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Carga emocional no encontro entre paciente e médico. Premissas do relacionamento médico- paciente: • A relação médico-paciente deve ser foco de atenção e estudo desde o primeiro encontro do estudante com o paciente até toda a sua vida profissional. • Tripé da medicina moderna (Anamnese, exames laboratoriais e equipamentos que produzem valores, traçados e imagens). • Compreensão dos mecanismos psicodinâmicos. • Treinamento prolongado e sob supervisão para a aprendizagem da relação médico-paciente interligando com a aprendizagem clínica. • Aquisição de conhecimentos básicos das Humanidades (filosofia, psicologia, antropologia, sociologia e outras). ❖ RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E PRINCÍPIOS BIOÉTICOS Teoria Principialista proposta por Beauchamp e Chidress. Essa teoria forma um conjunto composto por quatro princípios: • Beneficência - É a busca por fazer sempre o bem para o paciente • Não maleficência – Não fazer nada de mal ao paciente • Justiça – Fazer sempre o que é justo para o paciente • Autonomia – Decisão sobre o tratamento é do paciente, após o devido esclarecimento. O principal fruto do princípio da autonomia é o chamado consentimento informado. • Consentimento informado – Processo pelo qual médicos e pacientes tomam decisões juntos. Mudança estrutural do paternalismo/autoritarismo, devido a vários fatores que ratificam a aplicação dos princípios bioéticos. Os pacientes podem registrar em prontuário a quais procedimentos querem ser submetidos (Resolução 1.995). A beneficência e a não maleficência são compreensíveis na prática clínica, ao contrário da ideia de justiça. Justiça – Para a aplicação desse princípio é preciso considerar os princípios de justiça social no acesso a saúde. • É preciso aplicar a chamada “justiça distributiva”, relacionando com distribuição igual, equitativa e apropriada na sociedade. • É preciso levar em conta aspectos como gênero, cor, questões morais, sociais e até a opção religiosa. Equidade x igualdade • “Tratar de forma desigual os desiguais” em busca de oferecer oportunidades semelhantes a toda a sociedade. Além desses princípios bioéticos, outros valores se tornam necessários no cotidiano profissional: • Respeito a alteridade – Respeitar a diferença no outro • Sigilo – Respeitar o segredo sobre as informações do paciente • Alteridade – Ações afirmativas têm chamado atenção da sociedade a respeito da alteridade. Um exemplo no SUS é a Política Nacional da Saúde Integral da População Negra, que oferece aos profissionais uma ferramenta para a abordagem ao paciente negro de acordo com a sua diversidade. Deve-se conter os sentimentos narcisistas em relação a um caso bem conduzido. As informações que identificam pacientes precisam ser evitadas. A necessidade de prevenção contra demandas judiciais envolvendo atos médicos é um aspecto que justifica o ensino/aprendizagem dos princípios bioéticos. Uma boa relação médico-paciente é uma atitude preventiva. A ética médica é uma condição adquirida ao longo da vida, desde o período de estudante até a vida profissional: • A ética médica depende da moral e do desenvolvimento biológico, psíquico e social adquirido ao longo da vida. • A bioética da relação médico- paciente é a parte mais complexa da ética médica. Conflito entre o emocional e o racional em relação a bioética médico-paciente: • A bioética das relações parte da necessidade do indivíduo de perceber os conflitos que podem surgir nas relações. • Porém esses conflitos são desconhecidos tanto por médicos quanto pela sociedade. Confiança, empatia e compaixão: • O médico nunca deve se esquecer de que quem o procura é uma pessoa e não uma doença, portanto esses sentimentos precisam ser expostos para a aplicação de vínculos efetivos. Relatório Flexner (1910) x Atualidade • Flexner, devido a situação caótica no ensino médico nos Estado Unidos no início do século XX, publicou um relatório o qual praticamente todas as escolas médicas do mundo seguiam. • O relatório continha um novo currículo com ênfase nas investigações científicas e no espírito acadêmico, com base nesse relatório os cursos médicos tornaram-se tecnicistas e houve pouca ênfase no ensino das humanidades. • Porém, isso vem se alterando, o processo ensino/aprendizagem da relação médico-paciente e o estudo da ética e bioética começam a serem aplicados em várias universidades. • O ensino/aprendizagem da relação médico-paciente deve ter como base os princípios éticos desde o primeiro dia do curso. ❖ ASPECTOS PSICODINÂMICOS A elaboração da sistemática de anamnese feita atualmente foi contribuição de Hipócrates para a medicina. AVANÇO - Prática médica se afasta do misticismo para aprimorar conhecimentos da física e química AFASTAMENTO -relação médico-paciente. ATENDIMENTO VOLTADO PARA A CURA - “enfermidade mais do que paciente, afastando a compreensão do ser humano como ser que pensa e sente , que vive e se relaciona.’’ Final século 19 e 20 – Freud desvendou mecanismos psicodinâmicos possibilitou pensar na relação medico paciente sob outra perspectiva. Sempre que alguém procura um medico é devido a questão relacionada a sua SAÚDE, entram em jogo fenômenos psicodinâmicos próprios do relacionamento entre médico e paciente, com diferentes graus (característica de enfermidade e duração de relação entre ambos). Relação médico-paciente é ASSIMÉTRICA. MUDANÇAS - meios de informação, pode gerar atritos. Características do encontro MÉDICO- PACIENTE leva em conta fatores psicológicos, modificações que a enfermidade proporciona, sentimentos e condições do tratamento. ❖ ATUALIDADE Paciente com mais AUTONOMIA E CONHECIMENTO que a geração anterior. Cada um destes relacionamentos será adequado de acordo com as circunstâncias. Saber DISCERNÍ-LOS E RECONHECER os mecanismos de defesa implicados em cada um caracterizam um bom profissional e contribuem para boa pratica médica. Embora a escolha do tipo de relacionamento pareça ser CONSCIENTE, ela atende as necessidades INCONSCIENTES e afetivas do médico e paciente. Apropriar-se dos sentimentos INCONSCIENTE que deixam de sê-los para tornar o mundo mais CONSCIENTE é a melhor maneira de valorizar emoções que perpassam as relações humanas. Ex: primeiro tipo de relação, desejo de proteção do paciente, harmoniza com a ação decidida, pronta e energética do médico. Esse conhecimento contribuição de Freud, que instrumentaliza o profissional para uma postura de cuidado do seu paciente. MÉDICO CUIDADOR X MÉDICO CURADOR (capacidade humana de atender o paciente de modo global e holístico, ampliando o conceito de medico curador que somente se envolve com a cura da doença e se frustra.) ❖ TRANSFERÊNCIA Carga afetiva muito intensa em casos de grande sofrimento físico ou emocional; Transferência positiva: relacionamento agradável; Afeto já sentido por outra pessoa; Transferência negativa: relacionamento desagradável; ❖ CONTRANSFERÊNCIA Passagem de aspectos afetivos do médico para o paciente; Entram em jogo mecanismos inconscientes originados de sentimentos já vividos pelo médico em relações anteriores com seus pais, filhos, cônjuge ou outras pessoas da família. Médico deve reconhecer suas fraquezas e sentimentos, sabendo controlá-los; Responsabilidade profissional e ética; Contratransferência positiva: útil e importante, principalmente para o tratamento dos pacientes com doenças crônicas e incuráveis. Contratransferência negativa: o médico rotula o paciente como “chato”, “irritante”. Contratransferência não é contra a transferência ou algo em sentido contrário a esta. É a própria transferência do médico para o paciente, que reage nessarelação como pessoa, tal como o paciente. A diferença está no fato de o médico ter que assumir, por obrigação ética inarredável, o papel que lhe cabe nessa situação. ❖ RESISTÊNCIA Mecanismo psicológico inconsciente que comprometa a relação médico-paciente; Pode consistir em ocultar ou deturpar sintomas ou fatos relacionados com a doença; Pode surgir no momento da 1º consulta ou ao longo da convivência; ❖ MÉDICO embora detentor dessas informações e instrumentalizado para dirigir o encontro, o médico não pode se furtar de compreender e respeitar os aspectos culturais de seu paciente; nem tampouco acreditar que ele nada saiba sobre sua doença. Deve: • Valorizar os aspectos psicológicos • Compreender e respeitar aspectos culturais • Valorizar e respeitar as queixas do paciente • Guardar preconceitos • Não deixar aspectos pessoais interferirem no julgamento clínico • Assumir o papel de médico cuidador • Comportar-se de modo a exaltar sua condição profissional • Saber lidar com a sua própria humanidade • Respeitar o direito do paciente em participar de decisões que lhe dizem respeito • Ser sarcedotal: capacidade de se entregar de corpo e espírito à arte de bem servir ao seu semelhante. Efeito secundário da ação do médico: efeito iatrogênico. Refere-se a um estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico. Vocação: Conjunto de características pessoais, que compreendem traços de personalidade e interesse ligados ao próprio indivíduo ou ao seu ambiente familiar, constituindo as bases socioculturais e individuais sobre as quais se apoiam a escolha e o exercício da profissão médica. Bom médico: O que tem interesse e respeito pela pessoa humana, capacidade de dedicar-se a tarefas desgastantes e de estudar por longos períodos, senso de responsabilidade bem desenvolvido, nível de inteligência razoável e retidão de caráter seriam traços de personalidade indispensáveis para o exercício da medicina, assim como o espírito de solidariedade, capacidade de compreender o sofrimento alheio (empatia) e vontade de ajudar (compaixão). • Resiliência: capacidade de suportar uma carga de estresse sem adoecer. • Capacidade de engagement: Este termo traduz uma capacidade inerente à pessoa de se engajar no trabalho sentindo satisfação pelo que desenvolve. 3 dimensões da personalidade resistente: • Compromisso ou implicação: caracteriza-se pela tendência em envolver-se em todas as atividades propostas da vida do indivíduo e identificar-se com o significado dos próprios trabalhos. • Controle: indica que o profissional tem disposição para pensar e atuar com a convicção de que pode intervir nos acontecimentos. Ele pode perceber também as consequências positivas que precedem muitos dos acontecimentos estressantes, tornando possível o controle dos estímulos em seu próprio benefício. • Desafio: torna possível que o profissional perceba o campo como uma oportunidade para aumentar suas próprias competências e não como uma situação de ameaça. Proporciona ainda maior flexibilidade cognitiva e tolerância à ambiguidade que induz a considerar o campo como característica habitual da história e da vida. ✓ Padrões comuns de comportamentos dos médicos Padrão inseguro: Conhecimentos insuficientes, exame clínico malfeito e dúvidas na maneira de conduzir o caso inevitavelmente serão percebidos pelo paciente. Padrão paternalista: Adota atitudes protetoras. Trata o paciente como criança indefesa. Padrão agressivo: A agressividade pode ser sintoma da Síndrome de Burnout ou ter origem em problemas pessoais. Padrão "frustrado": Quase sempre pessimista, pode tornar-se agressivo com os pacientes. Sua principal característica é a frieza na relação com o paciente. Padrão pessimista: Vê maior gravidade nas doenças que a real, expressa desânimo e desesperança mesmo antes de conhecer o diagnóstico e deixa de tomar decisões diagnósticas porque não acredita na possibilidade de bons resultados. Padrão "especialista": médico que se dedica a uma especialidade, mas que não tem visão adequada do conjunto da medicina, que não consegue ver o paciente como um todo. Padrão "rotulador": Tem sempre pronto um diagnóstico rotulado que agrada o paciente. Padrão otimista: Não vê dificuldades em nada, tudo lhe parece simples e sem gravidade, não sabendo reconhecer os casos de prognóstico ruim. Médico sem vocação: Desenvolve mecanismos - inconscientes ou claramente propositais - que inibem o paciente, impedindo um relacionamento adequado. Padrão autoritário: Sempre impõe suas decisões. ✓ Médico ideal: aquele que tem uma personalidade amadurecida, conhece e domina os mecanismos psicológicos envolvidos na relação médico-paciente, dispõe de conhecimentos adequados da ciência médica e sabe aplicá-los dentro de uma visão humanística. ❖ PACIENTES Para a avaliação do paciente, deve-se prezar por empatia e compaixão. ✓ Padrões de comportamento As pessoas se comportam de maneiras diversas, em função de seu temperamento, de suas condições culturais, de seu modo de viver e das circunstâncias do momento. Toda enfermidade, até o medo de estar doente, provoca certo grau de ansiedade, a chamada ansiedade reativa, e, em muitas ocasiões, são as manifestações desse tipo de emoção que levam o indivíduo ao médico. Paciente ansioso: A ansiedade é descrita como uma inquietação interna, um sentimento negativo em relação ao futuro, uma sensação de medo inexplicável, "contagiosa" e envolvente, que passa facilmente para os familiares, causando, por meio de um mecanismo de círculo vicioso, maior aflição no paciente. Manifestações psíquicas e somáticas que a acompanham: inquietude, voz embargada, mãos frias e suadas, taquicardia, boca seca. Alguns pacientes esfregam as mãos sem interrupção, enquanto em outros elas tremem. Bocejar repetidamente ou fumar um cigarro seguido de outro também indica seu desejo inconsciente de reforçar as defesas psicológicas. É necessário demonstrar segurança e tranquilidade, conduzindo a entrevista sem precipitar a indagação de fatos que possam avivar mais esse sentimento. Paciente deprimido: tem como principal característica o humor triste. Apresenta desinteresse por si mesmo e pelas coisas que acontecem ao seu redor. Tem forte tendência a isolar-se e, durante a entrevista, reluta em descrever seus padecimentos, respondendo pela metade às perguntas feitas a ele ou permanecendo calado. É comum que se ponha cabisbaixo, os olhos sem brilho, e a face toda exprime tristeza. Relata choro fácil e imotivado, despertar precoce, redução de capacidade de trabalho e perda da vontade de viver. Apresenta-se irritado, entediado ou apático. A atitude continente, acolhedora e uma escuta atenciosa são elementos fundamentais para que o médico imprima uma boa relação médico-paciente. Ao atender o paciente deprimido, é extremamente necessário avaliar o tipo de depressão e a sua gravidade, dado o grande risco de suicídio. Paciente hostil: A hostilidade pode ser percebida à primeira vista, após as primeiras palavras, ou pode ser velada, traduzida em respostas reticentes e insinuações mal disfarçadas. É comum que a agressividade dissimule insegurança ou seja uma defesa contra a ansiedade, podendo ainda ser uma manifestação de humor depressivo. São inúmeras as fontes de hostilidade, e o médico tem obrigação de reconhecê-las para assumir uma atitude correta. A pior conduta consiste em adotar uma posição agressiva, revidando com palavras ou atitudes a oposição do paciente. Serenidade e autoconfiança são as qualidades principais do examinador nessascondições. Paciente sugestionável: costuma ter excessivo medo de adoecer, vive procurando médicos e realizando exames para confirmar sua higidez, mas, ao mesmo tempo, teme exageradamente a possibilidade de os exames mostrarem alguma enfermidade. O médico deve conversar com eles com cuidado, pois uma palavra mal colocada pode desencadear ideias de doenças graves e incuráveis. Em contrapartida, deve aproveitar esta sugestionabilidade para despertar nesses pacientes sentimentos positivos e favoráveis que eliminam a ansiedade e as preocupações injustificadas. Paciente hipocondríaco: "paciente que não tem nada” ou ainda, como Balint denomina, o paciente do "envelope gordo" (uma referência ao prontuário grosso devido a várias consultas) está sempre se queixando de diferentes sintomas. Tende a procurar o médico ao surgirem indisposições sem importância ou sem motivo concreto, quase sempre manifestando o desejo de fazer exames laboratoriais ou "em algum aparelho': como costumam dizer. No entanto, por mais exames que faça, não acredita nos resultados se estes forem normais, e continua queixoso. Muda com frequência de médico, passando a não acreditar nos diagnósticos ou pondo em dúvida suas afirmativas de que seus sintomas não traduzem doenças graves. Paciente eufórico: O paciente eufórico apresenta exaltação do humor, fala e movimenta-se demasiadamente. Sente-se muito forte e sadio e fica fazendo referências às suas qualidades. Seu pensamento é rápido, muda de assunto inesperadamente, podendo haver dificuldade de ser compreendido. O médico faz uma pergunta, ele inicia a resposta, mas logo desvia seu interesse para outra questão e continua falando. Paciente inibido: não encara o médico, senta-se à beira da cadeira e fala baixo. Não é difícil notar que ele não está à vontade naquele lugar e naquele momento. Não se deve confundir timidez com depressão Paciente psicótico: Alucinações, delírios e pensamentos desorganizados dificultam a relação médico-paciente. Psicose mais comum: esquizofrenia. Características do paciente: percepção delirante, alucinações auditivas, eco, difusão do pensamento, roubo de pensamento e vivências de influência. Transtornos psiquiátricos ≠ doença mental Paciente surdo: Envolve interesse do profissional e compreensão do paciente. Entrevista com a família. Está investindo-se no aprendizado da linguagem de sinais – LIBRAS. Pacientes que perderam a audição ao longo da vida= deve-se falar de maneira clara e pausadamente apara possível leitura labial. Pacientes especiais: pessoas de inteligência reduzida ou vítimas de alienação devido às péssimas condições socioeconômicas a que estão subjugadas. É necessário reconhecê-las para adotar uma linguagem mais simples, adequada ao nível de compreensão do paciente (modelo explicativo leigo). Paciente em estado grave: não deseja ser perturbado por ninguém, e os exames, de qualquer natureza, representam um incômodo para ele. Por isso, no que diz respeito ao exame clínico, é necessário ser objetivo, fazendo-se apenas o que for estritamente necessário e, mesmo assim, adaptando-se a semiotécnica às condições do paciente. As perguntas devem ser breves, simples e diretas. Paciente fora de possibilidades terapêuticas: aquele que sofre de uma doença incurável em fase avançada, para a qual não há recursos médicos capazes de alterar o prognóstico de morte em curto ou médio prazo. 5 fases do luto: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação Pacientes crianças e adolescentes: Ao atender uma criança, o médico deverá ter conhecimento básico de crescimento e desenvolvimento não só do ponto de vista orgânico, mas também do ponto de vista emocional. Implica relação com o pai, com a mãe e toda a família. Deve-se agir com bondade, por meio da atenção e manuseio delicado.Com adolescentes , uma pequena parte é feita com o familiar que estiver acompanhando o adolescente, mas o restante é realizada apenas com o adolescente. Paciente idoso: comportamento dos idosos varia muito em função de seu temperamento, sendo, talvez, em boa parte, um reflexo do que a vida lhes propiciou. Costuma ter amargura e uma dose de pessimismo. Deve-se agir aceitando suas manias e compreendendo com paciência e delicadeza. Família: Com a implantação das ESF, a família se tornou um tipo de paciente. A definição de família é bastante complexa e abrange núcleos muito diferenciados como possibilidades de cenários familiares. Hoje se trabalha com famílias nucleares, ampliadas, monoparentais, reconstituídas, homossexuais etc. A consulta médica deve ser focada na pessoa e é composta por alguns pilares: ● Explorar a doença e a experiência da doença ● Entender a pessoa como um todo (visão holística) ● Elaborar um plano terapêutico conjunto ● Incorporar prevenção e promoção de saúde ● Intensificar a relação médico- paciente, baseando-se na empatia, emancipação do paciente e processo eficaz de transferência e contransferência. ● Ser realista quanto a administração do tempo de consulta, gestão do trabalho em equipe e dos recursos da ESF. O médico de família e comunidade detém uma importante característica que diferencia seu atendimento dos de outros especialistas, visto que a relação médico-paciente-família é desenvolvida durante anos a fio, constituindo um saber próprio destes: seja do médico com relação aos pacientes e suas famílias, seja do paciente com relação à sua doença e ao seu médico. Tal característica é chamada de longitudinalidade. ❖ Trabalho do estudante de medicina com o paciente A vivência dos fatos tem a importância de mostrar-lhe as dificuldades e os obstáculos a superar. Necessidade de compreensão do significado e o alcance de algumas exigências. Ex: uso de roupas especiais. Respeito e discrição no ambiente hospitalar. Ter o pleno conhecimento dos princípios e virtudes da bioética. Desvencilhar-se de situações angustiantes Manifestar empatia e interesse pelo paciente. Tomar cuidado com palavras e atitudes que possam atemorizar o paciente, poupando-o de maior sofrimento. Dar a mesma atenção a todos pacientes, não menosprezando casos mais simples. Demonstrar disposição para ouvir, sem o uso interrupções grosseiras, adquirindo a habilidade de nortear de forma adequada a anamnese. Reagir de forma compreensiva e tolerante frente a atitudes agressivas do paciente. Em lugar de dar ordens, usar sempre "por favor". Examinar o paciente em locais adequados, com as portas fechadas, na presença dos docentes, respeitando sua individualidade. ❖ Métodos de aprendizagem da relação médico paciente • Simulação com atores • Problematização de cenas de filme • Análise de óperas e/ou peças de teatro • PBI (Entrevista Baseada em Problemas) • Grupos Balint
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