Sistema articular Articulações ou juntu Conexão entre quaisquer partes rígidas do esqueleto quer sejam ossos ou cartilagens. SINDESMOLOGIA ou ARTROLOGIA: estudo das junturas São classificadas de acordo com a natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam (1) JUNTURAS FIBROSAS As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso, e a grande maioria delas se apresentam no crânio. Na maioria dos casos, o grau de movimento em uma articulação fibrosa depende do comprimento das fibras que unem os ossos. A mobilidade é reduzida, embora o tecido conjuntivo interposto confira certa elasticidade ao crânio. Sindesmose possui grande quantidade de tecido conjuntivo que pode formar ligamento ósseo ou membrana interóssea. Tem mobilidade parcial. Exemplos: sindesmose tíbio-fibular distal; sindesmose tíbio-fibular médio (membrana interóssea da perna); sindesmose rádio-ulnar médio (membrana interóssea do antebraço). Suturas têm menos tecido conjuntivo do que as sindesmoses e são encontradas principalmente entre os ossos do crânio. Os mecanismos do crescimento ao nível dessas suturas são especialmente importantes na adaptação ao crescimento do encéfalo. Podem ser: sutura plana entre os ossos nasais; sutura escamosa entre parietal e temporal; sutura serrátil entre os parietais; esquindilese é a articulação que se verifica entre uma superfície em forma de crista de um osso, a qual se aloja em uma superfície em forma de uma fenda de outro osso. No crânio do feto e do recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. É isto que permite, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pelo “cavalgamento” dos ossos do crânio. Essa redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior. Nos fontículos há maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso; são pontos fracos na estrutura do crânio, vulgarmente chamados de Articulações ou junturas “moleiras”. Na idade avançada pode ocorrer a ossificação do tecido interposto (sinostose) aos ossos do crânio, fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, om elas, a elasticidade da abóbada craniana. Gonfose ou sindesmose dentoalveolar; são as junturas fibrosas entre a raiz do dente e o alvéolo. A mobilidade dessa articulação (um dente mole) indica distúrbios dos tecidos de sustentação do dente. (2) JUNTURAS CARTILAGINOSAS São aquelas em que o tecido interposto é uma cartilagem. Sincondroses ou juntura cartilagínea primária; os ossos são unidos por cartilagem hialina. Geralmente são uniões temporárias, como as existentes durante o desenvolvimento de um osso longo, nas quais a epífise e a diáfise são unidas por uma lamina epifisial. As sincondroses permitem o crescimento do osso no comprimento (cartilagem hialina que une os ossos é um remanescente do esqueleto cartilagíneo do embrião). Quando cessa o crescimento, a cartilagem é substituída por osso. São exemplos a laminas epifisiais e a sincondrose esfeno-occipital Sínfise ou articulação cartilagínea secundaria; é forte e unida por fibrocartilagem. A fibrocartilagem é geralmente separada do osso por delgadas lâminas de cartilagem hialina. Exemplos: sínfise púbica e discos intervertebrais (existentes entre as vértebras, os discos são formados por tecido conjuntivo e as articulações proporcionam à coluna vertebral resistência e absorção de choque, além de considerável flexibilidade). *as junturas fibrosas e cartilaginosas se fazem por continuidade* (3) JUNTURAS SINOVIAIS O tipo mais comum de articulação. Fazem-se por contiguidade, pois uma cavidade separa os ossos articulares. Nelas, o elemento que interpõe às peças que se articulam é o líquido sinovial. São especializadas em permitir maior ou menor liberdade de movimento. O principal meio de união é representado pela cápsula articular, espécie de manguito que envolve a articulação, prendendo-se nos ossos que se articulam. O corte frontal de uma articulação sinovial mostra a presença de uma cavidade articular. A cavidade articular é um espaço virtual onde se encontra a sinóvia (líquido sinovial). Este é o lubrificante natural da articulação, que permite o deslizamento com um mínimo de atrito e desgaste. A cápsula articular, a cavidade articular e a sinóvia são características da articulação sinovial. SUPERIFÍCIES ARTICULARES São aquelas que entram em contato numa determinada articulação sinovial. Estas superfícies são revestidas em toda sua extensão por cartilagem hialina (cartilagem articular) que representa a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude desse revestimento, as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. São superfícies de movimento e, portanto, suas funções estão condicionadas a ele: a redução da mobilidade na articulação pode levar à fibrose da cartilagem articular, com anquilose da articulação (perda da mobilidade). A cartilagem articular é avascular e não possui também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. CÁPSULA ARTICULAR É uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Possui duas camadas: membrana fibrosa (externa; é a mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por feixes, também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares) e a membrana sinovial (interna, abundantemente vascularizada e inervada, produz a sinóvia, a qual contém ácido hialurônico para viscosidade na função lubrificadora). Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extracapsulares, ou acessórios, e em algumas, como a do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares. Ligamentos e cápsula articular, além de manter a união entre os ossos, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. DISCOS E MENISCOS São formações fibrocartilagíneas, cuja função é discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam, tornando-as congruentes, ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e temporomandibular. Os meniscos do joelho são frequentemente lesado, particularmente em atletas, e sua retirada cirúrgica é bastante comum. Algumas vezes, após a retirada, forma-se um novo menisco, réplica do primeiro, porem não mais constituído de fibrocartilagem, mas sim de tecido conjuntivo fibroso denso, menos resistente. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS As superfícies articulares dos ossos ficam cobertas por cartilagem hialina (cartilagem articular). Os ossos estão unidos por uma cápsula articular e por ligamentos. A cápsula articular consiste em sua maior parte de uma camada fibrosa, cuja superfície interna está forrada por um tecido conectivo vascularizado, a membrana sinovial. Esta produz o líquido sinovial (sinóvia), que ocupa a cavidade articular e lubrifica a juntura. A cavidade articular está algumas vezes subdividida parcial ou totalmente por discos ou meniscos fibrosos