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Curso de Arteterapia - Modulo II

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Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
Curso de Arteterapia 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
 
MÓDULO II 
 
 
2 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ARTE 
 
 
2.1 IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA DA ARTE 
 
 
Pirâmides egípcias, escorregadores gigantes, cestos de vime, grafite, pintura 
abstrata, esculturas gregas, urinol...?!?!? Tudo isso é arte? Quem diz o que é arte e 
o que não é? Arte grega, arte contemporânea, artesanato, arte popular, arte 
moderna, arte abstrata... inúmeros tipos de expressão, que foram evoluindo durante 
os tempos e hoje fazem parte de nosso cotidiano. 
Quando se busca uma definição de “arte”, normalmente o que encontramos 
é um conceito que trata a arte como uma criação humana com valores estéticos, tais 
como: beleza, equilíbrio e harmonia. Entretanto, a arte também tem o poder de vir 
acrescida de emoções, história, sentimentos e cultura. 
Uma das principais características da arte é permitir que o objeto artístico 
fale por meio da nossa imaginação. Assim, não existe arte original e arte falsificada. 
Não há mentira ou verdade em arte, isso porque a arte não tem por objetivo mostrar 
a realidade como ela é, mas como o artista deseja que seja. Portanto, desse 
conceito nascem os vários tipos de arte. 
A produção artística faz parte de uma necessidade primária do ser humano. 
O homem vê a arte como meio de viver melhor; usa-a para divulgar suas crenças ou 
explorar novas formas de olhar e interpretar o mundo utilizando sua criatividade e 
imaginação. 
De acordo com Chauí (2000) as transformações sofridas pelas artes 
(passando do caráter religioso à autonomia da expressão da criatividade) foram de 
dois tipos. Em primeiro lugar, mudanças nos estilos artísticos, passando desde o 
 
 
 
 
 
41 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
clássico até o surrealismo. Destacando-se as descobertas de novos procedimentos, 
materiais e técnicas que levam a uma concepção do objeto artístico. Em segundo 
lugar aparece a determinação social da atividade artística (sua finalidade), para que 
ou para quem era desenvolvida. 
Aprofundando um pouco mais a ideia, vemos que, no mundo atual, a função 
da arte e o seu valor não estão em copiar a realidade, mas sim na representação 
simbólica que um artista faz do mundo humano. 
Portanto, a arte também é uma das maneiras pela qual o ser humano atribui 
sentido à realidade que o cerca, e uma forma de orientação que transforma a 
experiência em objeto de conhecimento, com valor simbólico. 
O homem criou utensílios para facilitar o seu trabalho, como as ferramentas 
para cavar a terra e os talheres para a cozinha, a roda para movimentar-se. E a arte 
aparece neste sentido para que o mundo saiba o que ele pensa, para divulgar as 
suas crenças e as dos outros, para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para 
explorar novas formas de olhar e perceber objetos e cenas. 
A arte, principalmente a arte contemporânea, busca a desestabilização das 
verdades originárias, a ruptura com os princípios bem-instalados, destruindo as 
evidências imediatas e atordoando as mentes com questões como a da realidade e 
sua representação. 
A arte é uma manifestação humana criada com a essência e inspiração de 
seu momento, isto é, das circunstâncias e situações moldadas pelas referências 
simbólicas da cultura. A arte pode ser entendida como um dos modos simbólicos de 
que o ser humano se utiliza para atribuir significados ao mundo, mostrando por meio 
de um objeto as possibilidades do real. A arte fala à imaginação e, por isso, sua 
compreensão exige sensibilidade treinada, disponibilidade e conhecimento de 
história geral e de história da arte. 
Para compreendermos as formas de manifestação artística ao longo da 
evolução histórica, vamos percorrer o caminho da arte desde a pré-história até a arte 
contemporânea, no sentido de expandir nosso entendimento sobre o universo 
artístico. Apertem os cintos e BOA VIAGEM!!! 
 
 
 
 
 
 
42 
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2.2 A ARTE NO MUNDO 
 
 
A Idade da Pedra Lascada (cerca de 400 mil anos atrás) é o tempo dos 
homens que viviam em cavernas, e que viviam da caça, da pesca e da colheita. 
Nesta época, o homem já fazia uso da arte com representação de seu mundo, por 
meio de registros nas paredes das cavernas, o que se denomina por Pintura 
Rupestre. Executadas em recantos escuros e profundos das grutas que intrigam os 
pesquisadores por seu propósito mais complexo que a mera decoração, 
relacionadas ao pensamento mítico. Acredita-se que esteja ligado a rituais 
realizados com o intuito que ajudasse em uma boa caçada. Abaixo podemos 
observar uma pintura rupestre: 
 
FIGURA 10 – PINTURA RUPESTRE LOCALIZADA NA ESPANHA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/arte-na-antiguidade/pintura-
rupestre-1.php> Acesso em: 12 fev. 2009. 
 
 
Certamente estes povos desconheciam o que hoje chamamos de arte. E 
para eles, a gravação de imagens tais como bizões, cavalos ou touros, tinha uma 
função mágica, ligada a um pensamento mítico. 
Um pouco mais além, no Período Paleolítico, se destacam pequenas 
estátuas de osso, pedra ou marfim, em formatos femininos e arredondados, às quais 
se atribui o título de deusas da fertilidade. Um exemplar destas deusas é a Vênus de 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Willendorf, encontrada na Áustria; ela possui cerca de doze centímetros de altura e 
deve ter sido produzida entre 25 e 20 mil anos a.C. 
FIGURA 11 – VÊNUS DE WILLENDORF - 25 E 20 MIL ANOS a.C 
 
FONTE: Disponível em http: <//www.casaconhecimento.com.br/blog/2008/05/venus-de-willendorf/> 
Acesso em: 12 fev. 2009. 
 
 
Nos moldes das pinturas das Cavernas de Altamira e Lascaux situadas na 
Europa, no Brasil também se encontram inúmeros sítios arqueológicos com pinturas 
rupestres carregadas de significados, um exemplo marcante é a Serra da Capivara 
(Piauí). A função destas obras, entretanto, se mantém a mesma em todo o planeta: 
tratam de questões mágicas e ritualísticas ligadas à preservação da espécie. 
Na Idade Antiga, recebe destaque a arte grega. Dentre as cidades-Estado 
gregas, Atenas se tornou a mais famosa por sua produção artística. E é na escultura 
que percebemos com mais clareza a evolução estilística do período. Inicialmente 
rígidas e estáticas, a representação tridimensional das figuras humanas dava-se o 
nome de Kouroi e Kourai, denominações que equivalem, respectivamente, às 
esculturas masculinas e femininas; eram rígidas, geometrizadas e remetiam aos 
padrões da escultura egípcia. Com o transcorrer do tempo, estas esculturas foram 
se tornando mais soltas, até atingirem uma ideia de movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
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FIGURA 12 – ESCULTURA GREGA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/PRAXIT~1.JPG>. 
Acesso em: 12 fev. 2009. 
 
 
Na Idade Média, com a ascensão do cristianismo,as obras se referiam 
principalmente à religião. O que chamamos de período Paleocristão não constitui um 
estilo no sentido exato do termo, mas qualquer obra que precedeu o cisma da Igreja 
Ortodoxa. 
As primeiras obras de arte descritas deste momento são as pinturas 
encontradas nas catacumbas, local de reunião dos cristãos, cuja principal 
característica foi registrar os episódios do Antigo e do Novo Testamento. A produção 
de esculturas foi praticamente extinta neste período, em razão das proibições 
(contidas nas escrituras) ao culto de imagens. 
As representações da imagem do rosto de Cristo mostram uma figura com 
feições fortes. Este tipo de representação religiosa é denominado Cristo Pantocrator, 
ou seja, criador de todas as coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 13 – DETALHE DE UM MOSAICO DA IGREJA DE SANTA SOFIA. 
SÉCULO XIII 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.starnews2001.com.br/bizantino/byzance.html>. 
Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
Na época do Renascimento (Idade Moderna), os pintores e escultores foram 
finalmente elevados à categoria de artistas, espaço antes ocupado basicamente por 
arquitetos, poetas e escritores. Agora, não eram mais considerados artesãos e 
sendo nomeados pintores e escultores podiam opinar sobre questões mais 
importantes para a sociedade. A Igreja Católica continuou seu domínio, mas houve 
uma ascensão gradativa da nobreza. 
Brotaram de Florença (século XV), berço do Renascimento italiano, muitos 
artistas geniais como: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Dante Alighieri, Filippo 
Brunelleschi, Sandro Botticelli, Rafael Sanzio e Nicolau Maquiavel são deste 
período. Entre as obras mais famosas está o “Nascimento de Vênus”, de Sandro 
Botticelli (1446 – 1510), tela que exibe a Vênus (Deusa) em pé sobre uma imensa 
concha, com seus longos cabelos envolvendo o corpo. Encomendada por Lourenço 
de Médici, um mecena (burguês rico que patrocinava o trabalho de artistas e 
escritores) serviu de decoração para sua casa. 
 
 
 
 
 
46 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
 
 
O mesmo mecena foi também o patrocinador de Américo Vespucio. Havia 
um clima inovador e uma mudança de espírito (aliada ao dinheiro que vinha da 
burguesia) que permeava o período e permitia que os artistas não reproduzissem 
apenas os temas bíblicos. 
O valor da obra de Leonardo é indiscutível. Obras como “A Virgem do 
Rochedo”, “Santa Ceia” e, é claro, a “Monalisa” até hoje despertam curiosidade e 
novas interpretações, sem dúvida fazem parte de nossa riqueza cultural. Além da 
utilização da perspectiva geométrica, Da Vinci criou uma técnica conhecida como 
esfumato, onde o claro e o escuro da imagem final é o resultado da sobreposição de 
inúmeras camadas de tinta bem diluída. À geometria das linhas soma-se uma 
ambientação ímpar, que potencializa a sensação ilusionista de profundidade e 
realidade. 
 
FIGURA 5 – MONALISA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/1monalisa.jpg>. 
Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
 
Na Idade Contemporânea muitos foram os movimentos artísticos, dentre 
eles: Neoclássico (caracterizado pelo retorno ao passado, pela imitação dos 
modelos antigos greco-latinos), Realismo (cientificismo, a expressão da realidade e 
dos aspectos descritivos), Impressionismo (destaque para a arte abstrata que tende 
a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, 
as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito), Cubismo 
(geometrização das formas e volumes, renúncia à perspectiva, o claro-escuro perde 
sua função, representação do volume colorido sobre superfícies planas). 
Algumas obras deste período merecem destaque: 
 
FIGURA 14 – NEOCLÁSSICO: A GRANDE ODALISCA DE JEAN-AUGUSTE-
DOMINIQUE INGRES (1814) 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html> 
Acesso em: 25 fev. 2009. 
 
 
FIGURA 15 – OBRA DO REALISMO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html>. 
 
 
 
 
 
48 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Acesso em: 14 fev. 2009. 
FIGURA 16 – OBRA DO IMPRESSIONISMO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/MONET1.jpg> 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 17 – OBRA CUBISTA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/beijo_picasso.jpg> 
Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
A evolução artística, cultural e social, permitiu que a arte trilhasse muitos 
caminhos, dando um pulo gigantesco para a nossa contemporaneidade percebemos 
o quanto a arte, atualmente, assume a preocupação de assumir uma expressão 
crítica do artista com a sociedade e com a própria arte. 
 
 
 
 
 
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Marcel Duchamp, artista bastante polêmico da contemporaneidade, revelou 
sua posição crítica com relação aos grandes salões de arte, com obras um tanto 
“ousadas”, mas que mostram o quanto a arte se desligou da obrigatoriedade de 
retratar a realidade externa. O artista tenta buscar uma linguagem pessoal, a 
expressão de seu pensamento. 
 
 
FIGURA 18 – A FONTE - MARCEL DUCHAMP 
 
FONTE: Disponível em: <http/digitalphilosophy.wordpress.com/2008/06/08/> 
Acesso em: 24 jan. 2009. 
 
 
 
FIGURA 19 – RODA DE BICICLETA - MARCEL DUCHAMP 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.niteroiartes.com.br/cursos/la_e_ca/modulos2.html> 
Acesso em: 24 jan. 2009. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A obra de Marcel Duchamp é considerada uma “ready-made”, ou seja, uma 
manifestação da intenção em romper com o processo artesanal da produção 
artística de seu tempo, apropriando-se de algo que já está feito, industrializado e que 
tem finalidade prática e não artística (o urinol de louça, a roda de bicicleta, a 
banqueta) passando esses artigos para a categoria de arte. 
Os temas e interesses, formas e conteúdos vão se modificando ao longo do 
tempo. Cada época de uma civilização cria uma arte que lhe é própria e que jamais 
se irá renascer. 
A arte contemporânea, no início do século XX, sai dos museus e galerias e 
deixa de ser privilégio das elites, para ajudar a humanizar o nosso mundo 
materialista, é o momento do efêmero, que suscita uma atitude de aceitação. 
Nossa sociedade vive uma crise de valores, proveniente da ruptura com os 
paradigmas da modernidade agravada pela globalização econômica e cultural. Uma 
sociedade que deixa bem claro que não existe diferença entre honesto ou traidor, 
ignorante ou sábio, enganador ou generoso. 
A arte, atualmente, propõe um novo olhar sobre a realidade, por meio das 
intervenções urbanas. Neste contexto, recria-se um clima de incertezas, dificuldades 
e resoluções em que o espectador interage com a obra que não finda, mas está em 
constante renovação. 
Convém lembrar que chamamos de intervenção toda e qualquer atividade 
artística que rompe com o padrão ou a rotina de um determinado ambiente. 
Na contemporaneidade podemos citar como intervenção urbana o trabalho 
de performance, muito comum em agências de publicidades, por ocasião do 
lançamento de um novo produto no mercado, as estátuas vivas, presentes em 
praças e shoppings e o grafite, dentreoutros. Neste último caso, a pintura sai da tela 
para ocupar espaços alternativos como muros ou paredes, prédios, veículos, 
calçadas, postes, árvores, corpos humanos, etc. 
O que vale ressaltar é que a arte contemporânea, produto do homem, 
procura soluções para os nossos problemas mais imediatos. Por isso, afasta-se das 
questões da contemplação e busca uma interação mais efetiva com o observador. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Os movimentos encontrados dentro da arte contemporânea beiram ao 
infinito, pois a cada dia um artista pode criar seu próprio movimento. As 
transformações parecem dar indício de que não estão nem próximas de uma 
estabilidade. Equilibrar-se neste mundo é vital, e ter critérios de discernimento é 
fundamental para não cairmos nos perigos do excesso de subjetividade do gosto 
pessoal. Já que as fontes de informação são inesgotáveis, se tivermos alguns 
pontos cardeais poderemos nos situar com menor dificuldade no labirinto da pós-
modernidade. 
Segundo Tavares (2006), ao desenhar nas paredes ou fabricar cestarias e 
cerâmicas, o homem primitivo era impulsionado pelas mesmas questões de 
sobrevivência que motivaram o homem do Renascimento e o do século XX. A arte, 
então, aparece no mundo humano como forma de organização, como modo de 
transformar a experiência vivida em objeto de conhecimento que se desvela por 
meio de sentimentos, percepções e imaginação. Assim, ela abarca um tipo de 
conhecimento a partir de universos sensíveis e ideais da apreensão humana da 
realidade. 
 
 
 
 
 
52 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
2.3 ARTE NO BRASIL 
 
 
A arte das inúmeras tribos indígenas se destaca na cerâmica, trançados, a 
arte plumária e a pintura corporal. Esta é uma arte diferente, pois não está 
necessariamente associada a algum fim utilitário, mas apenas a pura busca da 
beleza. 
Sabemos que com a chegada dos colonizadores europeus, mais 
especificamente dos portugueses, muitas tribos foram dizimadas. Grande parte da 
história dos povos indígenas se perdeu. A busca por riquezas na terra de Santa 
Cruz, com características extrativistas, não via com bons olhos os selvagens nativos. 
O processo de catequização tentava amenizar o suicídio cometido em massa pelos 
índios que preferiam a morte à escravidão. Não apenas uma, mas diversas culturas 
desapareceram. 
 
 
FIGURA 20 – CESTOS E ÍNDIOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/xavantes.jpgres> 
Acesso em: 12 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
53 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
A arte é influenciada pelo desenvolvimento da sociedade e a prova disso é 
que se examinarmos o contexto histórico de um país ou de uma época, este é 
permeado pelas descrições e informações trazidas pela arte e pelos artistas, grande 
parte da história é escrita baseada nos elementos artísticos. Como exemplo, pode-
se citar o artista francês Jean Baptiste Debret, o qual retratou em suas obras as 
aclamações à Dom Pedro I, a vida indígena no Brasil e os vários momentos 
históricos do império. Vejamos a seguir uma de suas obras, a qual retrata a 
escravidão pela qual foram vítimas os indígenas que aqui habitavam na chegada 
dos colonizadores. 
 
 
FIGURA 21 – “O CAÇADOR DE ESCRAVOS” - JEAN BAPTISTE 
 
FONTE: Disponível em: <Debrethttp://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean_baptiste_debret_-
_ca%C3%A7ador_escravos.jpg> Acesso em: 23 jan. 2009. 
 
 
Manuel da Costa Ataíde foi o maior vulto da pintura colonial brasileira. Foi 
autor de uma extensa obra, mas o teto da Igreja de São Francisco de Assis é seu 
trabalho mais reconhecido. Mulato, como a maior parte dos artistas brasileiros do 
período, volta-se com mais atenção para a execução do que para a criação. Inova, 
entretanto, nos modelos compositivos e na fisionomia das personagens. 
 
 
 
 
 
 
 
54 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
FIGURA 22 – TETO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS PINTADO POR 
MANUEL DA COSTA ATAÍDE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.literaturabrasileira.net/site/content/view/19/35/> 
Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o artista brasileiro que despertou 
o maior interesse por estudiosos internacionais, e é o único brasileiro a integrar o 
panorama da história internacional das artes do período. 
Seu reconhecimento hoje é indiscutível e suas obras determinam o circuito 
turístico cultural de Minas Gerais. A singularidade de sua extensa produção abrange 
a relação entre a arquitetura e a escultura, num consciente desenvolvimento de uma 
arte expressiva. Tanto na pedra-sabão, como na madeira policromada, a 
sensibilidade de seu gesto é, ao mesmo tempo, delicada e dramática. O prazer 
estético advindo da observação de suas peças sobrepõe-se às questões temáticas e 
narrativas das esculturas. Os detalhes do portal da Igreja de São Francisco de Assis 
na cidade de São João del Rei são dignos de uma atenta observação. Sua 
afirmação como escultor, entretanto, está no extraordinário conjunto de Congonhas 
do Campo (1796 a 1805), onde as cenas dos Passos e dos Profetas estruturam um 
espaço que contextualiza a religiosidade tradicional e as questões políticas da 
época. 
 
 
 
 
 
55 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
FIGURA 23 – ESCULTURA DE ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA, O ALEIJADINHO 
 
FONTE: Disponível em http: <//www.literaturabrasileira.net/site/content/view/19/35/> 
Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
Dentro do movimento modernista, Tarsila, chama a atenção para os 
elementos da natureza, principalmente os ligados ao sertanejo, à região Nordeste do 
país, valorizando assim a cultura nordestina. A religião também é um tema bastante 
apreciado pela artista. A obra “Procissão” chama a atenção pela magnitude (7 
metros de comprimento) e traz, de forma caprichosa e autêntica, inúmeros detalhes 
da fé nacional. A artista traduz com perfeição a arte aprendida em Paris para a 
nação brasileira e traz novas tendências para a arte nacional. 
 
FIGURA 24 – ABAPURU (1928) – ÓLEO/TELA DE TARSILA DO AMARAL 
 
FONTE: Disponível em: <http//www.tarsiladoamaral.com.br/obras2> Acesso em: 13 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
56 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
Essa obra foi realizada para presentear Oswald de Andrade (marido de Tarsila 
nesta época). O quadro acabou virando marco do movimento Antropófago no Brasil, pois 
a figura estranha fez Tarsila lembrar de um verbete Tupi-Guarani “Abapuru”, ou, na 
sua tradução, “Homem que come”. Esse episódio marcou o início da determinação 
artística de digerir a cultura europeia e transformá-la em algo originalmente 
brasileiro. 
Outros artistas modernistas brasileiros significaram muito para a evolução da 
arte brasileira, algumas de suas obras são abaixo ilustradas: 
 
FIGURA 25 – CAIPIRA PICANDO FUMO DE ALMEIDA JÚNIOR 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/overblog/saudade-almeida-junior> 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
FIGURA 26 – O MORRO DE HEITOR DOS PRAZERES 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pitoresco.com.br/brasil/brasil.htm>. Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
57 
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FIGURA 27 –BANDEIRINHAS DE ALFREDO VOLPI 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.bolsadearte.com/cotacoes/volpi.htm>. Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 28 – JOGO DE CARRETÉIS II DE IBERÊ CAMARGO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pitoresco.com.br/brasil/ibere/ibere.htm> 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
58 
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FIGURA 29 – RETIRANTES DE CÂNDIDO PORTINARI 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pitoresco.com.br/brasil/portinari/portinari.htm>. 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 30 – MURAL DE DI CAVALCANTI, PROJETADO EM 1954 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pitoresco.com.br/brasil/cavalcanti/cavalcanti.htm>. 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
FIGURA 31 – A BOBA DE ANITA MALFATI 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.sampa.art.br/biografias/anitamalfatti/galeria/. 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 32 – MONUMENTO ÀS BANDEIRAS DO ESCULTOR VICTOR 
BRECHERET INSTALADO NA PRAÇA ARMANDO SALLES DE OLIVEIRA, 
NO IBIRAPUERA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.sampa.art.br/historia/monumentoasbandeiras/>. 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores.
FIGURA 33 – PAINEL DE POTY LAZZAROTTO NO CENTRO DE CURITIBA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/guia/a-arte-ao-ar-livre> 
Acesso em: 16 fev. 2009. 
 
 
Uma síntese da arte contemporânea brasileira pode deixar alguns leitores 
perplexos com aquilo que chama hoje de arte. Permeada de inquietude e 
desconcerto (proveniente muitas vezes da incompreensão) o telespectador pode 
achar que está sendo enganado ou mesmo insultado por essa arte. 
Na verdade, como sustenta Farias (2002), a arte contemporânea nasce 
como resposta ao esgotamento deste ensimesmamento da arte, com as 
modalidades canônicas – pintura e escultura – explorando-se, investigando suas 
naturezas até o avesso. Entre os índices – e são tantos! – desse esgotamento, 
figuram desde o retorno de questões e fórmulas antes vistas como ultrapassadas – a 
pintura e a escultura figurativas, de conteúdo político, mitológico etc. – até o 
florescimento de expressões híbridas, quando não inteiramente novas, como as 
obras que oscilavam entre a pintura e a escultura, os happenings e as performances; 
as obras que exigiam a participação do público; as instalações; a arte ambiental, etc. 
 
 
 
 
 
 
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Alguns artistas brasileiros e contemporâneos: 
 
FIGURA 34 – ZERO DOLLAR DE CILDO MEIRELES 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.escritoriodearte.com/listarQuadros.asp?artista=245> 
Acesso em: 16 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 35 – SEM TÍTULO (1986) DE NUNO RAMOS 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_criticas&c
d_verbete=2916&cd_item=15&cd_idioma=28555>. Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 36 – DANIEL SENISE 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.tecepe.com.br/bienal/>. Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
FIGURA 37 – RETRATO 2002 DE LEDA CATUNDA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://fortesvilaca.com.br/exposicoes/2002/12-leda-catunda/foto-1.html>. 
Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
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Ainda sobre a arte contemporânea, a 28ª Bienal de São Paulo 
(dezembro/2008) é um modelo do que a arte sugere para a atualidade. Na foto 
abaixo você pode perceber a magnitude da obra, a qual pretende que o visitante 
possa interagir com a produção artística. 
 
FIGURA 38 – ESCORREGADOR DO ARTISTA CARSTEN HÖLLER 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.abril.com.br/fotos/bienal-de-arte-2008/?ft=bienal-de-arte-carsten-
holler>. Acesso em: 14 fev. 2009. 
 
 
Farias (2002) faz um retrospecto do que seria a passagem da arte moderna 
para a arte contemporânea: 
 
Primeiro foi o futurismo, e hoje o senso-comum identifica "moderno" como 
sinônimo do que há de mais novo, o mais atual ou mais contemporâneo. 
Mas, no que se refere à arte, moderno é uma coisa, e contemporâneo, 
outra. Moderno é o nome de um movimento com características particulares 
que nasceu na Europa, com variados desdobramentos por quase todos os 
países do Ocidente, e que entrou em crise a partir da década de 1950. A 
partir daí, foi sendo substituído por um conjunto de manifestações que, cada 
qual dotada de peculiaridades, foi, na falta de um nome melhor, reunido sob 
a etiqueta simples e genérica de arte contemporânea. (FARIAS, 2002). 
 
 
 
 
 
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Agora é a sua vez!!! 
Vamos refletir um pouco sobre a arte contemporânea! 
Leia as perguntas e tente responder mentalmente. Procure dentro de você 
os significados de cada obra, as qualidades de cada artista. 
 O que você pensa sobre a arte contemporânea? 
 O que cada artista procurou mostrar com as obras abaixo ilustradas? 
 Qual a ligação com o tema abordado "em vivo contato" (pretendia refletir 
sobre a função da exposição)? 
 Você compraria uma obra dessas? Até quanto pagaria? 
 
 
FIGURA 39 – ÁLBUM DE FOTOS DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.abril.com.br/fotos/bienal-de-arte-2008/?ft=bienal-de-arte-carsten-holler>. 
Acesso em: 16 fev. 2009. 
 
 
----------- FIM DO MÓDULO II -----------

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