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Revisão por fichas - Direito Penal Parte Geral

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RESUMO POR
FICHAS - DIREITO
PENAL
Viviane Amorim
Material do @mp_estadual
 1 
TEORIAS SOBRE O CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
1. Posição na dogmática penal 
Infração penal Crime Conceitos Critério analítico 
Teoria bipartida (bipartite) Crime é fato típico e ilícito. 
Teoria tripartida (tripartite) 
Crime é fato típico, ilícito e praticado por agente 
culpável. 
Teoria quadripartida (quadripartite) 
Crime é fato típico, ilícito, praticado por agente 
culpável e punível. 
 
2. Qual a teoria adotada no Brasil? 
a) Código Penal: aparentemente, adota a teoria bipartida (sim, ela mesmo!). Por quais 
motivos? 
 O Título II da Parte Geral do CP trata “Do crime”, enquanto o Título III cuida da 
“imputabilidade penal”, elemento da culpabilidade. Logo, crime seria fato típico e 
ilícito. 
 Do mesmo modo, quando versa sobre as causas de exclusão da ilicitude, o CP, em 
seu art. 23, prevê que “não há crime”. Ao contrário, ao referir-se às causas 
excludentes da culpabilidade (arts. 26, caput, e 28, § 1º, por exemplo), o CP 
estabelece que o autor é “isento de pena”. 
b) Doutrina majoritária: teoria tripartida. 
3. Outros conceitos de crime 
Além do conceito analítico, acima explicado, existem as seguintes definições, com base nos 
critérios formal, substancial e criminológico: 
Conceito formal ou 
legal 
Crime é aquilo que a lei define como tal. De acordo com a Lei de 
Introdução ao CP: são as infrações penais cujo preceito 
secundário comina pena de reclusão ou detenção. 
Conceito substancial 
ou material 
 
Crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo 
de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. 
 
Conceito criminológico 
Crime é um fenômeno social, caracterizado a partir dos seguintes 
parâmetros: 1. Incidência massiva; 2. Incidência aflitiva; 3. 
Persistência espaço-temporal; 4. Inequívoco consenso acerca da 
punição. 
 
 2 
VELOCIDADES DO DIREITO PENAL 
Por que velocidades? A terminologia diz respeito ao ritmo observado na aplicação do Direito 
Penal: quanto mais direitos e garantias processuais são asseguradas, mais lento o processo de 
aplicação da pena; quanto menos direitos e garantias são reconhecidas, mais rápido o processo 
de aplicação da consequência jurídico-penal. 
1ª Velocidade 2ª Velocidade 3ª Velocidade 4ª Velocidade 5ª Velocidade 
DP nuclear DP periférico DP do Inimigo Neopunitivismo DP do risco 
Jesús-Maria Silva 
Sánchez 
Jesús-Maria Sil-
va Sánchez 
Jakobs Daniel Pastor 
Não há consenso 
sobre a existência 
dessa 5ª velocidade 
Aplica penas 
privativas de 
liberdade. 
Aplica penas 
alternativas à 
prisão. 
Aplica penas 
graves e severas. 
Busca a todo custo o 
aumento do arsenal 
punitivo do Estado 
(panpenalismo). 
Maior presença 
do controle 
policial. 
Observa todas as 
garantias e 
direitos 
processuais. 
Permite a 
flexibilização 
dos direitos e 
garantias 
processuais, 
proporcional à 
menor 
intensidade da 
sanção. 
A despeito da 
gravidade da 
sanção, propõe a 
flexibilização ou 
mesmo a 
supressão de 
direitos e 
garantias 
materiais e 
processuais. 
Relaciona-se com o DP 
Internacional, 
caracterizado pelo alto 
nível de incidência 
política e pela 
seletividade, com 
elevado desrespeito às 
regras básicas do poder 
punitivo. 
DP tem o objetivo 
de 
responsabilizar 
os autores, 
diante da 
agressividade 
verificada na 
sociedade 
contemporânea. 
SOBRE O DIREITO PENAL DO INIMIGO (3ª VELOCIDADE): 
1º. O inimigo não pode gozar de direitos processuais. 
2º. Submete-se a um juízo de periculosidade (DP prospectivo). 
3º. Antecipação da esfera de proteção da norma jurídica, para abranger inclusive atos 
preparatórios, sem redução quantitativa da pena. 
4º. Novos meios de investigação, como ação controlada e infiltração de agentes. 
5º. Mitigação do princípio da reserva legal. 
6º. Condutas descritas em tipos de mera conduta e perigo abstrato (flexibiliza o princípio da 
lesividade). 
7º. Descrição vaga dos crimes e das penas (flexibiliza o princípio da legalidade). 
8º. Preponderância do Direito Penal do Autor (flexibiliza o princípio da exteriorização do 
fato). 
 3 
9º. "Leis de luta e combate", leis de ocasião (Direito Penal de Emergência). 
10º. Endurecimento da execução penal (Ex: Regime Disciplinar Diferenciado - RDD). 
 
 
 
 
 
3 
LUGAR DO CRIME / TEMPO DO CRIME 
 
Mnemônico: L.U.T.A. 
Lugar = Ubiquidade / Tempo = Atividade 
 
 
 
3
 T
eo
ri
as
Teoria da atividade ou da ação
TEMPO DO CRIME
(art. 4º do CP)
Teoria do resultado
Teoria da ubiquidade ou mista
LUGAR DO CRIME
(art. 6° do CP)
 4 
COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS 
 
Teoria da ponderação unitária ou global Teoria da ponderação diferenciada 
Não permite a combinação de leis penais p/ a 
obtenção da norma mais favorável que deve 
incidir no caso concreto. A solução deve ser 
buscada no exame de cada diploma penal, em 
seu unidade. Daí falar-se em ponderação unitária 
ou global. 
É a posição do STF e do STJ (súmula 501). 
Admite a combinação de leis penais na busca da 
norma mais favorável ao réu. Pode o intérprete, 
assim, combinar dispositivos de leis diferentes 
para obter a solução mais favorável ao acusado. 
Daí falar-se em ponderação diferenciada. 
Fundamento: a combinação de leis viola os 
princípios da legalidade e da separação de 
poderes, já que a partir dela obtém o intérprete 
uma lei distinta dos diplomas originais (tertium 
genus). 
Fundamento: ao combinar as leis, o juiz não cria 
lei nova, apenas transita dentro dos limites 
conferidos pelo legislador. 
Exemplo: tráfico de drogas (pena mínima) Exemplo: tráfico de drogas (pena mínima) 
Lei n° 6.368/76 Lei n° 11.343/06 Combina as Leis n° 6.368/76 e 11.343/06 
Pena-base mínima: 3 anos 
Não há minorante 
Pena mínima = 3 anos 
Pena-base mínima: 5 anos 
Minorante: 1/6 a 2/3 
Pena mínima = 1 ano e 8 
meses 
Pena-base mínima da Lei 6.368/76: 3 anos 
Minorante do art. 33, § 4°, da Lei n° 11.343/06: 1/6 a 2/3. 
Pena mínima = 1 ano. 
Se o acusado não reunir os 
requisitos do art. 33, § 4°, 
da Lei n° 11.343/06, incide a 
antiga Lei de Tóxicos, em 
sua integridade. 
Se o acusado reunir os 
requisitos do art. 33, § 4°, 
da Lei n° 11.343/06, incide a 
nova Lei de Drogas, 
também em sua 
integridade. 
Se o acusado reunir os requisitos, do art. 33, § 4°, da 
Lei n° 11.343/06, o crime praticado sob a vigência da 
antiga Lei de Tóxicos poderia ser apenado com 
somente 1 ano de reclusão, além da multa. 
 
 Súmula 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência 
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 
6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. 
 RE 600.817, STF: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. PENAL. PROCESSUAL 
PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. CRIME COMETIDO NA VIGÊNCIA DA LEI 6.368/1976. APLICAÇÃO 
RETROATIVA DO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. COMBINAÇÃO DE LEIS. INADMISSIBILIDADE. 
PRECEDENTES. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I – É inadmissível a aplicação da causa de diminuição 
prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 à pena relativa à condenação por crime cometido na vigência da Lei 
6.368/1976. Precedentes. II – Não é possível a conjugação de partes mais benéficas das referidas normas, para 
criar-se uma terceira lei, sob pena de violação aos princípios da legalidade e da separação de Poderes. III – O 
juiz, contudo, deverá, no caso concreto, avaliar qual das mencionadas leis é mais favorável ao réu e aplicá-la em 
Combinação de 
leis penais
Teoria da ponderação 
unitária ou global
Teoria da ponderação 
diferenciada
 5 
sua integralidade. IV - Recurso parcialmente provido. (RE 600817, Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal 
Pleno, julgado em 07/11/2013, REPERCUSSÃO GERAL - PUBLIC 30-10-2014). 
 5 
 CONCEITO DE CONDUTATeoria clássica, 
naturalística, 
mecanicista ou 
causal 
Liszt, Beling 
Conduta é comportamento humano voluntário que produz modificação no 
mundo exterior. Independe de dolo e culpa, bastando que o agente produza 
o resultado. 
A teoria clássica não explica: 
1. Crimes omissivos próprios; 
2. Crimes formais e de mera conduta; 
3. Tentativa. 
Teoria final ou 
finalista 
(CP) 
Welzel 
Conduta é comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um 
fim. Dolo e culpa alojam-se no fato típico, dentro da conduta. Formou-se uma 
culpabilidade “vazia”, porque desprovida de dolo e culpa. 
Teoria cibernética 
Zaffaroni 
Leva em conta o controle da vontade, presente nos crimes dolosos, assim 
como nos culposos. Segundo Zaffaroni, os tipos dolosos possuem como 
objeto de proibição o próprio fim almejado pelo agente (ex: a morte, no 
homicídio). Já os tipos culposos proíbem condutas atendendo ao modo eleito 
pelo agente para alcançar o fim por ele visado. O que importa, assim, é 
justamente o domínio da vontade, presente em ambos os casos. 
Teoria social 
Wessels, 
Jescheck 
Conduta é comportamento humano com transcendência social. 
Teoria jurídico-penal 
Francisco de Assis 
Toledo 
Conduta é comportamento humano, dominado ou dominável pela vontade, 
dirigido para a lesão ou para a exposição a perigo de um bem jurídico, ou, 
ainda, para a causação de uma previsível lesão a um bem jurídico. 
 
Conceito 
de 
CONDUTA
Teoria clássica, naturalística, mecanicista ou 
causal
Teoria finalista
Teoria cibernética
Teoria social
Teoria jurídico-penal
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 6 
 OMISSÃO PENAL 
 
Teoria naturalística Teoria normativa 
Omissão é um fenômeno causal que pode ser 
verificado no mundo fático. 
A omissão é penalmente relevante porque e 
quando a lei assim determina (“do nada, nada 
vem”). Há responsabilidade penal quando a 
NORMA atribui o dever de agir. Daí falar-se em 
teoria normativa. Foi a teoria adotada pelo CP 
em seu art. 13, § 2°. 
 
 
Aproveitando o assunto, aproveito para diferenciar OMISSÃO PRÓPRIA x OMISSÃO IMPRÓPRIA: 
Omissão própria Omissão imprópria 
Crime omissivo Crime comissivo por omissão 
Doloso Doloso ou culposo 
Não admite tentativa Admite tentativa 
Não há nexo causal Há nexo causal normativo 
Não exige resultado naturalístico Exige resultado naturalístico 
Agente responde pela omissão 
Agente responde pelo resultado que poderia 
e deveria evitar 
Crime de mera conduta Crime material 
Tipo mandamental Figura do garantidor 
Tipos penais específicos (ex.: omissão de 
socorro) 
Cláusula geral (art. 13, §2º, CP) 
Subsunção direta Subsunção indireta 
Omissão é sempre relevante. 
Omissão é relevante quando o agente devia e 
podia agir para evitar o resultado. 
 
Teorias sobre a 
OMISSÃO PENAL
Teoria naturalística
Teoria normativa
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 7 
 NEXO DE CAUSALIDADE 
 
Teoria da equivalência dos 
antecedentes causais 
(da condição simples ou 
teoria generalizadora) 
Teoria da causalidade 
adequada 
(da condição qualificada ou 
teoria individualizadora) 
Teoria da imputação 
objetiva 
É a regra no CP 
(art. 13, caput). 
Adotada como exceção no 
CP (art. 13, § 1°). 
Criada por Claus Roxin, já foi 
adotada pelo STJ em alguns 
julgados (HC 46.525-MT). 
Causa é todo fato humano sem o 
qual o resultado não teria 
ocorrido. 
Causa é o antecedente 
necessário e adequado à 
produção do resultado. 
Somente aplicável aos crimes 
materiais, acrescenta 2 novos 
elementos no tipo OBJETIVO: 
1. Criação ou incremento de 
risco proibido relevante; 
2. Realização do risco no 
resultado. 
Método da eliminação hipotética. 
Para identificar o que é causa, 
recorre-se ao método da 
eliminação hipotética (Thyrén): 
se, suprimindo-se mentalmente 
certo evento da cadeia causal, o 
resultado deixa de ocorrer, esse 
mesmo evento figura como 
causa do resultado verificado. 
Por que “teoria objetiva”? Isso 
porque os 2 novos elementos 
pensados por Roxin foram 
incluídos exatamente no tipo 
objetivo. Crítica: regresso ao infinito. 
 
Para a teoria 
tripartite e com 
base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Conduta
Nexo de causalidade
Resultado
Tipicidade
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
 8 
 TEORIAS DO DOLO 
 
Teoria da vontade Teoria do assentimento Teoria da representação 
Adotada para o dolo direto 
pelo CP. 
Adotada para o dolo eventual 
pelo CP. 
Não foi adotada pelo CP. 
Há doutrina sustentando que foi 
adotada para a culpa consciente. 
Para que exista dolo, exige-se: 
previsão 
+ 
vontade de produzir o 
resultado 
Configura-se o dolo quando há: 
previsão 
+ 
anuência ou concordância 
com a produção do resultado 
A configuração do dolo 
contenta-se com a mera 
previsão do resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a teoria 
tripartite e com 
base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Conduta
Nexo de causalidade
Resultado
Tipicidade
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
 
 
Espécies de dolo: 
Dolo direto ou 
determinado 
Ocorre quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta na 
busca de realizar esse mesmo resultado. O resultado é querido diretamente (como 
fim ou como consequência necessária do meio escolhido). 
Dolo indireto 
ou 
indeterminado 
O agente não busca realizar resultado determinado. Há duas subespécies: 
1. Dolo alternativo – O agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua 
conduta na busca de realizar qualquer um deles. 
2. Dolo eventual – O agente prevê pluralidade de resultados, porém dirige sua 
conduta para a realização de um deles, aceitando produzir o outro. 
Dolo 
cumulativo 
O agente pretende alcançar dois resultados em sequência. Ex: pretendo ferir, depois 
pretendo matar. O dolo cumulativo é um caso de progressão criminosa. 
Dolo de dano 
A vontade do agente é no sentido de causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. 
Por exemplo, quando se cogita do bem jurídico ‘vida’, a intenção do agente é matar. 
Dolo de perigo 
Aqui, o agente atua com a intenção de expor a risco o bem jurídico tutelado (ex: se 
tomo o bem jurídico ‘vida’, a intenção é ameaçar a vida de outrem). 
Dolo genérico 
O agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal, sem fim 
específico. 
Dolo 
específico 
O agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal, com fim 
específico. 
Dolo geral 
(ou erro 
sucessivo) 
Ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele visado, 
pratica nova ação que efetivamente o provoca. É uma espécie de erro de tipo 
acidental, não isentando o agente de pena. 
Dolo 
normativo 
Adotado pela teoria psicológica normativa da culpabilidade (de base neokantista), 
integra a culpabilidade tendo como requisitos: a) consciência; b) vontade; c) 
consciência atual da ilicitude (elemento normativo). 
Dolo natural 
Adotado pela teoria normativa pura da culpabilidade (de base finalista), integra o fato 
típico, tendo como requisitos: a) consciência; b) vontade. 
Dolo de 1º 
grau 
É o dolo direto. 
Dolo de 2° 
grau 
(ou necessário) 
Aqui, o agente produz resultado paralelo ao visado, pois necessário à realização do 
resultado almejado. Ex: pretendo matar ‘X’ colocando uma bomba no avião em que ele 
viaja. Em relação a ‘X’ o dolo é de 1º grau, já em relação aos demais passageiros, tem-se 
dolo de 2° grau. Para LFG, o dolo de 2° grau consagra a teoria da representação. 
Dolo de 
propósito 
É o dolo refletido. 
Dolo de 
ímpeto 
É o dolo repentino. 
 
 
 
 
 9 
 TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE 
 
Teoria da tipicidade conglobante 
Desenvolvida por Eugenio Raúl Zaffaroni. 
A tipicidade penal resultada da junção da tipicidade legal com a tipicidade conglobante.TIPICIDADE PENAL 
É o juízo que se faz sobre a conduta que, a um só tempo, ajusta-se ao modelo 
abstrato previsto no preceito primário do tipo penal (tipicidade legal) e 
encontra-se proibida pelo sistema jurídico (tipicidade conglobante). 
TIPICIDADE LEGAL 
É a subsunção do fato à norma: mero juízo de adequação do fato 
concretamente observado à fórmula legal do tipo. 
TIPICIDADE CONGLOBANTE 
É a comprovação de que a conduta está também proibida pelo sistema jurídico 
globalmente considerado (antinormatividade). 
Segundo Zaffaroni, a “tipicidade implica antinormatividade (contrariedade à norma) e não podemos admitir que 
na ordem normativa uma norma ordena o que a outra proíbe. Uma ordem normativa, na qual uma norma possa 
ordenar o que a outra pode proibir, deixa de ser ordem e de ser normativa e torna-se uma ‘desordem’ arbitrária”. 
A teoria da tipicidade conglobante já foi adotada pelo STJ: PROCESSUAL PENAL - CRIME CONTRA A HONRA - 
QUEIXA-CRIME OFERECIDA POR JUÍZA CONTRA DESEMBARGADOR - DELITO DE DIFAMAÇÃO - ART. 139 C/C ART. 
141, II, DO CP - AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO - PROCESSO DE PROVIMENTO DE CARGO DE 
DESEMBARGADOR - EXPRESSÕES UTILIZADAS PARA FUNDAMENTAR VOTO DE PROMOÇÃO - CAUSA ESPECIAL DE 
EXCLUSÃO DO DELITO - REJEIÇÃO DA EXORDIAL ACUSATÓRIA. 1. Queixa-crime oferecida por Juíza contra 
Desembargador que, durante processo de promoção por merecimento de magistrado, proferiu voto com 
expressões tidas por difamatórias pela querelante. 2. O querelado, em sessão pública, proferiu seu voto, consoante 
previsto na Resolução n° 106/2010 do CNJ, não se extraindo da sua manifestação conduta que se amolde na figura 
típica do art. 139 do Código Penal. Ausência de animus diffamandi. 3. O querelado agiu no estrito cumprimento do 
dever legal de fundamentação do voto, restando afastada a tipicidade conglobante do crime de difamação, 
nos termos do art. 142, III, do Código Penal e do art. 41 da LC n° 35/79 (LOMAN). 4. Queixa-crime rejeitada. (APn 
683/AP, Rel. Min. ELIANA CALMON, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/11/2012, DJe 04/12/2012). 
 
 
Para a teoria 
tripartite e com 
base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Conduta
Nexo de causalidade
Resultado
Tipicidade
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
 
 
 
 
 10 
 TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO TIPICIDADE/ILICITUDE 
 
 
 
Teoria da 
autonomia ou da 
absoluta 
independência 
Teoria indiciária 
(ratio cognoscendi) 
Teoria da identidade 
(ratio essendi) 
Teoria dos elementos 
negativos do tipo 
A tipicidade não 
gera nenhum 
juízo de valor no 
campo da 
ilicitude. 
A tipicidade induz 
presunção relativa de 
ilicitude. 
A ilicitude confirma a 
tipicidade, servindo 
como sua essência. O 
fato só será típico se 
também ilícito. Fala-se 
em: 
Tipo de injusto 
Proposta por von Weber, sustenta 
que os pressupostos das causas de 
exclusão da ilicitude integram o 
próprio tipo penal, como seus 
elementos negativos implícitos. 
Efeito: inversão do 
ônus da prova em 
relação às 
excludentes. 
Tipo TOTAL de injusto 
É a teoria que 
prevalece na doutrina. 
Tipo 
penal 
Elementos positivos: devem 
estar presentes p/ que o 
fato seja típico. Ex: “matar 
alguém”. 
Elementos negativos: não 
podem ocorrer p/ que o fato 
seja típico. São as 
excludentes da ilicitude. 
A ilicitude não integra o 
fato típico, mas a ele se 
funde, formando o tipo 
de injusto. 
Os pressupostos das excludentes de 
ilicitude integram o tipo penal como 
elementos negativos (não podem 
ocorrer) implícitos (não constam 
expressamente na fórmula legal 
abstrata). 
 
 
Para a teoria 
tripartite e com 
base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Conduta
Nexo de causalidade
Resultado
Tipicidade
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
Fato típico Ilicitude 
 11 
 TRANSIÇÃO DOS ATOS PREPARATÓRIOS P/ OS ATOS EXECUTÓRIOS 
 
 
Está na mente do 
agente. Logo não 
pode ser alcançada 
pelo Direito Penal 
(princípio da exteri-
orização do fato). 
Atos indispensáveis à 
prática da infração pe-
nal, municiando-se o 
agente dos elemen-
tos necessários para a 
concretização da con-
duta ilícita. 
PUNIBILIDADE 
Em regra: atos prepa-
ratórios não são puní-
veis; 
Exceção: crimes-obs-
táculo, casos em que 
a lei opta por incri-
miná-los de forma au-
tônoma (ex: 288, CP). 
Aqui, se inicia a agres-
são ao bem jurídico, 
por meio da realização 
do núcleo do tipo pe-
nal. O ato de execução 
deve ser idôneo e ine-
quívoco. 
PUNIBILIDADE 
Os atos são puníveis, 
pelo menos na forma 
tentada. 
Verifica-se quando o 
autor concretiza to-
das as elementares 
descritas no preceito 
primário de uma lei 
penal incriminadora. 
Quando o crime se con-
suma? Depende... 
1. crimes materiais: c/ o 
advento do resultado; 
2. crimes formais e de 
mera conduta: c/ a prá-
tica da conduta típica; 
3. crimes de perigo con-
creto: c/ a efetiva expo-
sição do bem jurídico; 
4. crimes de perigo abs-
trato: c/ a prática da con-
duta perigosa; 
5. crime permanente: a 
consumação se protrai 
no tempo; 
6. crime habitual: c/ a rei-
teração dos atos. 
Não é fase do iter 
criminis. 
Após a consumação, 
subsistem efeitos le-
sivos derivados da 
conduta do autor. 
Pode influenciar na 
dosimetria da pena, 
como... 
a) circunstância judi-
cial (“consequências 
do crime”); 
b) qualificadora (ex: 
resistência – art. 329, 
§ 1°, CP); 
c) majorante (ex: cor-
rupção passiva – art. 
327, § 1°, CP). 
 
Teoria 
subjetiva 
Teoria objetiva 
A configuração dos atos executórios depende do início da realização do tipo penal. 
Divide-se em 4 subteorias: 
Teoria 
da hostilidade 
ao bem jurídico 
Teoria 
objetivo-formal 
(ou lógico-formal) 
Teoria objetivo- 
material 
Teoria objetivo- 
individual 
Importa-se com o 
plano do agente, 
admitindo a puni-
ção de atos prepa-
ratórios. 
Atos executórios 
são aqueles que 
atacam o bem jurí-
dico penalmente 
tutelado. 
Ato executório é 
aquele que dá iní-
cio à realização do 
núcleo do tipo pe-
nal. 
Atos executórios são 
aqueles que dão início 
à prática do núcleo do 
tipo, assim como os 
imediatamente ante-
riores, de acordo com 
a visão de um terceiro 
observador. 
Atos executórios são 
aqueles que dão início 
à prática do núcleo do 
tipo, assim como os 
imediatamente ante-
riores, de acordo com 
o plano concreto do 
autor. 
 
 
 
1ª Fase:
Cogitação
2ª Fase:
Preparação
3ª Fase:
Execução
4ª Fase:
Consumação
Exaurimento
@mp_estadual 
Thiago Diniz Posição na dogmática penal: iter criminis 
 12 
 PUNIBILIDADE DA TENTATIVA 
 
 
 
Teoria subjetiva, 
voluntarística ou monista 
Teoria sintomática 
(Escola Positiva de Ferri, Lombroso 
e Garófalo) 
Teoria objetiva, 
realística ou dualista 
Ocupa-se exclusivamente da 
vontade criminosa (daí ser 
chamada de subjetiva ou 
voluntarística). 
Sustenta a punição pela 
periculosidade revelada pelo 
agente. 
Adotada pelo CP 
A tentativa é punida em razão do 
perigo proporcionado ao bem 
jurídico tutelado pela lei penal. 
O sujeito é punido pela sua 
intenção, importando o desvalor 
de sua ação. 
Possibilita a punição de atos 
preparatórios, pois se contenta 
com a mera manifestação de 
periculosidade pelo agente. 
Leva em conta o desvalor da 
conduta e o desvalor do 
resultado, de modo que a 
tentativa deve receber punição 
inferior à do crime consumado. 
 
Ainda sobre a TENTATIVA... 
1. Crimes que não admitem tentativa: 
a. Crimes culposos (exceto culpa imprópria). 
b. Crimes preterdolosos. 
c. Crimes unissubsistentes (ex: desacato). 
d. Crimes omissivos próprios ou puros (ex: art. 135, CP – omissão de socorro). 
e. Crimes de perigo abstrato (ex: porte de arma de fogo). Obs. Os crimes de perigo concreto 
admitem tentativa. 
f. Contravenções penais (art. 4°, LCP: Não é punívela tentativa de contravenção). 
g. Crimes condicionados: aqueles em que a punição está sujeita à ocorrência de um resultado 
legalmente exigido, a exemplo da participação em suicídio (art. 122, CP). 
h. Crimes de atentado ou de empreendimento: pena da tentativa = pena do crime consumado (art. 
352, CP: “evadir-se ou tentar evadir-se...). 
i. Crimes obstáculo: retratam atos preparatórios tipificados de forma autônoma pelo legislador 
(ex: art. 288 do CP – associação criminosa) 
j. Crimes com tipo penal composto de condutas amplamente abrangentes (ex: art. 50, I, da Lei 
6.766/79 – Dar início, DE QUALQUER MODO, ou efetuar loteamento...). 
k. Crimes habituais. 
2. Existem crimes que são punidos apenas na forma tentada: arts. 9° e 10 da Lei dos Crimes contra a Segurança 
Nacional. 
3. O art. 14, II, do CP é norma de extensão temporal: antecipa a tutela penal para abarcar atos executórios 
prévios à consumação do crime. Trata-se de uma das espécies de adequação típica indireta ou mediata. 
4. A tentativa é exemplo daquilo que se entende por tipo incongruente, assim entendido aquele em que não 
há coincidência entre a vontade do autor e o fato descrito na lei penal. 
1ª Fase:
Cogitação
2ª Fase:
Preparação
3ª Fase:
Execução
4ª Fase:
Consumação
Exaurimento
@mp_estadual 
Thiago Diniz Posição na dogmática penal: iter criminis 
5. Na punição da tentativa, quanto maior o iter criminis percorrido pelo agente, menor será a fração da causa 
de diminuição. 
6. Espécies de tentativa: 
a. Tentativa branca ou incruenta: o objeto não é atingido pela conduta do agente; 
b. Tentativa cruenta ou vermelha: o objeto material é alcançado pela conduta do agente; 
c. Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: o agente esgota todos os meios executórios que estavam 
à sua disposição; 
d. Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: o agente inicia a execução, mas não 
utiliza todos os meios que lhe eram disponíveis. 
7. LATROCÍNIO 
LATROCÍNIO: pode ou não ser preterdoloso! 
Situação 1 Situação 2 
Roubo doloso 
+ 
Homicídio doloso 
Roubo doloso 
+ 
Homicídio culposo 
Não é crime preterdoloso Latrocínio preterdoloso 
Admite tentativa Não admite tentativa 
 
8. Subtração consumada + homicídio tentado = latrocínio tentado. Prevalece no STJ que, se o agente 
consegue subtrair o bem da vítima, mas não tem êxito em matá-la, há tentativa de latrocínio, desde que fique 
comprovado que havia dolo de subtrair e dolo de matar. Por esta razão, a jurisprudência do STJ pacificou-se no 
sentido de que o crime de latrocínio tentado se caracteriza independentemente da natureza das lesões 
sofridas pela vítima (se leves, graves, gravíssimas), bastando que o agente, no decorrer do roubo, tenha agido 
com o desígnio de matá-la. Assim, como a gravidade das lesões experimentadas pela vítima não influencia p/ a 
caracterização da tentativa de latrocínio, pouco importa que o laudo pericial que atestou as lesões tenha 
irregularidades. (STJ. HC 201175, Info 521). 
9. 
Tentativa e desistência voluntária/arrependimento eficaz 
Desistência Voluntária 
Arrependimento eficaz 
(Resipiscência) 
Art. 15, 1ª parte, CP. Art. 15, 2ª parte, CP. 
O agente abandona a execução do delito 
no decurso dos atos executórios. 
Quando já esgotados os atos 
executórios, o agente adota conduta 
voltada a impedir a concretização do 
evento danoso. 
Logo, o arrependimento eficaz somente 
se configura em relação à tentativa 
perfeita. 
 Em ambos os casos, o crime não se consuma pela vontade do agente. É por isso que 
esses institutos são denominados pela doutrina de "tentativa abandonada". 
Em ambos os casos o agente responde apenas pelos atos já praticados, desde que 
sejam típicos. 
 
 13 
 TEORIAS SOBRE O CRIME IMPOSSÍVEL 
 
Teoria objetiva 
A responsabilização depende de elementos objetivos (lesividade) e 
subjetivos (dolo e culpa). 
Subdivide-se em duas teorias: 
Teoria 
subjetiva 
Teoria 
sintomática 
Teoria objetiva 
pura 
Teoria objetiva 
temperada ou intermediária 
O Direito Penal deve se preocupar 
somente com os resultados 
produzidos pela conduta do 
agente. 
A lesividade continua sendo o 
critério norteador para a 
responsabilização penal. 
Leva em conta a 
apenas a vontade do 
agente para que se 
puna a tentativa, 
nada importando a 
inidoneidade do 
meio empregado ou 
do objeto do crime. 
Afasta-se do 
princípio da 
lesividade, na 
medida em que 
concentra a atenção 
no aspecto psíquico 
do agente. 
Preocupa-se com a 
periculosidade do 
autor, e não com o 
fato praticado. 
A tentativa e o crime 
impossível traduzem 
manifestações 
exteriores da 
personalidade 
desajustada do 
agente, que, incapaz 
de obedecer às 
regras jurídicas a 
todos impostas, 
deve ser 
responsabilizado. 
Assim, residindo toda a atenção no 
resultado fenomênico (aquilo que 
de fato ocorreu), quando a 
conduta é incapaz de provocar 
lesão, o fato deve permanecer 
impune. 
Desse modo, exige-se, pelo 
menos, o perigo de lesão ao bem 
jurídico penalmente tutelado para 
que incida a responsabilização 
penal. 
Por isso mesmo, não se afere se a 
inidoneidade é absoluta ou 
relativa: há crime impossível ainda 
que a inidoneidade da conduta 
seja apenas relativa. 
Aqui, se a inidoneidade é 
meramente relativa, conclui-se 
que o bem jurídico foi colocado em 
perigo, justificando a 
responsabilização penal. Afirma-
se, então, que a inidoneidade deve 
ser absoluta para que se 
reconheca o crime impossível e, 
via de consequência, se afaste a 
punição pela tentativa. 
Foi a teoria adotada pelo CP (art. 
17), ao se referir a impropriedade 
ABSOLUTA do objeto e a 
ineficácia ABSOLUTA do meio. 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 14 
 TEORIAS SOBRE O ESTADO DE NECESSIDADE (EN) 
 
Teoria Unitária Teoria Diferenciadora 
Outras teorias menos 
relevantes 
Adotada pelo Código Penal. Adotada pelo Código Penal Militar. Teoria da equidade 
Prega a manutenção da ilici-
tude e da culpabilidade. O 
sujeito não é punido por ra-
zões de equidade, radicadas 
na coação psicológica que o 
move. 
Teoria da Escola Positiva 
Defende também a manu-
tenção da ilicitude e da cul-
pabilidade, afastando a pu-
nição do ato extremamente 
necessário e sem móvel an-
tissocial, por ausência de pe-
rigo social e de temibilidade 
do agente. 
Diz-se “unitária”, pois admite 
uma única espécie de estado de 
necessidade: 
Chama-se “diferenciadora”, pois 
distingue: 
EN justificante EN justificante EN exculpante 
Exclui a ilicitude Exclui a ilicitude 
Exclui a culpabilidade, 
por inexigibilidade de 
conduta diversa. 
Bem sacrificado tem valor igual ou 
inferior ao do bem preservado. 
Mas permite a redução da pena (1/3 a 
2/3) se o bem sacrificado vale mais 
que o bem preservado. 
Bem jurídico sacrifi-
cado tem valor 
igual ou inferior ao 
do bem preservado. 
Bem jurídico sacrifi-
cado tem valor 
superior ao do bem 
preservado. 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 15 
 TEORIAS DA CULPABILIDADE 
 
Para compreender a evolução da culpabilidade, é preciso perceber que se trata de um caminho em dire-
ção à NORMATIVIDADE. Exatamente por isso é que dolo e culpa, no fim dessa evolução, migram da cul-
pabilidade para o tipo penal, fazendo com que o último substrato do crime (justamente a culpabilidade), 
para a corrente tripartite, contenha apenas elementos normativos: imputabilidade, potencial consciên-
cia da ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa. 
Teoria psicológica da 
culpabilidade 
Teoria psicológico-normativa 
da culpabilidade 
Teoria normativa 
culpabilidade 
Franz von Liszt e Ernst von Beling. Reinhart Frank. Welzel 
Tem base causalista. Tem base neokantista. Tem base finalista. 
Define culpabilidade como o vínculo 
subjetivo entre o sujeito e o fato 
típico e ilícito por ele praticado. 
A culpabilidade continua sendo defi-
nida como vínculopsicológico 
(dolo/culpa), com o acréscimo de um 
elemento estritamente normativo: a 
exigibilidade de conduta diversa. 
A culpabilidade passa a ser enten-
dida como o juízo de reprovabili-
dade que incide sobre o autor de 
um fato típico e ilícito. 
Imputabilidade é pressuposto da cul-
pabilidade. 
Dolo e culpa são espécies da culpabi-
lidade. 
A culpabilidade possui 3 elementos: 
1. Imputabilidade; 
2. Dolo ou culpa; 
3. Exigibilidade de conduta di-
versa. 
A culpabilidade possui 3 elementos: 
1. Imputabilidade; 
2. Potencial consciência da ilici-
tude; 
3. Exigibilidade de conduta di-
versa. 
Dolo e culpa estão alojados na culpa-
bilidade (como espécies). 
Dolo e culpa continuam alojados na 
culpabilidade (agora como elemen-
tos). 
Dolo e culpa migram para o fato tí-
pico, alojando-se no interior da con-
duta. 
O dolo é normativo, pois, além dos elementos cognitivo e volitivo, 
contém um elemento normativo. Assim, o dolo normativo é constituído por 
1. Consciência 
2. Vontade 
3. Consciência (atual) da ilicitude 
 
 elemento normativo 
O dolo é natural, pois migra para o 
tipo penal sem a consciência da ilici-
tude (justamente o elemento 
normativo que lhe pertencia, de 
acordo com as 2 teorias anteriores). 
O dolo passa a contar, portanto, 
apenas com elementos “naturais”: 
consciência + vontade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a teoria tripartite e 
com base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
 
 
Tipo de erro 
Teoria normativa da culpabilidade 
Divide-se conforme o tratamento dispensado às descriminantes putativas: 
Teoria limitada 
Teoria normativa pura, extrema 
ou estrita 
Erro sobre 
pressupostos fáticos 
Os requisitos da excludente 
estão presentes? 
Erro de tipo permissivo Erro de proibição 
Erro sobre a existência 
A excludente existe no 
ordenamento? 
Erro de proibição Erro de proibição 
Erro sobre os limites 
Houve excesso? 
Erro de proibição Erro de proibição 
 Acolhida pelo Código Penal (art. 20, 
§ 1°), pois o erro invencível sobre a 
descriminante putativa exclui o dolo 
e, via de consequência, o tipo penal. 
Forma-se a 
teoria unitária do erro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria funcional da culpabilidade 
Jakobs. 
Tem como base o funcionalismo radical ou sistêmico. 
Substitui juízo de reprovabilidade por necessidades reais ou supostas de prevenção. 
Culpabilidade representa uma falta de fidelidade do sujeito em relação ao ordenamento 
jurídico, que deve ser a qualquer custo respeitado. 
Tipo total de 
culpabilidade 
Tipo positivo de culpabilidade: a culpabilidade pressupõe o injusto (fato típico 
+ ilícito). O autor só é responsável pelo déficit de motivação jurídica se ao 
tempo do fato era imputável. 
Tipo negativo de culpabilidade: refere-se à inexigibilidade de conduta diversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 TEORIA DA COCULPABILIDADE 
 
 
Teoria da Coculpabilidade Teoria da Coculpabilidade às avessas 
Desenvolvida por Zaffaroni. 
Reconhece a parcela de responsabilidade do 
Estado pela não inserção social. 
Se as oportunidades não são as mesmas para todos 
os indivíduos, muito em função do Estado e da 
sociedade, a capacidade de entendimento e de 
determinação não pode ser exigida, na mesma 
intensidade, dos diferentes segmentos sociais. 
Assim, o Estado e a sociedade devem arcar com 
parte do comportamento desviante do indivíduo e 
um instrumento seria justamente a atenuante 
inominada do art. 66 do Código Penal. 
A tese da coculpabilidade não tem sido admitida 
pelo STJ (AgRg no AREsp 1318170 / PR). 
Parte da premissa da identificação crítica da 
seletividade do sistema penal e à incriminação da 
própria vulnerabilidade, isto é, o Direito Penal 
reconhece que a seleção das condutas típicas acaba 
punindo as pessoas mais excluídas da sociedade. 
Sustenta a reprovação penal mais severa dos crimes 
praticados por pessoas que ostentam elevado 
poder econômico. 
 
Para a teoria tripartite e 
com base em um 
critério analítico, 
crime é fato...
Típico
Ilícito
Praticado por agente culpável
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Posição na dogmática penal: 
 17 
 TEORIAS EXPLICATIVAS DO CONCEITO DE AUTOR 
Teoria 
subjetiva ou unitária 
Teoria 
extensiva 
Teoria 
objetiva ou dualista 
• Não diferencia o autor do 
partícipe. 
• Tem como fundamento a 
teoria da conditio sine qua 
non. 
• Assim, autor é quem de 
qualquer modo contribui 
para a produção de um 
resultado penalmente 
relevante. 
•Também não distingue 
autor e partícipe. 
• Do mesmo modo, seu 
fundamento é a teoria da 
conditio sine qua non. 
• A diferença para a teoria 
anterior está na 
possibilidade de redução da 
pena, estabelecendo-se 
diversos graus de autoria. 
• Aparece, aqui, a figura do 
cúmplice, assim 
compreendido como o autor 
que concorre de modo 
menos importante para o 
resultado. 
• Adotada pelo CP, com o 
complemento da teoria da 
autoria mediata. 
• Opera nítida distinção entre autor e partícipe. 
• Foi adotada pelo CP, após a reforma promovida pela 
Lei 7.209/84. 
SUBDIVIDE-SE EM OUTRAS TRÊS: 
Teoria objetivo-formal 
 Autor é quem realiza o núcleo (verbo) do tipo penal, 
enquanto partícipe é quem de qualquer modo 
concorre p/ o crime, sem praticar o núcleo típico. 
 Logo, o autor intelectual é partícipe. 
 Falha: não explica a autoria mediata. 
 A punição do partícipe só é possível em virtude da 
norma de extensão prevista no art. 29 do CP, de 
modo que, p/ ele (partícipe), a adequação típica é 
indireta ou mediata. 
Teoria objetivo-material 
 Autor é quem presta a contribuição objetiva mais 
importante p/ a produção do resultado. Partícipe, por 
sua vez, é quem concorre de forma menos relevante, 
ainda que realize o núcleo do tipo. 
Teoria do domínio do fato 
 Criada por Welzel (em 1939). 
 Autor é quem possui controle sobre o domínio final do 
fato, decidindo sobre sua prática, suspensão, 
interrupção e condições. 
 Partícipe é quem de qualquer modo concorre p/ o 
crime, desde que não realize o núcleo do tipo, nem 
possua o controle final do fato. 
 Somente se aplica aos crimes dolosos. 
 Adotada por alguns Ministros do STF na Ap 470 
(“Mensalão”). 
 
 
Conceitos importantes sobre AUTORIA... 
 
Autoria colateral 
(coautoria imprópria 
ou autoria parelha) 
Duas ou mais pessoas intervêm na execução de um crime, buscando igual 
resultado, embora cada uma ignore a conduta alheia. Ex: “A” atira com calibre 38 
e “B” com calibre 32. “C” é atingido e o laudo comprova que a morte se deu em 
razão do tiro de calibre 38. “A” responde por homicídio consumado, enquanto “B” 
responde por homicídio tentado. 
Autoria incerta 
Duas ou mais pessoas figuram como autoras, mas não se pode precisar quem 
produziu o resultado. No exemplo anterior, “A” e “B” responderiam por homicídio 
tentado de “C”. 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 19 
 TEORIAS SOBRE A PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE: ACESSORIEDADE 
 
Por que ACESSORIEDADE? A conduta do partícipe é ACESSÓRIA, isto é, só se pode falar em participação 
penalmente relevante se houver uma conduta principal praticada por um autor. Daí falar-se em “teorias 
da acessoriedade” para explicar a relação de dependência existente entre a conduta do partícipe e a con-
duta principal praticada pelo autor. 
Acessoriedade 
mínima 
Acessoriedade 
limitada 
Acessoriedade 
máxima ou extrema 
Hiperacessoriedade 
Para a punibilidade do 
partícipe, basta que o 
autor tenha praticado 
um fato típico. 
Assim, se o autor age em 
legítima defesa, o partí-
cipe ainda assim é punido. 
Ex: “A” contrata “B” para 
matar “C”. Enquanto an-
dava em via pública, “B” é 
surpreendido por uma in-
vestida de “C” e acaba 
desferindo-lhe um tiro, 
em evidente legítima de-
fesa. Para a teoria da 
acessoriedade mínima, 
que se contenta com aprática de um fato típico 
pelo autor (no caso, “B”), 
“A” deveria responder 
como partícipe. 
Como teoria extrema, é 
incabível. 
Para a punibilidade do 
partícipe, exige-se que o 
autor tenha praticado 
um fato típico e ilícito. 
Ex: “A” contrata “B”, en-
tão com 16 anos, para ma-
tar “C”. Cumprido o 
acordo, “A” (que não pra-
ticou o núcleo do tipo pe-
nal) responde como partí-
cipe do homicídio consu-
mado cometido por “B”. 
Qual o problema dessa te-
oria? Tendo “A” se valido 
de um inimputável, não se-
ria ele, que encomendou o 
homicídio a um agente 
que atua sem culpabili-
dade, um AUTOR MEDI-
ATO? 
É a teoria preferida pela 
doutrina, mas é preciso 
ressalvar o cabimento 
da autoria mediata. 
A punição do partícipe 
reclama a prática de um 
fato típico e ilícito, pra-
ticado por um agente 
culpável. 
Ex: “A” contrata “B”, im-
putável, para matar “C”. 
Cumprido o acordo, am-
bos respondem por homi-
cídio: “A” como partícipe; 
“B” como autor. 
E se “B” fosse inimputá-
vel? Para a teoria da aces-
soriedade máxima, a pu-
nibilidade por participa-
ção estaria inviabilizada 
(o autor não é “culpá-
vel”). Surge, então, a fi-
gura do autor mediato 
(“A”, no caso, que teria 
se valido de um inimputá-
vel). 
Para a punição do partí-
cipe, impõe-se a prática 
de um fato típico e ilí-
cito, praticado por um 
agente culpável que ve-
nha a ser efetivamente 
punido. 
Ex: “A” contrata “B”, im-
putável, para matar “C”. 
Logo após efetuar o dis-
paro fatal contra “B”, “C” 
se suicida. Assim, com a 
extinção da punibilidade 
de “B”, a punição de “A” 
como partícipe não seria 
possível, configurando-se 
indesejada situação de 
impunidade. 
Como teoria extrema e 
por fazer exigência desar-
razoada, é incabível. 
Em resumo: autor deve 
praticar fato... 
típico 
Em resumo: autor deve 
praticar fato... 
típico 
+ 
ilícito 
Em resumo: autor deve 
praticar fato... 
típico 
+ 
ilícito 
+ 
ser culpável 
Em resumo: autor deve 
praticar fato... 
típico 
+ 
ilícito 
+ 
ser culpável 
+ 
ser efetivamente 
punido 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 
 20 
TEORIAS SOBRE A FINALIDADE DA PENA 
 
Teoria 
agnóstica ou negativa 
Teoria 
absoluta 
Teoria 
relativa 
Teoria 
mista ou unificadora 
Descrença nas finalidades 
da pena e no poder puni-
tivo do Estado. 
Desse modo, a única fun-
ção da pena é a neutraliza-
ção do condenado, sobre-
tudo quando a prisão acar-
reta o seu afastamento da 
sociedade. 
A pena tem finalidade 
exclusivamente retri-
butiva. 
Funciona, assim, como 
instrumento de vin-
gança do Estado con-
tra o criminoso. 
A finalidade da pena é pre-
venir. 
A prevenção pode ser as-
sim classificada: 
a) geral: volta-se à coletivi-
dade como um todo, sem 
um destinatário específico. 
1. positiva: reafirma a 
vigência e a autori-
dade da lei penal; 
2. negativa: cria um 
contraestímulo no 
potencial criminoso, 
inibindo-o de agir. 
b) especial: direcionada 
exclusivamente à pessoa do 
condenado. 
1. positiva: ressociali-
zação. 
2. negativa: busca evi-
tar a reincidência, in-
timidando o conde-
nado para que ele 
não volte a delinquir. 
A pena deve, a um só 
tempo: 
1. castigar o conde-
nado; 
2. evitar a prática do 
crime. 
Sustenta, assim, a fusão 
entre as finalidades re-
tributiva e preventiva da 
pena. Por isso é também 
denominada de teoria da 
união eclética, interme-
diária, conciliatória ou 
unitária. 
Foi a teoria adotada 
pelo CP, como se ex-
trai, entre outros, de seu 
art. 59: “O juiz [...] con-
forme seja necessário e 
suficiente para a repro-
vação e prevenção do 
crime”. 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
 21 
TEORIAS SOBRE O CONCURSO FORMAL DE CRIMES 
 
Teoria subjetiva Teoria objetiva 
Exige unidade de desígnios na conduta do 
agente para a configuração do concurso formal 
de crimes. 
Bastam a unidade de conduta e a pluralidade 
de resultados para que se configure o concurso 
formal de crimes. 
Nada importa se o agente atuou ou não com 
unidade de desígnios: há concurso formal se há 
única conduta da qual decorrem múltiplos 
(pelo menos dois) resultados. 
Foi a teoria adotada pelo Código Penal 
Basta lembrar que a existência de desígnios au-
tônomos dá lugar ao concurso formal impró-
prio ou imperfeito (art. 70, caput, 2ª parte, CP). 
 
@mp_estadual 
Thiago Diniz

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