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Caderno de Direito Tributário

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RESUMO DIREITO
TRIBUTÁRIO
Viviane Amorim
Material elaborado por Genesis da
Silva Honorato
@materiasdedireito.doc
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
SUMÁRIO 
 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: ................................................................ 3 
1.1. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO: ......................................... 3 
1.2. FINALIDADES DOS TRIBUTOS: .................................................... 4 
2. CONCEITO DE TRIBUTO: ................................................................... 5 
2.1. PRETAÇÃO PECUNIÁRIA EM MOEDA (OU EM CUJO VALOR NELA SE 
POSSA EXPRIMIR): ................................................................................. 5 
2.2. PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA E INSTITUÍDA EM LEI: ....................... 6 
2.3. PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO: ..... 7 
2.4. PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
PLENAMENTE VINCULADA: ...................................................................... 8 
3. NATUREZA JURÍDICA: ....................................................................... 9 
4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: .................................................................. 10 
4.1. IMPOSTOS: ............................................................................... 11 
4.2. TAXAS: ..................................................................................... 13 
4.2.1. Base de cálculo das taxas: ...................................................... 19 
4.2.2. Taxas e Preços públicos: ......................................................... 21 
4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: ................................................ 23 
4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: ................................................ 26 
4.5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: ..................................................... 28 
4.5.1. Contribuições Sociais: ............................................................. 31 
4.5.2. Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE’s): ... 36 
4.5.3. Contribuições Corporativas: .................................................... 39 
4.5.4. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: .... 41 
 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: 
 
1.1. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO: 
A estrutura do Estado necessita sempre da obtenção de recursos para alcançar seus 
objetivos. Tem-se, pois, uma atividade meio para alcançar esses recursos. 
Os objetivos são elencados na CF no seu Art. 3º. 
 
As receitas públicas podem ser: 
 
ORIGINÁRIAS: originam-se do patrimônio estatal. O Estado se encontra em 
igualdade com o particular, sem poder de império, a exemplo de um contrato de locação. 
Assim, obtendo recurso deste contrato, o Estado obtém receita originária. 
 
Exploração do patrimônio; ralação horizontalizada. 
 
DERIVADAS: O regime jurídico é de Direito Público. Tem-se não uma relação 
horizontalizada, mas sim uma relação verticalizada com o uso do poder de império. O nosso 
exemplo aqui é o TRIBUTO. Não há a necessidade de consenso do contribuinte. Cite-se como 
outro exemplo a MULTA. 
 
ATENÇÃO: Quando se adentra no período moderno das finanças públicas, 
caracterizado pela intervenção do Estado no domínio econômico e social. Sai de cena o 
liberalismo. Entra em cartaz o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). Precisando intervir, 
o Estado passa a perceber que dispunha de uma poderosa arma em suas mãos: o 
tributo. 
 
CUIDADO: Quando falamos da atividade financeira do Estado para obtenção dos 
recursos e que a maioria das receitas derivadas são oriundas dos tributos, parece nos dizer 
que o tributo tem finalidade meramente arrecadatória. Todavia, a finalidade do tributo pode 
ser primordialmente FISCAL (arrecadatória), mas também pode ser EXTRAFISCAL. O tributo 
não é, pois, neutro, sempre tem outras consequências que vão além das arrecadatórias. 
Assim, temos o nosso próximo ponto: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
1.2. FINALIDADES DOS TRIBUTOS: 
A finalidade do tributo pode ser: 
 
• FISCAL: Finalidade arrecadatória. 
 
• EXTRAFISCAL: visa precipuamente intervir em alguma situação social ou 
econômica. 
Na CF temos a previsão do Art. 153, §4º sobre o ITR. Fica claro que a finalidade do 
ITR é a de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando 
as explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
 
A progressividade do ITR leva em consideração o grau de utilização e a área do 
imóvel. 
 
OBS: Quando se usa o tributo com finalidade extrafiscal, por muitas vezes acontece 
de haver prejuízos em determinados setores. Diante disso, muitas vezes o judiciário é 
demandado a se pronunciar quanto ao dever do Estado de indenizar o prejuízo pela atuação 
estatal. O STF, entretanto, decidiu que não há a responsabilidade do Estado nesses casos, 
pois age em conformidade com o seu papel designado pelo próprio poder constituinte. 
 
ATENÇÃO: É possível encontrar aspectos fiscais nos tributos extrafiscais, bem como 
também é possível encontrar aspectos extrafiscais nos tributos marcantemente fiscais, a 
exemplo claro do imposto de renda (que é claramente arrecadatório, mas também acaba 
redistribuindo renda). 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
• PARAFISCAL: Tem-se uma função primordial de arrecadação (fiscal). O que muda 
aqui é o destino da arrecadação. No conceito clássico, tinha-se o ente político 
que cria o tributo e que delegava a outra pessoa de direito público a competência 
para fiscalizar e cobrar (capacidade tributária ativa) e, como consequência, 
essa entidade ficaria com a arrecadação para aplicar em finalidades de direito 
público. O exemplo clássico era o INSS (que cobrava algumas contribuições e ficava 
com o destino da arrecadação). Agora, entretanto, no conceito moderno, apenas 
o destino da arrecadação é para outra pessoa. Ou seja, não seria necessária a 
delegação da capacidade tributária ativa para existir para fiscalidade, 
mas apenas a destinação. 
 
2. CONCEITO DE TRIBUTO: 
Meus, caros, devemos nos dedicar ao Art. 3º do CTN (LEIA VÁRIAS VEZES). Vamos 
decorar este artigo e ver o detalhamento doutrinário e jurisprudencial. 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
2.1. PRETAÇÃO PECUNIÁRIA EM MOEDA (OU EM CUJO VALOR NELA SE 
POSSA EXPRIMIR): 
O CTN foi redundante quando à prestação pecuniária em moeda. Mas com isso deixou 
claro que não é possível os chamados tributos in natura ou em labor. Assim, a finalidade da 
parte que diz “em cujo valor nela se possa exprimir” seria a de permitir a utilização dos 
INDEXADORES DE MOEDA. 
Em épocas de alta inflação, se fosse fixado o tributo apenas em Reais, a cada dia o 
tributo aumentaria substancialmente e assim ficaria inviável qualquer pagamento por parte 
do contribuinte. Assim, colocava-se o valor devir em UFIR, fazendo-se um cálculo simples e 
pagava-se o tributo. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
CUIDADO: O tributo não se confunde com a sua forma de quitação. Assim, é possível 
o pagamento do tributo mediante dação de pagamento de bem imóvel. Assim, na entrega ao 
Estado de outra coisa que não seja dinheiro na quitação do tributo,deve haver permissão no 
CTN, conforme o Art. 141. 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, 
nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, 
a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
Assim, desde a LC 104/2001, é permitida a dação de bens imóveis, conforme a 
legislação de cada ente federado. 
 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
 XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e 
condições estabelecidas em lei. 
 
No julgamento do mérito da ADI 1.917 (Pleno, rei. Min. Ricardo Lewandowski, j. 
26.04.2007, D) 24.08.2007, p. 22), o STF reafirmou seu entendimento relativo à 
inconstitucionalidade da previsão, em lei local, de extinção do crédito tributário mediante 
dação em pagamento de bens móveis, só que desta feita apenas em virtude da reserva 
de lei federal para estipular regras gerais de licitação (se um ente recebe em pagamento um 
bem, está, na prática, adquirindo tal bem sem licitação). Repise-se que a dação em 
pagamento em bens imóveis somente é possível porque está prevista em lei nacional (o CTN). 
 
 
2.2. PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA E INSTITUÍDA EM LEI: 
 
Não há, aqui, manifestação de vontade como existe no contrato. Aqui, a obrigação é 
ex lege, compulsória. 
 
ATENÇÃO: Em razão da ausência de compulsoriedade se entendeu que a contribuição 
sindical deixou de ser tributo desde a reforma trabalhista. 
O STF, inclusive, decidiu constitucional essa alteração na CLT, deixando, portanto, a 
contribuição de ser tributo. A suprema corte decidiu assim na ADI 5794 e ADC 55. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
Meus caros, vamos agora para um ponto de extrema importância... 
 
#ATENÇÃO: LEI ORDINÁRIA E EXCEÇÕES: 
A prestação instituída em LEI, em tese, é instituída em LEI ORDINÁRIA. 
Todavia, temos 4 exceções em que vamos precisar de LEI COMPLEMENTAR: São: 
 
a) Empréstimo compulsórios; 
b) Impostos residuais; 
c) Contribuições residuais; 
d) Imposto sobre grandes fortunas. 
 
Nestes casos, é preciso LEI COMPLEMENTAR, inviabilizando o uso de Medidas 
Provisórias. 
 
 
2.3. PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO: 
 
Essa característica diferencia o tributo da multa, pois esta sempre tem por fato 
gerador algum comportamento contrário ao Direito. Já o tributo tem como fato gerador um 
comportamento lícito (conduta compatível com o Direito). 
 
#ATENÇÃO: PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO: 
A CF traz o princípio do Não Confisco. Não se pode utilizar o tributo com efeito de 
confisco. 
Algumas bancas já perguntaram a relação entre o conceito de tributo e a vedação ao 
confisco. 
De acordo com a CF apenas em alguns casos é possível confiscar algo de alguém. 
Estas situações são sempre ilícitas e, portanto, não é possível conceber o tributo com efeito 
de confisco, pois decorre de sua própria definição que não constitui sanção por ato ilícito. 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
#ATENÇÃO: RENDA ORIUNDA DO TRÁFICO: 
Devemos lembrar que o fato gerador do tributo é sempre algo lícito. Todavia, o fato 
gerador pode decorrer da prática de ato ilícito. 
 O STF julgou caso relativo à trafico de entorpecentes em que o fisco cobrou dos 
rendimentos decorrentes dessa atividade ilícita. 
Alguns entendem que o Estado, ao tributar rendimentos oriundos de atividades 
criminosas, estaria se associando ao crime e obtendo, imoralmente, recursos de uma 
atividade que ele mesmo proíbe. Entretanto, seria injusto cobrar imposto daquele que 
trabalha honestamente e conceder uma verdadeira "imunidade" ao criminoso. Nessa linha de 
raciocínio, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar um caso sobre tráfico ilícito de 
entorpecentes, entendeu que, antes de ser agressiva à moralidade, a tributação do resultado 
econômico de tais atividades é decorrência do princípio da isonomia fiscal, de manifesta 
inspiração ética (Habeas Corpus 77.530-4/RS). Esta possibilidade é conhecida na doutrina 
como princípio do pecúnia non olet (dinheiro não cheira). 
Não importa se o fato que originou a renda é ilícito, mas o que está previsto em lei 
(fato gerador) é algo lícito. 
Este princípio já foi aplicado em outros casos na jurisprudência. 
 
2.4. PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
PLENAMENTE VINCULADA: 
Temos que ter cuidado, pois a expressão “vinculado” tem mais de um sentido em 
Direito Tributário. 
O primeiro é justamente o que se encontra no Art. 3º do CTN. 
Pelo que dispõe o artigo citado, a atividade plenamente vinculada diz respeito ao 
oposto quanto à discricionariedade. 
Assim, tem-se uma cobrança vinculada. Deve ser feita a cobrança independentemente 
de qualquer juízo de discricionariedade. Não há margem de escolha dada ao fiscal para 
cobrança. 
 
O segundo sentido da expressão “vinculado” seria relativo ao fato gerador e o 
terceiro seria relacionado ao destino da arrecadação. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
#ATENÇÃO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FGTS: 
O STJ recebeu uma questão sobre prazo prescricional. O tribunal entendeu que a 
contribuição não era tributo levando em consideração não o disposto na Art. 3º do CTN, mas 
sim o Art. 9º da Lei 4.320/64. 
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito 
público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos 
termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, 
destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais 
ou especificas exercidas por essas entidades. 
 
Assim, o STJ considerou a FINALIDADE da contribuição e, considerando a parte final 
deste dispositivo, verificou que a contribuição ao FGTS o dinheiro se destinaria ao 
TRABALHADOR e assim não teria natureza tributária. 
Dessa forma a Súmula 353 do STJ: 
"As disposições do Código Tributário Nacional não se 
aplicam às contribuições para o FGTS" 
 
Todavia, malgrado toda a intepretação do STJ, o STF entendeu que, por ser oriundo 
do contrato de trabalho, a prescrição não poderia ser a de 30 anos como na decisão do STJ, 
mas de 5 anos tendo com base a própria CF/88. 
Mas cuidado! A súmula do STJ continua válida. 
 
Nos demais casos, devemos fazer o teste do Art. 3º do CTN para então determinar se 
é ou não tributo. Feito isso, precisamos saber QUAL é o tributo. 
 
O CTN traz a primeira regra para se saber qual é o tributo: 
 
3. NATUREZA JURÍDICA: 
Assim dispõe o CTN: 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo 
fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para 
qualificá-la: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
Assim, o CTN elege como extremamente relevante o FATO GERADOR. 
O CTN usou a sistemática da prestação vinculada ou não. Ou seja, aqui devemos 
observar se o fato gerador é vinculado ou não. 
No tributo vinculado, o fato é do Estado (ele presta algo), enquanto no tributo não 
vinculado o fato é isolado do contribuinte, ou seja, o Estado nada faz para ele. 
Diante dessa sistemática adotada pelo CTN, temos 3 grandes exações: Imposto, Taxa 
e Contribuições de melhoria. Isso por ter sido redigido sob a égide da teoria da tripartição. 
Todavia, esta teoria não mais atende as necessidades estatais e na própria CF temos outras 
modalidades de tributos que não se confundem com as 3 anteriores. Assim, superamos a 
tripartição e passamos para a teoria da pentapartição (adotada no STF). 
Mas, com a teoria da pentapartição, o critério do Art. 4º do CTN não consegue mais 
se aplicar a todos os tributos existentes. No STF, com a adoção da pentapartição, ganha 
relevânciao destino da arrecadação. 
 
Assim, para a natureza jurídica dos empréstimos compulsórios e as contribuições 
especiais, não se aplica o Art. 4º do CTN. 
 
Meus caros, tenham cuidado, entretanto, naquelas questões legalistas que repetem 
apenas o Art. 4º do CTN sem se referir de forma mais elaborada à teoria da pentapartição 
ou ao posicionamento do STF. 
 
4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS: 
Assim, teríamos: 
 
a) Impostos; 
b) Taxas; 
c) Contribuição de melhoria; 
d) Empréstimos compulsórios; e 
e) Contribuições Especiais. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4.1. IMPOSTOS: 
 
Como já dito, eles têm a característica principal ter um fato gerador não vinculado. 
Conforme o Art. 16 do CTN: 
 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa 
ao contribuinte. 
 
O fato gerador do Imposto é, portanto, uma manifestação de riqueza por parte 
do contribuinte. 
Perceba que não há fato do Estado, mas sim apenas do contribuinte. 
 
OBS: Além de ser não vinculado quanto ao fato gerador, também não é vinculado 
quanto à finalidade (em regra). A própria CF assim estabelece: 
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou 
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos 
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de 
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para 
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação 
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, 
previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo. 
 
Isso para que o administrador possa ter liberdade quanto a utilização do que foi 
arrecado. 
 
ATENÇÃO: Temos um importante julgado sobre o fundo de participação. Discutia-se 
se o Estado (na constituição estadual) poderia destinar de forma vinculada parte do fundo de 
participação para uma finalidade específica. O STF entendeu que não é possível a vinculação 
por violação ao dispositivo citado, mesmo que já no fundo de participação (ADI 553/RJ). 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
• BASE DE CÁLCULO: Se o fato gerador é uma manifestação de riqueza, temos que 
a base de cálculo é uma grandeza que quantifica riqueza. 
 
• COMPETÊNCIA: É privativa e indelegável. Não se pode delegar expressa ou 
tacitamente. Assim, se o ente competente não exerce sua competência, o tributo 
não existe. 
Nos impostos, a própria CF listou os existentes (lembrando que para a União este rol 
não taxativo): 
 
União: II, IE, IOF, IPI, IR, ITR e IGF (Art. 153, CF) 
Estados: ITCMD, ICMS e IPVA (Art. 155, CF) 
Municípios: IPTU, ISS e ITBI (Art. 156, CF). 
 
ATENÇÃO: O DF, por não poder ser dividido em municípios, recebe da CF a 
competência para instituir os tributos atribuídos aos Estados e aos Municípios. 
 
CUIDADO: Esse rol só exaustivo para os Estados, Municípios e DF. A União detém as 
competências residual e extraordinária. 
 
• COMPETÊNCIA RESIDUAL: Competência da União para criação dos impostos 
residuais. Conforme o Art. 154, CF: 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no 
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham 
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição; 
São, portanto, requisitos: 
a) Lei complementar; 
b) Fato gerador e base de cálculo não sejam próprios dos já discriminados; 
c) Não-cumulativo. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
OBS: Por não cumulativo, entende-se a técnica de não tributar cada etapa da cadeia 
produtiva. 
 
• COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA: Nestes casos estamos diante da situação 
do Art. 154, II da CF: 
 Art. 154. A União poderá instituir: 
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência 
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as 
causas de sua criação. 
 
Deve-se ter cuidado com a exceção prevista neste inciso, pois aqui temos uma 
previsão constitucional de uma possibilidade de bitributação (o que seria evitado 
pelo rol do Art. 153). 
Trata-se claramente de situação excepcional. 
 
ATENÇÃO: Não há necessidade de observar os requisitos do inciso anterior 
(competência residual). Assim, não é necessário observar a não cumulação. 
 
 
4.2. TAXAS: 
Lembremos que é um tributo vinculado por excelência. Assim, o Estado presta algo 
e o contribuinte recolhe a taxa. 
Conforme a CF: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão instituir os seguintes tributos: 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. 
 
Percebam que temos 2 fatos geradores da taxa: 
a) Exercício do poder de polícia; e 
b) Serviço público específico e divisível. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
Diante disso, temos 2 tipos de taxas: 
 
A) TAXA DE POLÍCIA: 
Aqui, extremamente relevante é o conceito estabelecido pelo CTN sobre poder de 
polícia: 
 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, 
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder 
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
 
O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns 
direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos. 
O exercício do poder de polícia consiste numa fiscalização concreta. O Estado 
exercendo o poder de polícia, pouco importando alguma providência positiva. 
 
ATENÇÃO: A taxa é pelo EXERCÍCIO do poder de polícia, ou seja, é necessária a 
fiscalização em concreto. 
 
Como exemplo dessas taxas temos: 
a) Taxa de alvará (ou de localização); 
b) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental; 
c) Taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. 
 
Sobre esta última, destaque-se a Súmula 665 do STF: 
É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de 
títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 
7.940/1989. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Há também a taxa de fiscalização de anúncios, que visa a custear a fiscalização das 
atividades publicitárias dentro do município. 
Já faz um tempo que o STF considerou constitucional esse tipo de taxa, conforme 
precedente que apresento: 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. TAXA DE 
FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS - TFA. TAXA DE FISCALIZAÇÃO, 
LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO - TFLF. ALEGADA OFENSA AO ART. 
145, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. EFETIVO 
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. Este Tribunal 
decidiu pela constitucionalidade da cobrança da Taxa de 
Fiscalização de Anúncios - TFA e da Taxa de Fiscalização, 
Localização e Funcionamento TFLF, ambas do Município de Belo 
Horizonte, por entender que são exigidas com fundamento no 
efetivo exercício do poder de polícia pelo ente municipal. 2. 
Firmou-se, ainda, o entendimento de que não há identidade entre a 
base de cálculo das referidas taxas com a do IPTU, situação que não 
violaa vedação prevista no disposto no artigo 145, § 2º, da 
Constituição do Brasil. 3. Assentada a efetividade do exercício do poder 
de polícia para a cobrança das taxas em questão, para que se pudesse 
dissentir dessa orientação seria necessário o reexame de fatos e 
provas, circunstância que impede a admissão do extraordinário ante o 
óbice da Súmula n. 279 do STF. Agravo regimental a que se nega 
provimento. (STF, Segunda Turma, AI 618.150-AgR/MG, Rel. Min. Eros 
Grau, Julgamento em 13/03/2007) 
 
ATENÇÃO: O STF entende que a existência de órgão administrativo constitui elemento 
para se concluir que houve o efetivo exercício do poder de polícia: 
 
O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do 
poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e 
divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço 
público. A regularidade do exercício do poder de polícia é 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
imprescindível para a cobrança da taxa de localização e 
fiscalização. À luz da jurisprudência deste STF, a existência do 
órgão administrativo não é condição para o reconhecimento 
da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e 
fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para 
se inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido 
constitucionalmente. É constitucional taxa de renovação de 
funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o 
exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de 
órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal 
como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO." 
(STF, Pleno, RE 588.322, Rel. Min. Gilmar Mendes, Julgamento em 
16/06/2010, Com Repercussão Geral.) 
 
No mesmo sentido: 
EMENTA: TAXA DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. 
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. ART. 145, II, DA CONSTITUIÇÃO. 
- Ausência de prequestionamento - fundamento suficiente, que não 
restou impugnado pela agravante. - A cobrança da taxa de 
localização e funcionamento, pelo Município de São Paulo, 
prescinde da efetiva comprovação da atividade fiscalizadora, 
diante da notoriedade do exercício do poder de polícia pelo 
aparato administrativo dessa municipalidade. Precedentes. - 
Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, 1ª Turma, RE 
222.252-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgado em 16/04/2001, com 
repercussão geral.) 
 
B) TAXA DE SERVIÇO: 
São criadas para custear serviços públicos prestados pelo poder público à população 
em geral. O contribuinte não poderá fazer opção por não receber determinada prestação de 
serviço estatal. 
Por outro lado, o Estado pode ou não optar por tributar determinado serviço 
(dependendo de uma lei para instituir a respectiva taxa) que se enquadre na definição do 
CTN. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Conforme o Art. 79 do CTN: 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - UTILIZADOS PELO CONTRIBUINTE: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam 
postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento; 
II - ESPECÍFICOS, quando possam ser destacados em unidades 
autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; 
III- DIVISÍVEIS, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por 
parte de cada um dos seus usuários. 
 
 
ATENÇÃO: O que deve ser gravado é que a disponibilização do serviço deve ser 
efetiva, e o que pode ser potencial ou efetivo é a utilização por parte do contribuinte. 
Assim, cuidado: A disponibilização do serviço deve acontecer para que haja a 
cobrança. Contudo, segundo o STF (RE 588.322), a prestação pode ser potencial – ou a 
utilização, sob a ótica do contribuinte. 
 
Ponto importante é saber que os serviços devem ser específicos e divisíveis. Vejamos 
o que isso significa (MUITO IMPORTANTE): 
ESPECÍFICOS DIVISÍVEIS 
 
significa que podem ser destacados 
em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de 
necessidades públicas. Segundo a 
doutrina, são aqueles serviços 
prestados singularmente a 
determinado usuário. 
 
Aqui, o usuário consegue identificar 
exatamente o serviço que lhe está 
sendo prestado. 
 
quando suscetíveis de utilização, 
separadamente, por cada um de 
seus usuários. Podemos dizer que 
tais serviços trazem benefícios 
individuais a cada usuário. São 
serviços dirigidos a determinadas 
pessoas. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Meus caros, devemos ter em mente que as taxas só podem custear serviços específicos 
e divisíveis, que também podem ser chamados de UTI SINGULI (A nomenclatura é muito 
difundida e pode aparecer em prova sem o respectivo significado, ou seja, saiba o que é). 
Assim, conforme o STF, o serviço de iluminação pública não pode ser 
remunerado mediante taxa. Nesse sentido a súmula vinculante 41: 
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa. 
 
Outro serviço que não pode ser remunerado por taxa é a segurança pública. Segundo 
o STF, (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves): 
Sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da Polícia Militar, essa 
atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por 
taxa. 
 
Em 2017, no RE 643.247/SP, o STF julgou inconstitucional lei municipal que instituiu 
taxa pela utilização efetiva ou potencial dos serviços municipais de assistência, combate e 
extinção de incêndios. Ficou decidido que o Município não poderia substituir o Estado, por 
meio da criação de um tributo específico para esse fim e que o serviço a que se refere a lei 
municipal é INDIVISÍVEL. 
 
Ressalte-se que o serviço de limpeza pública também não pode ser remunerado por 
taxa. Mas cuidado, pois quando nos referimos à limpeza pública, estamos tratando de 
atividades como varrição, lavagem, capinação etc. Repare que a coleta domiciliar de lixo 
não está incluída nesse rol. 
A coleta domiciliar de lixo, por outro lado, pode ser remunerada por taxa. Vejamos a 
súmula vinculante 19: 
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação 
de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o 
artigo 145, II, da Constituição Federal 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
De acordo com o STF, tal atividade (coleta domiciliar de lixo) só pode ser custeada 
pelas taxas se for completamente dissociada de outros serviços públicos realizados em favor 
da coletividade. 
 
Por último, devemos destacar que as custas judiciais e os emolumentos concernentes 
aos serviços notariais e registrais são considerados taxas de serviço, de acordo com o 
entendimento do STF. 
 
4.2.1. Base de cálculo das taxas: 
Meus caros, prestem atenção nesse ponto, pois temos cobranças repetidas sobre este 
tema. Vamos lá! 
Só lembrando que a chamada BASE DE CÁLCULO consiste em um critério abstrato 
para medir os fatos tributário que, conjugado à alíquota, permita obter a dívida tributária. 
No que se refere às taxas, a base de cálculo deve ser utilizada para permitir que o 
ente federado encontre um valor que satisfaça apenas as despesas que ele teve com 
a prestação dos serviços. Caso contrário, haveria enriquecimento sem causa por parte do 
Estado. 
O STF já entendeu que: 
Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento. Base de cálculo. 
Número de empregados. Inconstitucionalidade. A Corte adota 
entendimento no sentido da inconstitucionalidade da cobrança da 
Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento pelos 
municípios quando utilizado como base de cálculo o número de 
empregados (STF,Primeira Turma, RE 614.246-AgR/SP, Rel. 
Min. Dias Toffoli, Julgamento em 07/02/2012) 
 
Nesse contexto, se o legislador criar um tributo e denominá-lo taxa, mas, em sua base 
de cálculo, inserir uma grandeza que não tenha a ver com qualquer atividade estatal relativa 
ao contribuinte, estará na verdade criando um “imposto disfarçado”. 
É por isso que a nossa Constituição Federal proibiu a IDENTIDADE entre a base de 
cálculo de uma taxa e de um imposto (Art. 145, §2º). 
Nesse sentido é a súmula 595 do STF: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de 
estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à 
do Imposto Territorial Rural 
 
ATENÇÃO: SÚMULA VINCULANTE 29 (IMPORTANTÍSSIMO!): 
Atualmente, o STF possui o entendimento de que é possível que a taxa seja calculada 
sobre um ou mais elementos da base de cálculo de um imposto, desde que não haja 
identidade entre uma base e outra. 
É o teor da súmula vinculante 29: 
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de 
um ou mais elementos da base de cálculo própria de 
determinado imposto, desde que não haja integral 
identidade entre uma base e outra. 
 
Nesse mesmo sentido, o RE 232.393/SP: 
O fato de a alíquota da referida taxa variar em função da metragem 
da área construída do imóvel – que constitui apenas um dos 
elementos que integram a base de cálculo do IPTU – não implica 
identidade com a base de cálculo do IPTU, afastando-se a alegada 
ofensa ao art. 145, § 2º, da CF. 
 
Ainda, é importante que se observe que o CTN acrescentou outro detalhe, dizendo que 
as taxas não podem ser calculadas em função do CAPITAL SOCIAL DAS EMPRESAS (Art. 77, 
§único): 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em 
função do capital das empresas. 
 
Cuidado, entretanto, pois o capital das empresas não pode ser utilizado como base de 
cálculo, mas pode ser um fator de referência para calcular um valor fixo de taxa (é o que faz 
a Lei 7.940/89). 
 
Prosseguindo, o STF editou a súmula 667 que diz: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a 
taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da 
causa. 
 
Lembre-se sempre da correspondência entre o valor cobrado a título de taxa e o custo 
da atividade prestada ao contribuinte. Vejamos julgado do STF: 
Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade 
estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder 
Público, não superar a relação de razoável equivalência que 
deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao 
contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada 
contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos 
pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor 
da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado 
ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a 
uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa 
relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do 
serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), 
configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, 
hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, 
IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina (STF, Plenário, ADI 2.551, Rel. 
Min. Celso de Mello, Julgamento em 02/04/2003). 
 
4.2.2. Taxas e Preços públicos: 
Vamos rapidamente fazer uma tabela para demonstrar a diferença e apontar alguns 
pontos de jurisprudência: 
TAXA 
 
PREÇO PÚBLICO (TARIFA) 
Possui natureza tributária Não possui natureza tributária 
 
Decorre de Lei 
 
Decorre de contrato administrativo 
Não há manifestação de vontade 
 
Há manifestação de vontade 
Caráter compulsório 
 
Caráter facultativo 
Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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Cobrada por pessoa jurídica de direito 
público 
 
Cobrada por PJ de direito público e 
provado 
Receita derivada 
 
Receita originária. 
 
Como exemplo de tarifas temos os serviços de energia elétrica e o de água e esgoto. 
Inclusive, já disse o STF tempos atrás: 
EMENTA: (...) A tarifa de energia elétrica não é considerada de 
natureza tributária. Sendo assim, o prazo prescricional é vintenário 
(STJ, REsp 30.847/SP, Rel. Min. Helio Mosimann, Julgamento em 
02/10/1995). 
 
Num precedente mais “atual” disse: 
EMENTA: ÁGUA E ESGOTO – TARIFA VERSUS TAXA. A jurisprudência 
do Supremo é no sentido de haver, relativamente ao fornecimento 
de água e tratamento de esgoto, o envolvimento de tarifa e 
não de taxa (STF, AI 753.964-AgR/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 
15/10/2013). 
 
Meus caros amigos, o STF também tem uma súmula mais antiga que diferencia os 
preços públicos das taxas. Acho interessante ter conhecimento dela tendo em vista que 
podem aparecer questões objetivas cobrando a sua redação. Trata-se da súmula 545. Veja: 
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, 
porque estas, diferentemente daqueles, são 
compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia 
autorização orçamentária, em relação a lei que as 
instituiu. 
 
Cuidado pelo amor de Deus! Atualmente, a cobrança de tributo não está condicionada 
a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que o tenha instituído. Ok? 
 
UFA! Taxas já foi. Vamos para a próxima espécie tributária: 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: 
São tributos que surgem com a realização de uma obra pública da qual decorra 
valorização imobiliária aos contribuintes. O motivo é evitar que haja enriquecimento de 
um determinado número de pessoas às custas da coletividade. 
Conforme a Constituição: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão instituir os seguintes tributos: 
III - CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, DECORRENTE DE OBRAS 
PÚBLICAS. 
 
Percebam, portanto, que é um tributo de competência comum, assim como a taxa. 
 
ATENÇÃO: Temos duas normas ditando regras gerais sobre essa espécie tributária: 
o CTN e o Decreto-Lei 195/67. Este decreto é posterior ao CTN, mas o STJ não considera 
revogados tais dispositivos do CTN, devendo ser interpretados de modo complementar um 
ao outro. 
 
Dito isso, dispõe o CTN: 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total 
a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que 
da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
Veja que se a obra pública não gerar valorização imobiliária, não há justificativa para 
cobrança do tributo. Portanto, devemos gravar que o fato gerador é a valorização 
imobiliária, e não a obra pública em si. O decreto 195 dispõe que: 
Art. 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal 
tem como fato gerador o ACRÉSCIMO DO VALOR DO IMÓVEL 
localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras 
públicas. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Quanto aos limites da contribuição, o limite total se refere ao valor máximo que pode 
ser arrecadado a título de contribuição de melhoria. O CTN estabeleceu como limite o valor 
total gasto com a obra. Como limite individual, foi estabelecido o valor que corresponde à 
valorização que a obra pública gerou para cada particular. 
Existem obras que são previstas como ensejadoras da cobrança de contribuições de 
melhoria. Conforme o Art. 2º do DL 195/67: 
Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria,no caso de valorização 
de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das 
seguintes obras públicas: 
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, 
esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas; 
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, 
túneis e viadutos; 
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive 
tôdas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; 
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, 
instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações 
em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e 
instalações de comodidade pública; 
V - proteção contra sêcas, inundações, erosão, ressacas, e de 
saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de 
barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e 
irrigação; 
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e 
melhoramento de estradas de rodagem; 
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; 
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive 
desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico. 
 
Importante que se saiba que o STF, no RE 116.148/SP, entendeu que o MERO 
RECAPEAMENTO de via pública já asfaltada não justifica a cobrança do tributo. 
Apenas a realização de uma nova pavimentação seria capaz de ensejar a cobrança da 
contribuição de melhoria, se houvesse valorização imobiliária. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
A respeito da lei instituidora da contribuição de melhoria, o Art. 82 do CTN dispõe 
sobre seus requisitos mínimos: 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes 
requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela 
contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para 
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação 
pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso 
anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e 
julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem 
prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio 
da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, 
pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos 
fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá 
ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de 
seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 
 
Por fim, importante destacar ainda que o tributo não pode ser cobrado antes da 
realização da obra pública, já que é a consequência dela que justificaria a cobrança 
tributária. Contudo, nada impede a instituição do tributo após o término de parte da obra, se 
já houver resultado em valorização imobiliária para o contribuinte. 
 
Enfim, passemos para próxima espécie... #Força! 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: 
Meus caros, sobre esta espécie tributária temos uma antiga celeuma sobre sua 
natureza tributária ou não, chegando o STF até a entender que não seriam tributos. Mas isso 
não importa muito, pois hoje está muito claro que SÃO TRIBUTOS. 
Uma indagação que pode aparecer em uma eventual prova oral (imagino aqui um 
examinador canalha que gosta de ver o candidato se tremer) é sobre a questão da restituição. 
Ou seja, poderiam ser tributos mesmo tendo que ser devolvidos posteriormente? 
O que você deve saber é que o conceito de tributo (Art. 3º, CTN) nada trata sobre a 
necessidade de que a receita seja definitiva ou nada impõe sobre restrição para que se 
devolva o que foi cobrado, portanto isso em nada influencia a caracterização como tributo do 
empréstimo compulsório. É nesse sentido a jurisprudência (RE 146.733-9/SP e RE 
138.284/CE). 
 
Destaque importante é que devem ser instituídos por lei complementar. Isso implica 
também que não podem ser instituídos por medida provisória. 
Além disso, somente a UNIÃO pode instituí-los. Portanto, são tributos de competência 
exclusiva da União. 
Diz a CF: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua 
instituição. 
 
Há, portanto, 3 pressupostos fáticos ou situações autorizadoras que justificam a 
cobrança de um empréstimo compulsório: 
a) Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública; 
b) despesas extraordinárias decorrentes de guerra externa ou sua 
iminência; 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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c) investimentos públicos de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional. 
 
O professor SACHA CALMON diz que despesas extraordinárias são aquelas 
absolutamente necessárias, após esgotados os fundos públicos inclusive os de contingência. 
Vale dizer, a inanição do Tesouro há de ser comprovada. 
 
ATENÇÃO: CONJUNTURA QUE EXIJA A ABSORÇÃO TEMPORÁRIA DE PODER 
AQUISITIVO: 
O CTN, no Art. 15, inciso III menciona ainda outra possibilidade para a instituição do 
referido tributo, que é a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. 
Saiba que esse inciso não foi recepcionado pela Magna Carta, devendo ser consideradas 
incorretas as questões que mencionem tal hipótese. 
Assim, hoje, os empréstimos compulsórios não podem ser instituídos com base no 
pressuposto fático de “conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo” e só 
pode ser instituído por meio de lei complementar e nunca por medidas provisórias. 
 
 
Meus caros, cuidado também para não confundir esses pressupostos como sendo os 
fatos geradores dos empréstimos compulsórios. Esses pressupostos NÃO SÃO OS FATOS 
GERADORES! O fato gerador é deixado a critério do legislador. 
 
Por fim, cabe mencionar o Art. 148, §único da CF: 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua 
instituição. 
 
Assim, veja que os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação 
vinculada. Contudo, isso não quer dizer que eles necessariamente sejam tributos vinculados 
(pois a escolha do fato gerador fica a cargo do legislador). 
Além disso, o parágrafo único do art. 15 do CTN exige que a lei instituidora do 
tributo fixe o prazo do empréstimo e as condições de resgate. Ressalte-se que o STF 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
possui entendimento no sentido de que a restituição deve ser efetuada na mesma 
espécie do que foi recolhido (RE 175.385/CE). 
 
É isso, meu caros. Vamos para mais uma espécie. #FocoNaMatériaChata. 
 
 
4.5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: 
Por se tratarem de tributos de arrecadação vinculada (também denominados tributos 
finalísticos), o destino do que foi arrecadado é um critério relevante para definir de que tributo 
estamos tratando. Portanto, a análise do fato gerador é insuficiente para determinar a 
natureza jurídica das contribuições especiais. 
 
ATENÇÃO: NOMENCLATURA: 
Alguns autores referem-se a essas contribuições como “contribuiçõesparafiscais”. 
tributos parafiscais são aqueles instituídos por uma pessoa política (a União, por exemplo) e 
arrecadados e fiscalizados por outra pessoa jurídica. Em alguns casos, tais entidades 
parafiscais nem mesmo arrecadam e fiscalizam os tributos, mas ficam apenas com o destino 
da arrecadação. 
Cuidado, pois encontramos questões de prova utilizando as duas nomenclaturas. 
 
Prossigamos... 
Conforme aponta o Art. 149 da CF (UM DOS MAIS COBRADOS): 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, de INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO 
ECONÔMICO e de INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU 
ECONÔMICAS, como instrumento de sua atuação nas respectivas 
áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições 
a que alude o dispositivo. 
 
Há uma exceção que permite aos Estados, DF e municípios instituírem contribuições 
especiais (Art. 149, §1º - ATENÇÃO PARA NOVIDADE DE 2019): 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
por meio de lei, CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DE REGIME 
PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, cobradas dos servidores 
ATIVOS, dos APOSENTADOS e dos PENSIONISTAS, que poderão ter 
alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de 
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de 
pensões. 
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos 
aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos 
de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. 
 
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para 
equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição 
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos 
aposentados e dos pensionistas. 
 
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser 
instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento 
do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua 
instituição. 
 
O STF tem entendimento de que a expressão “regime previdenciário” não abrange a 
prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos (RE 573.540). 
 
Há também a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Essa 
contribuição foi permitida com a EC 39/2002, e a competência para instituí-la é do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
Vejamos a seguinte tabela: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
 
 
Conforme o STF, as contribuições sociais são assim divididas: 
 
a) Contribuições da seguridade social; 
b) Outras contribuições sociais; e 
c) Contribuições sociais gerais. 
 
Meus caros, MUITA ATENÇÃO para o que diz o Art. 149, §2º da CF: 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio 
econômico de que trata o caput deste artigo: 
 
I - NÃO INCIDIRÃO sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II - INCIDIRÃO também sobre a importação de produtos estrangeiros 
ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) AD VALOREM, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o 
valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
b) ESPECÍFICA, tendo por base a unidade de medida adotada. 
 
As alíquotas ad valorem são aquelas em que se aplica um percentual sobre o valor a 
ser tributado (por exemplo, 10% sobre R$ 500,00). As alíquotas específicas são diferentes e 
menos usuais. Elas tomam por base a unidade de medida adotada. Por exemplo, R$ 1,00 de 
tributo a cada maço de cigarro. 
Prossegue ainda o Art. 149: 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá 
ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma 
única vez. 
 
4.5.1. Contribuições Sociais: 
Aqui temos uma divisão: 
 
a) Contribuição para seguridade social; 
b) Contribuições gerais; e 
c) Outras contribuições. 
 
4.5.1.1. Contribuições da seguridade social: 
Como não poderia ser diferente, têm por objetivo carrear recursos para seguridade 
social. 
Lembre-se que a seguridade social compreende a saúde, previdência e assistência 
social. As regras dessas contribuições estão inseridas no capítulo da Constituição que trata 
especificamente da seguridade social. Elas poderão incidir sobre várias bases econômicas 
como: receita ou faturamento (COFINS); lucro (CSLL); importação de bens ou serviços do 
exterior (PIS /PASEP-Importação e COFINS-Importação. 
 
Conforme o Art. 195 da CF: 
Art. 195. A SEGURIDADE SOCIAL será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada 
na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
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II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência 
social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo 
com o valor do salário de contribuição, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a 
ele equiparar. 
 
 
Atenção ao que diz o inciso II, pois modificado pela EC 103/19. Nesse sentido, o STF 
ficou tese em repercussão geral no seguinte sentido: “É constitucional, formal e 
materialmente, a contribuição social do segurado especial prevista no art. 25 da 
Lei 8.212/1991” 
Atente-se ainda para os parágrafos do Art. 195: 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, 
não integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de 
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência 
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades 
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada 
área a gestão de seus recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, 
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público 
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir 
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o 
disposto no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio 
total. 
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo SÓ PODERÃO 
SER EXIGIDAS APÓS DECORRIDOS NOVENTA DIAS DA DATA 
DA PUBLICAÇÃO DA LEI QUE AS HOUVER INSTITUÍDO OU 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
MODIFICADO, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, 
III, "b". 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais eo 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam 
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados 
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a 
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput 
deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, 
do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de 
cálculo diferenciadas APENAS NO CASO DAS ALÍNEAS "B" E 
"C" DO INCISO I DO CAPUT. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os 
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
 
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo 
superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei 
complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais 
de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão 
não-cumulativas. 
 
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019) 
 
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de 
contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a 
competência cuja contribuição seja igual ou superior à 
contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, 
assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
 
Muita atenção, portanto, aos parágrafos modificados ou incluídos pela EC 103/19. 
No que tange à Jurisprudência, o STF já entendeu que é possível os bancos comerciais 
e as instituições financeiras contribuírem com alíquota superior ao que é cobrado dos demais 
setores da economia (em sintonia com o §9º). Ver, por exemplo, AC 1.109-MC/SP. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4.5.1.2. Outras contribuições sociais (contribuições residuais): 
Estão previstas no §4º do Art. 195: 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir 
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o 
disposto no art. 154, I. 
 
Além das contribuições da seguridade, a União pode criar outras, cujas fontes de 
financiamento não foram previstas no art. 195 da CF/88. É a chamada competência 
residual que só é permitida para a União e deve respeitar os critérios discriminados no art. 
154, I, a saber: 
a) Devem ser instituídas por Lei Complementar (não precisa para aquelas cuja 
base econômica foi prevista na CF); 
b) Devem ser NÃO CUMULATIVAS; 
c) Não podem ter base de cálculo ou fato gerador próprios de outras contribuições 
já existentes. 
 
Parte da doutrina intitula “nominadas” as contribuições já previstas na CF e 
“inominadas” aquelas que chamamos de residuais. Da mesma forma, os impostos residuais 
também são conhecidos por impostos inominados. 
 
ATENÇÃO: O entendimento do STF é que os Impostos Residuais devem ter fato 
gerador e base de cálculo diferentes dos outros impostos previstos na lei, e não das 
contribuições sociais. Podemos dizer o mesmo a respeito das contribuições residuais, ou seja, 
elas podem ter fato gerador e base de cálculo próprios de outro imposto, mas não idênticos 
às contribuições já existentes na CF/88. 
 
 
4.5.1.3. Contribuições Sociais Gerais: 
São as destinadas a custear atividades do poder público na área social, mas que não 
estejam destinadas à seguridade social. 
Podemos citar o salário-educação, que foi instituído com base no Art. 212, §5º da CF 
(Registre-se que o STF reafirmou a constitucionalidade da contribuição do salário-
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educação, com repercussão geral) e também as contribuições ao sistema “S” previstas 
no Art. 240. Estas entidades são pessoas jurídicas de direito privado, não pertencendo à 
administração pública direta ou indireta, mas realizam atividades de interesse público, e por 
isso podem receber recursos públicos. 
Assim, são exemplos de tributos parafiscais. 
 
Alguns pontos importantes: 
 
• Por não ser contribuição residual, não é necessária lei complementar; 
• Por não ser contribuição da seguridade social, aplica-se a noventena e a 
anterioridade do exercício financeiro. 
 
• NATUREZA JURÍDICA DO FGTS: 
 
Temos aqui as seguintes contribuições ao FGTS: 
a) Lei 8.036/90: Contribuição tradicional, correspondente a 80% da 
remuneração para pelo empregador ao trabalhador; 
b) Lei complementar 110/01: 10% sobre o montante de todos os depósitos 
realizados ao FGTS durante o período do contrato de trabalho, em caso de 
despedida de empregado sem justa causa. É a denominada multa de 10% do 
FGTS. 
 
A contribuição tradicional ao FGTS, instituída pela Lei 8.036/90, não se caracteriza 
como tributo, em razão de os recursos não serem destinados ao Estado, mas sim aos próprios 
trabalhadores. No STF, temos o RE 100.249-S/SP. 
As contribuições instituídas pela LC 110/01 tiveram como objetivo o pagamento da 
atualização monetária das contas vinculadas de FGTS, que, por conta do Plano Verão e Plano 
Collor, sofreram expurgos. Não se trata, pois, de contribuições decorrentes de contrato de 
trabalho. 
Todavia, muito cuidado aqui: 
A Lei 13.932/19 extinguiu a contribuição da LC 110/01. Vejam: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Art. 12. A partir de 1º de janeiro de 2020, fica extinta a contribuição 
social instituída por meio do art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 
29 de junho de 2001. 
 
Relata-se que há forte controvérsia sobre a natureza jurídica das contribuições para 
os serviços autônomos, de forma que há decisão do STF enquadrando a contribuição para o 
SEBRAE como CIDE e as demais como “gerais” (RE – AgR 404.919). 
Não é demais frisar que as contribuições sociais gerais estão sujeitas ao princípio da 
anterioridade do exercício financeiro (art. 150, III, “b”), sendo vedada a produção de efeitos, 
no mesmo ano de sua publicação, da lei que as institua ou aumente. Elas não se submetem 
ao art. 195, § 6º, que estabelece o prazo nonagesimal aplicável exclusivamente às 
contribuições de seguridade social. A partir da EC 42/2003, entretanto, as contribuições de 
sociais gerais passaram a estar sujeitas à norma de noventena inespecífica prevista na alínea 
“c” do inciso III do art. 150, que alcança todos os tributos, ressalvadas, obviamente, as 
exceções arroladas no próprio texto constitucional – além de continuarem sujeitas à 
anterioridade do exercício financeiro. 
Ressalte-se, por fim, a súmula 499 do STJ: 
As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às 
contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro 
serviço social. 
 
 
4.5.2. Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE’s): 
 
Trata-se de um tributo extrafiscal, pois a finalidade é intervir no funcionamento da 
economia do país. as CIDEs são tributos de arrecadação vinculada, e é o próprio destino da 
arrecadação que faz com que ela intervenha na economia, direcionando recursos para setores 
específicos. Com efeito, se o Governo quiser estimular um setor da economia, ele pode 
instituir uma CIDE, e utilizar os recursos arrecadados para fomentar tal setor. 
Destaque-se que não incidirão sobre exportações, mas incidirão sobre as importações 
de produtos ou serviços estrangeiros. Além disso, lembre-se que suas alíquotas podem ser 
AD VALOREM ou ESPECÍFICAS. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp110.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp110.htm#art1Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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A CF não delineou os fatos geradores sobre os quais o tributo deveria incidir. Por conta 
disso, podemos dizer que a União possui certa autonomia para criar novas Contribuições de 
Intervenção no Domínio Econômico. 
Quando classificamos as contribuições especiais, é possível separar as contribuições 
de intervenção no domínio econômico em gerais e nominada. 
As gerais são instituídas com base na competência genérica estabelecida pelo artigo 
149 da Constituição Federal, que analisamos anteriormente. É o caso, por exemplo, da 
contribuição destinada ao SEBRAE, que tem como objetivo estimular as microempresas e as 
empresas de pequeno porte. Neste sentido: RE 635.682 – 2013. 
A contribuição nominada diz respeito à chamada CIDE-Combustível, cujo suporte 
repousa no artigo 177 da Constituição: 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e 
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes 
requisitos: 
I - a ALÍQUOTA da contribuição poderá ser: 
a) diferenciada por produto ou uso; 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe 
aplicando o disposto no art. 150,III, b ; 
II - os recursos arrecadados serão DESTINADOS: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, gás natural e seus derivados e derivados de 
petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a 
indústria do petróleo e do gás; 
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
 
Vale destacar que a CIDE-Combustível foi instituída por meio da Lei 10.336/01. Aponto 
os principais dispositivos: 
Art. 1º Fica instituída a Contribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico 
combustível (Cide), a que se refere os arts. 149 e 177 da Constituição 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art149
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art177
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional no 33, de 11 
de dezembro de 2001. 
§ 1º O produto da arrecadação da Cide será destinada, na forma da lei 
orçamentária, ao: 
I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de 
petróleo; 
II - financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria 
do petróleo e do gás; e 
III - financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
 
Art. 3º A Cide tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos 
contribuintes referidos no art. 2o, de importação e de comercialização 
no mercado interno de: 
I – gasolinas e suas correntes; 
II - diesel e suas correntes; 
III – querosene de aviação e outros querosenes; 
IV - óleos combustíveis (fuel-oil); 
V - gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de 
nafta; e 
VI - álcool etílico combustível. 
§ 1o Para efeitos dos incisos I e II deste artigo, consideram-se 
correntes os hidrocarbonetos líquidos derivados de petróleo e os 
hidrocarbonetos líquidos derivados de gás natural utilizados em 
mistura mecânica para a produção de gasolinas ou de diesel, de 
conformidade com as normas estabelecidas pela ANP. 
§ 2º A Cide não incidirá sobre as receitas de exportação, para o 
exterior, dos produtos relacionados no caput deste artigo. 
§ 3º A receita de comercialização dos gases propano, classificado no 
código 2711.12, butano, classificado no código 2711.13, todos da NCM, 
e a mistura desses gases, quando destinados à utilização como 
propelentes em embalagem tipo aerossol, não estão sujeitos à 
incidência da CIDE-Combustíveis até o limite quantitativo autorizado 
pela Agência Nacional do Petróleo e nas condições estabelecidas pela 
Secretaria da Receita Federal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art177
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
São contribuintes da CIDE-Combustível o produtor, o formulador e o importador, 
pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3º. O sujeito ativo da 
contribuição é a União Federal. 
 
4.5.3. Contribuições Corporativas: 
Encontram previsão no Art. 149 da CF: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua 
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, 
e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
Exemplo de contribuições instituídas com base nesse dispositivo são aquelas 
destinadas aos conselhos de fiscalização profissional, que são partes integrantes da 
administração pública indireta na condição de autarquias, cuja finalidade é a fiscalização de 
profissões legalmente regulamentadas, como é o caso dos conselhos de medicina, de 
arquitetura, de veterinária, etc. 
 
ATENÇÃO: o STF entende que não se enquadra nessa condição a Ordem dos 
Advogados do Brasil, sob o fundamento de que essa entidade não integra a administração 
pública indireta e possui finalidade institucional própria. 
 
Por se tratarem de tributos, h‡ a necessidade de observância estrita de todos os 
princípios e limitações constitucionais ao poder de tributar, merecendo destaque a incidência 
dos princípios da legalidade e anterioridade. 
 
Outro exemplo de contribuição corporativa eram as chamadas contribuições sindicais, 
cujo suporte de validade repousava no artigo 149 da Constituição Federal, e que a União 
havia instituído por meio dos artigos 578 a 580 da CLT. 
Todavia, lembre-se que a Reforma Trabalhista operada pela Lei 11.467/2007 revogou 
essas contribuições, ao dispor da seguinte forma: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes 
das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais 
representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de 
contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma 
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente 
autorizadas. 
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à 
autorização prévia e expressa dos que participarem de uma 
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão 
liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou 
profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 
desta Consolidação. 
 
Veja o seguinte quadro comparando as redações: 
 
 
Assim, o que você precisa saber para concursos públicos é que não há que se falar 
em contribuição sindical como tendo natureza tributária a partir da Lei 
13.467/2017, pois a compulsoriedade não está mais presente nesta prestação pecuniária, 
não mais se adequando à definição de tributo. 
 
Vamos agora para a última espécie de contribuição aqui a ser analisada... 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art591
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art591
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4.5.4. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: 
Você deve lembrar aqui da súmula vinculante 41 que já mencionamos e que diz quenão pode o serviço de iluminação pública ser custeado por taxas. 
Por esse motivo, o legislador constituinte derivado, por meio da Emenda Constitucional 
39/2002, acrescentou o art. 149-A ao texto constitucional. Tal dispositivo prevê a criação da 
Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP). 
Conforme a CF: 
Art. 149-A Os MUNICÍPIOS e o DISTRITO FEDERAL poderão 
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do 
serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e 
III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se 
refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 
Suas principais características são: 
 
a) A competência é restrita aos municípios e ao DF; 
b) A arrecadação do tributo é vinculada ao custeio do serviço de iluminação 
pública; 
c) É facultado que a cobrança seja feita na fatura de consumo de energia. 
 
Assim entendeu o STF sobre esta contribuição: 
I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de 
energia elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante 
a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do 
serviço de iluminação pública. II - A progressividade da alíquota, que 
resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores 
de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva. 
III - Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um 
imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem 
com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um 
serviço ao contribuinte. IV - Exação que, ademais, se amolda aos 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. V - Recurso 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
extraordinário conhecido e improvido.” (Pleno, RE 573.675-SC, rel. 
Min. Ricardo Lewandowski) 
 
A base de cálculo n‹o foi definida pela Constituição Federal. Normalmente, os 
municípios utilizam uma dessas três bases de cálculo: a) valor do custo do serviço 
municipal de iluminação pública; b) consumo de energia do próprio sujeito 
passivo; c) valor fixo. 
Como exemplo, o município de João Pessoa – PB utiliza como critério o consumo dos 
próprios contribuintes, conforme se extrai da LC 31/2002 nos seus Arts. 1º e 4º. 
 
 
É isso, meus caros. Espero que tenham gostado e bons estudos! 
Divulguem e compartilhem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SDG 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
EMENTA - Agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. Imposto sobre a 
Propriedade Territorial Rural (ITR). Lei nº 9.393/96. Progressividade das alíquotas. Grau de 
utilização e área do imóvel. Constitucionalidade. 1. Mostra-se alinhada com a redação 
originária do § 4º do art. 153 da Constituição Federal a progressividade das alíquotas do ITR 
a qual se refere à Lei nº 9.393/96, progressividade essa que leva em conta, de maneira 
conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. 2. Agravo regimental não 
provido, com imposição de multa de 2% (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Não se aplica ao caso 
o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 
da Lei nº 12.016/09).” (RE 1038357 AgR, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, 
julgado em 06/02/2018, DJe-036 DIVULG 23-02-2018 PUBLIC 26-02-2018) 
 
EMENTA (...) 2. Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros 
do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária, no caso de o ente 
público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado 
planejamento específico. 3. Com finalidade extrafiscal, a Portaria MF n. 492, de 14 de 
setembro de 1994, ao diminuir para 20% a alíquota do imposto de importação para os 
produtos nela relacionados, fê-lo em conformidade com o art. 3º da Lei n. 3.244/1957 e com 
o DL n. 2.162/1984, razão pela qual não há falar em quebra do princípio da confiança. 4. O 
impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias pelas 
sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da 
atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. 5. Inexistência de direito 
subjetivo da recorrente, quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação (status 
quo ante), apto a ensejar o dever de indenizar (...)” (REsp 1492832/DF, Relator Ministro 
GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 01/1018). 
 
TRIBUTÁRIO – ICMS – SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL – INADIMPLÊNCIA DOS USUÁRIOS 
– FURTO DE SINAL (CLONAGEM) – INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. 1. O fato gerador do ICMS na 
telefonia é a disponibilização da linha em favor do usuário que contrata, onerosamente, os 
serviços de comunicação da operadora. A inadimplência e o furto por "clonagem" fazem parte 
dos riscos da atividade econômica, que não podem ser transferidos ao Estado. 2. Nos termos 
do art. 118 do Código Tributário Nacional, o descumprimento da operação de compra e venda 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
mercantil não tem o condão de malferir a ocorrência do fato gerador do ICMS. 3. Inexiste 
previsão legal que permita a compensação tributária de ICMS em serviços de telefonia móvel 
inadimplidas, ou cujo sinal foi furtado por "clonagem" do aparelho celular. 4. "A exigência 
tributária não está vinculada ao êxito dos negócios privados." (REsp 956.842/RS, Rel. Min. 
José Delgado, Primeira Turma, julgado em 20.11.2007, DJ 12.12.2007, p. 408.) 5. Não 
compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos consumidores; cabe, no caso, 
à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o recebimento de seus créditos. 6. 
Precedentes: AgRg no REsp 1.132.852/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, 
julgado em 23.3.2010, DJe 6.4.2010; AgRg no REsp 987.299/RS, Rel. Min. Denise Arruda, 
Primeira Turma, julgado em 7.10.2008, DJe 29.10.2008; REsp 953.011/PR, Rel. Min. Castro 
Meira, Segunda Turma, julgado em 25.9.2007, DJ 8.10.2007, p. 255. Recurso especial 
improvido. 
(STJ - REsp: 1189924 MG 2010/0067405-6, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de 
Julgamento: 25/05/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/06/2010) 
 
EMENTA (...) 1. O fato gerador do ICMS na telefonia é a disponibilização da linha em favor 
do usuário que contrata, onerosamente, os serviços de comunicação da operadora. A 
inadimplência e o furto por "clonagem" fazem parte dos riscos da atividade econômica, que 
não podem ser transferidos ao Estado. (...) “(REsp 1189924/MG, Rel. Ministro HUMBERTO 
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/05/2010, DJe 07/06/2010). 
 
EMENTA - TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. FURTO ANTES DA 
ENTREGA A CONSUMIDOR FINAL. NÃO INCIDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SE COBRAR O 
IMPOSTO COM BASE NA OPERAÇÃO ANTERIOR REALIZADA ENTRE A PRODUTORA E A 
DISTRIBUIDORA DE ENERGIA. (...) 2. Conforme posição doutrinária e jurisprudencial 
uniforme, o consumo é o elemento temporal da obrigação tributária do ICMS incidente sobre 
energia elétrica, sendo o aspecto espacial, por dedução lógica, o local onde consumida a 
energia. (...) 5. O ICMS deixa de ser devido nos casos em que se perde por "vazamentos no 
sistema ou em decorrência de ilícito (furto), pois não havendo consumo regular, ausente se 
acha a operação de energia elétrica sob o aspecto jurídico tributário.” (RECURSO ESPECIAL 
No 1.306.356, Relator Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/08/2012, 
DJe 04/09/2012). 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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“Recurso extraordinário. Direito do Trabalho. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
(FGTS). Cobrança de valores não pagos. Prazo prescricional. Prescrição quinquenal. Art.

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