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Produção, ação e distribuição hormonal

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Produção, ação e distribuição hormonal
Os hormônios são mensageiros químicos secretados para o sangue por células epiteliais especializadas. Processos que estão principalmente sob controle hormonal incluem metabolismo, regulação do meio interno (temperatura, balanço hídrico e de íons), reprodução, crescimento e desenvolvimento. Os hormônios agem nas suas células-alvo de três maneiras básicas: (1) controlando a taxa de reações enzimáticas, (2) controlando o transporte de íons ou moléculas através de membranas celulares ou (3) controlando a expressão gênica e a síntese proteica.
A definição tradicional de hormônio é a de uma substância química produzida por uma célula ou um grupo de células e liberada no sangue para o seu transporte até um alvo distante, onde exerce seu efeito em concentrações muito baixas. São, principalmente, secretados por glândulas endócrinas, tecidos distintos e rapidamente identificáveis como tecido epitelial. Além disso, ainda podem ser secretadas por glândulas endócrinas isoladas, por neurônios e células do sistema imune. 
De acordo com a definição tradicional de hormônio, hormônios são secretados no sangue. Entretanto, o termo ecto-hormônio foi dado a moléculas sinalizadoras secretadas no meio externo. Atualmente, os fatores de crescimento, que são um grande grupo de substâncias que influenciam o crescimento e a divisão celular, estão sendo estudados com o objetivo de determinar se preenchem todos os critérios para serem considerados hormônios. 
Ação hormonal:
Todos os hormônios se ligam a receptores na célula-alvo e iniciam respostas bioquímicas. Essas respostas são o mecanismo de ação celular do hormônio. 
A responsividade variável de uma célula a um hormônio depende principalmente dos receptores e das vias de transdução de sinal da célula. Se não há receptores hormonais em um tecido, as suas células não podem responder a este hormônio. Se os tecidos possuem diferentes receptores e vias associadas aos receptores para o mesmo hormônio, eles responderão de maneira diferente.
Além disso, a atividade sinalizadora dos hormônios e de outros sinais químicos deve ter duração limitada para o corpo poder responder às mudanças em seu estado interno. Em geral, os hormônios circulantes são degradados em metabólitos inativos por enzimas encontradas principalmente no fígado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela meia-vida do hormônio na circulação.
Classificação hormonal: 
Os hormônios podem ser classificados de acordo com diferentes esquemas. Um esquema divide os hormônios entre aqueles cuja liberação é controlada pelo encéfalo e aqueles cuja liberação não é controlada por ele. Outro esquema divide os hormônios em três principais classes químicas: hormônio peptídico/proteico, hormônios esteroides e hormônios derivados de aminoácidos/amínicos.
Caminho dos hormônios peptídicos: 
Os hormônios peptídicos/proteicos variam desde pequenos peptídeos de apenas três aminoácidos até grandes proteínas e glicoproteínas. A síntese e o empacotamento dos hormônios peptídicos em vesículas secretoras delimitadas por membranas são similares aos de outras proteínas. 
O processamento desses hormônios se dá a partir de uma sequência lógica de acontecimentos:
A. Os pré-pró-hormônios (ainda inativados) contém uma ou mais cópias de um hormônio peptídico
B. Enzimas retiram uma sequência sinal do pré-pró-hormônio, ativando-o, formando um pró-hormônio (ainda inativado).
C. O pró hormônio passa pelo aparelho do golgi;
D. Saindo do aparelho de golgi o hormônio é empacotado em vesículas junto a enzimas proteolíticas, tornando-se ativo por um processo chamado modificação pós-traducional.
E. As vesículas ficam armazenadas intracelularmente em células endócrinas e liberam seu conteúdo mediante estimulação. 
F. Após liberação, o hormônio entra na circulação e se dirige à célula alvo. 
A maioria dos hormônios peptídicos são bastante solúveis, podendo migrar pelos diferentes lugares do corpo dissolvidos pelo plasma sanguíneo, entretanto enfrentam problemas quando o quesito é ultrapassar a membrana fosfolipídica das células alvo. Nesse caso, para fazer a passagem para o meio intracelular, os hormônios utilizam complexos de receptores de membrana para se fixarem e entrarem nas células alvo. Após entrarem dentro da célula alvo, os hormônios peptídicos têm ação rápida de resposta.
 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Caminho dos hormônios esteroides: 
Os hormônios esteroides possuem estrutura química similar porque são todos derivados do colesterol. Os órgãos responsáveis por essa produção são: glândulas suprarrenais, gônadas, pele e placenta. 
Diferentemente dos hormônios peptídicos, os hormônios esteróides são muito lipofílicos, podendo ultrapassar facilmente as membranas das células produtoras e células alvo, impedindo-o, assim, de ser armazenado em vesículas. Desse modo, geralmente esses hormônios são produzidos de acordo com a necessidade que o organismo imprime a si mesmo. Quando as células são estimuladas a produzir esses hormônios, os precursores são rapidamente convertidos em hormônio ativo, aumentando a concentração intracelular, sendo, assim, cineticamente movimentado por difusão simples. 
Como esses hormônios não podem se mover dissolvidos pelo plasma sanguíneo, ocorrem mecanismos sequencialmente diferentes dos que ocorrem com os hormônios peptídicos: 
A. Os hormônios esteróides se ligam a proteinas carreadoras, o que aumenta substancialmente sua meia vida;
B. Esses hormônios se ligam a receptores que estão geralmente no citoplasma ou no núcleo celular;
C. O complexo esteroide-receptor se liga ao DNA e ativa ou inibe genes;
D. Os genes ativados criam novos RNAm que se movem ao citoplasma;
E. A tradução produz proteinas que desencadeiam as respostas específicas para cada tipo de hormônio. 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Hormônios amínicos:
No caso dos hormônios amínicos, são derivados de aminoácidos pequenos, criados a partir do triptofano ou da tirosina, ambos contendo anéis carbônicos em seus grupos R. O hormônio da glândula pineal, melatonina, é derivado do triptofano, mas os outros hormônios derivados de aminoácidos – as catecolaminas e os hormônios tireoideanos – são sintetizados a partir da tirosina. 
A. As catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) são neuro-hormônios que se ligam a receptores na membrana das células, assim como ocorre com os hormônios peptídicos;
B. Os hormônios da tireoide, produzidos pela glândula tireoide, comportam-se como hormônios esteroides, com receptores intracelulares que ativam genes.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Controle da liberação hormonal: 
 Alguns hormônios possuem estímulos claros que iniciam uma resposta de secreção, como é o caso da insulina quando há aumento nas concentrações de glicose no sangue. Entretanto, outros já não são tão óbvios. 
Vias reflexas são uma alternativa conveniente para classificar os hormônios e simplificar o aprendizado dos passos que regulam suas secreções. Todas as vias reflexas possuem componentes similares: 
A. Estímulo
B. Sensor
C. Sinal de entrada
D. Integração de sinal
E. Sinal de saída
F. Potenciais alvos
G. Resposta
A via mais simples de controle endócrino é quando uma célula endócrina detecta um estímulo diretamente e responde a ele secretando o seu hormônio. Nesse caso, a célula atua como sensor e centro integrador, o hormônio é o sinal de saída e a resposta geralmente funciona como sinal de retroalimentação negativa. Como exemplo, o PTH é um hormônio secretado por células da tireoide mediante diminuição na concentração de cálcio no plasma sanguíneo. Porém, o centro integrador pode receber estímulos e sinais de fontes diferentes, devendo agir de acordo com cada sinalização, respondendo às ambas.Sistema nervoso nos reflexos endócrinos:
O sistema nervoso e o sistema endócrino se sobrepõem tanto em estrutura como em função. Os estímulos integrados pelo sistema nervoso central influenciam a liberação de diversos hormônios através de neurônios eferentes, além de possuir grupos especializados de neurônios que secretam neuro-hormônios e duas estruturas endócrinas acopladas a anatomia do encéfalo: glândula pineal e glândula hipófise.
Os neuro-hormônios são sinais químicos liberados por um neurônio no sangue. Esses neuro-hormônios são divididos em três grandes grupos: 
A. Catecolaminas (produzidos por neurônios modificados na glândula suprarrenal);
B. Neuro-hormônios hipotalâmicos (secretados pela neuro-hipófise);
C. Neuro-hormônios hipotalâmicos que controlam a secreção de hormônios na hipófise. 
Glândula hipófise: 
A hipófise é dividida em duas diferentes estruturas encefálicas denominadas adeno-hipófise (hipófise anterior) e neuro-hipófise (hipófise posterior). A primeira é uma verdadeira glândula endócrina, enquanto a segunda secreta neuro-hormônios produzidos pelo hipotálamo.
A neuro-hipófise é o local de armazenamento e liberação de dois neuro-hormônios: ocitocina e vasopressina. Cada neuro-hormônio é produzido em tipos celulares separados, e a síntese e o processamento seguem o padrão dos hormônios peptídicos. Uma vez que os neuro-hormônios são empacotados em vesículas secretoras, eles são transportados para a neuro-hipófise por longas projeções de neurônios, chamadas de axônios. Após a chegada das vesículas nos terminais axonais, os neuro-hormônios são estocados ali e esperam um sinal para serem liberados. 
A. Estímulo chega hipotálamo;
B. Sinal elétrico passa para a extremidade distal da neuro-hipófise;
C. Despolarização abre os canais de cálcio dependentes de voltagem; 
D. Conteúdos vesiculares – hormônios – são liberados na circulação. 
A adeno-hipófise é uma glândula endócrina muito importante que secreta não um, mas seis hormônios fisiologicamente importantes: prolactina (PRL), tireotrofina (TSH), adrenocorticotrofina (ACTH), hormônio do crescimento (GH), hormônio folículo- -estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). A secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise é controlada por neuro-hormônios hipotalâmicos. As vias de regulação podem se tornar um tanto complexas, uma vez que alguns neuro-hormônios hipotalâmicos alteram a secreção de diversos hormônios da adeno-hipófise.
Os neuro-hormônios hipotalâmicos que controlam a liberação dos hormônios da adeno-hipófise são geralmente identificados como hormônios liberadores ou hormônios inibidores. Importante ressaltar a classificação conceitual que nomeia hormônios que são responsáveis pela secreção de outros hormônios como hormônios tróficos, como exemplo, as gonadotrofinas atuam como hormônios tróficos para as gônadas. 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Sistema porta: hipotálamo – adeno-hipófise 
A maioria dos hormônios do corpo são secretados no sangue e se tornam rapidamente diluídos e, para evitar essa diluição, os neuro-hormônios hipotalâmicos destinados à adeno-hipófise entram em uma modificação especial do sistema circulatório, chamada de sistema porta. 
O sistema porta consiste em dois grupos de capilares conectados em série por um grupo de pequenas veias. Os neuro-hormônios hipotalâmicos entram no sangue no primeiro grupo de capilares e vão diretamente através das veias porta até o segundo grupo de capilares na adeno-hipófise, onde se difundem para alcançarem as células-alvo. Dessa forma, uma pequena quantidade de hormônios permanece concentrada em um pequeno volume sanguíneo portal, enquanto se dirigem diretamente para seus alvos. O sistema porta hipotálamo-adeno-hipófise é formalmente conhecido como sistema porta-hipotalâmico-hipofisário.
Ação dos hormônios da adeno-hipófise: 
Em geral, podemos dizer que os hormônios da adeno-hipófise controlam o metabolismo, o crescimento e a reprodução, todos processos muito complexos. 
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Alças de retroalimentação no eixo hipotálamo-hipófise: 
As vias nas quais os hormônios da adeno-hipófise atuam como hormônios tróficos estão entre os reflexos endócrinos mais complexos, uma vez que envolvem três centros integradores: o hipotálamo, a adeno-hipófise e o alvo endócrino do hormônio hipofisário. Em vez de a resposta agir como um sinal de retroalimentação negativa, os próprios hormônios são o sinal de retroalimentação. 
Nos eixos hipotálamo-adeno-hipófise, a forma dominante de retroalimentação é a retroalimentação negativa de alça longa, em que o hormônio secretado pela glândula endócrina periférica “retroalimenta” a própria via inibindo a secreção dos seus hormônios hipotalâmicos e adeno-hipofisários.
Alguns hormônios da hipófise também exibem retroalimentação negativa de alça curta e ultracurta. Nesse caso, o hormônio da hipófise retroalimenta a via, diminuindo a secreção hormonal pelo hipotálamo. 
Uma razão pela qual os hormônios devem ser o sinal de retroalimentação nestes reflexos endócrinos complexos é que, na maioria das vias hormonais da adeno-hipófise, não existe uma resposta única que o corpo consiga monitorar facilmente. Os hormônios atuam sobre múltiplos tecidos e possuem efeitos diferentes, às vezes sutis, em diferentes tecidos. Com um sistema de retroalimentação negativa baseado em hormônios, os hormônios de uma via normalmente permanecem dentro de uma faixa necessária e apropriada para gerar a resposta.
SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
Glândula Tireoide:
A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. Microscópicos sacos esféricos chamados de folículos da tireoide constituem grande parte da glândula tireoide. A parede de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares, cuja maioria se estende até o lúmen do folículo. 
As células foliculares produzem dois hormônios: tiroxina, também chamada de tetraiodotironina (T4), pois contém quatro átomos de iodo, e triiodotironina (T3), que contém três átomos de iodo. T3 e T4 juntas também são chamadas de hormônios da tireoide. Elas produzem o hormônio calcitonina (CT). 
A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena seu produto secretório em grandes quantidades. A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem da seguinte forma: 
A. 
B. Retenção de iodeto. As células foliculares da tireoide retêm íons iodeto (I –), transportando-os ativamente do sangue para o citosol.
C. Síntese de tireoglobulina. Ao mesmo tempo que retêm I –, as células foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB) e a armazena em vesículas secretoras até sofrer exocitose.
D. Oxidação de iodeto. Parte dos aminoácidos na TGB consiste em tirosinas que se tornarão iodadas. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a membrana para o lúmen do folículo.
E. Iodação da tirosina. Conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas integrantes das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz monoiodotirosina (T1) e a de dois produz di-iodotirosina (T2).
F. Acoplamento de T1 e T2. Durante a última etapa da síntese dos hormônios da tireoide, duas moléculas de T2 se juntam para formar T4 ou uma de T1 com uma de T2 se unem para formar T3.
G. Pinocitose e digestão coloide. Enzimas digestivas nos lisossomos degradam a TGB, separando moléculas de T3 e T4.
H. Secreção de hormônios da tireoide. Como são lipossolúveis, T3 e T4 se difundem através da membrana plasmática para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue.
I. Transporte no sangue. Mais de 99% de T3 e T4 se combinam a proteínas transportadoras no sangue, principalmente à globulina transportadora de tiroxina(TBG).
 
TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016
Ação dos hormônios da tireoide:
Uma vez que a maioria das células corporais apresenta receptores para hormônios da tireoide, T3 e T4 exercem seus efeitos por todo o corpo.
A. Os hormônios da tireoide aumentam a taxa metabólica basal (TMB).
B. Outro efeito importante dos hormônios da tireoide é o de estimular a síntese de bombas adicionais de sódio e potássio (Na + K + ATPase). Esse fenômeno é chamado de efeito calorigênico. Dessa maneira, os hormônios da tireoide têm participação importante na manutenção da temperatura corporal normal.
C. Na regulação do metabolismo, os hormônios da tireoide estimulam a síntese de proteína e aumentam o uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP. Além disso, intensificam a lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo os níveis de colesterol no sangue. 
D. Os hormônios da tireoide intensificam algumas ações das catecolaminas (norepinefrina e epinefrina), pois promovem a suprarregulação dos receptores beta (β). Por essa razão, os sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada
E. Junto com o hormônio do crescimento e com a insulina, os hormônios da tireoide aceleram o crescimento corporal, sobretudo o crescimento dos sistemas nervoso e esquelético.
Controle da secreção de hormônio da tireoide:
O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante (TSH) da adeno-hipófise estimulam a síntese e a liberação dos hormônios da tireoide:
A. Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa metabólica baixa estimulam o hipotálamo a secretar TRH;
B. O TRH entra nas veias portohipofisárias e flui para a adenohipófise, onde estimula os tireotrofos a secretar TSH;
C. O TSH estimula praticamente todos os aspectos da atividade celular dos folículos da tireoide, inclusive captação de iodeto, síntese e secreção de hormônio e crescimento das células foliculares;
D. As células foliculares da tireoide liberam T3 e T4 no sangue até que a taxa metabólica volte ao normal;
E. O nível elevado de T3 inibe a liberação de TRH e TSH por feedback negativo;
HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016
O paratormônio é o principal regulador dos níveis de cálcio (Ca 2+), magnésio (Mg 2+) e fosfato (HPO4 2–) no sangue. A ação específica do PTH é aumentar a quantidade e a atividade dos osteoclastos. O resultado é reabsorção óssea acentuada.
TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016
Distúrbios da tireoide: 
A glândula tireoide consiste em dois lobos laterais conectados por um istmo relativamente fino, geralmente localizado abaixo e anterior à laringe. A tireoide é dividida em lóbulos, cada um composto por cerca de 20-40 folículos uniformemente dispersos. Os folículos variam de tamanho uniforme a variável e estão revestidos por epitélio cuboidal a colunar baixo, sendo preenchidos por tireoglobulina, a proteína precursora iodada do hormônio tireoidiano ativo. Em resposta a fatores tróficos do hipotálamo, o TSH (tireotrofina) é liberado pelos tireotrofos na hipófise anterior na circulação.
A ligação do TSH com o seu receptor no epitélio folicular tireoidiano resulta na ativação e alteração conformacional no receptor. A ativação da proteína G eventualmente resulta em aumento dos níveis intracelulares de cAMP, que estimulam a síntese e a liberação do hormônio tireoidiano mediadas por proteínas quinases dependentes de cAMP. As células epiteliais foliculares tireoidianas convertem a tireoglobulina em tiroxina (T4) e em menores quantidades de tri-iodotironina (T3). O T4 e o T3 são liberados na circulação sistêmica, onde a maior parte desses peptídeos está reversivelmente ligada a proteínas plasmáticas circulantes, como a globulina de ligação do T4, para o transporte até os tecidos periféricos.
A interação do hormônio tireoidiano com o seu receptor nuclear para o hormônio tireoidiano (TR) resulta na formação de um complexo hormônio-receptor que se liga aos elementos de resposta do hormônio tireoidiano (TREs) nos genes-alvo, regulando a sua transcrição.
A identificação clínica das doenças tireoidianas é importante porque a maior parte delas é passível de tratamento clínico ou cirúrgico. Essas doenças incluem condições associadas à liberação excessiva de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo), aquelas associadas à deficiência de hormônio tireoidiano (hipotireoidismo) e as lesões maciças da tireoide.
Hipertireoidismo: 
A tireotoxicose, ou hipertireoidismo, é o estado hipermetabólico devido à elevação dos níveis circulantes de T3 e T4. Em determinadas condições, contudo, o excesso de oferta está relacionado à liberação excessiva de hormônio tireoidiano pré-formado, ou provém de uma fonte extraordinária, que não a glândula tireoide hiperfracionante.
As manifestações clínicas da tireotoxicose são verdadeiramente multiformes e incluem alterações pertinentes ao estado hipermetabólico induzido por quantidade excessiva de hormônio tireoidiano, assim como aquelas relacionadas à hiper-reatividade do sistema nervoso simpático:
A. Sintomas constitucionais: pele macia, quente e enrubescida; intolerância ao calor; sudorese excessiva; O aumento da atividade simpática e o hipermetabolismo resultam em perda ponderal a despeito do aumento do apetite.
B. Gastrointestinal: o estímulo resulta em hipermotilidade, má absorção e diarreia; 
C. Cardíaco: palpitações e taquicardia são comuns; os idosos podem desenvolver insuficiência cardíaca congestiva por agravação de quadro;
D. Neuromuscular: nervosismo, tremores, irritabilidade; quase 50% desenvolvem fraqueza muscular proximal.
E. Manifestações oculares: olhar amplo, arregalado, e atraso palpebral devido a hiperestimulação simpática (geralmente em situações mais graves);
F. Tempestade tireoidiana: expressão usada para designar o início abrupto de hipertireoidismo grave. Essa condição ocorre mais comumente em pacientes com doença de Graves subjacente.
G. Hipertireoidismo apatético: refere à tireotoxicose que ocorre em idosos, nos quais as características típicas de excesso de hormônio tireoidiano observados em pacientes mais jovens estão embotadas. 
O diagnóstico de hipertireoidismo se baseia nas características clínicas e dados laboratoriais. A dosagem do TSH sérico é o teste de triagem isolado mais útil para o hipertireoidismo, uma vez que os níveis de TSH estão reduzidos mesmo nos estágios iniciais, quando a doença ainda pode ser subclínica. Uma vez que o diagnóstico da tireotoxicose tenha sido confirmado por uma combinação de exames de TSH e de hormônios tireoidianos livres, a medida da captação de iodo radioativo pela glândula tireoide frequentemente é de grande valor na determinação da etiologia.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
Hipotireoidismo: 
O hipotireoidismo é provocado por qualquer desajuste estrutural ou funcional que interfira na produção de níveis adequados de hormônio tireoidiano. Globalmente, a causa mais comum de hipotireoidismo é a deficiência dietética de iodo. As manifestações clínicas do hipotireoidismo incluem cretinismo e mixedema:
A. O termo cretinismo se refere ao hipotireoidismo que se desenvolve no primeiro ano de vida ou no início da infância. Em contraposição, os defeitos enzimáticos que interferem na síntese hormonal tireoidiana constituem causa de cretinismo esporádico. As características clínicas do cretinismo incluem comprometimento do desenvolvimento do sistema esquelético e do sistema nervoso central, com grave retardo mental, baixa estatura, características faciais grosseiras, língua protuberante e hérnia umbilical.
B. O hipotireoidismoque se desenvolve em criança mais velha e nos adultos resulta em uma condição conhecida como mixedema. As manifestações do mixedema incluem apatia generalizada e lentidão mental que, nos estados iniciais da doença, podem simular a depressão. Os pacientes com mixedema estão apáticos, têm intolerância ao frio e frequentemente são obesos. Além disso, a deposição de líquidos nos tecidos subcutâneos deixam as características faciais mais brutas e a voz mais grave. Geralmente, a motilidade está diminuída, resultando em constipação, além de haver casos de derrames pericárdicos e insuficiências cardíacas em casos mais graves. 
A avaliação laboratorial possui papel fundamental no diagnóstico da suspeita de hipotireoidismo. Como no caso do hipertireoidismo, a dosagem do TSH sérico é o exame de triagem mais sensível para esse distúrbio. O TSH sérico está aumentado no hipotireoidismo primário devido à perda da inibição por feedback do hormônio de liberação da tireotrofina (TRH) e da produção do TSH pelo hipotálamo e hipófise, respectivamente. Ainda, o T4 sérico está diminuído em pacientes com hipotireoidismo de qualquer origem.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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