 2001) de suplementação de ferro para o tratamento da anemia ferropriva é: 1 - Adultos: 120 mg de ferro elementar/dia por três meses; 2 - Crianças menores de dois anos: 3 mg de ferro/ kg/dia, não superior a 60 mg por dia Alternativa A: INCORRETA. A dosagem não condiz com as recomendações de suplementares, assim como o sal não possui qualquer tipo de auxílio na anexação do mineral no organismo. 16 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 Alternativa B: INCORRETA. A dosagem é muito exces- siva, de acordo com as recomendações de suple- mentação e os cereais integrais não são boas fon- tes de ferro. Alternativa C: INCORRETA. De acordo com as reco- mendações, a dosagem suplementar não é efi- ciente, embora o fígado bovino seja uma boa fonte do mineral. Alternativa D: CORRETA. A dosagem é correta e ade- quada de acordo com as recomendações do programa nacional de suplementação do ferro. Além disso, a vitamina C potencializa a absorção dos minerais nas principais refeições, que geral- mente possuem alimentos fontes de ferro. 35 Idoso com diagnóstico de câncer de cabe-ça e pescoço vem apresentando odinofa- gia e disfagia para sólidos e líquidos. Será subme- tido à radioterapia na região da laringe por seis semanas, período em que pode ocorrer piora dos sintomas apresentados. De acordo com esse quadro, a via de alimentação mais indicada para esse período seria a: [A] jejunostomia [B] gastrostomia [C] nasogástrica [D] nasojejunal Tipos de aces- so de sonda Local de inserção Quando é utilizada Nasogástrica Pelo nariz, descendo até o estômago Por até seis semanas Nasojejunal Nasoduodenal Pelo nariz, descendo até o intestino (jejuno) Pelo nariz, descendo até o intestino (duodeno) Quando a dieta no estômago não é tolerada, por até seis semanas. Gastrostomia Diretamente no estômago, por meio de orifício no abdômen Para uso a longo prazo (mais de seis semanas)Jejunostomia Diretamente no intestino, por meio de orifício no abdômen. Para uso a longo prazo (mais de seis semanas) Alternativa A: INCORRETA. A jejunostomia é realizada em pacientes que perderam, de forma momen- tânea ou definitiva a capacidade de deglutir os alimentos, não podem se alimentar pela boca ou sofreram lesões no TGI superior. Ela é indicia- da para pacientes que precisem se alimentar por períodos entre três e seis meses. Alternativa B: CORRETA. A gastrostomia (GTT) é um método alternativo de alimentação de longo prazo, com o objetivo de garantir aporte nutri- cional e/ou hídrico, evitando assim a desnutrição e/ou desidratação do paciente. A GTT é indicada em casos onde não há obstrução intestinal, mas que por algum motivo mecânico e/ou neuroló- gico, o indivíduo está impedido de alimentar-se por via oral. Alternativa C: INCORRETA. A alimentação nasogástri- ca consiste em uma passagem de sonda pelo na- riz até o estomago do paciente. Nesse caso por haver obstrução na região da laringe, ela não é indicada para o paciente. Alternativa D: INCORRETA. A exemplo da alimentação nasogástrica, a sonda nasojejunal é inserida pe- lo nariz e vai até o jejuno do paciente. A obstru- ção na região da laringe do paciente é uma nega- tiva ao uso dessa alternativa via de alimentação. 36 A gota é um distúrbio no metabolismo das purinas, em que níveis anormalmente ele- vados de ácido úrico se acumulam no sangue. Pacientes que apresentam gota devem evitar ali- mentos que contenham de 100 a 1000mg de ni- trogênio de purina por 100g de alimento. Alguns desses alimentos são: [A] extrato de carne, queijo e ovos [B] anchova, sardinha e molho de carne [C] frutas, bebidas carbonatadas e picles [D] bebida de cereais, chocolate e vinagre Alternativa A: INCORRETA. Extrato de carne, queijos e ovos são fontes de proteínas e não contêm aditi- vos químicos em sua composição, não culminan- do em acumulo de ácido úrico. Alternativa B: CORRETA. Anchova, sardinha e molho de carnes possuem, de modo comum, elemen- 17▏Gabriela Perez tos conservantes como acompanhamento em sua composição, tais como sódio, além de puri- nas que elevam os níveis de ácido úrico e contri- buem para o agravamento da gota. Alternativa C: INCORRETA. Frutas, bebidas carbonata- das e picles são fontes primárias de carboidratos, que não interferem diretamente nos níveis de ácido úrico e consequentemente na gota. Alternativa D: INCORRETA. Bebidas de cereais e cho- colate são fontes primárias de gorduras, enquan- to o vinagre é uma fonte de ácidos orgânicos, en- zimas e minerais complexos. Esses compostos não interferem no aumento dos níveis de ácido úrico. 37 O percentual de gordura corporal está as-sociado ao risco cardiovascular em adoles- centes, tendo sido propostos os valores acima de 25% para o sexo masculino e de 30% para o sexo feminino como pontos de corte. No caso de ado- lescentes do sexo masculino, o instrumento mais fidedigno que leva em consideração a avaliação da maturação sexual é o(a): [A] equação de Slaughter [B] dobra cutânea subescapular [C] equação de Jackson & Pollock [D] somatório de dobras cutâneas triciptal e su- bescapular Alternativa A: CORRETA. A equação de Slaughter le- va em consideração a idade e a maturação sexu- al do indivíduo analisado. Alternativa B: INCORRETA. A dobra cutânea subes- capular tem como objetivo apenas, definir a quantidade de gordura nessa localidade. Alternativa C: INCORRETA. A equação de Jackson e Pollock tem como objetivo definir a composi- ção corporal com diferentes números de pregas cutâneas. Alternativa D: INCORRETA. O somatório dessas do- bras, têm como objetivo apenas definir a com- posição de gordura nessas localidades corporais. 38 Para realizar a avaliação nutricional com-pleta de um paciente, é muito importante que se cumpram todas as etapas dos exames fí- sico e bioquímico. Os achados clínicos caracterís- ticos da deficiência de oligoelementos, que de- vem ser reconhecidos nessas etapas, tais como anemia e neutropenia, podem indicar deficiên- cia de: [A] boro [B] zinco [D] cobre [C] cromo NOTA DO AUTOR: Reconhecida como patologia ab- sortiva produtora de anemia, neutropenia, mie- lopatia e mieloneuropatia, a deficiência de cobre vem ganhando terreno em humanos por causa de procedimentos cirúrgicos bariátricos, gastrec- tomias, patologias de origem absortiva e altera- ções do trânsito gastrointestinal. Observa-se, nos exames complementares pré ou pós-cirúrgicos das patologias acima detalhadas, a inexistência de pesquisa de dosagem de cobre e ceruloplasmina, o que excluiria uma das cau- sas prováveis de mielopatia ou mieloneuropatia. Ao cursar paralelamente com deficiência de vita- mina B12, pode levar, no longo prazo, a erros de diagnósticos e tratamentos. Alternativa A: INCORRETA. O boro influência de modo positivo a absorção de cálcio, magnésio e vitami- na D. Portanto, baixos níveis do mineral facilitam a ocorrência de patologias como osteoporose e/ ou osteopenia. Alternativa B: INCORRETA. O zinco é um mineral mui- to importante para a manutenção da saúde por- que ele participa em mais de 300 reações quími- cas do corpo. A carência de zinco está relaciona- da a doenças inflamatórias intestinais, síndrome nefrótica, pancreatite e alguns tipos de cancro. Alternativa C: CORRETA. A ausência de cobre no or- ganismo facilita a ocorrência de patologias como anemia e neutropenia. Alternativa D: INCORRETA. O cromo é um nutriente que pode encontrado em alimentos como car- ne, cereais integrais e feijão, e atua no organismo aumentando o efeito da insulina e melhorando quadros de diabetes. 39 Paciente do sexo masculino, apresentando hipercolesterolemia e hipertensão arterial, com histórico familiar de doenças cardiovascula- res, ao ser atendido no ambulatório geral de nu- trição, recebeu uma prescrição nutricional que incluía o seguinte alimento funcional que inibe a agregação plaquetária: 18 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 [A] suco de uva [B] manjericão [D] cúrcuma [C] alho Alternativa A: INCORRETA. O suco de uva é rico em polifenóis, compostos que auxiliam na degrada- ção de ácidos graxos como colesterol, reduzindo assim, os níveis de colesterol e triglicérides san- guíneos. Alternativa B: INCORRETA. O manjericão é reconheci- do cientificamente por seu aroma e sua ação em afecções bucais, e do trato respiratório. Alternativa C: INCORRETA. A cúrcuma é rica em cur- cumina, um poderoso agente anti-inflamatório e antioxidante sistêmico, diminuindo a ação de ra- dicais livres. Alternativa D: CORRETA. o alho é rico em alicina e ajo- ene, que dificultam a ocorrência de agregação plaquetária, prevenindo assim quadros de trom- bose e infartos. 40 As leguminosas secas necessitam ficar al-gumas horas de remolho antes de serem submetidas à cocção. Em determinadas indica- ções dietoterápicas, a recomendação é despre- zar a água de remolho para reduzir a ingestão de: [A] rafinose [B] potássio [D] fitatos [C] sódio Alternativa A: INCORRETA. a rafinose é reduzida das leguminosas secas, através da troca de água, po- rém, sem que haja necessidade de cocção. Alternativa B: CORRETA. A troca da água de remolho auxilia na redução dos níveis de potássio, uma importante medida para pacientes portadores de hipercalemia ou alterações de funcionamen- to renal. Alternativa C: INCORRETA. Fitatos são conhecidos co- mo anti-minerais e podem ser facilmente redu- zidos de vegetais folhosos, a partir da colocação desses de molho em água por longos períodos de tempo. Alternativa D: INCORRETA. O sódio é um mineral im- portante presente em uma série de alimentos, que pode ser reduzido através do processo de cocção. No entanto, leguminosas não são fontes desse mineral. 19▏Gabriela Perez QUESTÕES ABERTAS As informações a seguir são utilizadas para as questões de 1 a 5: História da moléstia atual: paciente R.A.M., 55 anos, sexo gênero masculino, apresenta dor no peito de forte intensidade eprolongada, acom- panhada de irradiação para os membros superio- res e pescoço, náuseas e vômitos. Encaminhado para o serviço de atendimento de emergência, onde foi submetido a eletrocardiograma, sen- do confirmado o diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio. O plano terapêutico sugerido foi a realização de angioplastia percutânea coroná- ria. Após o procedimento, o paciente apresentou uma arritmia, evoluindo a uma parada cardior- respiratória, que foi prontamente revertida após manobras de ressuscitação. Paciente é encaminhado para a Unidade de Te- rapia Intensiva, em intubação orotraqueal, ven- tilação mecânica, recebendo drogas vasoativas. Antecedentes pessoais: hipertensão arterial sis- têmica, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, ex tabagista. Dados: • Peso atual = 83,0 kg Valor de referência Es- tatura = 1,70 m • Colesterol total = 285 mg/dL (< 200 mg/dL – desejável) • HDL colesterol = 26 mg/dL (> 60 mg/dL – desejável) • LDL colesterol = 182 mg/dL (100 a 129 mg/ dL – desejável) • Triglicérides = 420 mg/dL (< 150 mg/dL – desejável) • Glicemia de jejum = 145 mg/dL (70 a 99 mg/ dL – normal) • Creatinina = 1,26 mg/dL (0,70 a 1,30 mg/dL) • Ureia = 36 mg/dL (15 a 39 mg/dL) • Hemoglobina glicada = 7,2 % (<6,5) 01 Segundo o índice de massa corpórea, qual o estado nutricional atual do paciente? RESPOSTA: Fazendo o cálculo de IMC onde IMC = Peso (em kg) / altura ², temos então, 83 / 2,89, on- de o resultado é 28,71 kg/m². Nessa situação o paciente se encontra em estado nutricional de sobrepeso. 02 Qual a conduta dietoterápica para o pa-ciente após a estabilização hemodinâmica do quadro? Justifique. RESPOSTA: Após a estabilização hemodinâmica, o paciente já é capaz de manter o pulso e a pres- são sanguínea, sem ajuda mecânica ou farmaco- lógica. Assim, já podemos considerar a alimenta- ção via oral e não enteral. Diante do quadro crítico de internação e da ne- cessidade de maior repouso cardíaco, recomen- da-se nas primeiras 48h dieta líquida, com fracio- namento normal (5 a 6 refeições por dia), e volu- me reduzido. Vale a pena destacar o quadro de Síndrome Meta- bólica que também exige alterações no plano ali- mentar pobre em ácidos graxos saturados e coles- terol, isenta de cafeína e sódio de até 2g/d, com evolução gradual para dieta pastosa e sólida. Tendo em vista a evolução da dieta para pasto- sa e sólida deve ser gradual. Frequentemente se prescreve dieta para redução de peso com limitações de cafeína e dieta estágio II. Dieta Estágio II: VET para manter o peso ideal Lipídeos ≤30% do VET Gordura saturada<7% do VET Gordura poliinsaturada>10% do VET Gordura monoinsaturada>15% do VET Proteína ±15% do VET Colesterol dietético<200mg/d Em geral 5 a 6 refeições/dia, em pequenos volu- mes e quantidades adequadas de fibras para pre- venir constipação. Pois a constipação pode pro- vocar alterações do ritmo cardíaco de origem va- gal. Substitutos do sal podem ser usados, exceto no caso de problemas renais. 03 Calcule as metas calóricas e proteicas do paciente para início da terapia nutricional. Justifique o método utilizado. RESPOSTA: Para calcular as metas calóricas e protei- cas do paciente para início da terapia nutricional, fez-se uso da equação de Harris Benedict, 1919. Onde: TMB 66,5 + 13,8 x peso(83 kg) + 5 x altura (170 cm) – 6,8 x idade (55 anos) Temos então: TMB (Taxa metabólica basal) = 1687,9 calorias GET = TMB x FA X FI X FT 20 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 Onde: FA = Fator atividade; FI = Fator Injuria; FT = Fator térmico Em pacientes acamados no ventilador o fator ati- vidade é igual a 1,1; O Fator injuria de doença cardiopulmonar com cirurgia varia entre 1,3 a 1,55 (tira-se a média que é 1,44); E o fator térmico não é fornecido no enunciado. Então calcula-se: GET = 1687,9 x 1,1 x 1,44 x 1 GET = 2.673,6 calorias Levando em conta o stress metabólico do pa- ciente, que é moderado, devido a sua situação pós-operatória sua necessidade proteica varia entre 1 a 1,5 g de proteína por quilo de peso. Por isso, a necessidade proteica do paciente varia en- tre 83 e 124,5 gramas de proteínas. 04 Paciente permaneceu internado na Unida-de de Terapia Intensiva, apresentando seis evacuações de fezes líquidas em grande quanti- dade no período de 24 horas. Na presença des- te quadro, quais as condutas nutricionais que de- vem ser implementadas? RESPOSTA: Nesse caso, a dieta mais indicada para o paciente é a dieta pastosa, uma vez que forne- ce alimentos que possam ser mastigados e de- glutidos com pouco ou nenhum esforço. Esse ti- po de dieta ainda permite um repouso do TGI e é indicada para pós-operatórios. Importante aten- tar-se ao consumo de água do paciente, uma vez que evacuações líquidas promovem desidrata- ção. Nesse tipo de dieta os alimentos são transforma- dos em purês e fornecidos aos pacientes sem fi- bras, peles ou gorduras. Esse tipo de dieta é nor- moglicídica, normoproteíca e normolipídica. 05 Paciente evoluiu com melhora do quadro clínico, foi transferido para a enfermaria, com boa reabilitação, com deglutição preserva- da e boa aceitação alimentar e com programa- ção de alta hospitalar. Quais as características nu- tricionais da dieta a ser orientada para a alimen- tação domiciliar? RESPOSTA: Levando em consideração os exames do paciente, os procedimentos aos quais ele foi submetido e seu estado nutricional, o ideal é que se adote uma alimentação geral, porém com res- trições no que diz respeito a índices glicêmicos e lipídicos e de energia total, uma vez que o pa- ciente se encontra em sobrepeso. Por isso, preferir carnes grelhadas e assadas, re- duzindo assim, o consumo de ácidos graxos sa- turados, vegetais folhosos, alimentos integrais, ingerir frutas nas presenças de cereais e consu- mir água de maneira adequada são fundamen- tais para recuperação da saúde desse paciente. Exemplo: Dar preferência para o consumo de peixes de água profunda, como salmão, aren- que e sardinha que são ricos em ômega 3 – con- tribuindo assim, para redução dos níveis de tri- glicérides. O aumento do consumo de fibras é importante também, pois contribui para redução dos níveis de colesterol e glicose. A ingestão hídrica tam- bém deve ser aumentada para prevenir episó- dios de constipação intestinal. As informações a seguir são utilizadas para as questões de 6 a 10: Paciente do sexo feminino, 65 anos, deu entrada no pronto atendimento com hematêmese abun- dante; após rápida lavagem gástrica, foi realizada endoscopia digestiva alta de emergência, sendo diagnosticada ulceração gástrica perfurada. Foi indicada cirurgia de urgência, tendo sido realiza- da uma gastrectomia subtotal. A recuperação anestésica foi sem intercorrências. A paciente foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva, com sonda traqueal com ven- tilação mecânica, estável hemodinamicamente e com trato gastrointestinal funcionante. A equipe multiprofissional de Terapia Nutricional foi acio- nada para acompanhar o caso e definir a condu- ta nutricional a ser implementada. Dados complementares: • Hipertensão arterial sistêmica, diabetes e gas- trite. • Perda de peso progressiva não intencional de 10 kg nos últimos três meses. • Peso atual = 55 kg; Altura = 160 cm. • Albumina sérica = 2,6 g/dL. • Hemoglobina sérica = 8,9 mg/dL. 06 Foi aplicada a triagem nutricional por meio do instrumento Nutritional Risk Scre- ening 2002, sendo obtido o escore igual a seis. Explique o que significa esse escore. 21▏Gabriela Perez RESPOSTA: Como se sabe, a NRS – Nutritional Risk Screening 2002 é uma ferramenta considerada co- mo padrão ouro para análise do risco nutricional. Existem dois Scores: O de nível nutricional e de gravidade da doença. O escore nutricional vai de 0 a 3, sendo 0, a ausência de score e 3, grave es- core. Já o score de gravidade da doença também varia de 0 a 3. Sendo 0, novamente o valor de au- sência de score e 3 um grave score. O resultado da NRS soma os dois Scores, poden- do variar então, de 0 a 6. Valores menoresdo que 3 pontos de score representam ausência de risco nu- tricional, enquanto que valores maiores do que 3 pontos representam risco nutricional. Nesse caso, a paciente possui um grave risco nutricional. 07 Realize a avaliação nutricional da pa-ciente com base nos dados antropomé- tricos e dê o diagnóstico nutricional. Justifique sua resposta. RESPOSTA: Perda de peso progressiva não intencio- nal de 10kg nos últimos três meses. Peso atual: 55kg Peso há 3 meses: 65kg Peso perdido: 10kg Altura: 1,60m. Tempo Perda signi- ficativa de peso (%) Perda severa de peso (%) 1 semana 1 - 2 >2 1 mês 5 >5 3 meses 7,5 >7,5 6 meses 10 >10 Cálculo da perda de peso: 65kg -------100% 10kg ------- X X = 15,38% Logo, perda severa de peso. Sobre o diagnóstico através do IMC: IMC = 21,46kg/m² Lembre-se que ao se tratar de idoso a classifica- ção muda: IMC (kg/m²) Classificação <23 Baixo peso 23 - 28 Eutrofia 28 - 30 Sobrepeso >30 Obesidade Portanto, de acordo com a OPAS (2002), paciente se encontra com baixo peso. A paciente se encontra com baixo de acordo com a Organização Panamericana de Saúde, 2002. Além disso, podemos afirmar que a mesma apresentou perda de peso de 15,38% nos últimos três meses, sendo considerada uma perda de peso grave. 08 Realize a avaliação nutricional da pacien-te com base nos dados bioquímicos e dê o diagnóstico nutricional. Justifique sua resposta. RESPOSTA: Os dados bioquímicos da paciente são: Albumina sérica = 2,6 g/dL; Hemoglobina sérica = 8,9 mg/Dl. Classificação Nível sérico Normal > 3,5 g/dL Depleção Leve 3,0 – 3,5 g/dL Depleção Mode- rada 2,4 – 2,9 g/dL Depleção Grave < 2,4 g/dL Fonte: Waitzberg, 2009. Gênero Normal Redução Moderada Redução Grave Homem > 14 mg/dL 12 - 13,9 mg/ dL < 12 mg/dL Mulher > 12 mg/dL 10 – 11,9 mg/ dL < 10 mg/dL Fonte: Waitzberg, 2009. As referências para albumina e hemoglobina sé- rica, podem variar de referência para referência. No caso da questão analisada, a Residência da USP já informa no seu edital qual referência de- ve-se utilizar, dessa forma, atente-se à bibliogra- fia recomendada no edital desejado. A albumina é a proteína mais abundante encon- trada no meio sanguíneo, aliado a isso, o baixo custo do teste o torna importante para determi- nação de desnutrição energético-proteica. No caso em questão, a paciente se encontra em es- tado de depleção moderada de albumina. A hemoglobina sérica é uma proteína presente nas hemácias – glóbulos vermelhos que auxilia na capacidade de transportar oxigênio para ba- sicamente todos os tecidos corporais. Os valo- res indicados na referência demonstram redução grave de hemoglobina. 22 ▕ Questões Comentadas - Residências 2017-2018 Portanto, levando em consideração os dados bioquímicos, pode-se afirmar que a paciente es- tá em depleção moderada de albumina e redu- ção grave de hemoglobina. Observação: pro outras referências podemos fe - char o diagnóstico como: paciente em desnutri- ção moderada e anemia, no entanto, por se tra- tar de uma Residência que sugere a utilização de determinada referência, prioriza-se reproduzir a classificação do livro indicado. 09 Considerando a fase inicial e aguda da pa-ciente, calcule as necessidades energéti- cas e proteicas recomendadas. RESPOSTA: Fase inicial e aguda: no caso da pacien- te em questão essa fase se refere ao período logo após a cirurgia realizada, estando estável hemo- dinamicamente sendo assim, a paciente se en- contra eleita a receber uma terapia nutricional. A terapia nutricional precoce (quando iniciado em até 72h) no paciente pós cirúrgico, oferece di- versos benefícios ao individuo como melhora na imunidade intestinal, previne translocação bac- teriana, mantém trofismo e evita atrofia do teci- do intestinal, reduz a incidência de complicações infecciosas, melhora o balanço nitrogenado, di- minui a permanência hospitalar dentre outros. Recomendação Requerimento calórico Requerimento proteico ESPEN (2006) Fase aguda: 20 a 25Kcal/kg Fase anabólica: 25 a 30Kcal/kg Desnutrido grave: 25 a 30Kcal/kg Não há reco- mendações específicas ESPEN (2016) 25 – 30Kcal/kg 1,2 a 2,0g/Kg ASPEN (2009) Determinação individualizada 1,2 a 2,0g/kg se IMC<30 DITEN (2011) Fase aguda: 20 a 25Kcal/kg 1,2 a 2,0g/kg, >2,0g/Kg (diáli- se, queimados e fístulas) CCPG (2013) Dados insufi- cientes para recomendação Dados insufi- cientes para recomendação Considerando uma fase inicial e aguda, as necessi- dades energéticas devem estar entre 20 -25Kcal/kg de peso, o equivalente a 1100kcal – 1375kcal. Caso seja verificada uma boa tolerância à dieta, a neces- sidade calórica deve então ser elevada para uma quantidade entre 25 – 30kcal/kg de peso, o equiva- lente a 1375kcal e 1650kcal já que a paciente está com “baixo peso” de acordo com o IMC e possui um histórico de perda severa de peso. Enquanto a ne- cessidade proteica deve estar entre 1,2 – 2g/kg de peso/ dia, equivalendo a 66 e 110g por dia. 10 Quais são a via e o tipo de dieta indicados na terapia nutricional? Justifique sua resposta. RESPOSTA: Para responder essa pergunta, primei- ramente precisamos rever o caso clínico em questão e lembrar que existem 3 vias para a te- rapia nutricional: Via oral Via Enteral Via Parenteral A paciente fez uma ressecção no estômago: pre- cisa de repouso para iniciar processo de cicatri- zação e adaptação. É necessário evitar o contato com os alimentos já que eles podem aumentar o risco de infecção. Paciente também se encon- tra em ventilação mecânica. Todos esses fatores já descartam a via de administração oral. Como decidir entre a via enteral e oral? Dica: Se o trato gastrointestinal estiver íntegro e funcionando, use-o Para responder esse questionamento, é impor- tante levar em conta todo o estado de saúde da paciente. A endoscopia mostrou ulceração gás- trica perfurada, onde uma gastrectomia subtotal foi realizada. Após a cirurgia, a paciente se encontra em uma unidade de terapia intensiva UTI com sonda tra- queal para ventilação mecânica, e com o trato gastrointestinal funcionante. Pensando nisso tudo, o tipo de dieta indicado para esse caso, seria uma dieta enteral, visando recuperação cirúrgica e trazendo maior tranquili- dade ao TGI. A utilização de um sistema fechado com bomba de infusão é interessante, pelo fato da paciente estar desnutrida, evitaria a síndrome de realimentação. Assim que a aceitação da pa- ciente fosse alcançada. A dieta deveria ser: Hiper- calórica, hiperprotéica e hipoglícidica. 23▏Gabriela Perez 11 A obesidade é uma enfermidade crônica multifatorial que se caracteriza pelo acú- mulo excessivo de gordura corporal. As decisões da conduta nutricional nesses casos deverão ba- sear-se no conhecimento dos fatores envolvidos na adiposidade e no controle de peso. Com base nas informações apresentadas: a) Indique as faixas de percentual de gordu- ra corporal total consideradas ideais para a boa saúde de homens e mulheres. RESPOSTA: Existem diferentes recomendações pa- ra percentual de gordura corporal, porém as refe- rências mais utilizadas são as de Lohman (1992) e NIDDK (1993): Homens (%) Fator condicionante Mulheres (%) < 5 Risco de doenças e desordens relacionadas à desnutrição < 8 6 - 14 Abaixo da média 9 - 22 15 Média 23 16 - 24 Acima da média 24 - 31 > 25 Risco de doen- ças associadas à obesidade > 32 Fonte: Lohman (1992) Homens (%) Tipo de obesidade Mulheres (%) 15 - 20 Leve 25 - 30 20 - 25 Moderada 30 - 35 25 - 30 Elevada 35 - 40 > 30 Mórbida > 40 Fonte: NIDDK (1993) Sendo assim, utilizar qualquer uma das fontes, referenciando-as, serve como resposta para es- sa pergunta. b) Alterações na quantidade de tecido adipo- so afetam peptídeos e adipocitocinas (proteínas bioativas secretadas pelos adipócitos). Cite duas adipocitocinas bioativas, descrevendo suas rela- ções com a obesidade. RESPOSTA: Adiponectina – modula a regulação da glicose e o catabolismo de ácidos graxos. Ajuda a resposta insulínica, intensificando
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