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REVISÃO POR
PERGUNTAS
Viviane Amorim
Direito Civil
Processo Civil
Direito do Consumidor
ECA
Direito Penal
Processo Penal
Direito Constitucional
Direito Ambiental
Direito Administrativo
1
DIREITO CIVIL
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e morte.
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens de
família.
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e encargo.
Representação.
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de
perigo.
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da
anulabilidade.
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. Da
prova.
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações
divisíveis e indivisíveis. Obrigações Solidárias.
9. Pagamento. Condições subjetivas e objetivas. Prova, lugar e tempo do pagamento.
10. Pagamentos especiais. Pagamento por consignação e com sub-rogação. Imputação em
pagamento. Dação em pagamento.
11. Extinção da obrigação sem pagamento: novação, compensação, transação, confusão,
compromisso e remissão.
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal.
2
13. Arras. Transferência de obrigações: cessão de crédito, assunção de dívida, cessão de
contrato.
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório.
Contrato com pessoa a declarar. Contrato preliminar.
15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado. Efeitos dos
contratos. Estipulação em favor de terceiros.
16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela função.
Interpretação dos contratos.
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos.
18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou permuta.
Contrato estimatório. Doação.
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de serviço.
Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança.
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos referentes a
planos e seguros privados de assistência à saúde.
21. Transação. Atos unilaterais. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa.
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem.
Responsabilidade sem culpa.
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do
dano material e do dano moral.
24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e móvel.
Perda da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social.
25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície.
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação.
3
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies.
28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no
Código Civil e na legislação extravagante.
29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária.
30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial.
Celebração. Forma. Modalidades.
31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas
suspensivas. Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais.
32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal.
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida.
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e sócio-afetiva. Poder familiar.
Alimentos. Alienação parental.
34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela.
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia da
herança. Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima.
Sucessão do companheiro.
1. No que consiste o direito das sucessões?
O direito das sucessões disciplina as relações jurídicas decorrentes do falecimento da pessoa
(sucessão causa mortis). Na atualidade, tal direito deve ser interpretado a partir de uma perspectiva
constitucional, especialmente ao se considerar que o direito à herança constitui direito fundamental,
previsto no art. 5º, incisos XXX e XXXI da CF.
XX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
Obs: Sucessão: pessoa insere-se na titularidade de uma relação jurídica que lhe advém de outra
pessoa, por ser a própria transferência de direitos de uma a outra pessoa.
Substituição do objeto da relação jurídica Sub-rogação real
4
Substituição do sujeito da relação jurídica por ato inter vivos Sub-rogação pessoal
Substituição do sujeito da relação jurídica por ato causa mortis Direito das Sucessões
2. Qual o pressuposto fático do direito à herança?
O pressuposto FÁTICO do direito à herança é a morte, real (há certeza jurídica da morte) ou presumida.
A morte, além de encerrar a personalidade civil da pessoa (art. 6º do CC – A existência da pessoa natural
termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva), abre a sucessão.
MORTE PRESUMIDA:
- Sem decretação de ausência - probabilidade de morte daquele que estava em risco de vida (art. 7º,
CC) – declaração por sentença, fixando data provável da morte.
- Com decretação de ausência (arts. 22 a 39, CC) – considerada morta após a abertura da sucessão
definitiva (art. 6º).
3. O que é o princípio da saisine?
É uma ficção criada em solo francês, com o fito de impedir que o patrimônio de quem faleceu fosse
considerado acéfalo, sem titular. Assim, com a abertura da sucessão (=morte da pessoa humana),
todas as suas relações patrimoniais (ativas e passivas) são transmitidas automática e imediatamente
para os seus herdeiros.
Pode-se dizer que a saisine é a transmissão automática da titularidade das relações patrimoniais.
A partir da morte, abre-se a sucessão, ocorrendo a transmissão dos direitos hereditários para os
herdeiros e legatários.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos
e testamentários.
A transmissão é automática e imediata, independe de o herdeiro (legítimo ou testamentário) ter
conhecimento da morte ou de sua qualidade para assumir a condição de titular dos direitos e
obrigações decorrentes do falecimento.
4. Quais os principais efeitos jurídicos da saisine?
1º. Transmissão de pleno direito e automática da herança, propriedade e posse, a todos os herdeiros
legítimos e testamentários (a única exceção é a posse em relação ao legatário – art. 1.923, §1º CC)
2º. A saisine determina a lei aplicável à sucessão: art. 1.787 CC e art. 2.041 CC. A lei da sucessão é a lei
da data do óbito.
3º. Identificação dos herdeiros – legitimação para suceder (art. 1.787 CC). A capacidade sucessória
(arts. 1798 a 1803 CC) é pautada pela saisine: são herdeiras as pessoas nascidas ou já concebidas no
tempo da abertura da sucessão (art. 1798 e 1799).
5
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da
abertura da sucessão.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de
fundação.
5. No que consiste o sistema dicotômicoadotado pelo Código Civil no que concerne ao direito
das sucessões?
O Código Civil, em uma tentativa de conciliar autonomia privada e proteção do núcleo familiar, adotou
um sistema dual sucessório: sucessão legítima e sucessão testamentária.
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
A sucessão legítima ou ab intestato tem por objetivo proteger o núcleo familiar, seguindo uma ordem
de vocação hereditária por imposição da lei, inclusive com a reserva da legítima, que não pode ser
objeto de disposição pelo testador.
A sucessão testamentária, por seu turno, tem por objetivo principal resguardar a autonomia privada
para que a pessoa possa dispor de seu patrimônio, além de realizar outras disposições mesmo que
sem natureza patrimonial, para terem efeito após a morte. O testamento é um verdadeiro negócio
jurídico.
6. É correto dizer que a sucessão legítima tem caráter supletivo?
Sim, tendo em vista que a sucessão testamentária é a regra. Tem caráter supletivo pois, primeiro,
deve-se considerar a vontade expressa (testamento) e, na sua ausência é que se aplicam as regras
impostos pelo Estado.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o
mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a
sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Pela própria leitura do art. 1788 verifica-se que a sucessão legítima ocorrerá acaso a pessoa morra sem
testamento e nas demais hipóteses de invalidade do testamento ou de bens não previstos.
7. É possível a coexistência entre a sucessão legítima e a sucessão testamentária?
Sim, uma sucessão não exclui a outra.
Existindo herdeiro necessário (descendente, ascendente, cônjuge ou companheiro), caso a pessoa
queira fazer um testamento, necessariamente as duas sucessões irão coexistir, haja vista a necessidade
de preservação da legítima.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Além disso, caso em seu testamento o testador não abarque a totalidade de seus bens, aqueles que
não estão compreendidos no testamento serão transmitidos aos herdeiros legítimos (art. 1.788),
seguindo as regras da sucessão legítima.
8. Qual a diferença entre sucessores, herdeiros e legatários?
6
“Sucessores” é o gênero, do qual são espécies os “herdeiros” e os “legatários”. O herdeiro é sucessor a
título universal e o legatário é sucessor a título singular.
9. A pessoa jurídica pode ser herdeira?
Somente na hipótese de sucessão TESTAMENTÁRIA, conforme art. 1.799, incisos II e III CC.
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: (...)
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de
fundação.
10. A pessoa ainda não concebida pode ser herdeira?
Na sucessão legítima, apenas pessoas naturais já nascidas ou concebidas no momento da abertura da
sucessão legitimam-se a suceder (art. 1798 CC). Trata-se do princípio da coexistência.
Contudo, na sucessão TESTAMENTÁRIA, podem ser chamados a suceder “os filhos, ainda não
concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão” (art.
1799, I, CC).
11. Como fica a sucessão em caso de nascituro?
De acordo com o art. 1798 do CC, “legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no
momento da abertura da sucessão”. Desta forma, o nascituro, já concebido por ocasião da morte do
de cujus, desde que venha a nascer com vida, irá suceder.
Assim, ele possui uma legitimidade condicionada.
O nascituro fará jus aos frutos produzidos pela coisa, desde a abertura da sucessão, respondendo, por
outro lado, pelas despesas decorrentes da titularidade da coisa.
Há uma linha da doutrina que defende que a concepção, como a lei não restringe, se estende à
hipótese de concepção extrauterina: um embrião criogenizado, no laboratório, ainda não implantado
no útero, poderia ter legitimidade sucessória se tivesse sido concebido, ainda que fora do útero
materno. Também seria uma legitimidade condicionada, tanto à implantação deste embrião, como ao
nascimento com vida.
Neste sentido o Enunciado 267 da Jornada de Direito Civil: “A regra do art. 1798 do Código Civil deve
ser estendida aos embriões formados mediante uso de técnicas de reprodução assistida,
abrangendo, assim, a vocação hereditária da pessoa humana a nascer cujos efeitos patrimoniais se
submetem às regras previstas para a petição de herança”.
7
12. Como solucionar a questão sucessória em caso de utilização de material genético post mortem,
por meio de técnicas de reprodução assistida?
Diferente do caso de haver um embrião já concebido, mas ainda não implantado, surge a questão
acerca da possibilidade de o de cujus ter deixado material genético (ex: sêmen ou óvulo), em um
banco, e o marido autoriza a mulher, por escrito, a usar esse material mesmo que ele venha a falecer.
Se, depois da morte, a esposa utiliza-se deste material genético, faz o procedimento de reprodução
assistida e concebe esse filho. Não há dúvidas de que esse filho é do casal, no entanto ele foi
concebido após a abertura da sucessão, qual a solução se, de acordo com o art. 1.798 do CC ele não
tem legitimidade sucessória?
Há, portanto, um descompasso entre a legitimidade sucessória e as regras de filiação em face das
novas técnicas de reprodução assistida que permitem a utilização de material genético post mortem.
Uma interpretação constitucional do caso concreto, leva à conclusão de que não pode haver
discriminação entre filhos. Havendo outro filho já concebido, a aplicação literal do art. 1798 levaria a
situação de um filho ser sucessor e outro não. Assim, seria caso de flexibilizar o art. 1798 para garantir a
herança a esse sucessor.
Por outro, lado, há autores como Cristiano Chaves de Farias que entendem que sem que tenha havido
a concepção laboratorial, não há que se falar em direito sucessório. Isto porque o art. 1798 dispõe
sobre o filho já concebido, não fazendo distinção entre o concebido de forma intra ou extrauterina. No
entanto, não havendo filho concebido, tratando-se apenas de sêmen congelado, são situações
distintas que, pelo princípio da isonomia não poderia ser considerado a um nascituro.
13. Conceitue herança.
É o conjunto de relações jurídicas patrimoniais que eram titularizadas pelo falecido e que se transmite
aos seus sucessores.
É uma garantia constitucional fundamental, sendo desdobramento natural do direito à propriedade
privada.
A herança, que é o objeto da sucessão, é uma universalidade de direito, a teor do art. 91 do CC, e
possui caráter econômico, sendo composta dos bens particulares do falecido (ou seja, aqueles que
não se comunicam e não integram a comunhão), assim como sua meação a depender do regime de
bens do casamento.
A herança é um bem jurídico imóvel, universal e indivisível, estabelecendo um condomínio e uma
composse dos bens integrantes do patrimônio transmitido, que somente serão dissolvidos com a
partilha do patrimônio.
14. Quais direitos/relações são excluídos da herança?
Ficam excluídas da herança as relações não patrimoniais e as personalíssimas, ainda que ostentem
caráter patrimonial. Exemplos: poder familiar, tutela, curatela, usufruto, uso, direito real de habitação,
rendas vitalícias, pensão previdenciária, contrato de trabalho. Desta forma, há relações jurídicas de
conteúdo econômico que não podem ser transmitidas devido ao seu caráter personalíssimo.
15. O valor da indenização de contrato de seguro de vida integra a herança?
8
O valor da indenização decorrente de contrato de seguro de vida não integra a herança e, via de
consequência, não está sujeito ao pagamento de dívidas deixadas pelo falecido.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital
estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos
os efeitos de direito.
Assim, os beneficiários do seguro de vida não são necessariamenteos seus herdeiros legítimos, sendo
válido que seja beneficiária qualquer pessoa indicada pelo segurado no contrato, sem qualquer
pagamento os herdeiros.
Aplica-se essa lógica ao pagamento do seguro obrigatório decorrente de acidente com morte causado
por veículo automotor (seguro DPVAT), bem como ao pagamento de previdência privada contratada
pelo morto.
16. Quais são os sistemas de transmissão da herança?
SISTEMA ROMANO
No período compreendido entre a morte e a aceitação, a herança é
jacente. No nosso sistema, só há herança jacente se não há sucessores ou
todos renunciam.
SISTEMA GERMÂNICO
Posse e propriedade imediata, mas apenas para os herdeiros legítimos. No
nosso sistema, tanto os legítimos como os testamentários.
Exceto os legatários: o legatário adquire o domínio da coisa certa
existente no patrimônio do de cujus, mas a posse depende da verificação
da solvência do espólio.
17. Com a abertura da sucessão, se não há solução de continuidade, como compatibilizar a Saisine
com as regras sobre aceitação da herança?
O principal efeito da Saisine é provocar a transmissão automática, ininterrupta de todos os patrimônios
para os sucessores, ou seja, não há solução de continuidade (interrupção). Assim, essa massa que está
sendo transmitida não fica sem titular.
A questão que pode surgir é: por que, então, alguém teria que aceitar uma herança que já lhe
pertence? A aceitação não passa de um ato de confirmação, de ratificação de uma herança que já foi
recebida quando da abertura da sucessão, com efeitos retroativos. Vale lembrar que tanto a aceitação
como a renúncia são atos irrevogáveis. Depois de aceitar a herança, qualquer ato posterior, será um
negócio jurídico inter vivos.
O sentido da aceitação, em verdade, é garantir a possibilidade de renúncia pelo sucessor. A renúncia
retroage à data da abertura da sucessão e esse sucessor renunciante é considerado como se não
existisse. Assim, compatibiliza-se a saisine com as regras sobre aceitação e renúncia.
18. É possível que o testador imponha restrições sobre os bens da legítima?
Em regra, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade e
incomunicabilidade sobre os bens da legítima (parte indisponível da herança), como dispõe o art. 1.848
CC. No entanto, de forma excepcional, havendo justa causa declarada no testamento, é possível que
sejam estabelecidas tais restrições.
Ex: sabendo que o filho é insolvente, incapaz de gerir o próprio patrimônio, o pai estabelece cláusulas
de inalienabilidade e impenhorabilidade sobre os bens deixados.
9
36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições
testamentárias. Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições.
Execução do testamento.
37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e
anulação do testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha.
38. Direito de autor. Registros Públicos.
39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais.
40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal
10
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
2. Lei nº 13.256, de 4 de fevereiro de 2016.
3. Princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo civil. Garantias
constitucionais do processo. Autonomia do Direito Processual. Institutos e normas
fundamentais do processo civil. Direito Processual Constitucional.
4. Interpretação da norma processual. Norma processual no tempo e no espaço. Efetividade
do processo e acesso à Justiça. Escopos do processo. Instrumentalidade do processo.
5. Jurisdição. Elementos conceituais. Características. Espécies. Organização judiciária.
Distinção em relação às demais funções do Estado. Jurisdição estatal e arbitral. Poderes do
juiz e do árbitro. Impedimento e suspeição.
6. Competência. Critérios de determinação e de modificação. Incompetência absoluta e
relativa. Conflito de competência. Cooperação internacional.
7. Funções essenciais à Justiça. Magistratura. Advocacia Pública e Privada. Assistência
judiciária. Taxa judiciária. Ministério Público. Órgãos auxiliares da justiça. Conciliadores e
mediadores.
8. A ação. Conceito e natureza. Condições da ação. Elementos da ação. Ação e tutela
jurisdicional. Cumulação de ações. Classificação da tutela jurisdicional. Processo. Conceito e
natureza. Espécies. Pressupostos processuais. Procedimento e relação jurídica processual.
9. Atos processuais. Forma, tempo e lugar. Regime de invalidades processuais. Preclusões.
Comunicação dos atos processuais. Atos processuais eletrônicos. Convenção das partes em
matéria processual.
10. Partes e terceiros no processo civil. Conceitos. Litisconsórcio, assistência e modalidades
de intervenção de terceiros. Amicus curiae. Incidente de desconsideração da personalidade
jurídica.
11. Tutela provisória. Tutela de urgência e tutela de evidência. Estabilização da tutela
antecipada.
11
12. Petição inicial. Requisitos. Juízo de Admissibilidade. Audiência de conciliação e mediação.
Defesa do réu. Contestação e reconvenção. Providências preliminares. Julgamento conforme
o estado do processo. Audiência de saneamento e organização do processo.
13. Provas. Objeto, fonte e meios. Prova atípica e prova ilícita. Ônus da prova. Antecipação
da prova. Provas em espécie e sua produção. Audiência de instrução e julgamento.
14. Sentença. Elementos e requisitos. Vícios das sentenças. Coisa julgada formal e material.
Limites subjetivos, objetivos e cronológicos. Eficácia preclusiva da coisa julgada. Coisa
julgada e resolução de questão prejudicial. Relativização da coisa julgada.
15. Recursos. Princípios gerais. Pressupostos de admissibilidade. Efeitos. Ações autônomas
de impugnação. Ação rescisória. Reclamação.
16. Recursos em espécie: apelação, agravo de instrumento, embargos de declaração,
recursos extraordinário e especial, embargos de divergência, agravo interno. Julgamento
estendido em caso de divergência.
17. Precedentes judiciais. Incidente de resolução de demandas repetitivas. Julgamento de
recursos repetitivos nos tribunais superiores. Assunção de competência. Súmula Vinculante.
Controle concentrado de constitucionalidade.
18. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa. Ação de consignação em pagamento;
ação de exigir contas; ações possessórias, ações de divisão e demarcação. Ação de
dissolução parcial de sociedade.
12
19. Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa: inventário e partilha, embargos de
terceiro, oposição, ações de família, habilitação, restauração de autos, ação monitória,
homologação de penhor legal, regulação de avaria grossa.
20. Arbitragem. Compromisso arbitral e cláusula compromissória. Tutelas de urgência antes,
durante e depois do processo arbitral. Impugnação judicial da sentença arbitral. Meios
alternativos de solução de conflito (Resolução nº 125 de 29 de novembro de 2010, do
Conselho Nacional de Justiça). Instauração da Arbitragem. Ação para obtenção do
compromisso arbitral. Impedimento e Substituição do Árbitro. Responsabilidade do Árbitro.
Cooperação do Poder Judiciário com a Arbitragem.
21. O Poder Público em juízo. Mandado de segurança. Ação Popular. Habeas data. Ação de
improbidade administrativa. Execução fiscal e execução contra a Fazenda Pública.
Suspensão de segurança.
22. Tutela dos interesses transindividuais. Direitos e interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
19. Explique a diferença entre FORUM SHOPPING, FORUM NON CONVENIENS e FORUM
SHOPPING REVERSO.
A REGRA GERAL de competência em processo coletivo é o FORO DO LOCAL DO DANO, vejam:
Art. 5º da Lei 4717/65 (Lei da Ação Popular): “Conforme a origem do ato impugnado, é competente para
conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada
Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município”.
Art.2º da Lei 7347/85 (Lei da Ação Civil Pública): “As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro
do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa”.
Art. 93 do CDC: “Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça
local: I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local”;
ENTRETANTO, pode ocorrer do dano atingir mais de um local, o que levaria a existência de FOROS
CONCORRENTES (OPÇÕES DE FORO), cabendo aos legitimados coletivos a escolha do foro mais
adequado (princípio da competência adequada – #citaquedáponto).
A existência de mais de um foro competente para apreciar eventual demanda coletiva faz surgir dois
institutos: a) Forum shopping: a escolha do foro competente decorrerá da conveniência exclusiva do
autor da demanda; b) Forum non conveniens: é a possibilidade do controle da competência quando o
foro escolhido é um juízo inconveniente ou inadequado, buscando a escolha de um foro neutro, sem
que uma das partes seja excessivamente prejudicada. Trata-se de um limitador do fórum shopping.
Exemplo 1: Dano ambiental – poluição de um rio que serve de manancial para três cidades vizinhas.
Caso seja verificada a necessidade de propositura de uma demanda coletiva, o autor da ação poderá
escolher qualquer uma das 3 cidades envolvidas, vez que, todas ostentam competência para o
exercício da função jurisdicional. Aqui se visualiza o instituto do FORUM SHOPPING, ou seja, o
13
legitimado poderá escolher onde a ação será proposta, de acordo com sua conveniência. Porém, essa
escolha pode não ser a mais adequada para a resolução do conflito.
Isso porque, pode ser que o autor escolha uma comarca com o único objetivo de prejudicar o réu, seja
porque, ali a prova será mais difícil de ser produzida ou custosa; ou mesmo porque o autor sabe que o
juízo daquela comarca tem um posicionamento mais favorável à sua tese.
Para combater eventual escolha abusiva, que viola a boa-fé objetiva (art. 5º, NCPC) e o dever de
cooperação entre as partes (art. 6º, NCPC), o magistrado entendendo não ser o juízo eleito pelo autor o
mais adequado a garantir a efetividade da tutela jurisdicional, poderia discricionariamente, recusar o
recebimento e processamento da demanda remetendo o feito para o juízo reputado mais
adequado. Aqui se visualiza o instituto do FORUM NON CONVENIENS, ou seja, mesmo sendo
competente, o juiz, por meio de uma decisão interlocutória, poderia se recusar a receber e processar a
ação por não ser o juízo mais adequado para tanto.
Com a intenção de que o tribunal competente para julgar um litígio seja o que tenha maior
relação com seus elementos o sistema do commom law criou a doutrina do forum non
conveniens. Para essa doutrina, um tribunal que tenha competência para conhecer sobre um
determinado litígio poderá declinar, para outro tribunal também competente, o exercício da
jurisdição. Esse outro tribunal, segundo o de origem, deverá julgar a demanda por ter maior
proximidade com os fatos e com as partes, o que permite um processo com custos menores,
melhor exame das provas e maior facilidade no momento da execução da sentença.
Importante conceituar ainda o FORUM SHOPPING REVERSO: trata-se da possibilidade de o réu, na
defesa, invocar o instituto do FORUM NON CONVENIENS.
QUAL A ORIGEM DESSES CONCEITOS?
O termo forum shopping foi utilizado pela primeira vez em juízo nos Estados Unidos em 1952, já o
termo forum non conveniens tem sua origem no direito escocês.
Apesar, da maioria dos doutrinadores no Brasil apresentar os dois conceitos como faces opostas da
mesma moeda, alguns autores apontam naturezas jurídicas diversas: a) Forum shopping = FACULDADE
PROCESSUAL DA PARTE; b) Forum non conveniens = seria uma DOUTRINA relacionada à própria
admissibilidade da demanda (uma discricionariedade do juízo).
MAS ONDE ENTRA O DIREITO INTERNACIONAL?
O Forum shopping pode ser doméstico, em que a possibilidade de escolha está dentro de um mesmo
país, como transnacional, caso em que é possível à parte escolher ajuizar a ação em dois ou mais
países, ou em um país em detrimento de outro.
Vamos ao exemplo 2: Um avião que fazia a rota Londres-Paris cai na França, matando 300 pessoas de
diversas nacionalidades, inclusive americanos.
A viúva de uma das vítimas de nacionalidade inglesa resolve então propor uma ação indenizatória
contra a companhia aérea.
Porém, ao invés de propor a ação na Inglaterra (local de sua residência), ou na França (local de
ocorrência do acidente) ela decide ajuizar a demanda nos EUA. Isso porque, nos EUA as condenações
nesse tipo de acidente são vultosas (punitives damages).
14
Ou seja, a vítima diante de diversas jurisdições concorrentes (de acordo com sua conveniência)
escolhe o local onde ajuizará sua demanda (FORUM SHOPPING).
Porém, o foro eleito pode não ser o mais adequado, podendo o juiz americano entender que a
demanda deve ser processada na Inglaterra ou França (FORUM NON CONVENIENS).
Por fim, é importante mencionar que o STJ por duas vezes já se manifestou entendendo não ser
aplicável no Brasil a doutrina do FORUM NON CONVENIENS (Medida Cautelar 15.398/RJ de 2009 e
Resp. 1.633.275/SC de 2016): “Restrita aceitação da doutrina do forum non conveniens pelos países
que adotam o sistema do civil-law, não havendo no ordenamento jurídico brasileiro norma específica
capaz de permitir tal prática”.
Isso, porque no Brasil a competência é distribuída de forma rígida e prévia pelo direito positivo, não
cabendo, em tese, nenhuma margem para um controle concreto de sua adequação.
Ou seja, se a legislação prevê competências concorrentes, o autor poderia escolher livremente perante
qual juízo demandará, não possuindo o juiz discricionariedade para recusar o processamento da
demanda se for competente para tanto, mesmo que haja outro juízo mais adequado, sob pena de
violação ao princípio do juiz natural.
23. Cumprimento de sentença e execução. Classificações. Pressupostos. Título executivo:
espécies e requisitos. Liquidação.
24. Cumprimento de sentença para pagamento de quantia, para obrigação de fazer, não
fazer e dar coisa certa. Cumprimento de sentença na obrigação de alimentos.
25. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Procedimento. Penhora, avaliação
e expropriação. Satisfação do credor.
26. Defesa do executado no cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial.
Ações autônomas de impugnação à execução. Exceção de pré-executividade.
27. Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis e Juizados Especiais da Fazenda Pública.
Juizados Especiais Federais.
28. Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Características. Notificação e
interpelação. Alienações Judiciais. Testamento e Codicilo. Herança Jacente. Bens dos
Ausentes. Coisas Vagas. Tutela e curatela. Organização e Fiscalização das Fundações.
29. Ações locatícias. Ação de Despejo. Ação Renovatória. Ação Revisional. Ação
Consignatória.
15
30. O processo da recuperação judicial e da falência.
16
DIREITO DO CONSUMIDOR
1. Direitos do consumidor. Disposições gerais. Política nacional de relações de consumo.
Direitos básicos do consumidor.
2. Qualidade de produtos e serviços. Prevenção e reparação dos danos. Proteção à saúde e
à segurança. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. Responsabilidade por
vício do produto e do serviço.
3. Decadência e prescrição. Desconsideração da personalidade jurídica.
4. Práticas comerciais. Disposições gerais. Oferta. Publicidade. Práticas abusivas. Cobrança
de dívidas. Bancos de dados. Cadastros de consumidores.
5. Proteção contratual. Disposições gerais. Cláusulas abusivas. Contratos de adesão.
6. Sanções administrativas.
7. Defesa do consumidor em juízo. Disposições gerais. Ações coletivas para a defesa de
interesses individuais homogêneos. Ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e
serviços. Da tutela específica nas obrigações de fazer ou não fazer. Coisa julgada.
8. Sistema Nacional de defesa do consumidor.Convenção coletiva de consumo.
9. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1. Consectários em matéria de criança e adolescente. a) Princípio da prioridade absoluta e
proteção integral. b) Princípio da dignidade da pessoa humana. c) Princípio da participação
popular. d) Princípio da excepcionalidade. e) Princípio da brevidade. f) Princípio da condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.
2. Dos Direitos da criança e do adolescente. a) Do Direito à Vida e à Saúde. b) Do Direito à
Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. c) Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária. d)
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. e) Do Direito à Profissionalização e
à Proteção no Trabalho.
3. Da Adoção.
4. Das medidas de proteção.
5. Da Prevenção. a) Disposições Gerais. b) Da Prevenção Especial. c) Da informação,
Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos. d) Dos Produtos e Serviços. e) Da
Autorização para Viajar. f) Do Juiz da Infância e da Juventude (arts. 146 a 149, da Lei nº
8.069/1990).
6. Dos Procedimentos.
7. Do Conselho Tutelar.
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DIREITO PENAL
I – Conceito de Direito Penal. Princípios Constitucionais Penais. História do Direito Penal.
História do Direito Penal Brasileiro, Doutrinas e Escolas Penais. Fontes do Direito Penal.
Sistemas Penitenciários.
II – CÓDIGO PENAL (Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940).
1 – Parte Geral
a) Da aplicação da lei penal (arts. 1º a 12).
b) Do crime (arts. 13 a 25).
CAUSALIDADE
TENTATIVA
CRIME IMPOSSÍVEL
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, ARREPENDIMENTO
POSTERIOR
ERRO
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
c) Da imputabilidade penal (arts. 26 a 28).
d) Do concurso de pessoas (arts. 29 a 31).
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e) Das penas (arts. 32 a 95).
f) Das medidas de segurança (arts. 96 a 99).
g) Da ação penal (arts. 100 a 106).
h) Da extinção da punibilidade (arts. 107 a 120).
PRESCRIÇÃO
20. Quando se considera publicada a sentença para fins de interrupção da prescrição?
STJ: Nos termos do art. 117, IV, do Código Penal, a prescrição se interrompe na data da publicação da
sentença em cartório, ou seja, quando de sua entrega ao escrivão, e não da intimação das partes ou da
publicação no órgão oficial.
2 – Parte Especial
a) Dos crimes contra a pessoa (arts. 121 a 154).
b) Dos crimes contra o patrimônio (arts. 155 a 183).
c) Dos crimes contra a propriedade imaterial (arts. 184 a 196).
d) Dos crimes contra a dignidade sexual (arts. 213 a 234).
e) Dos crimes contra a família (arts. 235 a 249).
f) Dos crimes contra a incolumidade pública (arts. 250 a 285).
g) Dos crimes contra a paz pública (arts. 286 a 288).
h) Dos crimes contra a fé pública (arts. 289 a 311).
i) Dos crimes contra a administração pública (arts. 312 a 359).
III – LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS (Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941).
20
IV – LEIS PENAIS ESPECIAIS
a) Crimes definidos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Lei de Drogas)
b) Crimes definidos na Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (armas)
c) Crimes eleitorais (Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965, e Lei nº 9.504, de 30 de setembro de
1997).
d) Crimes de abuso de autoridade (Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965).
e) Crimes contra as relações de consumo (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990), a ordem
tributária (Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990) e a ordem econômica (Lei nº 8.176, de 8
de fevereiro de 1991).
f) Crimes contra a economia popular (Lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951).
g) Crimes de trânsito (Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997).
h) Crimes de tortura (Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997).
i) Crimes contra o meio ambiente (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998).
j) Crimes contra a criança e o adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990).
l) Crimes falimentares (Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005).
m) Crimes contra a violência doméstica e familiar (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006).
n) Crimes contra os idosos (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003).
o) Crimes de preconceito de raça ou cor (Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989).
p) Crimes hediondos (Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990).
q) Crimes de Licitações e Contratos da Administração Pública (Lei 8.666/93).
21
r) Crimes de Menor Potencial Ofensivo (Lei 9.099/95).
s) Crime Organizado (Lei 12.850/13).
t) Crimes de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei 9.613/98).
u) Execução Penal (Lei 7.210/84).
22
DIREITO PROCESSUAL PENAL
I – Do processo penal em geral. Princípios Constitucionais e fontes do processo penal.
21. Explique no que consiste a garantia do nemo tenetur se detegere (nada a temer por se deter)
ou direito de não produzir prova contra si mesmo.
II – Código de Processo Penal (Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1.941).
a) Disposições preliminares (arts. 1º a 3º).
22. É correto afirmar que, em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta
territorialidade da lei processual penal?
SIM! O art. 1º do CPP dispõe que “o processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este
Código, ressalvados (...)”
Em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta territorialidade da lei
processual penal (assertiva considerada correta TJAC/12 – CESPE).
A lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais cometidas em território brasileiro, sem
prejuízo de convenções, tratados e regras de Direito Internacional. No processo penal vigora
o princípio da absoluta territorialidade (lex fori).
Fundamento do princípio: a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não
pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. Ex: se atos precisam ser praticados fora, o
Brasil não irá aplicar a lei processual brasileira, mas irá requerer por carta rogatória ou por outro meio
de cooperação jurídica internacional, sendo o ato praticado de acordo com as regras daquele outro
Estado.
O princípio da lex fori admite alguma relativização no processo penal (MPBA/10; MPMS/15).
Segundo a doutrina, há situações em que a lei processual de um Estado pode ser aplicada fora de seus
limites territoriais: (a) território nullius (b) quando houver autorização do Estado onde deva ser
praticado o ato processual (c) em caso de guerra, em território ocupado.
23. Quais são as exceções previstas no art. 1º do CPP?
IMPORTANTE! Ao contrário do que pode parecer, os incisos do artigo 1.º não cuidam de exceções
à territorialidade da lei processual penal brasileira, mas sim de exceções à aplicação do
Código de Processo Penal.
23
24. Quanto ao resultado, a interpretação pode ser declaratória, restritiva, extensiva ou
progressiva. Explique cada hipótese.
DECLARATÓRIA: o intérprete não amplia e nem restringe o alcance da norma, pois o sentido da lei
corresponde exatamente à sua literalidade.
RESTRITIVA: o intérprete diminui, restringe o alcance da lei, vez que a norma disse mais do que
efetivamente pretendia dizer.
EXTENSIVA: expressamente admitida pelo art. 3º do CPP, como a lei disse menos do que pretendia, o
intérprete amplia o campo de incidência da norma.
PROGRESSIVA: também denominada adaptativa ou evolutiva, busca ajustar a lei às transformações
sociais, jurídicas, científicas e até morais que se sucedem no tempo. Ex: art. 68 do CPP (“Art. 68.
Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a execução da sentença
condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério
Público”). Ocorre que, com o advento da CF/88, coube à Defensoria a orientação jurídica e defesa dos
necessitados e ao Ministério Público a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Ocorre
que a ação civil ex delicto cuida de interesse patrimonial disponível, o que desvirtuaria a atuação do
MP. Assim, o STF entendeu que esse dispositivo sofre de inconstitucionalidade progressiva, de modo
que, enquanto não houvesse a criação de Defensoria Públicasubsistiria temporariamente a
legitimidade do MP.
b) Do inquérito policial (arts. 4º a 23).
c) Da ação penal (arts. 24 a 62).
25. O que é ação penal adesiva? 
Obs: já caiu DPU, MPMG, MPMT.
Há duas correntes sobre no que consistiria a ação penal adesiva:
1ª corrente (majoritária – Nestor Távora): possibilidade de militarem no polo ativo, em conjunto, o MP e
o querelante, nos casos em que houver hipótese de conexão ou continência entre crimes de ação
penal de iniciativa pública e de ação penal de iniciativa privada. Em momento ulterior há reunião das
demandas.
2ª corrente (Denilson Feitoza): a ação penal adesiva, nos termos em que criada na Alemanha, pode ser
entendida como a atividade do assistente de acusação. Em verdade, o MP avocaria para si o domínio
da lide que, a princípio, seria de interesse privado, por vislumbrar ofensa a um interesse público maior
que o privado. Não encontra guarida no ordenamento jurídico brasileiro.
26. O que é ação penal secundária? Exemplifique.
24
A ação penal secundária ocorre quanto a lei estabelece, como regra, um titular para o ajuizamento de
ação penal relativa a determinado crime. Mas, em decorrência de circunstâncias especiais, a própria lei
prevê, secundariamente, uma nova espécie de ação para aquela mesma infração, modificando-se ou
condicionando-se a legitimidade para intentar a ação penal.
Exemplo: o crime de injúria comum é de ação penal privada, ao passo que a injúria qualificada é de
ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
Na mesma linha, no crime de estelionato, após a alteração da Lei 13.964/19, que passou a ser, como
regra, de ação penal pública condicionada à representação. Contudo, secundariamente, será pública
incondicionada em caso de o crime ter sido praticado contra a administração pública direta ou
indireta, criança ou adolescente, pessoa com deficiência mental, pessoa maior de 70 anos ou incapaz.
27. No que consiste a eficácia objetiva da representação?
Feita a representação contra apenas um dos coautores ou partícipes de determinado fato delituoso,
esta se estende aos demais agentes, autorizando o MP a oferecer denúncia em relação a todos os
coautores e partícipes envolvidos na prática deste crime (em função do princípio da obrigatoriedade).
A representação funciona como manifesto interesse da vítima na persecução penal dos autores do
delito, assim o MP poderá agir contra todos eles. Isto é o que se denomina eficácia objetiva da
representação.
ATENÇÃO: não é permitido que o MP ofereça denúncia em relação a outros fatos delituosos. Havendo
um fato distinto será necessária OUTRA representação. Somente se autoriza, portanto, a inclusão de
outros autores pelo MESMO fato delitivo.
28. Na ação penal condicionada à requisição do Ministro da Justiça, responda: (a) em quais
hipóteses será necessária requisição do Ministro da Justiça? (b) Qual o prazo para o
oferecimento da requisição? (c) A requisição do Ministro da Justiça vincula o Ministério
Público? (d) É cabível retratação?
A requisição do Ministro da Justiça é um ato de conveniência política, a cargo do Ministro da Justiça,
autorizando a persecução penal nas infrações que a exijam, quais sejam: (i) crimes cometidos por
estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil (art. 7º, §3º, alínea b, CP) e (ii) crimes contra a honra do
Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, CP).
A lei penal não prevê um prazo decadencial para que o Ministro da Justiça ofereça a requisição,
entendendo-se que o limite deve observar o prazo prescricional do delito ou outra causa extintiva da
punibilidade.
A requisição do Ministro da Justiça não vincula o Ministério Público, assim como a representação não o
faz, já que se trata de ação penal pública, embora exista este requisito de procedibilidade. Assim,
entendendo o membro do Ministério Público que não há justa causa, pode promover o arquivamento.
Sobre a possibilidade de retratação, há polêmica na doutrina. Parcela entende que seria possível,
aplicando-se por analogia o disposto para a representação, podendo, portanto, haver retratação até o
oferecimento da denúncia. Já outra parcela da doutrina defende que não é possível a retratação, seja
pela inexistência de previsão legal expressa, seja pela própria natureza da requisição que, como ato
político, exige serenidade e ponderação antes de ser apresentada.
25
29. É possível que a ação penal privada se processe em face de apenas um ou alguns dos autores
do fato delituoso?
Como regra, em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal privada, previsto no art. 48 do
CPP, não pode o ofendido escolher contra quem oferecerá a ação penal, se possuir justa causa contra
todos os agentes e souber quem são todos eles.
Vale lembrar que o Ministério Público, atuando como custos legis, deverá velar pela observância de tal
disposição.
Ocorre que, uma vez ajuizada a demanda, é lícito ao querelante oferecer o perdão ao agente.
Considerando-se o princípio da indivisibilidade, ainda que ofereça o perdão a apenas um dos agentes,
o ato a todos aproveitará. No entanto, deve-se recordar que o perdão é ato bilateral, dependendo da
aceitação do querelado, que poderá recusá-lo, conforme previsão no art. 51 do CPP.
Desta forma, havendo um ou mais querelados que não aceitem o perdão concedido, a ação penal
prosseguirá somente em face destes, extinguindo-se em relação àqueles que aceitaram o perdão, nos
termos do art. 107, V do CP.
30. No que consiste a ação penal pública subsidiária da pública?
(ver pg 236 da sinopse)
d) Da ação civil (arts. 63 a 68).
31. O art. 68 do CPP é constitucional?
"Ministério Público: legitimação para promoção, no juízo cível, do ressarcimento do dano resultante de
crime, pobre o titular do direito à reparação: C. Pr. Pen., art. 68, ainda constitucional (cf. RE 135328):
processo de inconstitucionalização das leis. 1. A alternativa radical da jurisdição constitucional
ortodoxa, entre a constitucionalidade plena e a declaração de inconstitucionalidade ou revogação por
inconstitucionalidade da lei com fulminante eficácia ex tunc, faz abstração da evidência de que a
implementação de uma nova ordem constitucional não é um fato instantâneo, mas um processo, no
qual a possibilidade de realização da norma da Constituição - ainda quando teoricamente não se cuide
de preceito de eficácia limitada - subordina-se muitas vezes a alterações da realidade fáctica que a
viabilizem. 2. No contexto da Constituição de 1988, a atribuição anteriormente dada ao Ministério
Público pelo art. 68 C. Pr. Penal - constituindo modalidade de assistência judiciária - deve reputar-se
transferida para a Defensoria Pública: essa, porém, para esse fim, só se pode considerar existente,
onde e quando organizada, de direito e de fato, nos moldes do art. 134 da própria Constituição e da lei
complementar por ela ordenada: até que - na União ou em cada Estado considerado - se implemente
essa condição de viabilização da cogitada transferência constitucional de atribuições, o art. 68 C. Pr.
Pen. será considerado ainda vigente: é o caso do Estado de São Paulo, como decidiu o plenário no RE
135328."
26
e) Da competência (arts. 69 a 91).
32. Quais são as características da jurisdição?
a) SUBSTITUTIVIDADE: atuação do Estado em substituição à vontade das partes
b) INÉRCIA: órgão jurisdicional, para atuar, precisa ser provocado
c) EXISTÊNCIA DE LIDE: pressupõe-se, classicamente, um conflito de interesses qualificado pela
pretensão resistida. Atualmente vem se entendendo que não há, a rigor, um conflito de
interesses, já que o MP não possui mais o caráter de mero órgão de acusação, mas sim de
fiscal da lei e guardião da sociedade.
d) ATUAÇÃO DO DIREITO: aplicação do direito no caso concreto, visando à paz social.
e) IMUTABILIDADE: jurisdição tem seu exercício concluído por meio de uma sentença, com
caráter definitivo (salvo exceções previstas em lei, como é o caso da revisão criminal).
33. Quais os princípios que regem a jurisdição criminal?
a) INVESTIDURA: paraexercer a jurisdição é necessário ser magistrado, investido na função.
b) INDECLINABILIDADE: juiz não pode se abster de julgar os casos que lhe são apresentados:
proibição do non liquet.
c) INEVITABILIDADE ou IRRECUSABILIDADE: a jurisdição se impõe, não estando sujeita à vontade
das partes.
d) IMPRORROGABILIDADE: na esfera criminal, as partes não podem, ainda que queiram, subtrair
ao juízo natural o conhecimento de determinada causa.
e) INDELEGABILIDADE: juiz não pode delegar a função jurisdicional.
f) JUIZ NATURAL: ninguém será processado e sentenciado senão pela autoridade competente,
sendo vedado juízo ou tribunal de exceção.
g) INAFASTABILIDADE: lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.
h) DEVIDO PROCESSO LEGAL
i) UNIDADE: a jurisdição é única, pertencente ao Poder Judiciário, diferenciando-se apenas no
tocante à sua aplicação e grau de especialização.
34. Quais as principais diferenças entre a competência relativa e a absoluta?
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Envolve interesse público. Envolve sobretudo interesse das partes.
Não permite prorrogação, podendo ser arguida a
qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição,
inclusive de ofício pelo juiz.
Permite prorrogação, caso não seja oferecida a
tempo a exceção de incompetência pela parte.
Pode, porém, ser reconhecida de ofício pelo juiz,
até a absolvição sumária.
O seu desrespeito implica nulidade absoluta de
todos os atos praticados no feito, decisórios ou
instrutórios.
O seu desrespeito implica nulidade relativa dos
atos decisórios (art. 567 CPP).
Espécies:
a) em razão da matéria
b) por prerrogativa de função
c) funcional
Espécie:
a) competência territorial
35. No que consiste a competência absoluta funcional?
27
Competência funcional: leva em conta a distribuição dos atos processuais praticados, envolve 3
critérios:
36. Como se estabelece a competência territorial, como regra geral?
REGRA GERAL: art. 70 CPP – teoria do resultado: o lugar em que ocorre a consumação do delito
1- Crimes plurilocais (ação ou omissão em um local, mas a consumação em outro DENTRO do
território brasileiro) – TEORIA DO RESULTADO
2- Crime tentado: local onde foi praticado o último ato da execução
3- Crime preterdoloso ou qualificado pelo resultado: teoria do resultado.
4- Estelionato emissão de cheque sem fundos: teoria do resultado – competência do local onde
houver a recusa do pagamento pelo sacado (Súmula 521 STF e Súmula 244 STJ)
5- Estelionato mediante falsificação de cheque: teoria do resultado – competência do local da
obtenção da vantagem ilícita (Súmula 48 STJ)
6- Estelionato em que a vítima deposita dinheiro na conta do criminoso: teoria do resultado –
competência do local da agência bancária do estelionatário (onde obteve a vantagem ilícita).
7- Contrabando ou descaminho (art. 334 CP): competência do juízo federal em que ocorre a
apreensão dos bens (Súmula 151 STJ).
EXCEÇÕES À TEORIA DO RESULTADO:
1- Se for incerto o limite territorial entre duas jurisdições ou infração consumada na divisa:
TEORIA DA UBIQUIDADE – competência se firmará pela prevenção.
2- Se for crime continuado ou permanente praticada em território de duas ou mais jurisdições:
TEORIA DA UBIQUIDADE – competência firmada pela prevenção.
3- Crime à distância (ação ocorre em um país e o resultado em outro): TEORIA DA UBIQUIDADE –
iniciada a execução em território nacional, mas a infração se consuma fora – competência será
do local onde praticou, no Brasil, o último ato de execução. Obs: se o último ato de execução
foi praticado fora do território: competente o local em que o crime, ainda que parcialmente,
tenha produzido ou devia produzir o resultado.
4- Caso de homicídio: TEORIA DA ATIVIDADE – a competência será do juízo da ação ou omissão,
como forma de privilegiar a verdade real, facilitando-se a colheita da prova.
5- Juizado Especial Criminal: TEORIA DA ATIVIDADE – a competência é determinada pelo local
onde se praticou a infração, que é o local da ação ou omissão (art. 63).
ATENÇÃO: não confundir!
No Direito Penal – lugar do crime – regra geral: TEORIA DA UBIQUIDADE
28
Direito Processual Penal – juízo territorialmente competente – TEORIA DO RESULTADO
(excepcionalmente ubiquidade e atividade)
37. E se não se tem conhecimento sobre o local da consumação do crime? Como se determina a
competência?
Pela regra supletiva do domicílio ou residência do réu, que funciona como foro supletivo, nos termos
do art. 72 do CPP.
Se houver mais de um domicílio, será firmada pela prevenção.
Se não tiver residência certa, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
38. Como se estabelece a competência territorial no caso de ação penal exclusivamente privada?
Nos termos do art. 73 do CPP, o querelante pode preferir o foro de domicílio ou residência do réu,
ainda quando conhecido o lugar da infração.
ATENÇÃO: não se aplica essa regra para os casos de ação penal privada subsidiária da pública!
39. O que significa a expressão “forum shopping”?
É expressão empregada, em tom de crítica, na doutrina de Alexandre Morais da Rosa, em que se refere
à manipulação do juiz natural, criando-se critérios que permitem a escolha do juízo mais conveniente
para a parte. Exemplo deste instituto é o art. 73 do CPP, que autoriza a escolha do foro pelo querelante
no caso das ações penais exclusivamente privadas.
Ver mais em processo civil.
40. Qual a diferença entre conexão e continência?
CONEXÃO: é o vínculo, o liame entre duas ou mais infrações penais, que, em regra, enseja a união
entre os feitos para facilitar a produção da prova e para evitar decisões contraditórias.
CONTINÊNCIA:
41. Quais são as espécies de conexão?
42. É constitucional o art. 60 da Lei 9.099/95, que prevê a possibilidade de infrações penais de
menor potencial ofensivo não serem julgadas pelo Juizado Especial em casos de conexão ou
continência?
Os Juizados Especiais Criminais são dotados de competência relativa para julgamento das infrações
penais de menor potencial ofensivo, razão pela qual se permite que essas infrações sejam julgadas por
outro juízo com vis atractiva para o crime de maior gravidade, pela conexão ou continência,
observados, quanto àqueles, os institutos despenalizadores, quando cabíveis. STF. Plenário. ADI
5264/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 4/12/2020 (Info 1001).
Em 2006, foi editada a Lei nº 11.313/2006, que alterou o art. 60, caput e parágrafo único, da Lei nº 9.099/95.
29
LEI Nº 9.099/95
Antes da Lei nº 11.313/2006 Depois da Lei nº 11.313/2006
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo.
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras
de conexão e continência.
Não havia parágrafo único. Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação
das regras de conexão e continência, observar-se-ão os
institutos da transação penal e da composição dos danos
civis.
Segundo alegou a PGR, o art. 98, I, da CF/88 determinou que as infrações de menor potencial ofensivo deveriam
ser, obrigatoriamente, julgadas pelo Juizado Especial criminal:
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais
de menor potencial ofensivo ou togados e leigos, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de
juízes de primeiro grau;
(...)
 Desse modo, a Lei nº 11.313/2006, ao estabelecer hipóteses na quais a infração de menor potencial ofensivo não
será julgada pelo Juizado(conexão e continência), teria violado o art. 98, I, da CF/88.
 
Essa tese foi acolhida pelo STF? O pedido formulado na ADI foi acolhido?
NÃO. O STF, por unanimidade, julgou improcedente o pedido formulado na ADI e declarou a constitucionalidade
das alterações promovidas pela Lei 11.313/2006.
 
Art. 98, I, da CF/88 não afirmou que apenas os Juizados Especiais criminais poderão julgar infrações de menor
potencial ofensivo
O art. 98, I, da Constituição Federal garantiu aos processos nos quais julgadas infrações penais de menor
potencial ofensivo a observância de peculiaridades procedimentais e a incidência de institutos despenalizadores.
Entretanto, não há, na norma constitucional, determinação de exclusividade dos Juizados Especiais Criminais
para o julgamento dos crimes de menor potencial ofensivo.
A especialização dos Juizados Especiais Criminais tem como objetivo tornar o procedimento célere e informal,
bem como possibilitar a realização de transação penal e a composição dos danos, não sendo definida a
competência jurisdicional em razão do direito material tutelado.
Há no §2º do art. 77 e no parágrafo único do art. 66 da Lei nº 9.099/95 outras duas causas modificativas da
competência dos Juizados Especiais para o Juízo comum, a saber, a complexidade ou circunstâncias da causa que
dificultem a formulação oral da peça acusatória e o réu não ser encontrado para a citação pessoal. Fosse
absoluta a competência do Juizado Especial Criminal em razão da matéria, aquelas previsões legais, não
impugnadas por esta ação direta, ofenderiam o princípio do juiz natural, pois permitiriam o julgamento por órgão
materialmente incompetente:
Art. 77 (...)
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação
da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na
forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
 Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará
as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
 
30
Nesse sentido, os institutos despenalizadores dos juizados constituem garantias individuais do acusado e devem
ser asseguradas, independente do juízo em que tramitarem as infrações penais.
Assim, se praticada infração penal de menor potencial ofensivo em concurso com outra infração penal comum e
deslocada a competência para a Justiça comum ou Tribunal do Júri, não há óbice, senão determinação
constitucional, à aplicação dos institutos despenalizadores da transação penal e da composição civil dos danos
quanto à infração de menor potencial ofensivo, em respeito ao devido processo legal.
Ademais, não se deve somar a pena máxima da infração de menor potencial ofensivo com a da infração conexa
(de maior gravidade) para excluir a incidência da fase consensual e ser invocada como fator impeditivo da
transação penal ou composição civil dos danos.
f) Das questões e processos incidentes (arts. 92 a 154).
g) Da prova (arts. 155 a 250).
h) Do Juiz, do Ministério Público, do Acusado e Defensor, dos Assistentes e Auxiliares da
Justiça (arts. 251 a 281).
i) Da prisão, das Medidas cautelares e da liberdade provisória (arts. 282 a 350).
j) Das citações e intimações (arts. 351 a 372).
l) Da sentença (381 a 393).
43. Segundo o entendimento do STF, qual o momento correto para que o juiz opere a emendatio
libelli? Há exceções?
O momento correto para a emendatio libelli é o da prolação da sentença, pois assim já terão sido
produzidas as provas e, ainda, acaso o magistrado alterasse a classificação do crime por ocasião do
recebimento da denúncia ou queixa, violaria sua imparcialidade e o sistema acusatório. Por outro lado,
admite-se, excepcionalmente, a emendatio libelli no momento do recebimento da denúncia ou queixa
quando realizada em benefício do réu (por exemplo, se a nova tipificação da conduta permitisse ao
acusado o recebimento de proposta de suspensão condicional do processo) ou para permitir a correta
fixação da competência ou do procedimento a ser adotado.
m) Dos processos em espécie (arts. 394 a 497 e 513 a 555).
31
44. O Juiz de Direito poderá receber parcialmente a denúncia, decotando qualificadora que
entenda ser impertinente? Poderá, no mesmo ato, alterar a imputação para reconhecer a
prática de crime diverso do narrado?
(Oral MPMG/2009)
É possível que o juiz proceda a uma rejeição parcial da denúncia ou queixa, constatando a ausência de
justa causa, seja em relação a alguns acusados, seja para alguns fatos delitivos, seja no que se refere a
qualificadoras ou causas especiais de aumento de pena, o magistrado poderá decotá-los. Contra essa
decisão cabe recurso em sentido estrito, por interpretação extensiva do art. 581, inciso I do CPP.
No entanto, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, como regra, não cabe no recebimento da
denúncia a emendatio libelli, pois violaria a imparcialidade e o sistema acusatório. No entanto, caso a
alteração da tipificação do delito beneficie o acusado, com a possibilidade de aplicação da suspensão
condicional do processo, por exemplo, será cabível, excepcionalmente.
45. O que significa “criptoimputação”?
Trata-se de imputação (denúncia ou queixa) realizada com grave deficiência, isto é, sem o
preenchimento dos requisitos formais que implique prejuízo à ampla defesa. Em tais hipóteses, deve
ocorrer a rejeição da inicial acusatória por inépcia, como previsto no art. 395, inciso I do CPP, não
sendo cabível que o juiz determine a emenda.
A origem da palavra deriva de “criptografia”, no sentido de linguagem codificada, impenetrável,
incompreensível ao leitor ordinário.
46. Há distinção entre “rejeição” da denúncia ou “não recebimento” da denúncia?
Segundo a doutrina majoritária, as expressões são idênticas, não havendo qualquer diferença na
utilização de uma ou outra.
No entanto, há posição minoritária de que a “rejeição” envolveria decisões de mérito, formando coisa
julgada material, sendo atacável por apelação; já o “não recebimento” consistiria em decisão de
caráter processual, permitindo a repropositura da ação com a superação do vício anterior, sendo
decisão atacável por recurso em sentido estrito.
47. Uma vez rejeitada a denúncia ou queixa, será possível ao Ministério Público ou ao querelante a
repropositura da demanda?
Vale ressaltar que a repropositura da denúncia será possível, desde que não extinta a punibilidade do
agente e que haja a correção do vício original que ensejou a rejeição.
48. Qual é o recurso cabível contra a decisão de rejeição da denúncia ou queixa?
Como regra, é cabível o recurso em sentido da decisão que rejeita a denúncia ou queixa, a ser
interposto no prazo de 3 dias, com fincas no art. 581, inciso I do CPP.
Há, entretanto, duas exceções:
(1) Art. 82, da Lei 9099/95: no JECRIM contra tal decisão é cabível recurso de APELAÇÃO, no prazo
de 10 dias.
(2) Lei nº 8038/90: não cabe recurso ordinário contra rejeição ou recebimento de denúncia nos
procedimentos de COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. Apenas cabendo RECURSO
EXTRAORDINÁRIO ou RECURSO ESPECIAL, se presentes os requisitos.
32
49. Qual o recurso cabível contra a decisão que RECEBE a denúncia ou queixa?
Não há previsão legal de recurso contra o recebimento da denúncia ou queixa, razão pela qual
entende-se que tal decisão poderá ser atacada por meio de habeas corpus, com fundamento no art.
648, inciso I do CPP.
50. Contra a decisão que rejeita a denúncia é interposto o recurso cabível, sendo dado a ele
provimento. Quais os dois possíveis efeitos decorrentes da procedência do recurso?
O efeito a ser dado à decisão do tribunal dependerá do reconhecimento da ocorrência de error in
procedendo ou error in judicando quanto à decisão que rejeitou a denúncia ou queixa.
Se a decisão recorrida estiver eivada de error in procedendo (erro no procedimento), é o caso de
anulação da decisão e determinação de retorno dos autos ao juízo a quo para queprofira nova
decisão, rejeitando ou recebendo a denúncia.
Por outro lado, se a decisão do juízo a quo contiver error in judicando (erro no julgamento), o acórdão
do Tribunal substituirá a decisão de primeiro grau, já servindo como recebimento da denúncia.
Nessa esteira é a Súmula 709 do STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que
provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
51. O réu, ainda não citado, deverá ser intimado para apresentação de contrarrazões ao recurso
que rejeita a denúncia?
Sim, é esse o teor da Súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para
oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de
defensor dativo.
Isto porque, como assentado no item anterior, caso o Tribunal ad quem entenda que houve error in
judicando, e o acórdão passe a valer como decisão de recebimento da denúncia, trata-se de decisão
não favorável ao acusado, razão pela qual entende-se que ele tem o direito de se manifestar sobre o
recurso do Ministério Público ou querelante, mesmo que ainda não tenha se manifestado em primeiro
grau.
n) Das nulidades e dos recursos em geral (arts. 563 a 667).
o) Disposições gerais (arts. 791 a 811).
33
III – Mandado de segurança em matéria criminal (Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009).
IV – Disposições processuais penais especiais.
a) Execução penal (Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984).
b) Entorpecentes (Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006).
c) Violência doméstica (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006).
d) Prisão temporária (Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1.989).
e) Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995).
f) Interceptação telefônica (Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996).
g) Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965).
h) Falências (Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005).
i) Organizações criminosas (Lei nº 12.850/2013, de 02 de agosto de 2013).
j) Proteção a testemunhas (Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999).
k) Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei 9.613, de 03 de Março de 1998).
34
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Constitucionalismo e teoria da constituição.
2. Constituição e Neoconstitucionalismo.
3. Poder Constituinte.
4. Emendas Constitucionais.
5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático.
6. Federação. Origens. A Federação Brasileira. Competências legislativas dos entes
federados - Autonomia financeira, administrativa e politica dos entes federados.
7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras.
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de
Interpretação. Aplicabilidade e Eficácia.
9. Mutação Constitucional.
10. Reforma e Revisão Constitucional.
11. Normas Constitucionais.
12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da
constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A
Constituição do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de
Constitucionalidade.
52. O Poder Judiciário exerce controle preventivo de constitucionalidade?
REGRA: NÃO.
Falta interesse de agir para se atacar projeto de lei. Não cabe ADI contra PEC ou projeto de lei, não
cabendo atuação do Judiciário para prevenir inconstitucionalidade MATERIAL da futura lei.
EXCEÇÃO: Mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa a garantir a constitucionalidade
do TRÂMITE do projeto tendente a aprovar determinada lei.
35
Ex: quando tem por objeto uma PEC que não atende o procedimento do art. 60, §4º da CF (ou seja,
viola cláusula pétrea). Isto porque a redação do §4º dispõe que “não será objeto de deliberação”.
MS 32.033/DF: jurisprudência reiterada da Suprema Corte no sentido de ser inadmissível, no sistema brasileiro, o
controle jurisdicional preventivo de constitucionalidade material de projetos de lei. Supremo Tribunal Federal tem
jurisprudência pela admissão, como exceção, “da legitimidade do parlamentar - e somente do parlamentar -
para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei
ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo”.
Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a aspectos
formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é admissível, segundo a
jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente concretizado no próprio curso do processo de
formação da norma, antes mesmo e independentemente de sua final aprovação ou não. A prematura
intervenção do Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos atos normativos em curso no
Parlamento, além de universalizar um sistema de controle preventivo não admitido pela Constituição, subtrairia
dos outros Poderes da República, sem justificação plausível, a prerrogativa constitucional que detém de debater
e aperfeiçoar os projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. Quanto mais
evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos de leis, menos ainda se deverá duvidar
do exercício responsável do papel do Legislativo, de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se
for o caso. Partir da suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de responsabilidade
desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim se transformar em lei, sempre haverá a
possibilidade de provocar o controle repressivo pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do
ordenamento jurídico.
53. O Poder Executivo pode exercer controle repressivo?
Há controvérsia.
Há autores (doutrina majoritária) que sustentam que o Chefe do Executivo poderia orientar a
administração a descumprir a lei que entende inconstitucional, com fundamento no dever de respeitar
a supremacia da Constituição. O artigo 84, XXVII aduz que compete privativamente ao Presidente da
República (e por simetria aos Governadores e Prefeitos) exercer outras atribuições previstas na
Constituição. Destarte, é possível extrair do texto constitucional norma que possibilita ao Chefe do
Executivo negar aplicação à lei que considere inconstitucional. Havia um contexto histórico, após a
Emenda Constitucional 16/65, em razão da legitimidade exclusiva do procurador geral da República,
naquele período, para provocar o controle de constitucionalidade junto ao Judiciário. Tal admissão
seria uma forma de evitar que o Chefe do Poder Executivo fosse obrigado a cumprir lei
inconstitucional.
Há entendimento do STF e do STJ (da década de 1990), pós Constituição de 1988 neste sentido.
Atualmente, outros defendem que não faz mais sentido na ordem jurídica hodierna face à possibilidade
de provocação do controle concentrado pelo chefe do Executivo e porquanto não existir dispositivo
expresso na Constituição que permita o seu exercício. Após o advento da CF/88, tanto o presidente da
República quanto o governador tornaram-se legitimados ativos para o ajuizamento da ADI (CF, art. 103,
I e V, com redação dada pela EC 45/04). À vista disso, alguns doutrinadores defendem a necessidade
de propositura da ADI pelas autoridades supracitadas, esperando-se, assim, a análise do STF sobre a
constitucionalidade ou não da norma impugnada. Por esse entendimento, tão somente os prefeitos é
que poderiam deixar de aplicar uma lei por entendê-la inconstitucional, porquanto o chefe do
Executivo municipal não tem legitimidade para ajuizar uma ADI perante a Corte Suprema.
Observações: (1) caso a lei seja sancionada pelo chefe do Executivo sem vetos, obviamente não
poderá posteriormente negar aplicação a ela, já que o ordenamento jurídico considera abuso de
direito o comportamento contraditório. (2) Se o chefe do Executivo que sancionou a lei sem vetos tiver
deixado o cargo e outro sucedê-lo, entendendo o segundo pela inconstitucionalidade,não há óbice
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para que expeça decreto de não aplicação da lei ou ato normativo considerado inconstitucional. (3)
Por fim, no caso de sanção tácita, poder-se-ia expedir decreto de não aplicação da lei, eis que não
houve manifestação expressa sobre tal ponto, e, sendo a inconstitucionalidade uma questão de ordem
pública que é essencial para a coerência e integridade do ordenamento, não há óbice para o exercício
de tal poder-dever nessa hipótese
37
13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional.
14. Intervenção Federal e Estadual.
15. Poder Legislativo.
16. Poder Executivo.
17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas.
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
19. Ministério Público.
20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais.
21. Direitos sociais e coletivos.
22. Ações constitucionais.
23. Direitos Fundamentais. Direitos Fundamentais Coletivos.
24. Direitos de cidadania. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular.
25. Garantias Fundamentais.
26. Princípios de Defesa na Constituição Federal.
27. Princípios constitucionais da Administração Pública.
28. Poder Judiciário.
29. A Emenda Constitucional n° 45.
30. Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública.
38
31. Poder Judiciário. Direitos, garantias e deveres da Magistratura. O Estatuto da
Magistratura. Atividade correcional.
32. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. O controle difuso de
constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.
33. Supremo Tribunal Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça.
Tribunal Superior Eleitoral. Tribunais Regionais e Juízes Federais.
34. Poder Judiciário. Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Disciplina do Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de constitucionalidade
dos atos estaduais e municipais.
35. Ordem Econômica e Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição
Paulista.
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas.
37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia. Comunicação Social. Meio
Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à Proteção Especial. Índios.
39
DIREITO ELEITORAL
1. Estado Democrático de Direito. Cidadania. Sistema representativo. Soberania popular.
Pluralismo político. Reforma política.
2. Direitos políticos. Perda. Suspensão. Sufrágio universal. Voto. Características do voto.
3. Partidos políticos. Conceito. História. Representação Político-partidária. Sistemas
partidários. Criação, fusão e extinção dos partidos políticos. Órgãos Partidários. Registros
dos Partidos Políticos. Fundo Partidário. Fidelidade partidária. Aspectos constitucionais,
legais e éticos.
4. Direito Eleitoral. Conceito. Fundamentos. Fontes e princípios. Interpretação. Aplicação
subsidiária do Código de Processo Civil ao processo eleitoral.
5. Representação. Sufrágio. Natureza. Extensão. Valor do sufrágio. Tipos de sufrágio.
Sistemas Eleitorais. Sistema Majoritário. Sistema Proporcional.
6. Justiça Eleitoral. Organização. Competência. Classificações. Modelo brasileiro. Outros
modelos. A ética do Juiz Eleitoral.
7. Justiça Eleitoral no Brasil. Evolução histórica. Diversificação funcional das atividades da
Justiça Eleitoral e controle de legalidade. A atividade consultiva da Justiça Eleitoral. As
Resoluções normativas da Justiça Eleitoral e seus limites.
8. Capacidade eleitoral: requisitos. Limitações derivadas do não cumprimento do dever
eleitoral. Alistamento eleitoral. Fases do alistamento. Efeitos do alistamento. Cancelamento.
Exclusão. Revisão do eleitorado.
9. Elegibilidade. Inelegibilidades constitucionais e infraconstitucionais ou legais. Arguição
judicial de inelegibilidade. Domicílio Eleitoral. Filiação Partidária. Capacidade eleitoral
passiva.
10. Ministério Público Eleitoral. Organização. Atribuições.
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11. Democracia participativa. Institutos de participação popular. Plebiscito. Referendo.
12. Processo Eleitoral. Convenções partidárias. Registro de candidatos. Impugnação do
registro de candidatura.
13. Campanha eleitoral. Financiamento dos Partidos Políticos, controle de arrecadação e
prestação de contas. Captação ilícita de recursos. Abuso de poder político e econômico.
14. Propaganda política. Propaganda eleitoral. Normas legais e regulamentares. Jornalismo,
propaganda e mídia no Direito Eleitoral. Pesquisas e testes pré-eleitorais. Propaganda
eleitoral no rádio e na televisão e direito de resposta. Propaganda eleitoral na internet.
15. Garantias Eleitorais: liberdade de escolha. Proteção jurisdicional contra atentado à
liberdade de voto. Captação ilícita de sufrágio. Contenção ao poder econômico e ao desvio
e abuso do poder político.
16. Eleição. Atos preparatórios. Fiscalização. Apuração e diplomação dos eleitos. Recurso
contra a expedição de diploma.
17. Ações judiciais eleitorais. Recursos Eleitorais. Ação rescisória eleitoral.
18. Crimes eleitorais. Tipos penais e sanções. Processo penal eleitoral: prisão e período
eleitoral. Competência, conexão e continência em matéria eleitoral. Ação penal eleitoral e
recursos.
41
DIREITO EMPRESARIAL
1.Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio. Teoria da empresa e
atividade empresarial e mercado.
2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito
Comercial. Os perfis do mercado.
3.Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do
mercado.
4.Direito de Empresa no Código Civil. A empresa e o empresário. Noção econômica e jurídica
de empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial. Capacidade.
Empresário rural. Obrigações gerais dos empresários.
5.Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e demonstrações
contábeis periódicas.
6.Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome
empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de
14/5/1996.
7.Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal. Infração
da ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica.
8.A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor.
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das
sociedades. Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e
sociedades empresárias. Registro Público das sociedades. Sociedade rural. Desconsideração
da personalidade jurídica.
10.Sociedade limitada.
42
11.Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76).
12.Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio,
nota promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários. Títulos
do agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais.
13.Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais.
Compra e venda mercantil. Contratos de colaboração.
14.Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de
carga, fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade.
15.O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores.
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da
falência. Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos
praticados antes da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores.
Encerramento da falência. Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades
equiparadas.
17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação

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