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Pré-clínica 3 MATERIAIS EM PRÓTESE FIXA MATERIAIS DE MOLDAGEM Moldagem, modelos e troqueis... ❖ Moldagem: ➢ É o conjunto de manobras clinicas que tem por objetivo a obtenção do molde (negativo) e, por meio desse, o modelo (positivo), através de materiais e técnicas adequadas. ➢ A moldagem é definida como um conjunto de procedimentos clínicos usados para a reprodução negativa dos preparos dentários e das regiões adja- centes por meio de materiais e técnicas adequadas e material de moldagem. Após a polimerização do material e a remoção da moldeira da boca, tem-se o molde, que é vaza- do em gesso para a obtenção do modelo de trabalho. ❖ Molde: ➢ Produto resultante da moldagem. ➢ É a reprodução negativa do modelo. ❖ Modelo: ➢ Produto resultante do molde. ➢ É a reprodução positiva do molde. ❖ Propriedades ideais dos materiais de moldagem: ➢ Precisão. ➢ Fluidez. ➢ Resistência. ➢ Custo x Benefício. ➢ Biocompatível. ➢ Viscosidade. ➢ Fácil manuseio. ➢ Tempo de presa. Permitir um tempo de trabalho satisfatório, especialmente para os casos com múltiplos preparos. Para esses casos, os aparelhos automisturadores e pistolas manuais autodosadoras facilitam os procedimentos de moldagem, proporcionam uma mistura mais homogênea e livre de bolhas e tornam a moldagem mais econômica por evitarem desperdício de material. ➢ Estabilidade dimensional diante de variações de umidade e de temperatura. ❖ Conceitos em moldagem: ➢ Facilidade de mistura: ▪ É influenciado pela forma como os materiais de impressão são apresentados pelo fabricante, geralmente são comercializados na forma de pó, massa, cremosa e líquida. ➢ Tempo de trabalho: ▪ É o tempo disponível para a manipulação do material, preenchimento da moldeira e adaptação da mesma no arco dental, antes que este modifique sua propriedade elástica. ➢ Tempo de presa. ➢ Recuperação elástica: ▪ É a propriedade dos materiais em voltar a dimensão original, após sofrer deformação. Quanto maior a recuperação elástica, menor será a distorção do molde. ➢ Rigidez: ▪ O material de impressão precisa resistir ao peso do gesso sem sofrer distorções durante a confecção do modelo mestre. ➢ Resistencia a ruptura: ▪ Os materiais de impressão devem ser resistentes a ruptura nas regiões de pouca espessura como o termino cervical do dente preparado. ➢ Estabilidade dimensional. ➢ Fidelidade de reprodução: ▪ É a capacidade de reproduzir passivamente e sem compressão, os detalhes de forma precisa, mesmo em áreas extensas. ➢ Facilidade de escoamento do gesso. ➢ Fluidez. ❖ Materiais de moldagem: ➢ Hidrocolóide reversível (não existe mais). ➢ Hidrocolóide Irreversível (alginato). ➢ Polissulfeto. ➢ Poliéter. ➢ Silicone de condensação. ➢ Silicone de adição. ➢ Godiva. ➢ Pasta de óxido de zinco e eugenol. ➢ ALGINATO: ▪ Os hidrocoloides irreversíveis são materiais de moldagem aquoso, ditos elásticos (flexíveis), empregados em situações onde não é necessária a reprodução fina de detalhes. ▪ Origem: algas. ▪ Apresentação: pó (recipientes volumosos ou individuais). ▪ Características: • Sofre sinérese e embebição (devido ele não ter estabilidade dimensional, se tiver muito seco absorve água, e se tiver em local muito úmido ganha água). • Bom tempo de trabalho. • Facilidade de técnica. • Baixo custo. • Odor agradável. • Vazamento imediato. • Usado em moldagem inicial/anatômica. ▪ Indicações: • Utilizados na moldagem de pacientes desdentados PARCIAIS, para obtenção de modelos para a confecção de PPRs. • Utilizado na moldagem de pacientes desdentados TOTAIS, para a obtenção de modelos para a confecção de PT. ▪ Tempo: TEMPO MISTURA TRABALHO PRESA Presa regular 60 segundos 3 – 4,5 minutos 1 – 4,5 minutos Presa rápida 45 segundos 1,5 – 3 minutos 1 – 3 minutos ▪ Dosadores (H2O/pó): proporção • São dispositivos próprios dos fabricantes, cada marca tem o seu. ➢ SILICONE DE CONDENSAÇÃO: ▪ A formação do elastômero ocorre por meio de uma reação cruzada entre o polímero de silicona (grupamentos terminais) e um silicato alquílico. O subproduto dessa reação é o álcool etílico, que, ao evaporar- se, confere ao material maior alteração dimensional. É encontrada na forma de uma pasta base e de um catalisador de baixa viscosidade, que pode ser líquido ou pastoso. ▪ As siliconas de condensação são muito utilizadas pelos profissionais pela facilidade de trabalho e da técnica de moldagem. Porém, aspectos como baixa resistência ao rasgamento, maior deformação que outros elastômeros e distorção exagerada quando armazenada para posterior vazamento estão contribuindo atualmente para sua substituição pelas siliconas de adição. ▪ Características: • Pesado e leve. • Catalisador universal. • Tempo de trabalho: Pesado: 2-3 minutos. Leve: 1-2 minutos. • Tempo de presa: Pesado: 5-6 minutos. Leve: 3-4 minutos. ▪ Vantagens: • Facilidade de trabalho e técnica de moldagem. ▪ Desvantagens: • Maior deformação que os outros elastômeros. • Vazar o mais breve possível (distorção quando armazenada para posterior vazamento). • Hidrofóbico. ▪ Os silicones de condensação, como da Linha Reflex da Yller, são famosos pelo seu excelente custo-benefício. É possível realizar moldagem com altíssima precisão com esses silicones, que podem ser utilizadas para uma série de aplicações, que incluem restaurações indiretas, arcadas edêntulas, implantes e seus componentes, enceramento diagnóstico e modelos de estudos, restaurações temporárias e definitivas. el as tô m er o s ▪ O que são silicones de condensação? Eles são um dos materiais de moldagem mais utilizados pelos dentistas. São silicones que polimerizam por condensação, o que consiste na formação de uma macromolécula a partir de monômeros que reagem entre si. Na reação de condensação ocorre a eliminação de água ou de pequenas moléculas. Os silicones de condensação apresentam uma excelente estabilidade dimensional, fidelidade de cópia e facilidade de uso. A seguir separamos quatro passos simples que podem auxiliar a atingir o máximo de qualidade na moldagem com silicones de condensação. ▪ O Reflex Denso da Yller vem com uma colher medidora que é fundamental para sua manipulação. Deve-se dosar a quantidade desejada preenchendo totalmente a colher e removendo os excessos. Em seguida, deve-se espalhar o material dosado sobre a palma da mão e fazer uma marcação com a colher de medida. Para cada colher de Reflex Denso utilizada, medir o Reflex Catalisador na proporção equivalente à duas vezes o diâmetro da colher dosadora. Uma dica é fazer um formato de cruz ou duas linhas paralelas de comprimentos iguais da pasta catalisadora. As duas pastas devem ser misturadas com as pontas dos dedos por até 30 segundos, garantindo a obtenção de uma mistura homogênea. ▪ Para o silicone fluido, como o Reflex Fluido, dispense quantidades iguais da pasta base e catalisadora sobre uma superfície própria para mistura. Pode-se utilizar uma placa de vidro ou um bloco de mistura. Então, é só espatular por 30 segundos os materiais, garantindo a obtenção de uma mistura homogênea. É fundamental inserir o material na moldeira e, como dito no passo 2, controlar o tempo para realizar a moldagem em até 1 min e 45 segundos; aguardando em boca por 4 minutos até a reação de condensação do material. ▪ É importante cuidar para vazar o molde de gesso logo após a moldagem, pelo motivo de que todos os silicones polimerizados por condensação apresentam em sua reação de liberação um subproduto que é o álcool etílico. A evaporação do álcool é a grande causadora da contração queocorre nesses silicones após a polimerização caso essa propriedade não seja respeitada. É fundamental respeitar o tempo de vazamento do gesso! O tempo para vazar o gesso dos silicones da linha Reflex é entre 30min e 1 hora após a moldagem, o que garante a máxima qualidade da moldagem. ▪ Subproduto do silicone de condensação: ➢ POLIÉTERES – IMPREGUM ▪ É encontrado comercialmente em bisnagas. A pas- ta base contém um polímero de poliéter, sílica co- loidal como agente de carga e um plastificante, que pode ser um éter glicólico ou um ftalato. A pasta catalisadora é composta pelos mesmos agen- tes de carga e plastificantes, somados a um sulfo- nato alquílico aromático. A mistura das duas pas- tas não forma subprodutos voláteis, o que dá a esse material uma excelente estabilidade dimensional (0,15% durante sua polimerização e de 0,3 a 0,4% nas primeiras 24 horas). ▪ Características: • Soft e regular. • Proporção de 1:1. • Facilidade de mistura. • Tempo de mistura - 45 segundos. • Tempo de trabalho – 2,5 minutos. • Tempo de presa – 3 minutos. ▪ Vantagens: • Boa precisão – excelente estabilidade dimensional (sem subproduto). • Permite a obtenção de excelentes modelos. • Permite vazamentos múltiplos. • Mais precisos que os silicones de condensação. • Possuem um bom adesivo. • Segundo o fabricante, podem ser armazenados por até 7 dias. • São hidrofílicos. ▪ Desvantagens: • Tempo de trabalho reduzidos. • Gosto desagradável. • Contra indicado para áreas com dentes longos e finos. ➢ SILICONE POR ADIÇÃO: ▪ É conhecida também como polivinil siloxana ou polissiloxana vinílica. Tanto a pasta-base, chama- da de silicona híbrida, como a pasta catalisadora contêm uma silicona vinílica, sendo que a pasta catalisadora apresenta também platina. A ligação cruzada ocorre por meio de uma reação de adição sem a formação de subprodutos, graças ao equilíbrio de reação entre as siliconas vinílica e híbrida, o que lhe confere uma excelente estabilidade dimensional. Essa reação continua ocorrendo mes- mo após a remoção do molde da boca, por isso deve- se esperar pelo menos 1 hora para o seu va- zamento; do contrário, podem ocorrer alterações na textura superficial do gesso e formação de bolhas na superfície do modelo. ▪ As siliconas de adição podem ser encontradas em diferentes embalagens, como potes plásticos, bisnagas e cartuchos. Estes últimos podem ser adaptados a um dispositivo especial tipo pistola, cuja ponta apresenta um sistema de espiral que libera e mistura as pastas base e catalisadora em quantidades exatamente iguais, à medida que são pressionadas através do êmbolo. ▪ Características: • Pesada, regular, fluida ou extra fluida. ▪ Vantagens: • Excelente estabilidade dimensional. • Excelente resistência ao rasgamento. • Bom tempo de trabalho. Extra-alta 1 minuto Pesado 1,5 minutos Média 1,5 minutos Leve 1,5 minutos • Tempo de presa. Extra-alta 2 minutos Pesado 4 minutos Média 4 minutos Leve 4 minutos • ótima recuperação elástica. • O molde pode ser vazado até 48 horas após a sua obturação, sem qualquer tipo de alteração. • Facilidade de mistura – sistema automix. • Sem odor nem sabor. ▪ Desvantagens: • Tem processo de polimerização alterado na presença do enxofre, por isso é manipulado sem luva. • Alto custo. ➢ Reação de cura: ▪ Silicone por condensação: subproduto álcool – vazar imediatamente. ▪ Silicone por adição – libera hidrogênio – esperar uma ora para vazar. ▪ Poliéter – sem formação de subproduto – 30 minutos (de preferência). MATERIAIS EM PRÓTESE ❖ Resinas acrílicas: ➢ Características: ▪ Pó + líquido. ▪ Reação de polimerização – amina. ▪ Fases: • Arenosa. • Fibrilar. • Plástica. • Borrachóide. • Rígida. ▪ Tipos: • RAAQ, RAAT. ▪ Indicações: • Coroas provisórias. • Núcleos modelados. • Moldeiras individuais. • Bases de provas. • Próteses definitivas. • Dentes de estoque. ❖ Fios retratores: ➢ Após a remoção das coroas provisórias e a limpeza dos dentes preparados, faz-se a seleção do fio retrator, que deve apresentar um diâmetro com- patível com as características do sulco gengival. É necessário que o fio proporcione um afastamento mínimo do sulco de 0,2 mm, para que o material de moldagem não se rasgue durante a remoção do molde. Em seguida, faz-se o isolamento do campo com rolos de algodão e seleciona-se um compri- mento de fio suficiente para circundar todo o dente preparado. Com a ponta de uma espátula para inserção, o fio é introduzido no sulco com uma leve pressão, mediante um movimento de desliza- mento a partir da ponta do fio. A colocação do fio deve ser iniciada pela face lingual/palatina ou proximal e contornar todo o dente, até encontrar a outra ponta. Como o tecido gengival nessas áreas é mais fibroso, o trauma causado pela pressão exercida pelo instrumento para sobrepor as duas extremidades do fio será menor. ➢ Para introduzir o fio no sulco gengival, deve-se iniciar pressionando uma de suas extremidades com a ponta do instrumento; após sua comple- ta introdução, ele deve ser mantido em posição pelo tempo determinado pelo fabricante. A remo- ção do fio deve ser feita com muito cuidado, após umedecê-lo com água, para evitar que haja adesão ao epitélio sulcular e, consequentemente, lesões no tecido. Toda a área deve ser lavada com água e seca, e o material de moldagem é injetado no sulco gengival com uma seringa. ❖ Cimentos: ➢ Tipos – composição: ▪ Cimento de fosfato de zinco. ▪ Cimento de ionômero de vidro. ▪ Cimento de óxido de zinco e eugenol. ▪ Cimento resinoso. ➢ Tipos – função: ▪ Provisória. ▪ Definitiva. Cimento Indicação Cimento a base de hidróxido de cálcio (ex.: Hydro C – Dentsply) Dentes com sensibilidade dentinária e atenção em pilares múltiplos. Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol (ex.: Tempo Bond - Kerr) Dentes com hipersensibilidade dentinária, e atenção, pois possui eugenol. Cimento a base de óxido de zinco sem eugenol (ex.: Temp Bond NE – Kerr) Não possui eugenol, nucelo de preenchimento e cimento resinoso. ➢ Cimentos de fosfato de zinco: ▪ Para cimentar coisas metálicas. ▪ Proporção 1:4 ▪ Os cimentos de fosfato de zinco foram o único agente cimentante definitivo durante décadas, tendo sido considerados como o material de cimentação mais popular em virtude de seu longo tempo de uso e dos excelentes resultados clínicos alcançados. Contudo, eles apresentam várias desvantagens, como efeito negativo à polpa (irritação pulpar), ausência de ação antibacteriana, falta de adesão e elevada solubilidade ao meio oral. Ainda assim, em razão de seus bons resultados, o cimen- to de fosfato de zinco pode ser indicado para ci- mentar coroas totais metálicas, coroas totais metalocerâmicas, núcleos metálicos fundidos e PPFs confeccionadas em cerâmicas reforçadas com zircônia. Como sua união com a dentina e as superfícies metálicas ou cerâmicas é puramente micro-mecânica, as características de preparo como altura, forma e área do dente preparado são extremamente importantes para a retenção da coroa. ➢ Cimento de ionômero de vidro: ▪ Os cimentos de ionômero de vidro também têm sido muito utilizados por sua capacidade de liberar flúor (que pode prevenir cáries recorrentes), seu baixo coeficiente de expansão térmica e sua capacidade de união físico-química com a estrutura dental. Porém, os baixos valores de resistência podem comprometer seu uso em áreas de grande estresse, e a capacidade de absorver água pode comprometer suas propriedades mecânicas nas etapasiniciais póscimentação. A união com a dentina é adesiva e mecânica com o substrato me- tálico ou cerâmico. Esse tipo de cimento é indica- do para coroas totais metálicas, coroas totais me- talocerâmicas, núcleos metálicos fundidos e PPFs confeccionadas totalmente com cerâmica refor- çada e com zircônia. Por seu potencial anticario gênico, é o cimento de eleição quando a troca da prótese ocorre por recidiva de cárie ou quando o paciente apresenta atividade cariogênica de difícil controle. ➢ Cimentos resinosos: ▪ Os cimentos resinosos têm sido largamente empregados por sua capacidade de aderir quimicamente ao esmalte e à dentina e mecanicamente à cerâmica silanizada, bem como por apresenta- rem baixa solubilidade e alta resistência. Sua desvantagem principal é a técnica de aplicação, que é complexa e requer que o CD esteja muito bem treinado com o manuseio desses materiais. Tais cimentos estão indicados para cimentação de PPF com e sem metal, inlays, onlays, facetas e pinos intrarradiculares. São cimentos praticamente insolúveis e apresentam grande resistência quando a prótese recebe forças de tensão. O sucesso do usode cimentos resinosos depende de vários aspectos relacionados aos mecanismos de união com as superfícies dentária preparada e interna da restauração, que serão comentados posteriormente.
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