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RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) ELETROCARDIOGRAMA (ECG) – FUNDAMENTOS BÁSICOS • Capta a atividade elétrica do coração. • Resultar na contração mecânica do coração. • AESP: Atividade Elétrica Sem Pulso. • As derivações são ângulos diferentes para enxergar a atividade elétrica do coração. • O ECG registra graficamente a fase de energia elétrica do coração. • Não é correto dizer que o ECG capta a movimentação do coração. • Cada célula apresenta canais específicos para determinada substância. • Permeabilidade Seletiva: capacidade de abrir e fechar os canais conforme a necessidade, sendo controlado pelo SN e seus neuro mediadores. • Atividade Elétrica: A. Potencial de Repouso – (Polarizada): não há translocação de íons, ou seja, mudança da sua carga elétrica. Encontrando muito Na+ e Ca2+ no meio extracelular, ficando com carga + (cátions), e muito K+ no meio intracelular, ficando com carga – (ânions). B. Potencial de Ação: quando corre a translocação dos íons, mudando a voltagem (carga elétrica) da membrana da célula e produzindo diferencial elétrico. • Transporte Ativo: contra o gradiente de concentração. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • A célula em repousou tem uma carga de – 90 mV. • 5 FASES: A. FASE 0 – Abertura dos Canais de Sódio (Na+): incialmente, a membrana é estimulada eletricamente, abrindo os canais de sódio e favorecendo a entrada para o meio intracelular (transporte passivo), mudando a voltagem de -90 mV para +30 mV. B. FASE 1 – Abertura dos Canais Lentos de Potássio (K+): começa a sair potássio do meio intracelular (transporte passivo), indo a voltagem celular para +10 mV a 0 mV. C. FASE 2 – Abertura dos Canais de Cálcio (Ca2+): fase de platô. O cálcio que entrou vai se conectar no reticulo sarcoplasmáticos (organela rica em cálcio) nos receptores rianodínicos para liberar mais cálcio ainda no meio intracelular, participando ativamente da contração dos miócitos. D. FASE 3 – Abertura dos Canais Rápido de Potássio (K+): o potássio sai do meio intracelular (transporte passivo) para o extracelular, despencando a voltagem para -90 mV novamente com os íons diferentes do potencial de repouso. E. FASE 4 – Bomba de Sódio – Potássio: transporte ativo na tentativa de pegar o potássio que saiu e jogar dentro do celular e o sódio que entrou para fora da célula. Ao final, irá ter as características basais do potencial de repouso com voltagem – 90 mV. • Essa mudança de cargas elétrica é o que o ECG vai captar. • Digoxina: age na bomba de cálcio, impedindo que ele saia novamente do meio intracelular e, assim, quanto mais cálcio dentro do celular, mais a célula irá captar. Dessa forma, quando mais cálcio presente, maior a força de contração. Indicado em quadro de IC, aumentando o inotropismos (força de contração). O limitar terapêutico é muito próximo do toxico. Pode fazer arritmias, extrassístoles, alterar a repolarização, bradicardias, entre outras consequências. • Miócitos: especializados em contrair. • Feixes: especializados em produzir e conduzir a atividade elétrica. • Nó Sinusal ou Sinoatrial: sai os feixes que leva a atividade elétrica para o AD e AE. Controla todo o sistema de condução. Batimentos de 50 – 100 bpm. • Nó Atrioventricular: retardo fisiológico. Linha isoelétrica. Batimentos inferiores a 50 bpm. • Feixe de Hiss: penetra no septo intraventricular e se divide no ramo E (levando atividade elétrica para o VE) e D (levando atividade elétrica para o VD). Batimentos inferiores a 35 bpm. • Fibras de Purkinje: microfibras que levam a atividade elétrica para todo o coração. • Todas as estruturas tem o automatismo, ou seja, capacidade de produzir atividade elétrica, porém apenas o nó sinusal tem a capacidade de controlar o sistema elétrico, pois sua frequência é maior (automatismo) do que a das demais estruturas, suprimindo-as. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Onda P: atividade elétrica dos átrios. • Complexo QRS: atividade elétrica dos ventrículos. Nem sempre as 3 ondas estão presentes. Sendo a onda Q e S sempre negativas e a R sempre positiva. • Onda T: repolarização ventricular. • OBS: Onda R: sempre positiva. • OBS: Para saber se o ritmo é sinusal deve ter a onda P. • Complexo QRS: primeira porção ativada é o septo, ou seja, ativação septal e vai caminhando até a base. • Onda R: ativação das paredes livres dos ventrículos. • Onda U: não é comum, estando geralmente presentes em pacientes jovens com batimentos mais baixos, sendo normal sua apreciação, fazendo parte da repolarização. Seu achado significa a ativação ventricular tardia, isto é, dos músculos papilares. • Sempre que quiser olhar os átrios, irei avaliar a onda P. • O átrio direito é ativado primeiro, pois o NSA encontra- se nele. • Sobrecarga do átrio esquerdo (situação patológica): a ativação elétrica do átrio esquerdo fica mais demorada, alterando a conformação da onda P, em que a segunda porção não é completada. • Condução Decremental: linha isoelétrica entre a onda P e o complexo QRS. • Bloqueios Fasciculares: bloqueio de ramo esquerdo. • Complexo QRS: menor do que 3 quadradinhos (0,04 segundos) do ECG. • OBS: QRS largo: > 0,12 segundos de duração = não é normal = problema de condução nos ventrículos. Exemplo: Bloqueio de ramo D ou E, taquicardia ventricular, extrassístole ventricular, marca-passo que estimule os ventrículos. • OBS: A repolarização atrial é mascarada pelo complexo QRS. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Rosa: Válvulas Atrioventriculares: vão abrir e fechar de acordo com a diferença de pressão entre as cavidades, bem como conforme o fluxo de sangue, não dependendo o estimulo elétrico, o que permite a sua troca. • Aparelho que modernizou muito, cada vez mais modernos e menores. Composto de 4 pás e 6 peras. • 4 Pás (grampos): bipolares. 1. Vermelho: punho do braço direito (BD). 2. Amarelo: punho do braço esquerdo (BE). 3. Verde: tornozelo da perna esquerda (PE). 4. Preto: tornozelo da perna direita (PD). • OBS: Cores do Brasil do lardo esquerdo e do Flamengo do lado direito. • OBS: Cores “claras” no braço e cores “escuras” nas pernas. • OBS: Quando uma pessoa não tem um dos membros, coloca o mais distal possível. • Sempre aplicar o gel nas pás e nas peras, para aumentar a força de captação. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • 6 Peras (ventosas): unipolares. 1. V1: linha para-esternal D no 4º espaço intercostal direto. 2. V2: linha para-esternal E no 4º espaço intercostal esquerdo. 3. V4: linha hemi-clavicular E no 5º espaço intercostal. 4. V3: entre o V2 e o V4. 5. V6: interseção da linha imaginaria do V4 com a linha média-axilar E. 6. V5: entre o V4 e o V6. • Ordem para colocar as peras: V1, V2, V4, V3, V6 e V5. • Sempre colocar com o tórax descoberto e, se muito peludo, realizar a raspagem. • OBS: Retirar adornos metálicos. • A resultante vetorial da onda de depolarização vai caminhando para o VE, pois tem a maior massa do coração. • OBS: Quando a resultante vetorial APROXIMA do eletrodo positivo (+), ele reproduz ondas positivas (somatória de ondas). 1. DI: + (BE) e - (BD): vai captar a atividade elétrica APROXIMANDO do VE, logo, vai resultar em ondas positivas. 2. DII: + (PE) e - (BD): vai captar a atividade elétrica APROXIMANDO do VE, logo, vai resultar em ondas positivas. 3. DIII: + (PE) e - (BE): vai captar a atividade elétrica APROXIMANDO do VE, logo, vai resultar em ondas positivas. • Eletrodo sempre negativo no braço direito (BD) e sempre positivo na perna esquerda (PE). • A força elétrica resultante, fisiologicamente, está no VE. • Onda P: onda positiva, pois começa no AD e vaipara o AE, aproximando do eletrodo positivo. • Onda QRS: onda predominantemente positiva. • Sobrecarga de VD: onda QRS aparece negativa (patológico). • DI: aproxima de VE – positivo • DII: aproxima de VE – positivo. • DIII: aproxima de VE – positivo. • Isola um ponto ou superfície especifica – explorador. • Não tem diferença entre polo positivo ou negativo, sendo utilizado o eletrodo indiferente. • A derivações unipolares dos membros apresentam o “a” antes que significa que as ondas foram amplificadas. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Plano frontal: derivação dos membros. • Derivações acessórias: V7 e V8 (enxergar mais a parte posterior do coração) e V3R e V4R (enxerga mais o VD). 1. aVR: eletrodo funcionando apenas no BD. Atividade elétrica normal vai para baixo e para esquerda, afastando do eletrodo aVR, portanto, ondas negativas (obrigatoriamente). OBS: Sobrecarga de VD: aVR positivo (patologia). Tudo no ECG fica negativo. 2. aVL: eletrodo funcionando apenas no BE. Atividade elétrica normal vai para baixo e para esquerda, aproximando do eletrodo aVL, portanto, ondas positivas. 3. aVF: eletrodo funcionando apenas no PE. Atividade elétrica normal vai para baixo e para esquerda, aproximando do eletrodo aVF, portanto, ondas positivas. 1. V1 (4ª EI na linha para esternal D): maior parte da atividade elétrica afastando do eletrodo, portanto, predominantemente negativo (obrigatoriamente). 2. V2: um pouco mais positivo que o V1, porém ainda é predominantemente negativo. 3. V5 e V6: predominantemente positivos (obrigatoriamente). • OBS: À medida que vai indo para a esquerda, as ondas QRS vão ficando positivo progressivamente. • OBS: Má progressão da onda R pode ser sequela de infarto. • Ondas perpendiculas ao eletrodo explorador: ondas isoelétricas (reta), ou seja, parte positiva igual a parte negativa. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) ELETROCARDIOGRAMA NORMAL • Registra as 12 derivações de curta duração e 1 derivação longa (de escolha, mas geralmente a DII). • Ganho elétrico: 1N (normal): intensidade / voltagem que o aparelho está captando da atividade elétrica. • Velocidade de registro: 25 mm / segundo (normal). • OBS: Posso aumentar (2N, 3N, 4N ...) o ganho de acordo com a configuração necessária, bem como também posso diminuir, a fim de que o ECG capte com atividade elétrica menor. • OBS: Quando for dar o laudo do ECG, deve ser avaliado no ganho normal, ou seja, 1N. • OBS: Paciente muito bradicárdico: aumenta a velocidade de registro, porém não vai representar de fato o que acontece no coração, sendo apenas para facilitar o entendimento do ECG. • Amplitude: medida na vertical e em milímetros ou mV. Onda como um todo, parte positiva e negativa. • Duração: medida na horizontal e em segundos. • Amplitude: 2,5 mm = 2 e ½ quadradinhos. • Duração: < 0,11 seg = < 2 e ½ quadradinhos. • OBS: Onda P com duração aumentada = sobrecarga de AD. • Ritmo Sinusal: a onda P pode mudar a morfologia de uma derivação para outra, mas em uma mesma derivação, ela deve ter a mesma morfologia. • Difásica em V1: a parte negativa não pode ser maior que a positiva, pois caso ocorre, é sinal de sobrecarga do AE, que é a segunda porção da onda P. • Não tem implicação clínica, exceto quando suspeita de infarto atrial com infra desnivelamento, bem como em endocardite e miocardite. • Não envolve ondas, pois é o período em que o nó AV retarda o estímulo. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Vai do começo da onda P até o começo do complexo QRS. • Significa quanto tempo o nó sinusal leva para disparar e a ativação elétrica chegar nos ventrículos. • Duração: 0,12 a 0,20 seg = 3 a 5 quadradinhos. • Intervalo PR curto: o estímulo do nó sinusal chega muito rápido nos ventrículos, podendo excitá-lo muito rápido e predispor a arritmias. Exemplo: Síndrome de Wolff-Parkinson-White. • Intervalo PR prologando: quando o nó atrioventricular segura mais o estimulo elétrico, retardando-o e demorando mais para estimular os ventrículos. • Amplitude: 5 a 20 mm (frontal – membros) e 10 a 30 mm (precordiais – mais próximos do coração). • Duração: < 0,12 seg = < 3 quadradinhos. • Complexo QRS alargado: problema de condução ventricular. • Situações que afastam a atividade elétrica dos eletrodos e diminuem complexo QRS: pacientes obesos; mamas volumosas; DPOC – tórax em tonel com muito ar, grande derrame pericárdico – com extravasamento de liquido e com abafamento de bulhas; entre outros. • Situações que aproximam a atividade elétrica dos eletrodos e aumentam complexo QRS: pacientes longilíneos (longo e magro) com coração muito próximo; sobrecargas ventriculares; entre outros. 1. Ponto J: • Local específico, consegue delimitar. • Começa no final do complexo QRS, indicando o começo da repolarização. • Normal: mesmo nível da linha de base. • Infra desnivelamento em seguimento ST: ponto J abaixo da linha de base (angina, síndrome coronariana aguda, sobrecargas V). • Supra desnivelamento seguimento ST: ponto J acima da linha de base (dor torácica – infarto com supra). 2. Seguimento ST: • Normalmente não envolve ondas, ou seja, isoelétrico. • Nem sempre está presente. • Começa no ponto J ou final do QRS e termina quando começa a onda T. • OBS: Em alguns casos pode parecer a formação de ondas no ponto J, que na verdade indica a formação de onda T, não conseguindo vê o segmento ST. 3. Onda T: • Assimétrica: início mais lento e final mais rápido. • A onda T tem que acompanhar a polaridade do complexo QRS, ou seja, se um for positivo a outra também deve ser. • Quando não ocorre essa equivalência, tem-se um problema com a repolarização, como em sobrecargas ventriculares, angina, infarto, entre outros. • OBS: Polaridades opostas, mas continua sendo normal: V1 e V2. • Onda T maior que o complexo QRS está errado! • Onda T alta e simétrica = “onda em tenda”, como na hipercalemia. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) 4. Onda U: • Nem sempre aparece. • Última e menor deflexão do ECG. • Significa ativação dos músculos papilares • A onda U acompanha sempre a polaridade da onda T, e essa acompanha a polaridade do complexo QRS. FIM DA ATIVADE ELÉTRICA VENTRICULAR = FIM DE UM CILCO CARDÍACO = SÍSTOLE E DIÁSTOLE. 5. Intervalo QT: • Inclui desde a despolarização (início do completo QRS) até a repolarização (final da onda T). • Intervalo QT prolongado: predispõem a arritmias. • Influenciado pela FC. • OBS: QTc (corrigido): fórmula de Bazzet. Fórmula: nº de quadrinhos x 0,04 seg / raiz quadrada de uma FC (onda R até outra onda R) = intervalo QTc. • Homens: 0,45 seg. • Mulheres: 0,47 seg. • Situações que são importantes o intervalor QT: onda T terminando longe do complexo QRS; pacientes usando medicamentos que podem prolongar o intervalo QT (como os ADT, lítio, hidroxicloroquina, glucantime, amiodarona) e promoverem arritmias. • Não tem uma sequência específica. • DI: BD (-) e BE (+). “Centro do coração” • DII: BD (-) e PE (+). • DIII: BE (-) e PE (+). • Verde: parte voltar para o eletrodo positivo. • Vermelho: parte voltada para o eletrodo negativo. • Abaixo de DI: positivos. • Acima de DI: negativos. RESUMO – CARDIOLOGIA | GUILHERME GOMES (@GUI.GS) • Eixo elétrico NORMAL: entre - 30 e + 90, onde se encontra a resultante vetorial, ou seja, o VE. • Desvio de eixo para a ESQUERDA: entre - 30 e - 90 (sobrecarga de VE, arritmias, bloqueios de ramos). • Desvio de eixo para a DIREITA: entre + 90 e + 180 (sobrecarga de VD). • Desvio de eixo EXTERMO: entre - 90 a - 180. • OBS: Frequência Cárdica: 1500 / nº de quadradinhos de entre duas ondas R = xbmp. Por quê 1500? Porque na velocidade 25 mm / seg, em 1 minuto vão passar 1500 quadradinhos. EIXO ELÉTRICO DO CORAÇÃO: • Não usam as precordiais para calcular o eixo. • Vai olhar os complexos QRS. • Passos: 1. Identificar em qual quadrante está meu eixo (QSD, QSE, QID e QIE) – quem divide é DI e aVF. 2. Sempre começar por DI e aVF. 3. Olhar a polaridade do complexo QRS. 4. A linha perpendicular com o eixo que estou analisando que vai divide em positivo e negativo. 5. Delimitar a interseção entre os eixos DI e aVF. 6. Delimitar o quadrante. 7. Pegar 2 derivações (exemplo: aVL e DIII) que passam foram do quadrante delimitado. 8. Pegar a 1ª derivação que passa fora e seguir o mesmo raciocínio inicial da linha perpendicular. 9. Fazer uma nova interseção e delimita novamente o local do eixo. 10. Pegar a 2ª derivação que passa fora e seguir o mesmo raciocínio inicial da linha perpendicular. 11. Fazer uma nova interseção e delimita novamente o local do eixo. 12. Determina o eixo final. OBS: Quando vejo uma derivação isoelétrica, o eixo dela coincide com o eixo da linha perpendicular a ela, ou seja, valor exato.
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