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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Recém-nascido Classificação do recém-nascido: Em associação com o conhecimento do peso ao nascer, a avaliação da idade gestacional possibilita a identificação de recém-nascidos de alto risco para a morbimortalidade desse período, permitindo a antecipação de problemas neonatais. Quanto à idade gestacional Quanto ao peso ao nascer Quanto ao peso relacionado com a IG. Por que classificar? Definição de condutas específicas (prevenção e tratamento) de acordo com o risco inerente a cada idade e peso. Recém-nascido pré-termo (RNPT): alta probabilidade de desenvolver asfixia, HPIV, encefalopatia bilirrubínica, infecções, distúrbios metabólicos, retinopatia, imaturidade pulmonar, atrasos desenvolvimento neuropsíquico- motor (DNPM). Classificação quanto à idade gestacional: Leva em conta a ultrassom ou métodos de exames do RN. Pré-termo (< 37 semanas) Termo (37-41+6d semanas) Pós-termo > 42 semanas. RNPT extremo: IG < 28 semanas RNPT tardio: IG 34-36+6d semanas Menor morbimortalidade: 39-41 semanas (Academia americana considera a termo acima de 38 semanas). Idade gestacional (IG) é o tempo transcorrido desde a concepção até o momento do nascimento (diferente da embriologia). Na embriologia, conta a partir da fertilização. A DUM, de uso universal, é tanto mais confiável quanto melhor a mãe se recorda das datas das suas menstruações e quanto mais regulares sejam seus ciclos. o Mãe que tem ovário policístico: terão mais dificuldade de saber as datas da menstruação. Quando a mãe desconhece a DUM, pode se recorrer aos seguintes métodos: o medição do tamanho do feto pela ecografia/ ultrassom (abaixo de 20 semanas); o Exame do RN. Magnitude do crescimento fetal depende de duas coisas: o Potencial de crescimento inerente ao feto o Funcionamento adequado da placenta. o Fetos que não rebem nutrição adequada pela placenta podem estar pequenos, mas serem fetos mais maduros (IG) A IG neonatal é determinada pela inspeção dos diversos sinais físicos e características neurológicas que variam conforme a idade e a maturidade fetais. Tais sinais são avaliados durante o primeiro dia de vida e lhes são atribuídos pontos. Um valor cumulativo correlaciona- se com a IG e essa correlação geralmente é precisa → 2 semanas o Volume crescente do tecido mamário o Diminuição dos pelos finos Avaliação do PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Métodos de avaliação da IG pelo exame do RN: Capurro: o Uso validado em RN>28 semanas, porém pode subestimar IG a partir de 35 semanas. o Ideal ser aplicado até 24 horas de vida. o Considera: ▪ Forma da orelha ▪ Tamanho da glândula mamária ▪ Formação dos mamilos ▪ Textura da pele New Ballard: Validada para uso em prematuros extremos e mantém-se válida para RN termos. o Ideal ser realizada com menos de 12 horas. o http://perinatology.com/calculator s/Ballard.htm ▪ Calculadora o Critérios neurológicos: postura, ângulo de flexão do punho, retração do braço, ângulo poplíteo o Critérios físicos: Pele; Lanugem; Olhos/orelha; Glândula mamária; Genitália; Superfície plantar, genitália Classificação quanto ao peso PN – Peso normal ao nascer: 2500 - 4000 g o GIG > 4000g BP – Baixo peso ao nascer: 1500g - 2500g o Pré termo ou termos, mas PIG MBP – Muito baixo peso: 1000g -1500g EBP – Extremo baixo peso: < 1000g Peso: Baixo Peso: 40x maior mortalidade o Riscos: Paralisia cerebral, retardo mental, pneumopatias, adaptação física, psicológica e social reduzidas Extremo Baixo Peso: 200x maior mortalidade Classificação quanto ao peso e idade gestacional: AIG - Adequado para a idade gestacional o AIG (entre percentil 10 e 90) PIG - Pequeno para a idade gestacional o PIG (abaixo do percentil 10) GIG - Grande para a idade gestacional o GIG (acima do percentil 90) Curvas: Peso X IG Lubchenco, 1966: População do colorado, alta altitude, amostra pequena. PIG: pequeno para idade gestacional GIG: grande para idade gestacional http://perinatology.com/calculators/Ballard.htm http://perinatology.com/calculators/Ballard.htm PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Alexander, 1996: N=3.808.689 (gestações entre 20 e 44 semanas, única, EUA, estudo do próprio autor) Fenton, 2003 o Revisão bibliográfica (metanálise), artigos publicados entre 1980 e 2002. o 2013: N=3.986.456 (34.639 <30 semanas, Alemanha, EUA, Itália, Austrália, Escócia e Canadá, metanálise da escala sendo aplicada) Fenton, 2003 o Estatura o Perímetro cefálico o Peso o Diferente para menina e menino Causas: PIG o Constitucional o Infecções crônicas (TORCHS → rubéola) o Doenças crônicas maternas o Malformações genéticas o Síndromes cromossômicas o Disfunções placentárias GIG o DMG o Constitucional GIG: maior mortalidade perinatal, asfixia, hipoglicemia, tocotraumatismos, malformações, distúrbios respiratórios, infecções o O bebê GIG tem maior estímulo de glicose da mãe, tendo maior produção de insulina do que o AIG → suas reservas de glicose acabam rapidamente → se não mama rapidamente, ele consome muito o glicogênio, de modo que cai o nível de glicose sanguínea. Profilaxia após o nascimento: Oftalmia gonocócica – iodopovidona nos dois olhos. Doença hemorrágica do recém-nascido – vitamina K Oftalmia gonocócica É conjuntivite infecciosa Utiliza-se iodopovidona → menos associada a conjuntivite com menos efeito colateral Tocotraumatismos: Comprometimento da função corporal ou da estrutura do feto consequente a influências adversas que ocorreram no nascimento. Tipos de tocotraumatismo: o Lesões de cabeça e de pescoço, por exemplo: ▪ Bossa serossanguínea ▪ Cavalgamento de suturas ▪ Cefalohematoma ▪ Lesões óssea ▪ Fratura de clavícula ▪ Lesões de nervos cranianos, de medula espinal e de nervos periféricos PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 ▪ Paralisia de plexo braquial ▪ Lesão de nervo facial Crânio Bossa serossanguínea: a lesão ocorre entre a pele e a aponeurose craniana o Antes do perióstio o Não pode invadir as suturas o É mais amolecido. Hemorragia Galeal: ocorre entre o perióstio e a gália Cefalohematoma: ocorre entre o perióstio e o osso o Não consegue ultrapassar as suturas cranianas – é limitado Cavalgamento de suturas: Superposição de bordas ósseas com desaparecimento da sutura correspondente Causa: moldagem da cabeça fetal ao espaço intrauterino e ao canal do parto o No parto: as camadas/suturas sobem por cima da outra para diminuir o tamanho da cabeça e permitir a passagem pelo canal de parto. Não necessita tratamento especial, regride com o crescimento do encéfalo (nas 24h) Bossa serossanguínea: É um acúmulo sub-cutâneo de líquido extraperiostial (seroso) Edema ou tumefação dos tecidos moles sobre a parte do crânio que foi a parte de apresentação durante o parto Pode ocorrer uma modelagem da cabeça e cavalgamento dos ossos parietais que são transitórios Se estende a parte do coro cabeludo O líquido é reabsorvido, espontaneamente, sem sequelas nos primeiros dias. Cefalohematoma: Hemorragia subperiosteal traumática sobrejacente a um osso craniano o Acúmulo de sangue Ruptura de vasos sanguíneos que seguem do crânio para o periósteo Especialmente provável durante um parto prolongado ou difícil o Parto instrumentado Não ultrapassa os limitesde uma sutura O que é sinal de cacifo positivo? PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Pode resultar em icterícia Hemorragia raramente grave É reabsorvido em 8 semanas Não tem cacifo positivo, pois está limitado pelo perióstio – lesão mais endural Fratura de clavícula: Osso mais comumente fraturado no parto: principal fator de risco é os bebês GIG Aumento de volume no local da fratura, dor a palpação e a movimentação Pseudoparalisia do plexo braquial Maioria tipo galho-verde Espasmos do músculo esternocleidomastoideo Braço com pseudo paralisia Crepitação quando é completa Imobilização por 10 dias Paralisia de Nervo Facial: Nervo periférico mais comum nos recém- nascido. Causa: compressão do nervo facial pelo fórceps, pressão sobre o nervo pela posição do feto apoiado contra o promontório sacral da mãe ou por compressão exercida por uma massa uterina. Resulta em assimetria da face ao chorar Lesão periférica: envolve todo o lado do rosto e é consistente com uma lesão do neurônio motor inferior. o Prega nasolabial é achatada o Boca se inclina para o lado fetal o O bebê não consegue fechar o olho completamente e nem enrugar a testa o Mais comum Prognóstico: recuperação completa habitualmente em 3 semanas Prognóstico: excelente Recuperação em até 3 semanas Tratamento de prevenção de lesões na córnea (lacrimas artificiais) PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Paralisia de plexo braquial: Causa: tração excessiva sobre a cabeça, o pescoço e o braço durante o parto. Fatores de risco: Macrossomia, distocia de ombro, apresentação distócica, partos instrumentados. Tratamento inicial é conservador. A fisioterapia e os exercícios de amplitude de movimento passivos previnem contraturas. A maioria dos lactentes se recupera totalmente até os 3 meses de idade. Cuidados do recém-nascido: Banho: postergar até 24h o A camada que recobre o bebê (vérnix casioso) protege de hipotermia e está associado a menor risco de sepse neonatal. o Cordão umbilical cai mais rápido (na Europa só da bebê no neném quando o cordão umbilical cai) Contato pele a pele deve ser estimulado Aleitamento na 1ª hora de vida: o Eficaz no aumento do tempo de leitamento o Eficaz para fortalecer o vínculo mãe-filho e melhoras para a mãe no puerpério Triagens neonatais - o Teste do reflexo vermelho* o Triagem auditiva – até 1 mês de vida o Teste do pezinho – até 5 dias de vida no bebê a termo. o Teste do coraçãozinho* o Teste da linguinha* *testes realizados na maternidade Cuidados com o cordão umbilical. Os recém-nascidos tardio devem permanecer com a mãe o máximo de tempo, ou todo o tempo o Contato pele a pele estimulado Cordão umbilical: Coto umbilical cai ao redor de sete dias e deixa em seu lugar uma ferida – cicatriz umbilical Exsuda, seca e epiteliza-se, ao mesmo tempo que se afunda pela retração progressiva dos cordões fibrosos dos vasos fetais Entre o 12º dia e o 15º já se acha constituído, inteiramente seco e com sua forma característica O motivo mais comum de não cair: mãe deixa a região úmida Umbigo cutâneo – normal: se atrai Cuidados com o coto umbilical: Idealmente, não vamos passar nada próximo ao cordão umbilical, para ele secar. Manter a área limpa, limpando com sabonete e água (limpeza) Manter a área seca e limpa Usar cotonete ou gazes (sempre seco) Álcool – desaconselhado Gaze – sim, para secar Água e sabão - SIM Sangramentos Evitar pomadas Tumefações ou eritema na base do cordão umbilical – sinais precoces de onfalite PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO SEMINÁRIO 1 Granuloma Umbilical: Formação de cor vermelho-vivo, por vezes branca, situada no fundo da fossa umbilical, de tamanho variável. Produz secreção serosa que pode infectar. Mantém umidade local. Aguardar o período neonatal (28 dias) para sua resolução espontânea Se persistir, o tratamento com nitrato de prata ou sal de cozinha estão indicados. Onfalite: Eritema e/ou enduração periumbilical associada a secreção purulenta. o Pode evoluir para celulite ou fascite necrosante. o Investigar Sepse neonatal (incluindo coleta de cultura) o Tratamento EV. (intravenosa) o Investigar sepse neonatal o Internação hospitalar Recomenda-se o uso de clorexidina que reduz o risco de morte em 20% A clorexidina reduz o risco de sepse neonatal em morte e de onfalite Não foi associada ao aumento de desenvolvimento de separação do cordão. Conclusão: usar clorexidina no cordão – higiene o Manter o local limpo, seco e limpar a cada troca de fralda. Álcool não se mostrou eficaz; é bom deixar o cordão seco. Álcool, clorexidina ou deixar seco?
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